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4. Teorias dos Sistemas


4.1 Conceito de sistema
Sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que,
conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e
efetuam determinada função.

Os sistemas foram definidos como conjuntos de elementos que se


relacionam entre si, com certo grau de organização, procurando atingir
um objetivo ou uma finalidade.

Há formulações mais complexas, como a de Hall e Fagen(1956), que


definem sistema como o conjunto de elementos e das relações
entre eles e seus atributos, ou a de Thorness e Brunsden (1977),
que o consideraram como conjunto de atributos e de suas
relações no meio físico, organizados para executar uma
função particular.
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4. Teorias dos Sistemas


4.1 Conceito de sistema
A organização do conjunto é decorrente das relações entre os
elementos, e o grau de organização entre eles confere o estado e a
função de um todo. Cada todo está inserido em um conjunto maior (o
universo), que é formado por subsistemas e compreende a soma de
todos os fenómenos e dinamismos em acção.

Na medida em que o sistema procura realizar determinada finalidade, a


compreensão de seu funcionamento depende da identificação dos
elementos componentes e das relações entre componentes e seus
atributos, bem como dos parâmetros de entradas (os inputs) e saídas
(os outputs) da matéria e da energia que responderiam pelo
funcionamento do todo.

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4. Teorias dos Sistemas


4.2 Classificação de sistemas
De forma geral existem três tipos de sistemas quanto ao grau de
relação com o meio:
• Sistemas isolados - os que não realizam trocas de matéria e
energia com o ambiente no qual se acham instalados. Exemplo o
Universo

• Sistemas abertos - os que trocam matéria e energia com o meio


circundante. Exemplo todos os sesres vivos.

• sistemas fechados - os que trocam apenas energia. Exemplo o


planeta Terra.

4. Teorias dos Sistemas


4.2 Classificação de sistemas
De acordo com os aspectos de forma e estrutura, os sistemas
classificam-se como:

• Morfológicos – os baseados em propriedades físicas tais como


geometria, densidade, comprimento;

• Funcionais – com base na acção dos processos responsáveis pelas


formas e funcionamento do sistema e,

• Controlado – os definidos pela acção controladora das actividades


humanas sobre os processos.

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4. Teorias dos Sistemas


4.2 Evolução da teoria dos sistemas
A aplicação da Teoria dos Sistemas iniciou nos Estados Unidos nas
primeiras décadas do séc. XX, em consonância com o avanço da
Cibernética.

A sua utilização nas ciências naturais é fruto do trabalho pioneiro de


Bertalanfy na década de 50 e 70, que a aplicou à Biologia e à
Termodinâmica.

Várias décadas foram necessárias para que tais preceitos se estendessem


pelo conjunto das ciências e pela totalidade das ciências naturais.

Na Geografia Física, a aplicação da visão sistêmica data dos anos 1950,


inicialmente utilizada em pesquisas de cunho hidrológico e
climatológico. Na Geomorfologia, ela é introduzida na nos anos 1960.
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4. Teorias dos Sistemas


4.3 Os geosistemas
Um tipo particular de sistema físico, dinâmico e aberto é aquele
denominado geosistema.

Os geosistemas caracterizam-se como a expressão dos fenómenos


naturais resultantes da interacção, na superfície da Terra, da litomassa
com biomassa, aeromassa e hidromassa.

As formações naturais experimentam na actualidade o impacto de


elementos sociais, económicos e técnicos, que lhes modificam a
dinâmica natural peculiar; nesse sentido, a concepção geosistema
implica conceitualmente a relação sociedade x natureza.

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4. Teorias dos Sistemas


4.3 Os geosistemas
Em termos espaciais, os geosistemas dividem-se em escala local ou
topológica, escala regional e escala planetária.

Em termos de hierarquia de funcionamento, as categorias definidas, em


ordem decrescente, são:

 geosistemas - correspondem a paisagens ou ao ambiente natural;

 geócoros - classe de geosistemas de estrutura heterogénea;

 geômeros - classe de geosistemas com estrutura homogénea e,

 geotopos - geosistemas associados a unidades morfológicas ou


sectores fisionómicos homogéneos.
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4. Teorias dos Sistemas


4.3 Os geosistemas
Segundo Bertrand (1968), o geosistema conceitua-se como um tipo de
sistema aberto, hierarquicamente organizado, formado pela
combinação dinâmica e dialéctica, portanto instável, de factores físicos,
biológicos e antrópicos.

O equilíbrio de um geosistema, resulta da combinação dinâmica de um


potencial ecológico (geomorfologia, clima, hidrologia), de uma
condição de exploração biológica natural (vegetação, solo, fauna) e de
actividades antrópicas dentro de certos limites.

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4. Teorias dos Sistemas


4.3 Os geosistemas

Homem, a sua Cultura:


(População,Tecnologias
, sistema de produção

A figura acima refere que os Principais constituintes do meio ambiente são basicamente
a Litosfera, Atmosfera , a Hidrosfera e a Biosfera, cada um dos quais tem multiplicidade de
componentes internos, refere igualmente que dentro da Biosfera encontra-se a Sociosfera também
9 com seus componentes específicos

4. Teorias dos Sistemas


4.3 Os geosistemas

Componentes Genéricos do Meio Ambiental

GEOSFERA
BIOSFERA LITOSFERA
SERES VIVOS ATMOSFERA
HIDROSFERA

SOCIOSFERA
POPULAÇÃO
TECNOLOGIAS
SISTEMAS DE PRODUÇÃO

Uma vez que os componentes do ambiente interagem entre si de modo


a contribuírem para o equilíbrio ambiental, ele é um sistema que
10 apresenta três subsistemas (Geosfera, Biosfera e Sociosfera).

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.1 Conceitos de ciências ambientais
As ciências ambientais podem ser consideradas como um conjunto das
diversas ciências da natureza, ou ciências sociais, adicionadas
daquelas que mesmo não estando inteiramente voltadas ao
conhecimento dos componentes e fenómenos naturais, contribuem
directa ou indirectamente para isso.

Portanto, entre as ciências ambientais consideram-se além da Ecologia,


Biologia, Geologia, Geografia, climatologia, agronomia, (e diversas
outras), também a Física (ambiental, principalmente), Química
(ambiental, com bastante ênfase), Sociologia, Economia e diversas
outras.

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.1 Conceitos de ciências ambientais
Ciências naturais - ramo das ciências que estuda a natureza em geral,
isto é o universo todo, que é entendido como regulado por regras ou
leis de origem natural, ou seja, os aspectos físicos naturais.

Exemplo: Astrologia, Biologia, Física, Química, Ciências da Terra


(geologia, geofísica, hidrologia, meteorologia, geografia física,
oceanografia e ciência do solo).

Ciências sociais - ramo da ciência que estuda os aspectos sociais do


mundo humano, ou seja, a vida social de indivíduos e grupos humanos.
Inclui Antropologia, Estudos da comunicação, Economia,
Administração, Arqueologia, Contabilidade, Geografia humana,
História, Linguística, Ciência política, Estatística, Psicologia
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social, Direito e Sociologia.

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.1 Surgimento das ciências ambientais
A problemática do meio ambiente começou a ser contemplada na
reflexão e nas discussões sobre o desenvolvimento principalmente a
partir da década de 70, após trinta anos de crescimento acelerado da
produção económica dos países industrializados.

O debate foi iniciado pelo relatório do Clube de Roma que apontava


os limites do crescimento da produção devido ao carácter finito das
reservas mundiais de recursos não renováveis, especialmente dos
energéticos.

Na mesma época, iniciou-se um outro grande debate, que também


dizia respeito à questão dos limites dos recursos disponíveis no mundo,
mas salientando os riscos associados ao crescimento populacional.
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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.1 Surgimento das ciências ambientais
Segundo aquela análise, um aumento contínuo e rápido da população
mundial e da demanda de produtos alimentares e de outros géneros iria
induzir uma pressão global excessiva sobre os recursos disponíveis e
sobre os sistemas naturais.

Estes diagnósticos sobre as relações entre as sociedades


contemporâneas e seu ambiente se mantinham em um nível muito
genérico. O que poderia definir essa etapa da reflexão era a
tomada de consciência, pela primeira vez na história da
humanidade, do carácter finito do mundo em que vivemos e
de seus recursos.

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.1 Surgimento das ciências ambientais
No entanto, algumas crises ambientais de carácter regional ou local
começaram a chamar atenção, tanto dos políticos como dos cientistas,
sobre a pertinência de outras escalas de análise das relações entre as
populações e o seu meio natural.

No decorrer das três últimas décadas do século 20, muitas outras


situações de crises ambientais locais foram identificadas, muitas delas
no Brasil, caso da Amazónia, do Nordeste e da Mata Atlântica).

Ao mesmo tempo, o fenómeno da poluição tornou-se mais


identificado, tanto em relação a seus impactos locais e directos
(ameaças sobre a saúde humana, eutrofização, destruição de áreas
frágeis etc) como globais e indirectos (efeito estufa, destruição da
15 camada de ozono, subida do nível do mar etc.).

5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.1 Surgimento das ciências ambientais
As inquietações ligadas ao meio ambiente passaram a ser
progressivamente uma das preocupações centrais da opinião
pública dos países industrializados e das faixas mais bem
sucedidas das populações dos países em desenvolvimento.

No decorrer das três últimas décadas do século 20, muitas outras


situações de crises ambientais locais foram identificadas, muitas delas
no Brasil, caso da Amazónia, do Nordeste e da Mata Atlântica).

Tornaram-se também um elemento crítico na elaboração das


políticas públicas do fim do século.

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QUANDO É QUE O HOMEM


COMEÇA A PREOCUPAR-SE
COM O AMBIENTE ?

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.3 Primeiras manifestações da consciencialização ambiental
Consciência Ambiental é o conhecimento e o reconhecimento por
parte dos cidadãos que o Ambiente, os seus componentes, o seu
funcionamento e os mecanismos da sua dinâmica são essenciais à vida
da Humanidade e que é necessário actuar no sentido de manter o
equilíbrio desse ambiente, conduzindo à adopção de uma atitude
ambientalmente sustentável, com vista a reduzir os efeitos desastrosos
como resultante do seu desequilíbrio.

A consciência ambiental significa também a existência de vontade


própria dos membros da sociedade em participarem na correcta
gestão do Ambiente, no interesse de manutenção, conservação
e melhoramento das condições ambientais que permitam a
continuidade da Humanidade no Planeta Terra.
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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.3 Primeiras manifestações da consciencialização ambiental
Neolítico
Nesta época, existiram pequenas manifestações na modificação do
ambiente. anteriormente o uso dos recursos naturais era sem
precedentes, mas a partir deste período o Homem começa a usar os
recursos naturais de forma regular, uma vez que estes estavam a
escassear.

As principais actividades no neolítico eram a prática agrícola e a caça,


no desenvolvimento desta utilizava-se o fogo.

Os principais impactos da actividades do neolítico foram a destruição


das florestas, empobrecimento dos recursos naturais, diminuição das
zonas habitáveis.
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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.3 Primeiras manifestações da consciencialização ambiental
Antiguidade e idade média
Houve o esgotamento de alguns recurso naturais devido ao face ao
elevado crescimento populacional.

Face a estas situações surgem as primeiras ideias sobre o impacto de


crescimento populacional.

Platão – O crescimento populacional deve ser estacionário

Aristóteles – O número de filhos por casal deve ser limitado

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.3 Primeiras manifestações da consciencialização ambiental
Idade moderna
Até inícios da Época Moderna (século XV) e da Revolução Industrial
(século XVIII) a degradação ambiental existia em proporções limitadas
e afectavam áreas determinadas, sem grandes impactos. Mas durante o
século XIX à escala mundial começaram a surgir problemas ambientais
de grande proporção e de abrangência global, provocando sérios efeitos
tais como:

 Poluição;

 Esgotamento de recursos naturais;

 Devastação de ecossistemas;

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 Aquecimento global;

5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.3 Primeiras manifestações da consciencialização ambiental
Idade moderna
 Desertificação;

 Chuvas ácidas;

 Erosão acelerada dos solos;

 Intoxicações; e entre outros.

Esses problemas eram causados por:


 Crescente industrialização do mundo;
 Evolução das tecnologias pela Revolução Industrial;
 Rápido crescimento da população mundial;
 Economia capitalista e a caça ao lucro a ela adjacente
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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.3 Primeiras manifestações da consciencialização ambiental
Idade moderna
As questões ambientais começaram a se apresentar
pelos idos dos anos 1970, quando eclodiu no mundo um
conjunto de manifestações, incluindo a liberação feminina, a
revolução estudantil de Maio de 1968 na França e o
endurecimento das condições políticas na América Latina.

Os antecedentes da crise ambiental da década de 1970


manifestaram-se nas décadas de 1950 e 1960, diante de
episódios como:

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.3 Primeiras manifestações da consciencialização ambiental
Idade moderna

A contaminação do ar em Londres, entre 1952 e 1960;

Os casos fatais de intoxicação com mercúrio em


Minamata e Niágara, entre 1953 e 1965;

A diminuição da vida aquática em alguns dos Grandes


Lagos norte americanos;

A morte de aves provocada pelos efeitos secundários do


DDT e outros pesticidas e,

A contaminação do mar em grande escala, causada pelo


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naufrágio do petroleiro Torrei Canyon, em 1966.

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.3 Primeiras manifestações da consciencialização ambiental
Idade moderna
No século XX, entre as décadas de 50 a 90, a questão da degradação
ambiental agudizou-se, tornou-se global e o Homem reconheceu a
importância da conservação do meio ambiente.

A tomada de consciência dos valores do ambiente levou a alguns


autores mais perspicazes, num passado recente, a editarem obras de
alarme relativamente ao estado global do Ambiente, de que merecem
sem dúvida destaque: a «Primavera Silenciosa» de Rachel Carson, «Antes
que a Natureza morra» de Jean Dorst, ou obras de carácter mais local
como «Esta Suécia tão suja».

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.3 Primeiras manifestações da consciencialização ambiental
Idade moderna
Em 1962, Rachel Carson, publicou a sua obra: “Primavera
Silenciosa” onde afirmava que:

“Se o homem não mudasse de conduta no relacionamento como


Meio Ambiente, chegaria um dia e não distante em que a Terra
seria simplesmente um local deserto, dominado pelo gelo e pelo
silêncio, isto é, tudo morreria, até o último exemplar da espécie
humana”.
Ainda, a obra de Carson alertou sobre o facto de que, “o esforço que
fazemos para combater as pragas que afectam a produção alimentar, estamos a
utilizar produtos químicos, criando problemas ainda maiores do que aqueles que
26 se pretende resolver”.

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5.3 Primeiras manifestações da consciencialização ambiental
Idade moderna
Com o intuito de resolver a questão ambiental global, a ONU
convocou uma Conferência Intergovernamental do Ambiente
Humano, que teve lugar na cidade de Estocolmo, capital da Suécia em
1972.

Como fruto dos debates e consensos da Conferência de Estocolmo,


resultou o seguinte:

• Afirmação da necessidade de conservação das condições de vida no


Planeta Terra;

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.3 Primeiras manifestações da consciencialização ambiental
Idade moderna

• A priorização da questão do equilíbrio ecológico, na agenda das


nações do mundo, tanto os países desenvolvidos como os em vias de
desenvolvimento, em função dos problemas tipicamente presentes.

• Organizações ambientalista passam a surgir e actuar em todo lado.

• Criação do Programa de Ambiente das Nações Unidas (UNEP).

• Recomendação da Educação Ambiental.


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5.3 Primeiras manifestações da consciencialização ambiental
Idade moderna

Em 1975 no workshop sobre


Educação Ambiental em
Belgrado (ex. Jugoslávia) é
elaborada a Carta de
Belgrado sobre a Educação
Ambiental e lançado o
Programa Internacional de
Educação Ambiental da
UNEP/UNESCO.

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.3 Primeiras manifestações da consciencialização ambiental
Idade moderna

Da carta de Belgrado merece destaque:

O que nos falta é uma nova ética universal – uma ética dos indivíduos e das
sociedades que corresponda ao lugar da humanidade na biosfera. Uma ética que
reconheça e reflicta vivamente as relações complexas, em continua evolução, do
ser humano com o seu semelhante e com a natureza.

Têm de se produzir importantes transformações em todos os países do mundo


para assegurar o tipo de desenvolvimento racional que se inspirará neste novo
ideal mundial transfronteiriço que serão baseadas numa repartição equitativa
das reservas mundiais e numa mais justa satisfação das necessidades de todos os
30 países…

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.4 Conceito e objectivos da Educação Ambiental
O surgimento e a evolução da Educação Ambiental como uma área de
interesse e conhecimento foi acompanhada por vários eventos
internacionais atrás descritos.

Educação Ambiental é um processo que visa «formar uma população


mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os seus problemas, uma
população que tenha os conhecimentos, as competências, o estado de espírito, as
motivações e o sentido de compromisso, que lhe permitam trabalhar individual e
colectivamente na resolução das dificuldades actuais, e impedir que elas se
apresentem de novo»

Educação ambiental é um ramo da educação cujo objectivo é a


disseminação do conhecimento sobre o ambiente, a fim de ajudar à sua
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preservação e utilização sustentável dos seus recursos.

5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.4 Conceito e objectivos da Educação Ambiental
Objectivos da educação ambiental

 Ajudar os indivíduos e os grupos sociais a tomar consciência do


ambiente global e dos seus problemas e, sensibilizá-los para estes
assuntos;

 Ajudar os indivíduos e os grupos sociais a adquirir uma


compreensão fundamental do ambiente global, dos problemas
conexos, da importância da humanidade, da responsabilidade e do
papel critico que lhe incumbem;

 Ajudar os indivíduos e os grupos sociais, a adquirir os sistemas de


valores que incluam um vivo interesse pelo ambiente e uma
motivação suficientemente forte para participarem activamente na
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protecção e na melhoria da qualidade do ambiente;

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.4 Conceito e objectivos da Educação Ambiental
Objectivos da educação ambiental

 Ajudar os indivíduos e os grupos sociais a adquirir as competências


necessárias à solução dos problemas do ambiente;

 Ajudar os indivíduos e os grupos sociais a avaliar as medidas e os


programas de Educação Ambiental, em função de factores
ecológicos, políticos, económicos, sociais, estéticos e educativos;

 Ajudar os indivíduos e os grupos sociais a desenvolver sentido de


responsabilidade e sentimento de urgência, que garantam a tomada
de medidas adequadas à resolução dos problemas do ambiente,
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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.5 Princípios e valores da Educação Ambiental
Princípios directivos dos programas de Educação Ambiental

1. A Educação Ambiental deve considerar o ambiente, na sua


totalidade: natural, criado pelo Homem, ecológico, político,
económico, tecnológico, social legislativo, cultural e estético;

2. A Educação Ambiental deve ser um processo contínuo, extensivo à


vida inteira, tanto escolar como extra-escolar;

3. A Educação Ambiental deve adoptar uma abordagem


interdisciplinar;
4. A Educação Ambiental deve sublinhar a importância duma
participação activa na preservação e na solução dos problemas
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postos pelo ambiente;

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.5 Princípios e valores da Educação Ambiental
Princípios directivos dos programas de Educação Ambiental

5. A Educação Ambiental deve examinar as questões de ambiente


numa perspectiva mundial, respeitando, no entanto, as diferenças
regionais.

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.5 Princípios e valores da Educação Ambiental
Valores da educação ambiental

A EA deve buscar valores que conduzam a uma convivência


harmoniosa com o ambiente e as demais espécies que
habitam o planeta. Neste contexto é preciso considerar que:
 A natureza não é fonte inesgotável de recursos, suas reservas são finitas e devem
ser utilizadas de maneira racional, evitando o desperdício e considerando a
reciclagem como processo vital;

 As demais espécies que existem no planeta Terra merecem nosso respeito. Além
disso, a manutenção da biodiversidade é fundamental para a nossa sobrevivência;

 É necessário planear o uso e ocupação do solo nas áreas urbanas e rurais,


considerando que é necessário ter condições dignas de moradia, trabalho,
36 transporte e lazer, áreas destinadas à produção de alimentos e protecção dos
recursos naturais.

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.6 Linhas de acção da Educação Ambiental
o Consciencializar o cidadão de todo mundo sobre os problemas
ambientais;

o Disponibilizar o acesso do conhecimento especifico sobre o


ambiente;

o Promover atitudes para a conservação ambiental;

o Desenvolver actividades especificas para acções ambientais;

o Criar uma capacidade de avaliação das acções e programas


implementados e promover a participação de todos na resolução de
problemas ambientais.
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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.6 Linhas de acção da Educação Ambiental
As linhas de acção devem ocorrer em três áreas especificas, da
Educação Ambiental nomeadamente: educação formal (curricular),
educação não formal (extracurricular) e educação informal (palestras)

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.7 Vertentes da Educação Ambiental
5.7.1 Educação ambiental formal
É entendida, como aquela que se desenvolve de forma estruturada e dentro
do sistema formal de ensino, através da inclusão de termos, conceitos e
noções sobre o ambiente nos planos curriculares.

5.7.2 Educação ambiental não formal


É desenvolvida de forma semiestruturada dentro e fora do sistema de ensino,
através de actividades como: palestras, seminários, acções de capacitação e
demonstrativas (exemplo plantio de árvores) e programas comunitários
(exemplo a criação de associações, núcleos e comités).

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.7 Vertentes da Educação Ambiental
5.7.2 Educação ambiental não formal
Vantagens
 É útil para pesquisa de dados sobre um dado problema

 Permite trabalhar com diferentes extractos sociais (técnicos, estudantes,


académicos, camponeses, decisores);

 Devido a capacidade de juntar diferentes grupos sociais, permite colher


diferentes sensibilidades sobre questões ambientais;

 É útil para casos de sondagem de opinião e para pesquisas;

 Acarreta poucos custos quando comparada com a educação ambiental


40 formal.

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.7 Vertentes da Educação Ambiental
5.7.3 Educação ambiental informal
Constitui o processo destinado a ampliar a consciência pública sobre as
questões ambientais através dos meios de comunicação de massas (jornais,
revistas, rádio e televisão e Internet). Incluem-se ainda cartazes, folhetos,
boletins informativos entre outros.

Vantagens

 Maior abrangência;

 Flexibilidade e rapidez (capacidade de atingir diferentes grupos alvos em


curto espaço de tempo);

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.7 Vertentes da Educação Ambiental
5.7.3 Educação ambiental informal
Desvantagens

 Acarreta muitos custos na concepção dos programas e na produção dos


jornais ou folhetos

 Selectividade da audiência;

 Maior tempo necessário para a identificação do problema;

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.8 Conceito de Desenvolvimento Sustentável
Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento baseado numa
gestão ambiental que satisfaz as necessidades da geração presente sem
comprometer o equilíbrio do ambiente e a possibilidade de as gerações
futuras satisfazerem também as suas necessidades.

O desenvolvimento sustentável contém dois conceitos-chaves:

1º - O conceito de “necessidade”, sobretudo as necessidades


essenciais dos pobres do mundo, que devem receber a máxima
prioridade;

2º - A noção das limitações que o estagio da tecnologia e da


organização social impõe ao meio ambiente, impedindo-o de atender as
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necessidades presentes e futuras (…).

5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.8 Conceito de Desenvolvimento Sustentável
Durante as décadas de 1970 e 1980 tornou-se cada vez mais claro que os
recursos naturais estavam sendo dilapidados em nome do
“desenvolvimento”.

Estavam se produzindo mudanças imprevistas na atmosfera, nos solos, nas


águas, entre as plantas e os animais e nas relações entre todos eles.

Foi necessário reconhecer que a velocidade da transformação era tal que


superava a capacidade científica e institucional para minimizar ou inverter
o sentido de suas causas e efeitos.

Ao final de 1983 criou-se, dentro da Organização das Nações Unidas, uma


comissão independente para examinar estes problemas e sugerir
mecanismos que permitam à crescente população do planeta satisfazer suas
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necessidades básicas sem pôr em risco o patrimônio natural das gerações
futuras.

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.8 Conceito de Desenvolvimento Sustentável
Após a comissão, o acontecimento internacional significativo seguinte
foi a conferência da Terra, ocorrido em Junho de 1992, no Rio de
Janeiro.

Denominada oficialmente como Conferência das Nações Unidas


sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no qual estiveram
representados 178 governos, incluindo 120 chefes de Estado, também
ficou conhecida como Eco-92 ou Rio-92.

Tratava-se de encontrar modos de traduzir as boas intenções em


medidas concretas e de que os governos assinassem acordos específicos
para enfrentar os grandes problemas ambientais e de desenvolvimento.

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.8 Conceito de Desenvolvimento Sustentável
Os resultados da conferência incluem convenções globais sobre a
biodiversidade e o clima, uma Constituição ou Carta da
Terra, de princípios básicos, e um programa de acção
chamado Agenda 21, para pôr em prática estes princípios.

O desenvolvimento sustentável pode ser


dividido em três componentes: a
sustentabilidade ambiental, a
sustentabilidade económica e a
sustentabilidade sociopolítica.

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.8 Conceito de Desenvolvimento Sustentável
Indicadores de Desenvolvimento Sustentável
Em 1995, a Comissão das Nações Unidas para o Desenvolvimento
Sustentável aprovou um conjunto de indicadores de desenvolvimento
sustentável, com o intuito de servirem como referência para os países
em vias de desenvolvimento ou revisão de indicadores nacionais de
desenvolvimento sustentável, tendo sido aprovados em 1996, e revistos
em 2001 e 2007.

O quadro actual contém 14 temas, que são ligeiramente modificados a


partir da edição anterior:

1. Pobreza
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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.8 Conceito de Desenvolvimento Sustentável
Indicadores de Desenvolvimento Sustentável

2. Perigos naturais

Desastres Relacionados Nº de Eventos Nº de Vitimas Mortais Nº Total de Pessoas Quadro 1:


com Água Afectadas
Consequências
Cheias (1) 3,050 6,899,095 3,027,693,701
humanas de
Tempestades (2) 2,758 10,008,806 752,843,507 desastres
Secas 836 1,208,806 2,239,624,826
relacionados
com água entre
Deslizamentos (3) 508 55,980 10,206,768
48 1900-2006 (Almeida,
Ondas (4) 52 295,813 2,596,663 2011).

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.8 Conceito de Desenvolvimento Sustentável
Indicadores de Desenvolvimento Sustentável

3. O desenvolvimento económico
O crescimento económico tem a ver
com a melhoria dos indicadores
quantitativos da economia (aumento da
renda, a redução do desemprego ou o
aumento do consumo), enquanto o
desenvolvimento tem a ver com a
melhorias dos indicadores de bem-
estar geral da população (distribuição
de renda, expectativa de vida,
segurança e grau de liberdade
49 económica, etc.).

5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.8 Conceito de Desenvolvimento Sustentável
Indicadores de Desenvolvimento Sustentável

4. Governação 5. Ambiente

50

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5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.8 Conceito de Desenvolvimento Sustentável
Indicadores de Desenvolvimento Sustentável

6. Estabelecer uma parceria global econômica

7. Saúde

51

5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.8 Conceito de Desenvolvimento Sustentável
Indicadores de Desenvolvimento Sustentável

8. Terra

9. Padrões de consumo e produção

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9/22/2021

5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.8 Conceito de Desenvolvimento Sustentável
Indicadores de Desenvolvimento Sustentável

10. Educação

11. Os oceanos, mares e costas

53

5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.8 Conceito de Desenvolvimento Sustentável
Indicadores de Desenvolvimento Sustentável

12. Demografia

13. Água potável, Escassez de água


e Recursos hídricos

54

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9/22/2021

5. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


5.8 Conceito de Desenvolvimento Sustentável
Indicadores de Desenvolvimento Sustentável

14. Biodiversidade

55

FIM!

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