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Introdução
A superfície terrestre adquire diversos formatos e configurações graças
a fatores que agem na formação e modelagem do relevo por meio de
processos endógenos e exógenos. O conhecimento desses processos
é fundamental para a compreensão das dinâmicas geomorfológicas e
dos fenômenos derivados.
Neste capítulo, você entenderá como a teoria geossistêmica orientou
os estudos no campo da geomorfologia, possibilitando uma análise
integrada de diversos fenômenos que agem simultaneamente na forma-
ção da paisagem. Também compreenderá como os agentes internos e
externos agem na formação e modelagem do relevo terrestre, como os
processos de vulcanismo, tectonismo, erosão e intemperismo. Por fim,
conhecerá as transformações da superfície terrestre a partir do impacto
causado pela sociedade, avaliando os inúmeros processos decorrentes
das ações antrópicas.
A compreensão da gênese da formação do relevo e dos inúmeros
processos que causam sua modificação é fundamental para compreender
a dinâmica da paisagem e as ocupações humanas, além da morfologia
que adquire a superfície da Terra.
2 Interações entre as dinâmicas interna e externa na transformação do relevo
Por meio dos estudos sistêmicos, procurou-se entender a parte que cabe
à Geografia na análise integrada entre os fluxos de matéria e energia dos
sistemas ambientais, desenvolvendo nessa empreitada o termo/conceito de
“geossistema” que, desde sua criação, subsidia a análise dos processos geo-
gráficos de interface entre sociedade e natureza através, essencialmente, do
conceito de paisagem, primeiro na perspectiva russa e, posteriormente, na
francesa, onde se atribuiu grande valor à ação antrópica sobre o geossistema.
[...] sugeriu nesse sentido três níveis de tratamento para a pesquisa geomorfo-
lógica, com o objetivo de estabelecer suas bases. O primeiro nível compreende
a compartimentação topográfica regional, a descrição e a caracterização dos
modelados; o segundo relaciona-se à estrutura superficial da paisagem, que
corresponde às observações dos depósitos, às feições pretéritas de relevo
(“superfícies de aplanamento, residuais”, etc.) e às feições recentes (“vertente,
terraços”, etc.); o terceiro nível corresponde à fisiologia da paisagem, com-
preendendo os processos morfoclimáticos e pedogenéticos atuais.
[...] a teoria dos sistemas forneceu importante embasamento teórico aos es-
tudos geomorfológicos, estimulando a revisão das concepções nesse campo
do conhecimento. Com esse enfoque, observa os fatos geomorfológicos sob
4 Interações entre as dinâmicas interna e externa na transformação do relevo
A teoria geral dos sistemas, nesse contexto, permite que haja uma pers-
pectiva de análise geomorfológica que compreenda as trocas (entrada e saída)
dentro do sistema, mas também admite uma relação com o ambiente. Essa
relação com o ambiente é tratada pela teoria do geossistema, em que o con-
junto de sistemas (biológico, ecológico, antrópico) se relaciona, provocando
alterações no relevo terrestre, ou seja, as modificações do relevo não podem
ser compreendidas de maneira indissociável à evolução da paisagem e, con-
sequentemente, ao geossistema (Figura 1).
Depósitos tecnogênicos são locais onde são encontrados registros históricos da interfe-
rência humana em processos naturais. Esse registro marca uma drástica alteração natural
efetuada em tempos antigos, e os detritos são depositados, geralmente, em fundos de vale.
Figura 8. (a) Erosão de solo em área urbana; (b) deslizamento de encosta no Rio de Janeiro.
Fonte: Paula (2016, documento on-line); Lucena (2018, documento on-line).
Acesse o link a seguir e leia um artigo que apresenta um estudo de caso relacionado
à exploração da mineração e à alteração do relevo local (SOUZA; PEREIRA, 2015).
https://qrgo.page.link/vBjPj