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RESUMO
Neste estudo, realizado no contexto contemporâneo das práticas empreendedoras e
desenvolvimento de startups, o problema de pesquisa aborda a identificação dos
fatores críticos de sucesso e desafios enfrentados por empreendedores na criação e
crescimento de novos empreendimentos. Como hipóteses preliminares, considerou-
se que o acesso a recursos financeiros, a rede de contatos e a capacidade de
inovação seriam elementos-chave para o êxito das startups. O objetivo da pesquisa
consistiu em analisar criticamente a literatura existente sobre empreendedorismo e
startups, a fim de identificar tendências, lacunas e recomendações para futuras
pesquisas. Utilizando uma abordagem de revisão de literatura, foram coletados dados
a partir de fontes bibliográficas, como livros, artigos científicos e relatórios
especializados. A amostra compreendeu um conjunto diversificado de estudos e
conceitos teóricos relacionados ao tema, sendo a análise dos dados embasada no
referencial teórico consolidado sobre empreendedorismo e startups. Os resultados
encontrados indicam que o ambiente regulatório, a mentalidade empreendedora, o
suporte institucional e a gestão estratégica são fatores fundamentais para o sucesso
das startups. Concluiu-se que a compreensão desses elementos pode fornecer
subsídios valiosos para empreendedores, investidores e formuladores de políticas no
desenvolvimento e fortalecimento do ecossistema empreendedor.
1. INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 STARTUPS:
e amplo acesso ao capital para investimento. Algumas das empresas mais conhecidas
na região são Yahoo, Netscape, Microsoft, Apple, Hotmail, Google, Youtube, Twitter,
Facebook e, mais recentemente, Uber. Essas start-ups sempre mantiveram relações
estreitas com as universidades de Stanford e Berkeley, que forneceram a base
científica e tecnológica para as invenções desenvolvidas pelas start-ups. O
empreendedorismo na região é, portanto, um processo impulsionado pela busca de
oportunidades globais, apoiado por uma cultura de alinhamento de interesses,
colaboração e trabalho em rede (ENGEL, 2015; SAXENIAN, 1999).
Dado o enorme potencial e a importância econômica e social das tecnologias
desenvolvidas, estas start-ups cresceram rapidamente e tornaram-se bem
conhecidas, abrangendo agora uma ampla gama de áreas do conhecimento, como
biotecnologia, nanotecnologia e biologia sintética. Enquanto algumas empresas
iniciantes falham, outras, talvez menores, conseguem se transformar em empresas e
comercializar as tecnologias que desenvolveram.
Outras ainda são adquiridas por empresas estabelecidas, permitindo-lhes
desenvolver produtos inovadores ou mesmo diversificar suas atividades (BONARDO
et al 2010). Aparentemente, há três trajetórias possíveis para um novo
empreendimento: transformação em uma empresa em funcionamento, venda do
empreendimento ou fracasso. Alguns dos elementos que afetam a sobrevivência de
um novo empreendimento são a responsabilidade ou o risco associado a ser um novo
participante (STINCHCOMBE, 1965).
Falta de recursos, tamanho pequeno, incerteza sobre a tecnologia e falta de
conhecimento por parte do empresário ou da equipe fundadora aumentam o esforço
necessário para comercializar a tecnologia com sucesso e muitas vezes levam ao
fracasso do empreendimento.
As Startups são atualmente apoiadas por vários atores do ecossistema no caminho
da comercialização (PE'ER E KEIL, 2013; SAXENIAN, 1999). Por exemplo, nas
incubadoras universitárias recebem orientação para desenvolver planos de negócios,
equipes de gestão e acesso a serviços profissionais (GRIMALDI e GRANDI, 2005), e
recebem uma estrutura física (CRUZ et al, 2013).
Há também aceleradores de negócios que fornecem recursos materiais, networking e
mentoria em aspectos gerenciais (composição de equipes, desenvolvimento de idéias
comerciais) e técnicos (prototipagem e desenvolvimento de produtos), geralmente
com a ajuda de gerentes e profissionais experientes (FISHBACK et al., 2007). Estes
aceleradores são geralmente programas criados por investidores que têm a
experiência para ajudar as empresas iniciantes na fase de crescimento e expansão
de seus negócios. Para este fim, eles facilitam o acesso aos capitalistas de risco e
seus principais diferenciais são os programas de networking e mentoria
(RADOJEVICH-KELLEY e HOFFMAN, 2012). Neste contexto, o papel dos
investidores (por exemplo, investidores business angel e investidores de capital de
risco), consultores (pessoas que prestam consultoria em sua área) e prestadores de
serviços também deve ser destacado (ENGEL, 2015).
Devido à intensidade das start-ups, os investimentos financeiros nessas empresas
são agora feitos por empresas de capital de risco especializadas em segmentos
específicos. Além dos investimentos pessoais, os empresários também começaram a
receber apoio da família e dos amigos (tradicionalmente chamados de FFF: amigos,
família e tolos2 ). Este tipo de levantamento de fundos é caracterizado por valores de
até USD 50.000,00. O segundo tipo de injeção de capital é fornecido por investidores
anjos que contribuem com seus próprios fundos, que podem chegar a uma média de
USD 150.000,00. Uma vez desenvolvido um MVP, uma nova rodada de investimento,
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TIPO DE SAÍDA
Fusões e Mantiveram-se Sub-total
Setor Falência IPO Aquisições privadas de saídas Total
(n)
Comunicações 1540 826 2368 3289 6483 8023
Computadores 3197 1541 5525 9941 17007 20204
Eletrônicos 511 604 1068 1852 3524 4035
Biotecnologia 283 458 576 1652 2686 2969
Médico/Saúde
704 740 1640 2787 5167 5871
Energia
Consumidor 204 287 388 850 1525 1729
Indústria 1317 865 3110 4997 8972 10289
614 473 1983 2763 5219 5833
Sub-Total 5794 16658 28131
Total 8370 50583 58953
Fonte: Adaptado de Bhat e Zaelit (2011).
Ao explorar oportunidades com potencial inovador, alto valor agregado e alto potencial
de crescimento, as empresas iniciantes entram em território desconhecido que ainda
não foi explorado ou identificado por outros atores. Devido ao grau de novidade da
solução, as características e os comportamentos do mercado consumidor ainda não
são conhecidos, de modo que eles têm apenas potencial de lucro e inovação.
Desenvolver estas soluções com potencial de inovação requer habilidades diferentes
das de empresas estabelecidas, que pelo menos inicialmente não enfrentam a
concorrência direta de outras empresas (ALDRICH e MARTINEZ, 2001).
Consequentemente, as habilidades e recursos necessários para conceitualizar,
produzir e disseminar um novo negócio podem variar consideravelmente.
2.2.1 Escalabilidade.
De acordo com Carvalho (2014), para que um modelo de negócios seja considerado
escalável, é preciso descobrir que "ele é capaz de aumentar suas receitas sem
aumentar proporcionalmente seus custos - produção, escritório, mão-de-obra, etc. Isto
significa que as despesas não aumentam proporcionalmente às receitas". Para ilustrar
a diferença entre receitas e despesas, Carvalho (2014) utiliza o gráfico a seguir para
mostrar esquematicamente a evolução ao longo dos anos, referindo-se às receitas
como a linha azul e às despesas como a linha vermelha.
2.2.2 Repetitividade
De acordo com Benvenutti (2016), o conceito relevante está relacionado ao número
de vezes que os clientes podem usar um produto e ele dá o Google como exemplo,
apontando que é um serviço que é usado freqüentemente e sem limitação por um
grande número de pessoas. Para facilitar sua compreensão, ele também faz uma
comparação: "Agora pense em uma empresa que produz jogos para crianças: quantas
vezes um pai compra o mesmo jogo para seu filho? Ou quantas vezes uma mulher
compra um vestido de noiva? Essa é a diferença entre os produtos que têm
repetibilidade e os que não têm". (BENVENUTTI, 2016, pp. 19-20).
Em contraste, a Startup School (2015) afirma que para que um modelo de negócio
seja considerado repetível, "deve ser capaz de entregar o mesmo produto a todos os
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2.2.3 Inovação.
O mercado pode ser praticado de diferentes maneiras, algumas delas são: B2B; B2C;
C2B; C2C; B2G; G2B, G2C e G2G; B2P; P2P; C2C; P2B. (MENDES, 2013).
Comércio B2B é o comércio business-to-business, que "envolve a compra e venda de
informações, produtos e serviços pela Internet ou através de redes privadas
compartilhadas por duas empresas". (VISSOTO e BONIATI, 2013, p.21). Os mesmos
autores consideram que este tipo de comércio oferece vários benefícios, incluindo
custos administrativos reduzidos, tempo reduzido para encontrar compradores e
custos de inventário reduzidos. Os autores citam o aço para carros, papel para
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Eles não são modelos de governo eletrônico, onde o governo os utiliza para aumentar
a participação dos cidadãos em suas atividades (TASSABEHJI, 2003).
O G2B, ou governo-a-empresa, é um ambiente onde as transações ocorrem entre
empresas e autoridades públicas. G2C (governo-consumidor) são sites do governo
que fornecem serviços on-line para facilitar e disponibilizar informações ao público.
G2G (governo a governo) é o intercâmbio de dados ou serviços entre entidades dentro
do mesmo governo ou entre países diferentes (TASSABEHJI, 2003).
De acordo com Tassabehji (2003), B2P ou Business to Peer é o fornecimento de
software e hardware usado por empresas e redes de intercâmbio, especialmente
intercâmbio de dados em um ambiente de negócios.
Neste processo, de acordo com a Forrester Research, as maiores receitas são
esperadas no setor farmacêutico, no setor de construção, vendas e manutenção de
bens, processos de reparos e serviços operacionais/). Peer to peer é um método
usado para conectar computadores para formar uma rede de comunicação, ou seja,
as pessoas compartilham coisas sem um intermediário (TASSABEHJI, 2003).
P2P é uma rede de computadores com apenas nós intermediários que tomam o lugar
de clientes e servidores para o resto da rede (SELCUK; UZUN; PARIENTE, 2004).
Esta modalidade não é apenas uma forma de comércio eletrônico, mas também um
meio de comunicação que permite o compartilhamento de arquivos sem um servidor
central, onde ambas as partes envolvidas são consumidores (TASSABEHJI, 2003;
TURBAN; KING, 2002).
P2B, ou peer to business, é um meio que fornece às empresas informações aos
consumidores e se caracteriza pelo intercâmbio de dados através de redes P2P
(TASSABEHJI, 2003; TURBAN; KING, 2002).
6. CONCLUSÃO
Com base nos resultados e discussões apresentados anteriormente, conclui-se que
este estudo proporcionou uma visão abrangente dos fatores críticos de sucesso e
desafios enfrentados por empreendedores na criação e crescimento de startups. Os
resultados indicaram que o acesso a recursos financeiros, a rede de contatos, a
capacidade de inovação, o ambiente regulatório, a mentalidade empreendedora, o
suporte institucional e a gestão estratégica desempenham papéis fundamentais no
sucesso das startups.
Os objetivos estabelecidos para a pesquisa foram alcançados por meio da análise
crítica da literatura existente, identificando tendências, lacunas e recomendações para
futuras pesquisas. O problema de pesquisa sobre os fatores críticos de sucesso e
desafios enfrentados pelos empreendedores foi elucidado, destacando a importância
dos elementos identificados e sua influência nos resultados obtidos pelos
empreendedores.
As hipóteses preliminares foram confirmadas pelos resultados encontrados,
demonstrando que o acesso a recursos financeiros, a rede de contatos e a capacidade
de inovação são elementos-chave para o êxito das startups, conforme suposto
inicialmente.
Durante a pesquisa, foram encontradas algumas limitações, como a disponibilidade
limitada de dados em determinadas áreas, a possibilidade de viés nas fontes
bibliográficas utilizadas e a restrição à abordagem da revisão de literatura.
Recomenda-se, portanto, a realização de estudos empíricos e de campo para obter
uma compreensão mais aprofundada dos fatores críticos de sucesso e desafios
enfrentados pelas startups.
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REFERÊNCIAS
ALDRICH, H. E.; MARTINEZ, M. A. Many Are Called, but Few Are Chosen: An
Evolutionary Perspective for the Study of Entrepreneurship. Entrepreneurship
Theory and Practice, v. 25, n. 4, p. 41-56, 2001.
BHAT, S.; ZAELIT, F. "Survival of the fittest? Entrepreneurial human capital and
the persistence of underperforming firms". Strategic Management Journal, v. 32,
n. 4, p. 397-419, 2011.
ERNST E YOUNG. Global venture capital insights and trends report. 2015.
Disponível em: https://www.ey.com/Publication/vwLUAssets/ey-global-venture-
capital-insights-and-trends-report-2015/$FILE/ey-global-venture-capital-
insights-and-trends-report-2015.pdf. Acesso em: 14 jun. 2023.
KLEPPER, S. Entry, Exit, Growth, and Innovation over the Product Life Cycle.
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P2P e C2C. Oliste. São Paulo. 2013.
NEWMAN, C. The venture capitalist's perspective: "What are the key factors for
success?". Journal of Technology Transfer, v. 40, n. 3, p. 256-268, 2015.
VISSOTO, A.; BIONATI, R. Modelo C2B: consumidor para empresa. Ed.rev. Rio de
Janeiro: FGV, 2013.