Você está na página 1de 24

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DE BENGUELA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA

SECTOR DE GEOGRAFIA

TRABALHO INVESTIGATIVO DE GEOGRAFIA FÍSICA GERAL IV

TEMA:

OS ECOSSISTEMAS E SUA DISTRIBUIÇÃO A SUPERFÍCIE


TERRESTRE

ELABORADO PELO GRUPO Nº 05

 2ºAno
 Especialidade: Ensino de Geografia

DOCENTE
___________________________

Francisco Chitoma, PhD

BENGUELA / 2022

1
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DE BENGUELA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA

SECTOR DE GEOGRAFIA

TRABALHO INVESTIGATIVO DE GEOGRAFIA FÍSICA GERAL IV

TEMA:

OS ECOSSISTEMAS E SUA DISTRIBUIÇÃO A SUPERFÍCIE


TERRESTRE
INTEGRANTES DO GRUPO

 Madalena Inês Gongi


 Manico Luhaco
 Paulo João Dinis
 Ricardo Bento Tomas
 Sílvio Germano
 Enoque Job António (Pós – laboral)
 Tomás Kapiñgala (Pós – laboral)

Sala nº 2

Regime: Regular

DOCENTE

_________________________

Francisco Chitoma, PhD

2
PENSAMENTO
As raízes do saber são amargas, mais os seus frutos são saborosos

Aristóteles

3
DEDICATÓRIA
Dedicamos este presente trabalho a Sua Magnificência Francisco Chitoma,
que de forma sábia deu-nos a oportunidade de falarmos sobre um tema que constitui
o interesse de vários ramos do saber.

4
AGRADECIMENTO
Agradecemos a Deus, por ter nos dado vida, saúde, sabedoria e inteligência.
Os nossos agradecimentos também vão aos nossos professores que de forma sábia
ajudaram-nos na realização deste trabalho. Sem nos esquecermos dos nossos pais
ou encarregados de educação e colegas de turma que deforma incondicional
contribuíram para realização deste presente trabalho.

5
ÍNDICE

INTRODUÇÃO………………………………………………………………………..07

OS GRANDES ECOSSISTEMAS DA SUPERFÍCIE TERRESTRE…………..12

1. Ecossistema de floresta tropical……………………………………………12


2. Ecossistema de savana……………………………………………………..13
3. Ecossistema desértico……………………………………………………….15
4. Ecossistema de floresta temperada – caducifólia………………………16
5. Ecossistema de pradaria…………………………………………………….17
6. Ecossistema de tundra………………………………………………………18
7. Ecossistema de taiga (floresta de coníferas)……………………………..19

CONCLUSÕES………………………………….……………………………………21

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS………………………………………………22

ANEXOS………………………………………………….…………………………...23

6
INTRODUÇÃO

Ecossistema é um conjunto de comunidades que vivem num


determinado local e que interagem entre si e com o meio ambiente,
constituindo um sistema estável, equilibrado e auto-suficiente. O termo
ecossistema vem do grego οικοσύστημα (de οικο, translit. oikos, 'lar, casa,
habitat' + σύστημα, translit. sistema, 'conjunto': daí "conjunto de um habitat").
(Lambin, 2004)

Definições

´´ Ecossistema: Um sistema, no sentido da física, que inclui não apenas


o complexo de organismos vivos, mas também todo o complexo de factores
físicos que formam o que é chamado de bioma - os factores de habitat no
sentido mais amplo´´. (Lambin, 2004)

´´ Biogeocenoses: um complexo inter-relacionado de componentes vivos


e inertes, associados uns aos outros por troca de material e energia; um dos
sistemas mais complexos da natureza´´. (Lambin, 2004)

O termo ecossistema foi proposto pela primeira vez pelo ecólogo


inglês Sir Arthur G. Tansley em 1935 na revista científica Ecology. Podemos
definir um ecossistema como sendo um conjunto funcional de elementos
formado pelos componentes bióticos e abióticos. Como a Ecologia procura
estudar sobre os seres vivos dentro de uma comunidade biológica e as inter-
relações e influências desta com o meio físico, pode-se dizer que o
ecossistema é a unidade básica do estudo ao redor da qual se pode organizar
a teoria e a prática em ecologia. (Lambin, 2004)

Um ecossistema ou sistema ecológico possui vários componentes. Pode


ser formado por uma floresta inteira, numa grande área chamada de “macro-
ecossistema”, ou por uma planta a exemplo das bromélias, ou seja, uma área
pequena chamada “micro-ecossistema”. Assim semelhante a um grande
ecossistema que apresenta todos os fenómenos e factores que determinam e
definem o ambiente dos seres vivos, no pequeno ecossistema acontece o
mesmo Consideram-se como factores bióticos os efeitos das diversas

7
populações de animais, plantas e bactérias umas com as outras e abióticos os
factores externos como a água, o sol, o solo, o gelo, o vento. (Lambin, 2004)

A alteração de um único elemento pode causar modificações em todo o


sistema, podendo ocorrer a perda do equilíbrio existente. O conjunto de todos
os ecossistemas do mundo forma a Biosfera. (Minster, 1997)

De acordo com as definições, não há diferença entre ambos.


Biogeocenoses podem ser considerados como um sinónimo de um
ecossistema completo. No entanto, há uma opinião generalizada de que
biogeocenoses podem servir como um análogo do ecossistema no nível
primário, o termo lugares "biogeocenoses" dá maior ênfase na ligação entre
comunidade ecológica e um determinado ambiente de terra ou água, enquanto
ecossistema envolveria qualquer enredo abstracto. Deste modo,
biogeocenoses são geralmente considerados um caso particular dos
ecossistemas. Diferentes autores, na definição do termo biogeocenoses, listam
componentes bióticos e abióticos específicos, enquanto a definição do
ecossistema é mais geral. (Minster, 1997)

Estrutura do ecossistema

´´ O ecossistema possui dois componentes podem ser distinguidos: o


abiótico e o biótico´´. (Lambin, 2004)

O biótico se divide em componentes autotróficos (ou produtores) e


heterotróficos (ou consumidores e decompositores), que formam a estrutura
trófica do ecossistema. Os organismos autotróficos podem ser definidos como
seres que são capazes de sintetizar o seu próprio alimento, ou seja, são
capazes de utilizar material inorgânico para sintetizar material orgânico; os
organismos heterotróficos, por sua vez, não são capazes de produzir seu
próprio alimento, dependendo do consumo de material orgânico previamente
formado. (Lambin, 2004)

A principal fonte de energia para o ecossistema manter seus vários


processos é a capacidade dos produtores de assimilar a energia do sol, e a
passagem de energia por organismos que consomem e são consumidos é
denominada cadeia alimentar, com cada posição ocupada pelos organismos ao

8
longo desta cadeia recebendo o nome de nível trófico. Autotróficos são,
portanto, o primeiro nível trófico do ecossistema. Os níveis heterotróficos de
ecossistemas são formados em detrimento dos consumidores (2ª, 3ª, 4ª e
níveis subsequentes), e terminam nos decompositores, que traduzem matéria
orgânica em formas minerais (componentes abióticos) que podem ser
assimiladas pelo elemento autotrófico. (Lambin, 2004)

Os principais componentes do ecossistema

Em termos de estrutura do ecossistema:

 Regime climático, que determina a temperatura, humidade, condições


de iluminação e outras características físicas do ambiente;
 Substâncias inorgânicas são incluídas no ciclo;
 Compostos orgânicos que ligam a parte bióticos e abióticos no ciclo de
matéria e energia;
 Produtores, que são organismos que criam a produção primária;
 Fagótrofo, heterotróficos, que se alimentam de outros organismos ou
partículas maiores de matéria orgânica;
 Sapropélitos-heterotróficos, principalmente fungos e bactérias, que
quebram a matéria orgânica morta, mineralizando-a, e assim a
retornando para o ciclo.

Os últimos três componentes formam a biomassa do ecossistema.

Do ponto de vista do funcionamento dos ecossistemas, os blocos funcionais de


organismos (além autotrófico) são os seguintes:

 Biofagia - organismos que se alimentam de outros organismos vivos,


 Saprofitófagos - organismos que se alimentam de matéria orgânica
morta.

Essa divisão mostra a ligação de tempo funcional no ecossistema, com


um foco sobre a separação no tempo da formação de matéria orgânica e sua
redistribuição dentro do ecossistema (biofagia) e processamento dos
saprofitófagos. Entre o definhamento da matéria orgânica e a sua
transformação de volta em seus constituintes no ciclo da matéria do
ecossistema, pode-se ter um período significativo de tempo - por exemplo, no

9
caso de troncos de pinheiro, o período é de mais de 100 anos. Todos estes
componentes são interligados no tempo e no espaço e formam um sistema
estrutural e funcional comum. (Baud, Bourgeat, & Bras, 2007)

Biótopo

Em Ecologia, um biótopo ou ecótipo (do grego βιος - bios = vida


+ τόπoς = lugar, ou seja, lugar onde se encontra vida) é uma região que
apresenta regularidade nas condições ambientais e
nas populações animais e vegetais. Corresponde à menor parcela de
um habitat que é possível medir geograficamente. Mais amplamente, também
pode ser considerado como um lugar que oferece as condições ambientais
adequadas para a subsistência de uma comunidade de organismos vivos.
(Garrido & Costa, 2006)

Este conceito costuma ser confundido com o de nicho ecológico, mas enquanto
o biótopo consiste na relação criada entre o ser vivo e a totalidade dos factores
ambientais que o afectam, nicho ecológico diz respeito à maneira como os
organismos respondem aos recursos existentes, à competição com outros
seres e aos factores ambientais presentes em sua zona de vida para
sobreviver. (Baud, Bourgeat, & Bras, 2007)

Biocenose

Biocenose, biota ou comunidade biológica é o grupo de seres vivos de


diferentes espécies que coexistem e desenvolvem sua reprodução no mesmo
biótopo. O termo "biocenose" (do grego bios, vida, e koinos, comum, público)
foi criado pelo zoólogo alemão Karl August Möbius, em 1877, para ressaltar a
relação de vida em comum dos seres que habitam determinada região. A
biocenose de uma floresta, por exemplo, compõe-se de populações
de arbustos, árvores, pássaros, formigas, microrganismos etc., que convivem e
se inter-relacionam. (Baud, Bourgeat, & Bras, 2007)

Klimatop

Klimatop é a combinação de características físicas e químicas no


ambiente do ar ou da água que é essencial para os organismos vivos e o
ambiente. Klimatop define a longo prazo as características físicas. (Baud,
Bourgeat, & Bras, 2007)

10
Edafotop

Edafotop é o ambiente pedológico (ou do solo) de um biótopo.

A edafologia (do grego ἔδαφος, edafos, "solo" + λογία, logia) é


a ciência que trata da influência dos solos em seres vivos,
particularmente plantas, incluindo o uso do solo pelo ser humano com a
finalidade de proporcionar o desenvolvimento das plantas. (Lambin, 2004)

Biomas

Um dos principais meios de divisão de ecossistemas é dividir


geograficamente o sistema dentro da sua zona climática. De acordo com
Robert H. Whittaker, é um grupo de ecossistemas do continente, que têm
uma estrutura semelhante ou fisionomia da vegetação e da natureza geral das
condições ambientais. Esta definição é um pouco incorrecta, uma vez que há
alguns biomas estão presentes em diferentes continentes, por exemplo,
a tundra bioma ou a estepe. No momento, a definição mais comum é: "Bioma -
um conjunto de ecossistemas com um tipo similar de vegetação, localizada em
uma zona natural climática". (Baud, Bourgeat, & Bras, 2007)

Bioma – “Conjunto de vida (vegetal e animal) definida pelo agrupamento


de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com
condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças,
resultando em uma diversidade biológica própria.” (Baud, Bourgeat, & Bras,
2007)

Bioma – “grande comunidade estável e desenvolvida, adaptada às


condições ecológicas de uma certa região, e geralmente caracterizada por um
tipo principal de vegetação, como, por exemplo, a floresta temperada”. (Baud,
Bourgeat, & Bras, 2007)

Um mesmo bioma terrestre pode ser encontrado em diferentes


continentes, apresentando variações na fauna e na vegetação. Os biomas
diferem quanto à fisionomia, estrutura, e factores ambientais relacionados ao
clima, como temperatura, quantidade e distribuição das chuvas, solo e altitude.
(Baud, Bourgeat, & Bras, 2007)

11
OS GRANDES ECOSSISTEMAS DA SUPERFÍCIE TERRESTRE

1. ECOSSISTEMA DE FLORESTA TROPICAL

Localização e clima: regiões próximas à linha do Equador. Clima húmido


e quente, chuvas abundantes, estações mal definidas. As Florestas Tropicais
se desenvolvem em baixas altitudes e próximas do equador, entre os trópicos
de Câncer (30º N) e Capricórnio (30º S), estando presente em ambos os
hemisférios e encontradas principalmente na África, Austrália, Ásia e Américas
Central e do Sul. (Educação, 1998)

Vegetação: muito densa e rica em espécies. Árvores perenifólias, muitas


delas de grande porte; sub-bosque com grande variedade de espécies de
arbustos, epífitas e herbáceas. (ver anexo 1)

Fauna: grande biodiversidade: macacos do Novo Mundo - como o sagüi


e o mico-leão, bicho-preguiça, onça (América do Sul - Central); gorila,
chimpanzé, leopardo (África); orangotango. tigre (Ásia) etc. No Brasil
correspondem à Floresta Amazônica e à Mata Atlântica. (Baud, Bourgeat, &
Bras, 2007)

Este é o bioma de maior produtividade biológica da Terra, resultado da


alta radiacção solar, com temperaturas que variam entre 18 e 30° C, e do alto
índice pluviométrico já que recebe durante um ano inteiro mais de 2000 mm de
chuvas. Essas florestas são formadas por árvores que alcançam entre 18 e 46
metros de altura. (Educação, 1998)

A vegetação é nitidamente estratificada verticalmente com, no mínimo,


três estratos, cada um com um micro clima, fauna e flora específica e
adaptada. A parte mais alta da floresta é chamada de dossel, e possui uma
grande densidade de folhas sempre verdes e galhos que se espalham para
captar o máximo de luz solar. Quase todas as acções em uma floresta tropical
ocorrem no seu dossel, incluindo fotossíntese, floração, frutificação, predação e
herbívora. Devido à densa cobertura no dossel da floresta, a parte mais inferior
da floresta, chamado de subbosque, recebe pouca luminosidade e não é denso
sendo composto de espécies arbustivas e herbáceas. Estas plantas são

12
adaptadas para fazer fotossíntese com pouca luz, e são chamadas de
umbrófilas. Por outro lado, uma característica comum em Florestas Tropicais é
o fato de muitas plântulas e árvores jovens permanecem por muitos anos
dormentes, esperando uma oportunidade para crescerem e alcançarem o
dossel da floresta. Algumas espécies de plantas, chamadas epífitas, crescem
directamente na superfície húmida superior das árvores. Estas plantas, que
incluem uma variedade de orquídeas e samambaias, formam a área mesófila, o
estrato da floresta abaixo do dossel; e, por não poderem retirar nutrientes do
solo, retiram de fendas e húmus das árvores. Nestas florestas há uma grande
queda de folhas formando a serrapilheira, a qual é rapidamente decomposta
por espécies decompositoras, geralmente microorganismos, fazendo que os
nutrientes sejam rapidamente liberados no solo. (Educação, 1998)

Dentre as florestas tropicais existem as florestas tropicais sazonais, também


chamadas de subperenifólias, estas são consideradas por alguns autores como
biomas distintos. Essas florestas possuem um período de seca pronunciado e
algumas ou todas (depende da severidade da seca), as árvores perdem suas
folhas. Essas florestas ocorrem, por exemplo, na Ásia tropical e no interior do
estado de São Paulo, onde são chamadas de florestas estacionais. (Baud,
Bourgeat, & Bras, 2007)

2. ECOSSISTEMA DE SAVANA

Localização e clima: formação típica do continente africano, embora haja


equivalentes na América e na Ásia. Ocorre nas zonas tropicais, quentes, com
duas estações bem definidas: uma chuvosa (curta) e outra seca. (Educação,
1998)

Vegetação: predominam as gramíneas de grande porte, mas ocorrem


também árvores (baobás e acácias) e arbustos dispersos. (ver anexo 2)

Fauna: zebras, gazelas, gnus, leões, hienas, búfalos, elefantes.

As savanas ou campos tropicais localizam-se em regiões quentes da


América do Sul, África e Austrália e a precipitação varia de 1.000 a 1.500 mm
por ano. No entanto, como as chuvas não são distribuídas uniformemente
podem ocorrer longos períodos de seca com ocorrência de fogo, que constitui
13
um fenômeno importante deste ambiente, principalmente, na estrutura da
vegetação. A vegetação que predomina nesse bioma é herbácea, geralmente
baixa, com algumas árvores e arbustos espaçados entre si. Nas savanas, ao
contrário do que ocorre nas florestas tropicais, uma única espécie de gramínea
ou árvore pode dominar a paisagem por grandes áreas. A fauna das savanas,
principalmente de grandes herbívoros e carnívoros, não é superada por
nenhum bioma do mundo. Nestes biomas são encontrados a girafa, o
rinoceronte, os leões e aves como o avestruz e a ema. O fato de ocorrer longos
períodos de seca os insectos são mais abundantes durante o período chuvoso
e os répteis durante o período seco. As estações são marcadas por
abundância de alimentos durante o período chuvoso e escassez de alimento no
período seco, sendo que em anos mais secos os animais herbívoros sofrem
com extrema fome e mortalidade. (Garrido & Costa, 2006) Desta forma, muitas
espécies, principalmente de aves, não conseguem encontrar recursos
suficientes para sobreviver neste bioma durante o ano inteiro e migram para
outras áreas durante o período seco. Os Rinocerontes são grandes mamíferos
perissodátilos (com número ímpar de dedos em cada pata) caracterizados por
apresentarem uma pele espessa e pregueada e um ou dois chifres sobre o
nariz; é esta característica que está na origem do nome. Estes animais habitam
as savanas e florestas tropicais da África e Ásia. Como símbolo do safári
africano, pertence ao grupo de animais selvagens chamado de big five,
correspondente aos cinco animais maiores: leão, leopardo, elefante, búfalo e
rinoceronte. Ao contrário do que muita gente pensa, nem todos os rinocerontes
têm chifres. Por isso, os que possuem estão apenas na família Rhinocerotidae.
E nem todas as espécies dessa família os tinham, como o Aceratherium.
(Lambin, 2004)

14
3. ECOSSISTEMA DESERTICO

Localização e clima: em zonas com precipitação muito escassa e


temperaturas elevadas, com grandes variações entre o dia e a noite. (Garrido &
Costa, 2006)

Vegetação: escassa e adaptada à insuficiência de água. Destacam-se


os cactos (América) e as palmeiras (África e Ásia), além de gramíneas e
arbustos típicos desse bioma. (ver anexo 3)

Fauna: coiote, puma, cascavel (Américas); chacal, dromedário (África,


Ásia).

A reduzida precipitação deve-se a sua localização em áreas de alta


pressão, onde se originam os ventos, o que impede a chegada de umidade
nessas regiões, ou em áreas atrás de altas cadeias montanhosas ou em
altitudes muito elevadas, e mesmo quando ocorrem em regiões que recebem
uma maior precipitação, esta é distribuída de forma muito desigual. Nos
desertos, o clima é geralmente quente, mas existem desertos frios como nas
montanhas do Tibet na Ásia. Devido às grandes temperaturas nos desertos
quentes as chuvas raras, fortes e de pequena duração não se infiltram no solo,
evaporando rapidamente. (Minster, 1997)

A vegetação é rara e espaçada, predominando o solo nu. A vegetação


dos desertos pode ser enquadrada em dois padrões de comportamento. Muitas
espécies são oportunistas e a germinação é estimulada pelas chuvas
imprevisíveis. Estas crescem rapidamente e completam seus ciclos de vida
depois de poucas semanas. Outro padrão diferente são as plantas perenes
com processos fisiológicos lentos com caules suculentos, como os cactos, que
controlam a perda e falta de água através do fechamento dos seus estômatos.

Devido à baixa produtividade vegetal e a indigestibilidade dessas, a


diversidade animal é baixa e muitos animais são nômades, que se deslocam
constantemente pela necessidade de encontrar água. No deserto só alguns
animais conseguem retirar água do seu alimento. Entre eles há vários
artrópodes, lagartos, algumas aves e roedores como os da família Gerbillinae
que apesar de não pertencerem à família dos ratos são chamados de ratos do
15
deserto. Entre os mamíferos que habitam o deserto um dos mais conhecidos é
o camelo que ao contrario que se pensava ao se alimentarem de vegetais ricos
em líquido, como os cactos, não armazenam água nas suas bossas, mas sim
gordura, e isto confere reservas para andar grandes distâncias sem beber água
ou alimentar-se. (Baud, Bourgeat, & Bras, 2007)

4. ECOSSISTEMA DE FLORESTA TEMPERADA –


CADUCIFÓLIA

Localização e clima: regiões com solo fértil e clima chuvoso, com verões
de temperaturas amenas e invernos frios, porém menos intensos do que no
caso da taiga. (Educação, 1998)

Vegetação:predominam as árvores caducifólias, como as faias, os


carvalhos, os álamos e os castanheiros. Entre elas crescem arbustos, como a
amoreira silvestre.

Fauna: ursos, cervos, lobos, javalis, roedores. No inverno, a floresta


muda drasticamente: as plantas perdem suas folhas, as aves emigram para
zonas mais quentes, os répteis interrompem sua atividade e os ursos
hibernam. (Educação, 1998)

É um bioma encontrado nas regiões situadas entre os pólos e os


trópicos e abrange o oeste e o centro da Europa, leste da Ásia e o leste dos
Estados Unidos, embora algumas fontes citem que no Chile as possua. As
árvores dominantes das florestas temperadas são as que perdem suas folhas
(decídua) durante o Outono ficando em seguida dormentes. Por este motivo,
também recebem o nome de floresta decídua caducifólia. (Baud, Bourgeat, &
Bras, 2007)

O clima é temperado com médias anuais moderadas e caracteriza-se


pela ocorrência de quatro estações bem definidas com os dias de invernos
curtos e baixas temperaturas, inclusive abaixo de zero, podem perdurar por até
seis meses. Esse bioma recebe de 750 a 1.500 mm de chuva por ano
distribuído uniformemente. Os solos são geralmente abundantes em matéria

16
orgânica, com uma grande riqueza de ervas que crescem durante a primavera
enquanto as árvores ainda estão sem folhas. (Soma, 2013)

5. ECOSSISTEMA DE PRADARIA

Localização e clima: ocupam amplas zonas do interior dos continentes.


Clima temperado e precipitações variáveis. (Educação, 1998)

Vegetação: as plantas predominantes são as gramíneas, embora


existam algumas árvores e arbustos dispersos. (ver anexo 4)

Fauna: nas pradarias norte-americanas, bisões e marmotas. Nas


estepes euro-asiáticas, o chacal, o camelo, muitas aves e roedores.

Os bisontes ou bisões são grandes mamíferos ungulados e ruminantes


do género Bison, da família Bovidae, com duas espécies ainda existentes, o
bisonte-europeu, Bison bonasus, e o bisonteamericano, Bison bison. Têm
cornos curtos, negros, curvados para cima e para o eixo do animal e os ombros
elevados numa bossa e com uma forte cobertura de pêlos longos; os cascos
são redondos e negros. O bisonte-europeu (também chamado wisent, em
inglês) tem uma juba e barba menos luxuriante que o americano (também
chamado buffalo, embora os verdadeiros búfalos sejam animais da mesma
família, mas da África e da Ásia), enquanto estes tem as pernas mais curtas.
Os machos podem atingir uma altura ao nível dos ombros de cerca de 1,8 m,
um comprimento do corpo de 3,6 m e um peso de 1130 kg, enquanto as
fêmeas são menores. A pelagem de inverno do bisonte-americano é castanha
escura, esparsa e muda na primavera para um pêlo curto e castanho claro e
também é menos luxuriante nas fêmeas que nos machos. O seu tempo de vida
é de 30 a 50 anos. A marmota é uma das presas preferidas das grandes aves
da rapina, e por isso todos os componentes do grupo revezam-se em uma
vigilância constante. Levantando a parte anterior do seu corpo, ganham altura e
podem se prevenir de qualquer imprevisto. Vivem no hemisfério norte, em
regiões montanhosas, onde o clima rigoroso não permite uma vegetação mais
desenvolvida do que a erva dos prados alpinos. As marmotas são herbívoras,
para se alimentar não fazem grande esforço, já que sua dieta é composta pela
mesma erva dos prados que rodeiam seus abrigos. Em tempos remotos, como

17
na época das glaciações, a marmota comum ocupavam grande parte da
Europa. (Educação, 1998)

6. ECOSSISTEMA DE TUNDRA

Localização e clima: zonas próximas ao polo Norte; temperaturas muito


baixas durante todo o ano.

Vegetação: musgos, liquens e algumas ervas e arbustos com raízes


pouco profundas (pois o solo permanece congelado a maior parte do ano). No
verão, com o degelo, aparecem charcos e prados com plantas anuais. (ver
anexo 5)

Fauna: bois almiscarados, renas, alces, raposas, lebres, perdizes da


neve, ursos polares e roedores (como os lemingues). A fauna é composta na
sua maioria de animais migratórios que chegam durante o verão, mas alguns
animais são residentes como o caribu, as raposas, as aves predadoras, o urso
polar e pequenos mamíferos que constroem túneis no manto da vegetação,
como os lemingues. Muitos dos animais residentes, como a Raposa-do-Ártico
(Alopex lagopus), são miméticos no inverno, tornando branca a cor dos seus
pêlos. Este fato ocorre, na maioria das vezes, por mudas sazonais da pelagem.
(Baud, Bourgeat, & Bras, 2007)

A Tundra é encontrada na região do Círculo Polar Árctico, acima dos 57° Norte.
É característica de o seu clima possuir apenas duas estações; um inverno
longo e frio, com noites contínuas e um verão curto com temperaturas amenas.
Apesar da quantidade de chuva estar concentrada no verão e ser inferior a 100
mm por ano, este não é um factor limitante para a vida, já que a taxa de
evaporação também é baixa. (Garrido & Costa, 2006) As baixas temperaturas e
as curtas épocas de crescimento são os principais factores limitantes da vida
nesse bioma. Todo o solo passa o inverno congelado e durante o verão apenas
uma fina camada superior, cerca de 15 cm, descongela, e, o subsolo que
continua congelado é chamado em inglês de permafrost. Com isso, a tundra
possui um solo com pouca profundidade e encharcado durante o verão, devido
à precipitação, o que possibilita o crescimento da vegetação, que é formada
principalmente por gramíneas, plantas lenhosas anãs e líquenes. A tundra é

18
um bioma frágil devido à fina camada do seu solo fértil, que com o aumento
dos impactos antrópicos, como a exploração mineral, pode ter seu solo
facilmente destruído. (Educação, 1998)

7. ECOSSISTEMA DE TAIGA (FLORESTA DE CONÍFERAS)

Localização e clima: zonas de clima temperado a frio, com invernos frios


e verões temperados e húmidos. Solo raso e pedregoso. (Educação, 1998)

Vegetação: a floresta é formada por coníferas (pinheiros, abetos,


cedros), árvores com folhas em forma de agulha, adaptadas às baixas
temperaturas invernais. (ver anexo 6)

Constitui um cinturão abaixo do Círculo Polar Ártico que limita o domínio


da Tundra ocorrendo entre os paralelos 45° N e 70° Norte, da América do Norte
até a Eurásia. Para a maioria dos autores não existem correspondentes no
Hemisfério Sul. Supostamente, os macacos na América do Sul não
conseguiam alcançar os seus pinhões, as suas deliciosas sementes, por causa
da estrutura física desafiadora desta árvore. (Educação, 1998)

Este bioma recebe menos de 300 mm de chuva por ano distribuída


durante todo ano, e como a Tundra, possui duas estações bem distintas com o
predomínio do inverno sobre o verão. O solo se congela durante o inverno, mas
ao contrário do que ocorre na Tundra, no verão ele descongela totalmente.
Porém, em algumas áreas como nas florestas de spruce (Picea) parte do solo
continua congelado durante todo ano. A forma vegetal dominante é formada
por árvores de conífera, como os pinheiros (Pinus), abetos (Abies) e spruce
(Picea), que possuem folhas adaptadas à falta de água, com pequena área e
em forma de acículas (agulhas). (Educação, 1998)

Picea é um género de coníferas pertencentes à família Pinaceae, ordem


Pinales. Possui 35 espécies que podem ser encontrados em climas
temperados e boreais no hemisfério Norte (Taiga). (Garrido & Costa, 2006)

São árvores grandes que vão dos 20 aos 60 metros de comprimento. A


biomonotonia, que consiste em florestas onde apenas uma espécie de árvore é
encontrada, caracteriza essa vegetação, podendo gerar condições ideais para

19
o desenvolvimento de pragas e epidemias. Devido ao fato das árvores deste
bioma permitir pouca passagem de luz para os estratos inferiores, aliado ao
fato da baixa decomposição das folhas das coníferas no solo, o
desenvolvimento arbustivo e herbácea é muito baixo. Além disso, algumas
espécies são alelopáticas, impedindo o crescimento de outras plantas no solo e
assim diminuindo a competição por água. Entre os muitos animais que habitam
a Taiga, como o alce, o tentinhão e tetraz, os que mais chamam a atenção são
os que possuem oscilações em suas populações entre presa e predador, como
o caso clássico da lebre americana e seu predador, o lince. (Baud, Bourgeat, &
Bras, 2007)

Tetraz é o nome comum dado a um grupo de aves galiformes da família


Phasianidae, que habita exclusivamente o hemisfério Norte e inclui muitas aves
cinegéticas, caçadas por desporto ou para alimentação. Os tetrazes alimentam-
se, sobretudo de sementes e bagas, mas também consomem insectos e outros
pequenos invertebrados. (Garrido & Costa, 2006) Na maioria das espécies, o
macho controla um grupo familiar composto por várias fémeas, que defende de
potenciais rivais. O lince (Lynx spp.) é um mamífero da ordem Carnivora,
família Felidae, sendo portanto um carnívoro. O género tem distribuição
geográfica vasta mas está confinado ao Hemisfério Norte. Os linces são por
vezes classificados dentro do género Felis. Os linces são felinos de dimensões
um pouco maiores que o gato doméstico, podendo pesar até 30 kg. Têm a
cauda curta e orelhas bicudas, com um tufo de pelos na ponta. (Baud,
Bourgeat, & Bras, 2007)

20
CONCLUSÕES

Depois de várias pesquisas feitas, chegamos às seguintes


conclusões:

Ecossistema é um conjunto de comunidades que vivem num determinado local


e que interagem entre si e com o meio ambiente, constituindo um
sistema estável, equilibrado e auto-suficiente.

O ecossistema possui dois componentes podem ser distinguidos: o abiótico e o


biótico.

Bioma – “Conjunto de vida (vegetal e animal) definida pelo agrupamento de


tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com
condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças,
resultando em uma diversidade biológica própria.”

A superfície terrestre existe vários ecossistemas, dentre os quais podemos


citar:

 Ecossistema de floresta tropical


 Ecossistema de savana
 Ecossistema desértico
 Ecossistema de floresta temperada – caducifólia
 Ecossistema de pradaria
 Ecossistema de tundra
 Ecossistema de Taiga (floresta de coníferas)

21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Baud, P., Bourgeat, S., & Bras, C. (2007). Dicionário de Geografia. Lisboa -
Portugal: Plátano Editora.

Educação, M. d. (1998). Geografia física 9ª classe - Ensino médio. Angola:


Plátano Editora.

Garrido, D., & Costa, R. (2006). Dicionário Breve de Geografia. Lisboa -


Portugal: Editorial Presença.

Lambin, É. (2004). A terra sobre a corda bamba - para um reequilíbrio


ecológico. Lisboa - Portugal: Instituto Piaget.

Minster, J. -F. (1997). A máquina oceano. Lisboa - Portugal: Instituto Piaget.

Soma, E. T. (2013). Lições de meteorologia e climatologia. Portugal: Regra


Papiro.

22
ANEXOS

23
Anexo 1 Anexo 2

Anexo 3 Anexo 4

Anexo 5 Anexo 6

24

Você também pode gostar