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RELATÓRIO DE ATIVIDADES – PROGRAMAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPI

PARTE I – IDENTIFICAÇÃO

Tipo do Relatório: ( ) Parcial ( X ) Final


( ) PIBIC/CNPq/UFPI
( ) PIBIC-Af/CNPq/UFPI
Programa:
(X) ICV/UFPI
( ) PIBIC-EM/CNPq/UFPI
Titulo do Plano de Trabalho: Economia Regional do Piauí: estrutura e realidade
Nome do Orientador(a): FRANCISCO PRANCACIO ARAÚJO DE CARVALHO
Nome do Orientando(a): JOAO VITOR RODRIGUES DE ARAUJO

PARTE II – RELATO TÉCNICO-CIENTÍFICO

1. Introdução

O tema da Economia Regional tem sido objeto de crescente interesse, impulsionado por novas teorias
e métodos que aprimoram a compreensão da dinâmica espacial da atividade econômica entre regiões. Ao
considerar a difusão desigual no espaço de bens, recursos e indivíduos, a análise da Economia Regional
abrange um amplo horizonte de estudo. Essa abordagem revela uma realidade econômica evolutiva que
apresenta diversos problemas estruturais, tanto de ordem econômica, quanto social e ambiental para o Brasil.
No caso do Piauí, o estado apresenta uma estrutura produtiva pouco integrada entre os setores e com
poucos municípios que concentram maior parte de sua produção e população. Qual o grau de rigidez e
integração da economia do Piauí no contexto regional e inter-regional do setor industrial? O objetivo deste
estudo é entender se a estrutura econômica industrial do Piauí é rígida e interdependente internamente, e como
as diferenças entre os municípios do Piauí podem afetar o desenvolvimento econômico e social da região como
um todo. A hipótese é que o estado do Piauí apresenta rigidez na conformação do produto industrial ao longo
do tempo, com perda de participação na geração de valor, forte concentração produtiva e redução do grau de
associação produtiva.
Para solucionar o problema apresentado, o objetivo geral foi analisar a estrutura da economia industrial
do Piauí entre municípios, observando como a produção está distribuída entre regiões. Para atingir esse
objetivo, foram estabelecidos três objetivos específicos: o primeiro foi mensurar as estatísticas descritivas da
produção global da economia e do setor industrial; o segundo foi identificar agrupamentos de municípios da
economia como um todo e da indústria (clusters).
Durante o processo de pesquisa, foram utilizados dois instrumentos básicos como base metodológica:
estatística descritiva e análise exploratória de dados espaciais. A estatística descritiva foi utilizada para
organizar as informações das contas regionais do país e identificar as diferenças estruturais das economias ao
longo do período de 2002 a 2020. Já a análise exploratória de dados espaciais foi empregada para identificar
os arranjos econômicos espaciais no estado do Piauí.
A fonte de dados básica foi o IBGE (2022), em que se fez a coleta das informações do Produto Interno Bruto
(PIB) total, o Valor Adicionado Bruto (VAB) industrial agregado e desagregado, tendo por referência o ano de
2010 das Contas Nacionais do Brasil. Para a verificação das alterações estruturais ao longo do tempo, de forma
a revelar a rigidez da participação econômica e social regional, em especial ao setor industrial, realizou-se
cortes temporais de 2002 a 2020.
A estrutura do trabalho é composto por quatro seções que começa, em sequência, com uma breve
apresentação do tema de estudo por meio de uma revisão de literatua, seguido da apresentação da
metodologia utilizada, os resultados e discussões do trabalho de pesquisa e, por último, de um breve capítulo
de conclusão.

2. Revisão de Literatura

2.1 Economia Regional, conceitos e fundamentos

O conhecimento da economia se desenvolveu, até o fim do século dezoito, graças à observação do


papel do espaço na vida econômica, como foi mostrado por Pierre Dockès há uma geração atrás (Dockes,
1969, apud Claval, 2005). Todavia, grande parte dos livros de economia insistem em negligenciar a geografia
em suas elaborações. O ramo principal da ciência econômica ignorou o papel do espaço por mais de um século,
até os anos 1930 (Claval, 2005). Essa relação entre a economia e a geografia, em grande parte, ocorreu de
forma primária nos estudos mais recentes, em especial nos autores ortodoxos. Segundo Mauro Borges:

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A nosso ver, a razão para este processo de redescoberta da geografia na economia


deve-se a uma mudança na agenda de pesquisa destes autores, em particular a crescente
percepção do papel crítico dos retornos crescentes de escala como fator endógeno do
processo de concorrência e do crescimento econômico. Os novos avanços na incorporação do
cálculo diferencial e integral nos modelos de equilíbrio geral têm possibilitado contemplar a
desigualdade dos agentes e do espaço geográfico na dinâmica econômica. (Lemos, 2005, p.
175).
Na perspectiva de Dubey (1977, apud Souza, 1981), a economia regional se preocupa em compreender
as diferenças presentes nas relações entre as diferentes áreas que compõem um sistema de regiões nacionais.
Essas relações se deparam com limitações quanto aos seus recursos, sendo estes distribuídos de forma
heterogênea no espaço e apresentando mobilidade imperfeita. Desse modo, segundo Souza (1981), a
economia regional se preocupa em introduzir o elemento espaço, até então ignorado nas análises dos modelos
neoclássicos, além do estudo de problemas relacionados à separação espacial.
Para Walter Isard (1973, apud Souza, 1981), a economia regional se preocupa em analisar cinco
problemas fundamentais: identificar as indústrias a implantar com prioridade em cada região, para maximizar
o crescimento regional e assegurar rentabilidade satisfatória para o empreendimento; aumentar a renda per
capita e os níveis de emprego regionais; proporcionar a integração interna do parque industrial regional, bem
como sua diversificação; proporcionar o planejamento nacional com base na agregação dos planejamentos
regionais, de sorte a obter-se a alocação racional dos recursos escassos; ocupar mais racionalmente o espaço
nacional, partindo da melhor forma possível os homens e as atividades econômicas.
Ainda, sob a concepção desse autor, existem três formas de analisar os impactos econômicos da
dimensão espacial. A primeira é a análise linear, onde, consideram-se como fixos o sistema de transporte e a
localização das atividades econômicas e dos recursos produtivos. Essa abordagem trata o espaço como um
fator de atrito para o fluxo de bens, serviços e fatores entre dois pontos, sendo a minimização desse fator o
responsável pelo problema fundamental da Economia Regional. Uma segunda abordagem se trata da
locacional, onde, nessa perspectiva, busca-se identificar os motivos pelo qual as atividades econômicas se
localizam em dadas regiões. A terceira abordagem trata da macroeconomia regional, que busca analisar as
inter-relações regionais e nacional, onde estas se integram. O processo de crescimento econômico quando
ocorre de forma desigual no espaço acarreta em problemas de disparidades regionais. Criam-se, assim,
relações desiguais entre essas regiões no que tange aos diversos estágios de produção e consumo.
Diniz (2005) aponta que quanto aos estudos recentes da economia regional e urbana, houveram muitos
avanços quanto aos instrumentos e a teoria que estão servindo de base para analisar e compreender
tendencias urbanas e regionais que formam subsídio para decisões tanto do setor público como privado
referentes ao tema. Do ponto de vista instrumental, foram adicionados aos modelos tradicinais uma gama de
instrumentos matemáticos, dentre eles a econometria espacial. Do ponto de vista teórico, segundo Diniz (2005):
Do ponto de vista teórico, além do resgate de formulações clássicas sobre localização,
áreas de mercado, centralidade urbana, foram desenvolvidas diferentes interpretações sobre
os determinantes da concentração e do crescimento diferenciado das cidades e regiões.
Destacam-se: a) a incorporação do conceito de retornos crescentes, com um esforço de
modelagem, para explicar os efeitos de polarização e de concentração regional das atividades
econômicas e das relações entre regiões desenvolvidas e subdesenvolvidas,
convencionalmente chamadas de relação centro-periferia; b) o papel do investimento e de
aspectos macroeconômicos (educação, abertura, estabilidade macro-econômica etc.) no
crescimento econômico diferenciado e nas possíveis convergências de renda entre regiões; c)
a análise do papel da inovação ou das mudanças tecnológicas e das diferentes formas
institucionais de sua organização para explicar o surgimento e a expansão de novas áreas
industriais baseadas em indústrias de alta tecnologia ou de novas formas de organização e
aglomeração produtiva; d) a análise dos condicionantes do ambiente social e institucional,
também conhecido por capital social, no desenvolvimento das regiões ou localidades, com
destaque para os exemplos dos “novos distritos industriais” italianos e a possibilidade de seu
desenvolvimento em outras regiões; e) as mudanças das forças organizadoras do espaço e as
novas características da centralidade urbana, à luz do processo de globalização,
metropolização e reconfiguração do espaço (Diniz, 2005, p. 17).
Souza (1981) mostra que apesar do elemento espacial nunca ter sido inserido bem nos modelos
clássicos da economia, devido aos pressupostos de uma continuidade espacial, é de consenso que os
territórios possuem como regra mais frequente a descontinuidade e heterogeneidade, atribuindo importância a
este primeiro elemento. De modo geral, para ele, as economias de mercado estimulam o deslocamento urbano
para regiões centrais, convergindo em uma concentração populacional e em uma redução no número de
centros. Segundo Lemos (2005), o processo de acumulação do capital ocorre de forma a incorporar novas
regiões e recriar regiões que antes eram periféricas mas que com o tempo passaram a subir na hierarquia
regional, convergindo com essa ideia de dinamismo dos centros urbanos. Nesse sentido, ao buscar estratégias

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para um desenvolvimento regional sustentável, são necessárias análises que envolvem instrumentos mais
complexos dados os níveis de heterogeneidade das economias regionais.
Vale destacar a necessidade de um conjutno de métodos que sejam capazes de contornar toda
complexidade envolvida em uma análise econômica regional. Para tal, a econometria espacial e análise
multivariada são umas das ferramentas capazes de dar suporte ao estudo do desenvolvimento regional, ao
avaliar os resultados econômicos inter-relacionados. Desse modo, conforme será apresentado na seção de
metodologia do trabalho, os métodos de estatística descritiva e análise exploratória de dados espaciais serão
aqueles utilizados para entender a dinâmica ecoômica espacial do Piauí.

2.2 A importância da indústria nas cadeias de valor

Segundo Kon (1994), um dos principais problemas que são abordados no processo de implementação
de uma indústria está relacionado à localização desta. Desse modo, ao decidir implantar ou ampliar uma planta
produtiva, a firma busca analisar além do preço do produto, qualidade e empregabilidade dos fatores, a
localização que direciona essas atividades. Para as firmas, a região escolhida para localização de sua indústria
está relacionada àquela que lhe renderá um maior retorno ao capital investido, sendo ela responsável por
analisar aspectos econômicos e técnicos dessa região. Segundo a autora, essas indústrias podem superar os
problemas locacionais por meio da implementação de tecnologia, todavia, por acarretarem custos adicionais,
estas preferem por se estabelecerem em regiões que já dispõem de acesso e ambiente favorável. Não
obstante, os fatores mais relevantes que condicionam a escolha de uma região para implementação de uma
planta industrial se encontram nos custos e eficiência dos transportes, localização do mercado consumidor,
disponibilidade e custos da mão de obra, custo da terra, disponibilidade de energia, suprimentos de matérias
primas, disponibilidade de água, eliminação de resíduos, dispositivos fiscais e financeiros, economias de
aglomeração e elementos intangíveis. Para Souza (1981), a região é um espaço contíguo, sendo este
matemático, geográfico ou econômico. E, segundo Kon (1994), cada região materializa, de forma física, aquilo
que é resultado de sua especialidade. Desse modo, é possível observar se estes fatores favorecem aquela
região a se tornar ou não um polo industrial.
Cada região manifesta uma representação física de sua espacialidade específica, ou
seja, propriedades próprias resultantes da inter-relação entre os determinantes históricos, que
se manifestam através de uma base de recursos (materiais, humanos e de capital) e de uma
base social subjacente (sistema de valores, político e econômico). 12 As implicações destes
condicionantes sobre o desenvolvimento das atividades produtivas em diferentes regiões
assumem papel primordial na determinação das situações de avanço ou atraso regional,
particularmente pela possibilidade, ou não, de um espaço apresentar condições para tornar-se
um pólo industrial (Kon, 1997, p. 173).
O motivo da importância do setor industrial em um país se dá principalmente pelo papel que este
desempenha no processo de difusão de pesquisa, desenvolvimento e inovação, geração de emprego e renda
e no fortalecimento nos demais setores da economia. Kaldor (1996, apud Pereira; Gonçalves, 2015) em um de
seus mais importantes trabalhos destacou o papel da Indústria para o crescimento do produto de um país e,
consequentemente, o seu desenvolvimento econômico. Em seu artigo, o autor conseguiu apresentar o
distanciamento entre as taxas de crescimento em diferentes países, de forma a evidenciar a importância do
Setor da Indústria de Transformação para o desenvolvimento econômico. De acordo com Kaldor (1996, apud
Pereira, H.; Gonçalves, F, 2015), o setor industrial é o motor do crescimento econômico, pois é ele que gera
inovações tecnológicas e aumenta a eficiência produtiva. Ele defendia que o setor industrial, com suas
economias de escala e de escopo, é capaz de produzir bens mais baratos e de melhor qualidade do que o setor
primário (agricultura) e secundário (comércio e serviços). Isso permite que as nações industriais possam
competir globalmente, aumentando sua participação na economia mundial.
Segundo Souza (1981), a transmissão espacial do progresso técnico que melhora o desempenho de
uma área em termos de crescimento diz respeito às inovações industriais e administrativas. Setores que
carregam com si essa maior capacidade de integração técnica e tecnológica, ou seja, aqueles que possuem
firmas inovadoras, atraem para suas regiões instituições e indivíduos mais propensos para a difusão de novas
tecnologias. Como já destacado, o setor industrial se encaixa nessas características. Ainda, o autor revela que
o progresso técnico se dá em regiões que possuem um elevado grau de investimentos, relacionando assim
que as taxas de investimentos estão fortemente ligadas ao progresso tecnológico.
Sob a tese do “Learning by doing”, é correto afirmar que o progresso técnico
se concentra nas regiões com maior volume de investimentos. Se o progresso técnico
estiver "incorporado" no capital, então sua aplicação depende da elevação da taxa de
investimento, o que será dificultoso para a região mais pobre. (Souza, 1981, p. 20).
O setor industrial, dentre outras vantagens, como destacado acima, apresenta forte influência na
difusão tecnológica entre setores. A literatura sobre desenvolvimento tecnológico da indústria há muito

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reconhece que os setores industriais se diferenciam em termos do uso que fazem de recursos tecnológicos
(Erber, 2001). No Brasil, observa- se o mesmo fenômeno: no mesmo ano (1997) a percentagem de firmas
paulistas que introduziram inovações de produtos e processos na indústria de computadores chega a 64%
enquanto na de alimentos é de apenas 17% (Quadros et al. 1999, apud Erber, 2001). Erber (2001) afirma ainda
que o setor industrial é aquele por incorporar as inovações mais radicais e, posteriormente, são transmitidas
aos demais setores que as incorporam nos novos produtos e processos, onde, quanto maiores forem os pesos
relativos de setores mais próximos da fronteira tecnológica, maiores tendem a ser os usos de tecnologia e mais
rápido ocorre progresso técnico. Ainda, para alguns setores desagregados deste grande grupamento, alguns
apresentam maior intensidade de esforços de P&D.
Uma parte da literatura sobre crescimento econômico sugere a existência de efeitos favoráveis que o
setor industrial e sua participação relativa na economia pode exercer em termos da dinâmica de crescimento
nas diversas economias quando comparada aos demais setores (agricultura e serviços) (Vieira; Avellar;
Veríssimo, 2014). O estudo de indicadores específicos do setor industrial possibilita uma melhor compreensão
da ligação entre o avanço desse setor e o crescimento econômico. O aumento da renda per capita está
associado ao aumento da participação do setor industrial na produção agregada (PIB) (Chenery, 1960, p.624,
apud Vieira; Avellar; Veríssimo, 2014). Segundo os resultados apresentados pelo autor, o crescimento
econômico para os países analisados está diretamente relacionado com o crescimento dos indicadores de
Indústria/PIB, Manufatura/PIB, Emprego Industrial/Emprego Total, com coeficientes positivos e
estatisticamente significativos para os modelos testados. O estudo reforça os sinais de correlação positiva entre
indústria e crescimento econômico exigindo uma análise mais centrado no comportamento desse setor perante
o aumento da produção total e, ainda, avaliar qual o grau de encadeamento com os demais setores de atividade
econômica. Desse modo, para além dos sinais de correlação é necessária uma análise direta, em termos de
valor, perante os encadeamentos existentes.
Partindo do conceito que norteia o trabalho de Aquino e Bresciani (2005), entende-se que a formação
de clusters ou APLs se revela como um processo de formação de vantagens competitivas para as regiões que
as integram, sendo uma etapa necessária para o desenvolvimento regional. Segundo os dois economistas, a
maior parte dos autores que se dedicam aos estudos desse tipo de agrupamento, buscam analisar as sinergias
observadas entre as empresas desses distritos. Desse modo, a formação de clusters regionais merecem uma
análise ainda mais minuciosa, dado os seus impactos no desenvolvimento regional. O presente referencial
teórico busca dar corpo ao trabalho, mostrando a relevância do tema para o entendimento do desenvolvimento
entre as regiões, e, sustentando a hipótese de que um setor industrial mais representativo demonstra um sinal
positivo para o crescimento econômico.
Segundo estudo apresentado por Marcio Pochmann (2019), o Piauí está entre as 20 unidades
federativas que tem apresentado significativa alteração no panorama mais recente do país. Segundo o estudo,
entre os anos de 1986 e 2016, o estado cresceu em 38,6% na participação relativa do PIB nacional. Segundo
o autor, o estado do Piauí avançou para nova sociedade de serviços, mesmo sem ter transitado pela sociedade
urbana e industrial, mantendo fortes traços da antiga sociedade agrária, em especial as regiões de menor
penetração industrial. Tais evidências serão melhor interpretadas com a análise descritiva dos dados
apresentados na seção dos resultados e discussões.

3. Metodologia

O método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia,
permite alcançar o objetivo - conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido,
detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. (Lakatos; Marconi, 2003). O presente tópico procura
esclarecer os métodos e procedimentos adotados durante a pesquisa.

3.1 Estatística descritiva

Para que um estudo estatístico produza resultados fiáveis é necessário cumprir diversas etapas: a
identificação do problema, o planeamento do estudo, a recolha de dados, a apresentação dos dados e a sua
análise e interpretação (Santos, 2007, p. 16). Ainda, segundo a autora:
Do conjunto de procedimentos e técnicas que compõem a Estatística distinguem-se
os que servem para recolher, organizar, sintetizar e descrever os dados, que formam a
Estatística Descritiva, e os que, com base na Teoria das Probabilidades, permitem a análise e
a interpretação dos dados, assim como efectuar inferências sobre uma população com base
no estudo de uma amostra: Estatística Indutiva ou Inferência Estatística. (Santos C., 2007, p.
15).
Nesse sentido, a estatística descritiva será utilizada para compreensão da estrutura econômica
piauiense em seu contexto regional. Para descrever a estrutura da economia do Piauí entre os anos de 2002 e

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2020, foram sumarizados os dados em forma de gráficos e tabelas para as variáveis: Participação percentual
das grandes regiões no PIB nacional; Participação percentual dos estados nordestinos no PIB nacional;
Medidas de posição e de dispersão da participação dos estados nordestinos no PIB nacional; Participação dos
grandes setores na composição do VAB do Piauí; Participação das grandes regiões no VAB da indústria
nacional; Participação percentual dos estados nordestinos no VAB da indústria de transformação nacional e;
Taxa de variação dos setores da indústria do estado do Piauí. As variáveis foram descritas respeitando o
período de análise.

3.2 Análise exploratória de dados espaciais (AEDE)

Conforme atesta Almeida (2012), na econometria espacial, é comum haver uma dificuldade de
especificar quais modelos são mais apropriados. A AEDE se torna um instrumento relevante para contornar
esse problema. Desse modo, ela é uma ferramenta que precede uma modelagem econométrica espacial.
Primeiro é necessário descobrir se os dados analisados possuem autocorrelação espacial, adotando-se uma
medida de autocorrelação global, que no presente trabalho, será o I de Moran. Todavia, uma análise global não
é suficiente, dado que elas podem omitir padrões locais de autocorrelação espacial (Almeida, 2012). Tais
padrões locais podem ser detectados pelo coeficiente I de Moran local. Ainda, a Análise Exploratória de Dados
Espaciais (AEDE) permite identificar as dependências espaciais, tratando da análise dos seus efeitos
associados, de modo a mensurar os padrões de associação espacial e suas diferenças intra e inter-regionais,
como aponta Almeida, Perobelli e Ferreira (2008, p.1). A AEDE é a coleção de técnicas para descrever e
visualizar distribuições espaciais, identificar localidades atípicas (outliers espaciais), descobrir padrões de
associação espacial (clusters espaciais) e sugerir diferentes regimes espaciais e outras formas de instabilidade
espacial (Anselin, 1999, apud. Almeida, 2012). De forma sintética, a análise exploratória de dados espaciais
descreve distribuições espaciais, revelando clusters espaciais e observações atípicas ou outliers.
Com a autocorrelação espacial é possível analisar variáveis econômicas em sua dimensão espacial e
identificar diferenças e similaridades de tal modo que seja possível investigar associações intermunicipais. Para
identificar dependências, será calculado o índice I de Moran. Como aponta Almeida e Guanziroli (2013):
Nos casos de um elevado grau de autocorrelação espacial positivo, os valores
observados em uma localidade tenderão a ser similares aos de seus vizinhos. Quando existe
um elevado nível de autocorrelação espacial negativa, os valores baixos estão rodeados dos
altos, o que quer dizer que a média ponderada é maior para os vizinhos do que o valor
observado da própria localização, ou vice-versa. Ou seja, a presença de um fenômeno dificulta
a presença dele em localidades vizinhas (Almeida; Guanziroli, 2013, p.7).
Almeida e Guanziroli (2013, p. 7) o apresenta na forma global (equação 1):

𝒏 ∑ 𝒊 ∑ 𝒋 𝒘𝒊𝒋 (𝒙𝒊 −𝒙
̅)(𝒙𝒋 −𝒙
̅)
𝑰 = (∑ ) ̅) 𝟐
(1)
𝒊 ∑ 𝒋 𝒘𝒊𝒋 ∑ 𝒊(𝒙𝒊 −𝒙

Onde, 𝑤𝑖𝑗 representa a matriz de pesos espaciais, 𝑥𝑖 o valor da variável em dada localização i e sua
média 𝑥̅ , sendo j a localização do seu vizinho e n o número de observações. Valores maiores desse indicador
podem ser interpretados como uma autocorrelação espacial positiva, enquanto que valores menores como uma
autocorrelação espacial negativa. Assim, pode se construir a matriz de pesos espaciais dados os critérios de
vizinhança. Para Silva, Borges e Parré (2013):
Um dos principais métodos de ordenar as informações ao longo do espaço é a
utilização do critério de contiguidade (vizinhança), que reflete a posição de uma unidade em
relação às demais unidades no espaço. Quanto à dependência espacial, pressupõe-se que
regiões vizinhas apresentam um grau maior de dependência do que as demais. Os dois
critérios de contiguidade mais utilizados são a “Rainha” e a “Torre” em alusão aos movimentos
do jogo de xadrez. [...] Desse modo, o critério Rainha considera uma região vizinha se essa
possui fronteiras ou vértices comuns, enquanto que o critério Torre considera como vizinho,
somente os locais com fronteira em comum (Silva; Borges; Parré, 2013, p.6).
Assim, wij assume o valor de 1 caso for vizinho pelos critérios Rainha, Torre ou Distância Euclidiana e
wij igual a 0, caso contrário. Todavia, as relações globais não podem ser aplicadas ao nível local, de modo que
o I de Moran não revela padrões locais de associação espacial. Assim, as análises relacionadas com o território
normalmente estão mais direcionadas para identificar o comportamento local, juntamente com identificação das
características próprias de cada espaço analisado (Marconato, Moro e Parré, 2016, p.7). Dessa forma, são
utilizados os indicadores locais de associação espacial – LISA. Conforme a equação 2.

̅) ∑ 𝒋𝒘𝒊𝒋(𝒙𝒋 −𝒙
(𝒙𝒊 −𝒙 ̅)
𝑰𝒊 = ̅ )𝟐
∑ 𝒊(𝒙𝒊−𝒙
(2)
𝒏

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Para esta equação, se torna relevante avaliar os valores obtidos do I de Moran (LISA). A vantagem do
uso uso do diagrama de dispersão é poder fazer uma classificação de associação espacial de acordo com o
padrão de resultados. Se Ii > 0, os valores altos de uma região se associam aos valores altos de outra, e, o
mesmo acontece para os valores baixos. Já quando Ii < 0, essa relação passa a ser inversamente proporcional,
onde, regiões com valores elevados passam a associar-se com outras de valores baixos. Desse modo, essas
associações podem ser divididas em diferentes quadrantes, conforme a seguir:
• Quadrante 1: alto – alto (valores elevados de uma região associam-se a valores elevados dos vizinhos);
• Quadrante 2: baixo – alto (valores baixos de uma região relacionam-se a valores elevados dos vizinhos);
• Quadrante 3: baixo – baixo (valores baixos de uma região relacionam-se a valores baixos dos vizinhos);
• Quadrante 4: alto – baixo (valores elevados de uma região correlacionam-se a valores baixos dos
vizinhos);

O mapa de clusters é formado por essas diferentes associações e ele é o resultado da combinação de
dois outros mapas: o mapa de dispersão de Moran com o mapa de significância LISA (Almeida, 2012, p.146).
Com o uso do diagrama de dispersão de Moran adaptado, é possível detectar se existem outliers espaciais,
bem como pontos de alavancagem, e qual a sua influência sobre o valor da estatística I (Almeida, 2012, p.146).
As estatísticas de Moran serão calculadas com intuito de determinar a influência da vizinhança sobre a
performance econômica dos municípios. Nesse sentido, a pesquisa procura abranger o conjunto dos 224
municípios piauienses, utilizando-se da metodologia abordada. As variáveis utilizadas para aplicação desta
metodologia foram do PIBpc (Produto Interno Bruto per capita), VAINDpc (Valor Adicionado Bruto da Indústria
per capita) do Piauí, a fim de analisar qual o grau de correlação entre os munícios desse estado. Para antes da
apresentação das estatísticas de autocorrelação espacial, foram apresentadas previamente, uma distribuição
espacial desses indicadores entre os municípios do estado piauiense.

4. Resultados e discussão

4.1 Piauí em sua Estrutura econômica no Nordeste e Brasil: uma análise descritiva

O gráfico 1, por meio da análise da participação percentual das grandes regiões no PIB corrente do
Brasil entre 2010 e 2020, evidencia disparidades macrorregionais na representatividade econômica nacional.
Nota-se que apenas a região Sudeste concentrou em todo o período mais da metade da produção do país,
apresentando uma média anual de 54,22% de colaboração ao PIB. Enquanto a região Nordeste, ainda que
tenha alcançado no mesmo período a terceira maior participação, apresentou uma contribuição média inferior
à um quarto da representação do Sudeste, com 13,97% ao ano, ficando atrás ainda da região Sul que obteve
média de 16,63%.

Gráfico 1: Participação percentual das Grandes Regiões no PIB Brasil, em valores correntes 2010
– 2020.
100,0%
9,1% 9,1% 9,2% 9,1% 9,4% 9,7% 10,1% 10,0% 9,9% 9,9% 10,4%
90,0%
80,0% 16,0% 15,9% 15,9% 16,5% 16,4% 16,8% 17,0% 17,0% 17,1% 17,2% 17,2%
70,0%
60,0%
50,0%
56,1% 56,1% 55,9% 55,3% 54,9% 54,0% 53,2% 52,9% 53,1% 53,0% 51,9%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0% 13,5% 13,3% 13,6% 13,6% 13,9% 14,2% 14,3% 14,5% 14,3% 14,2% 14,2%

0,0% 5,3% 5,5% 5,4% 5,5% 5,3% 5,3% 5,4% 5,6% 5,5% 5,7% 6,3%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Fonte: IBGE (2022) – Elaboração própria.

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Com uma participação anual média de 0,66% no Produto Interno Bruto do Brasil, em valores
correntes, o Piauí ficou atrás apenas do Sergipe como estado nordestino com menor atuação na produção
nacional entre 2010 e 2020. Sua participação no PIB do país, durante o período mencionado, foi seis vezes
inferior à participação do estado baiano, que representou a maior contribuição nordestina à produção
brasileira, com uma média anual de 3,97% (Tabela 1). A desproporção das atuações econômicas dos estados
nordestinos no contexto nacional, ocorre paralelamente a uma dinâmica de desempenho econômico desigual
das macrorregiões brasileiras.

Tabela 1: Participação percentual dos estados nordestinos no Produto Interno Bruto do Brasil, em valores
correntes 2010-2020.
Estados 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Maranhão 1,2 1,2 1,3 1,3 1,3 1,3 1,4 1,4 1,4 1,3 1,4
Piauí 0,6 0,6 0,6 0,6 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7
Ceará 2,0 2,0 2,0 2,0 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2
Rio Grande
0,9 0,9 1,0 1,0 0,9 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 0,9
do Norte
Paraíba 0,9 0,8 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9
Pernambuco 2,5 2,5 2,7 2,6 2,7 2,6 2,7 2,8 2,7 2,7 2,5
Alagoas 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8
Sergipe 0,7 0,7 0,7 0,7 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6
Bahia 4,0 3,8 3,8 3,8 3,9 4,1 4,1 4,1 4,1 4,0 4,0
Nordeste/BR 13,5 13,2 13,7 13,6 13,9 14,2 14,4 14,5 14,4 14,2 14,0
Fonte: IBGE (2022) – Elaboração própria.

Além de uma conjuntura nacional de dissimetrias, tanto na atuação econômica do Nordeste quanto
do próprio estado na produção do país, que se verificou no intervalo analisado, o Piauí também está inserido
em uma dinâmica regional de contrastes entre os estados nordestinos quanto ao rendimento na produção. Tal
circunstância é demonstrada através da observação da participação percentual dos estados nordestinos no
Produto Interno Bruto, em valores correntes, da região entre 2010 e 2020 (Tabela 1).
Um estudo das estatísticas descritivas das contribuições dos estados no Nordeste no PIB da região
(Tabela 2) permite compreender melhor o comportamento desses dados ao longo do tempo. A análise do
desvio padrão médio em particular notabiliza o nível de estabilidade das participações estaduais,
demonstrando que a Bahia, ao mesmo tempo que foi aquela com maior participação apresentou maior
volatilidade na série, ao contrário do Piauí, que teve a segunda menor participação média e uma variabiliade
menor. Conforme evidencia a tabela 2.

Tabela 2: Estatísticas descritivas da participação percentual dos estados nordestinos no PIB regional, em
valores corrente, 2010 - 2020
Rio
Grande
Medidas Maranhão Piauí Ceará Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia
do
Norte
Média 9,37 4,67 15,36 6,83 6,49 18,85 5,42 4,58 28,43
Mediana 9,34 4,61 15,41 6,75 6,51 18,88 5,43 4,54 28,29
Desvio 0,31 0,32 0,25 0,18 0,09 0,49 0,23 0,35 0,50
Variância 0,10 0,10 0,06 0,03 0,01 0,24 0,05 0,12 0,25
Mínimo 8,86 4,26 14,85 6,63 6,36 17,91 5,09 4,18 27,81
Máximo 9,91 5,22 15,66 7,11 6,62 19,60 5,86 5,05 29,54
Fonte: IBGE (2023) – Elaboração própria.

Em termos de composição setorial do VAB, a estrutura da economia piauiense é marcada


estruturalmente pela predominância do setor de Serviços, que historicamente responde por mais de 70% do
VAB estadual, conforme se observa na série histórica 2002 a 2020 apresentada na Gráfico 2, evidenciando
uma disparidade setorial no estado. A análise observará o comportamento da série tanto para até o fim do ano
de 2019 como para o fim do ano de 2020, dado os comportamentos atípicos decorrentes da pandemia da
COVID-19 para este último ano.

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Gráfico 2: Participação dos grandes setores na composição do Valor Adicionado Bruto do Piauí 2002 - 2020

Fonte: IBGE (2022).

Em 2019, ano imediatamente anterior à pandemia da COVID-19, estiveram, respectivamente, em


79,7%, 12,3% e 8,0% as participações de Serviços, da Indústria e da Agropecuária na economia estadual. Em
relação ao ano anterior, agropecuária e Indústria diminuíram sua participação em 0,1 p.p. e 1,9 p.p.,
respectivamente. Em contrapartida, o setor Serviços obteve um acréscimo de participação do VAB em 2,1
pontos percentuais. Observando os anos anteriores é possível notar um ligeiro aumento na composição do
setor de Serviços, apesar de apresentar alguns períodos de queda durante a série. O setor Industrial, foco do
presente trabalho, apresentou, na média, certa estabilidade. Em 2020, estiveram, respectivamente, em 74,8%,
14,0% e 11,3% as participações de Serviços, da Indústria e da Agropecuária na economia estadual. Em relação
ao ano anterior, agropecuária e Indústria acrescentaram sua participação em 3,3 p.p. e 1,7 p.p.,
respectivamente. Em contrapartida, o setor Serviços obteve um decréscimo de participação do VAB em 4,9
pontos percentuais.
O Gráfico 3, através de uma análise da participação percentual das grandes regiões na composição do
VAB da indústria de transformação nacional, evidencia uma ligeiro aumento de participação da região Nordeste
na composição do VAB industrial de transformação nacional, saindo de 9,0% em 2002 até atingir 10,8% no ano
de 2019, ano imediatamente anterior à pandemia da COVID-19, ficando com a terceira posição das maiores
composições desse setor. Para o ano de 2020, esse valor caiu para 10,5%. Nota-se uma grande concentração
desse setor na região Sudeste, finalizando o ano de 2019 com 54,6% da composição industrial nacional e com
54,0% para o ano de 2020. Um ponto a ressaltar é que ao longo da série 2002-2020 observa-se uma gradativa
diminuição da concentração industrial da região Centro-Oeste, passando de 60,8% no ano de 2002 para 54,6%
no ano de 2019, enquanto que as regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul tiveram uma variação de -0.3 p.p.,
1,80 p.p., 2.9 p.p. e 1,8p.p., respectivamente.

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Gráfico 3: Participação do valor adicionado da indústria de transformação das grandes regiões no total do valor
adicionado da indústria de transformação do país - 2002 - 2020

Fonte: IBGE (2022).

Como já apresentado anteriormente, a indústria de transformação se mostra como uma indústria motriz
na economia de uma região. Nesse sentido, o Piauí está inserido em uma dinâmica regional de discrepâncias
quanto sua atuação dentro desse setor. Essa dinâmica é observada quando se analisa a série histórica da participação
de estado na estrutura nacional da Indústria de Transformação. Conforme mostra o gráfico 4, o estado do Piauí
representou, no ano de 2019, apenas 0,2% do Valor Adicionado Bruto da Indústria de Transformação no Brasil. Esse
valor foi ainda menor para o ano de 2020, representando apenas 0,1% de toda produção nacional.

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Gráfico 4: Participação percentual dos estados nordestinos no VAB Industrial de transformação do Brasil, a
partir dos valores correntes - 2002 – 2020

Fonte: IBGE (2022).

Ao longo do ano de 2020, a economia piauiense gerou o equivalente a decadência de -2,75% em


relação a 2019 no VAB da Indústria de Transformação, conforme se observa na Tabela 3. Com exceção do
setor de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (+2,51%), todos
os outros setores apresentaram resultados negativos, a saber: Indústrias Extrativas (-8,63%); Construção (-
2,44%). Tomando a série histórica, ou seja, de 2010 a 2020, o VAB da indústria decaiu em boa parte dos anos,
mostrando uma trajetória de queda dessa atividade dentro da economia piauiense.

Tabela 3: Taxa de variação do VAB por setores da indústria no Piauí (%)

Fonte: IBGE (2022).

4.2 Associação econômica municipal do Piauí: bases para o planejamento de longo prazo

A figura 5 representa, para 2020, as distribuições dos dados de PIBpc e população. Vale ressaltar que,
em função da distribuição populacional e do crescimento do agronegócio, a produção per capita mais elevada
tem se concentrado na região do sudoeste piauiense. Nas porções do centro norte e norte do estado ocorrem
maior concentração populacional.

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Figura1: Distribuição espacial dos municípios do Piauí por faixa de Produto Interno Bruto per capita e
população. Série histórica 2002, 2010 e 2020 – Mapa de quantil (5).
A - Produto Interno Bruto per capita – Piauí - B - Produto Interno Bruto per capita – Piauí C - Produto Interno Bruto per capita – Piauí -
2002 - 2020 2020

D - População (faixa de números de E - População (faixa de números de F - População (faixa de números de


habitantes) - Piauí - 2002 habitantes) - Piauí - 2010 habitantes) - Piauí - 2020

Fonte: Elaboração Própria a partir dos dados do IBGE (2022).

Percebe-se em figura 1 C que 134 municípios, 59,82%, do total do estado, têm PIBpc que variam de
R$ 7.026,2 a R$ 10.330,8. Baixa Grande do Ribeiro e Uruçuí, com respectivos PIBpc de R$ 105.367,32 e R$
88.333,2, foram as unidades municipais com os mais elevados produtos per capita. Ambos formam com os
demais municípios de maiores PIBpc (faixa mais escura do mapa) um aglomerado visual no sudoeste do Piauí,
região onde o agronegócio do milho e da soja exerce protagonismo.
Os municípios mais populosos em 2020, em sua maioria, (figura 2 B) estavam nas mesorregiões do
centro norte piauiense e do norte piauiense. Nesta, encontra-se Parnaíba (litoral do Piauí), a segunda maior
economia e segundo município mais populoso do estado em 2020, com 153.482 hab., 4,68% da população
total do estado do Piauí. E naquela, encontra-se Teresina, onde residiam 868.075 habitantes no referido ano,
26,45% da população piauiense (IBGE, 2020).
A figura 2 representa, para 2002, 2010 e 2020, as distribuições dos dados de VABpc indústria e
população.

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Figura 2: Distribuição espacial dos municípios do Piauí por faixa VAB Indústria per capita e população
quantil nas faixas 5.
A – VAB Indústria per capita – Piauí - B – VAB Indústria per capita – Piauí - C – VAB Indústria per capita – Piauí -
2002 2010 2020

D - População (faixa de números de E - População (faixa de números de F - População (faixa de números de


habitantes) - Piauí - 2002 habitantes) - Piauí - 2010 habitantes) - Piauí - 2020

Fonte: Elaboração Própria a partir dos dados do IBGE (2022).

Percebe-se em figura 2 C que 45 municípios, 20,1%, do total do estado, têm o VAINDpc da indústria
que variam de R$ 1.243,7 a R$ 42.113,7, valores superiores quando comparados aos anos anteriores. Lagoa
do Barro do Piauí e Ribeira do Piauí, com respectivos VABpc da indústria de R$ 42.113,7 e R$ 32.439,0 foram
as unidades municipais com os mais elevados valores adicionados do setor per capita. Lagoa do Barro do Piauí
forma com os demais municípios que estão entre os de maiores VABpc da indústria (faixa mais escura do
mapa) um aglomerado visual no semiárido do Piauí, região que foi beneficiada pela instalação de parques
eólicos. A implementação ocorreu mais especificamente na região da Chapada do Araripe, que fica na divisa dos
estados do Piauí com o Pernambuco. Outro aglomerado visual de municípios que estão entre aqueles com maiores
VABpc da indústria, estão os presentes no sudoeste do Piauí, região onde o agronegócio do milho e da soja
exerce protagonismo, que afeta possivelmente a produção do setor. Vale destacar o município de Ribeira do
Piauí, grande beneficiado pela instalação da maior usina de energia fotovoltaica da América Latina no ano de
2017. Os dez municípios com mairoes VABpcs da Indústria podem ser melhor evidenciados na tabela 4.

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Tabela 4: 10 maiores municipios do VABpc da indústria no Piauí


VAB da Indústria População VAB per capita
Município
corrente (R$ 1 000) Residente estimada da Indústria
Lagoa do Barro do
196.082 4.656 42.114
Piauí
Ribeira do Piauí 145.586 4.488 32.439
Parnaíba 309.317 10.819 28.590
Guadalupe 238.046 10.497 22.678
Oeiras 51.085 3.003 17.011
Caldeirão Grande do
96.056 5.781 16.616
Piauí
Uruçuí 313.261 21.655 14.466
Antônio Almeida 45.167 3.170 14.248
João Costa 31.558 3.005 10.502
Simões 132.340 14.649 9.034
Fonte: Elaboração Própria a partir dos dados do IBGE (2022).

4.2.1 I de Moran Global

Para o cálculo do I de Moran, definiu-se a matriz de pesos espaciais W, a partir do critério de vizinhança
rainha, que Almeida (2012) aponta como uma forma de mensuração a aproximação por contato de fronteira de
duas regiões. A matriz do tipo Rainha é mais abrangente que do tipo Torre, que tem contatos menos amplos
com os vizinhos. Pelo critério Rainha gerou autocorrelação entre os dados e se adaptou bem ao conjunto dos
dados PIBpc dos municípios do Piauí para o ano de 2020 (Tabela 5).

Tabela 5 – Coeficientes I de Moran Global para os PIBpc dos municípios do


Piauí, por diferentes critérios de vizinhança.
Rainha (Queen)
I de Moran (2002) = 0,124
Pseudo p-valor = 0,001 (999 permutações)
I de Moran (2010) = 0,322
Pseudo p-valor = 0,001 (999 permutações)
I de Moran (2020) = 0,504
Pseudo p-valor = 0,001 (999 permutações)
Fonte: Elaboração Própria a partir dos dados do IBGE (2022).

O I de Moran de 0,504 (2020) mostra uma associação positiva entres os municípios vizinhos. E como
se observou, pelo teste de significância, rejeitou-se a hipótese nula de independência espacial. Ou seja, houve
uma correlação positiva e significante, onde os municípios com PIBpc mais elevados tendem a correlacionar-
se com os municípios de PIBpc elevados e vice-versa. Quando comparado aos valores de de 2002 e 2010, é
possível observar um aumento significativo do índice, que passou de 0,124 nesse primeiro ano para 0,322 no
segundo e 0,504 em 2020, como ja alisado.

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Tabela 6 – Coeficientes I de Moran Global para os PIBpc dos municípios do


Bahia e Ceará, por diferentes critérios de vizinhança, para os anos de 2002,
2010 e 2020.
Bahia - Rainha (Queen) Ceará - Rainha (Queen)
2002 2002
I de Moran = 0,348 I de Moran = 0,236
Pseudo p-valor = 0,001 (999 Pseudo p-valor = 0,001 (999
permutações) permutações)
2010 2010
I de Moran = 0,196 I de Moran = 0,304
Pseudo p-valor = 0,001 (999 Pseudo p-valor = 0,001 (999
permutações) permutações)
2020 2020
I de Moran = 0,327 I de Moran = 0,239
Pseudo p-valor = 0,001 (999 Pseudo p-valor = 0,001 (999
permutações) permutações)

Ao analisar os dois maiores estados do Nordeste, em termos de produção, observa-se uma associação
positiva entre os municípios vizinhos para os dois estados analisados, como resultados para Bahia de 0,327,
Ceará de 0,239, em 2020. Ou seja, houve uma correlação positiva e significante, onde os municípios com
PIBpc mais elevados dos três estados tendem a correlacionar-se com os municípios de PIBpc elevados e
vice-versa. Observa-se ainda que os valores foram menores quando comparados com o Piauí.
A autocorrelação espacial global, detectada pelo Índice I de Moran, pode excluir padrões locais da
variável em estudo. Para verificar associações locais entre os municípios são utilizados índices de
autocorrelação espacial local, a exemplo do Índice de Moran Local.

4.2.2 I de Moran Local – LISA

A autocorrelação espacial global, detectada pelo Índice I de Moran, pode excluir padrões locais da
variável em estudo. Para verificar associações locais entre os municípios são utilizados índices de
autocorrelação espacial local, a exemplo do Índice de Moran Local.I de Moran Local – LISA
A figura 3 mostra os resultados para a autocorrelação espacial local entre os anos de 2002, 2010 e
2020, identificando as diferenças locais de associação entre os municípios pelo critério econômico (PIBpc)
a partir de uma matriz de pesos espaciais com a distância Rainha como critério de vizinhança.

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Figura 3: LISA significância mapa e LISA cluster mapa – Matriz–Rainha para PIBpc – Piauí – 2002, 2010 e
2020
A – LISA cluster mapa - 2002 B – LISA cluster mapa - 2010 C – LISA cluster mapa - 2020

D - LISA significância mapa - Piauí - E - LISA significância mapa - Piauí - F - LISA significância mapa - Piauí –
2020

2002 2010

Fonte: Elaboração Própria a partir dos dados do IBGE (2022).

Percebe-se que a maioria dos municípios do Piauí (184) não apresentou significância para a formação
dos clusters no ano de 2020. Mas houve a relação significativa para a região do cerrado de 11 municípios
(vermelho) que formaram um grupo de PIBpc elevados associando-se a PIBpc elevados, mostrando uma
evolução na associação entre os municípios dessa mesma região, dado que nos anos ela representava, nos
anos de 2002 e 2010, 6 e 9 municípios, respectivamente. Esses são casos extremos no Piauí, onde se localiza
a produção do agronegócio. Por outro lado, existe um cluster (azul) de autocorrelação entre municípios de
baixos PIBpc nas regiões centro-norte e norte do estado no ano de 2020, que evoluiu significativamente se
comparado aos anos de 2002 e 2010.
A figura 4 mostra os resultados para a autocorrelação espacial local entre os anos de 2002, 2010 e
2020, identificando as diferenças locais de associação entre os municípios pelo critério econômico (VABpc
Indústria) a partir de uma matriz de pesos espaciais com a distância Rainha como critério de vizinhança.

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Figura 4: LISA significância mapa e LISA cluster mapa – Matriz–Rainha para VAB Indústria pc – Piauí – 2002,
2010 e 2020
A – LISA cluster mapa - 2002 B – LISA cluster mapa - 2010 C – LISA cluster mapa - 2020

D - LISA significância mapa - Piauí - E - LISA significância mapa - Piauí - F - LISA significância mapa - Piauí –

2002 2010
2020

Fonte: Elaboração Própria a partir dos dados do IBGE (2022).

Percebe-se que a maioria dos municípios do Piauí (195) não apresentou significância para a formação
dos clusters no ano de 2020. Mas houve a relação significativa para a região do semiárido de 4 municípios
(vermelho) que formaram um grupo de VAINDpc elevados associando-se a VAINDpc elevados, mostrando uma
recomposição na associação entre os municípios com maiores VAINDpc que se associam, dado que nos anos
ela representava, nos anos de 2002 e 2010, 1 e 2 municípios, respectivamente, estavam localizados na região
do cerrado. Por outro lado, existe um cluster (azul) de autocorrelação entre municípios de baixos VAINDpc na
região centro-norte do estado no ano de 2020, que evoluiu significativamente se comparado aos anos de 2002
e 2010.

5. Conclusão

Verifica-se que, de 2002 a 2020, há baixa participação da economia do Piauí no âmbito da produção
do Nordeste e do País, tanto na produção global como industrial. É possível observar ainda relativa rigidez dos
indicadores econômicos na participação desse estado no país e região analisada, além de uma estrutura
econômica rígida com participação predominante do setor de Serviços em toda série analisada. Tais evidências
implicam na falta de políticas capazes de gerar difusão do crescimento econômico e equidade na distribuição
das atividades produtivas no país, implicando em forças restritivas de expansão das melhorias econômicas e
sociais nas regiões em especial para o Piauí. Isso confirma seu baixo desempenho em seus indicadores
econômicos e sua elevação nos efeitos negativos para a sociedade, dentre quais a privação de liberdades de
acesso a renda, educação e saúde.
O Piauí, possui uma economia de baixa associação econômica para o setor industrial, geradora de
uma estrutura de efeitos reduzida sobre o emprego, a renda, revelando, espacialmente, heterogeneidade

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econômica estrutural. Por isso, é importante pensar estratégias e políticas econômicas e socais capazes de
transformar a realidade do Piauí, que criem ambientes de progresso da atividade econômica e difusão do
progresso técnico, crescimento econômico e outras externalidades positivas no ambiente intra-regional,
alavancando o mercado local e a redução das desigualdades na região. O fortalecimento de distritos locais de
produção industrial, com o fortalecimento de atividades com alto grau tecnológico, homogêneas e com
incremento de valor aos seus produtos, essencialmente de baixos impactos na natureza, pode colaborar para
reduzir os problemas historicamente imbricados na realidade piauiense. Nesse sentido, se faz necessário
pensar políticas econômicas que sejam capazes de promover o desenvolvimento da indústria, que mesmo sob
um cenário econômico de transição às economias de serviço, é capaz de gerar difusão de externalidades
positivas, alavancando a economia local e promovendo maior geração de emprego e renda.

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PEREIRA, H.; GONÇALVES, F. O Crescimento Econômico em Nicholas Kaldor e o Subdesenvolvimento


em Celso Furtado: Progresso Tecnológico, Distribuição de Renda e Dualismo Estrutural. In: XI
Congresso Brasileiro de História Econômica-2015. 2015.

POCHMANN, Marcio; GUERRA, Alexandre. Piauí: trajetória e transição econômica. Teresina: CEPRO,
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PROGRAMA DE DISSEMINAÇÃO DAS ESTATÍSTICAS DO TRABALHO - PDT MINISTÉRIO DO TRABALHO


Novo CAGED.

SANTOS, Carla. Estatística descritiva. Manual de auto-aprendizagem, v. 2, 2007.

SOUZA, Nali de Jesus de. Economia regional: conceitos e fundamentos teóricos. Revista Perspectiva
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VARGAS, Evandro Sadi; MARTINELLI, Orlando; CAMARGO, José Marangoni. O comportamento recente da
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Economy, v. 34, p. 485-502, 2014.

PARTE III – RELATO DE DEMAIS ATIVIDADES

Descrição Local Período


Biblioteca Comunitária
Pesquisa Bibliográfica e elaboração de revisão Setembro de 2022
Jornalista Carlos Castello
de literatura a janeiro de 2023
Branco
Transmitido ao vivo pelo
Solenidade de Abertura SIUFPI 22 de nov. de 2022
YOUTUBE
Biblioteca Comunitária
Novembro de 2022
Definição e Descrição da metodologia Jornalista Carlos Castello
a março de 2023
Branco
Biblioteca Comunitária
Jornalista Carlos Castello Novembro de 2022
Análise de dados e discussão dos resultados
Branco / CEPRO - a março de 2023
Superintendência de estudos

Relatório. Iniciação Científica UFPI. 18/19


RELATÓRIO DE ATIVIDADES – PROGRAMAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPI

econômicos e sociais do estado


do Piauí
Biblioteca Comunitária
Redação do relatório parcial Jornalista Carlos Castello Março de 2023
Branco
Reuniões para discussão do referencial teórico,
Outubro de 2022 -
metodologia e definição da estrutura de análise Online via Google Meets
atual
dos dados.
CCHL/UFPI / DECON –
Cursou disciplina como base para o
Disciplina
desenvolvimento de instrumentais para -
de Econometria I e
elaboração do estudo.
Probabilidade e estatística.

Relatório. Iniciação Científica UFPI. 19/19

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