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Colégio Estadual Professor Nicolau Chiavaro Neto - 3º Ano - Filosofia/Sociologia

Turma:_________ Nome:____________________________________________________

Questão 1
“Empédocles estabelece quatro elementos corporais — fogo, ar, água e terra —, que são eternos e que mudam
aumentando e diminuindo mediante misturas e separação; mas os princípios propriamente ditos, pelos quais
aqueles são movidos, são o Amor e o Ódio. Pois é preciso que os elementos permaneçam alternadamente em
movimento, sendo ora misturados pelo Amor, ora separados pelo Ódio.”

SIMPLÍCIO, Fisíca, 25, 21, In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1996.

O texto propõe uma reflexão sobre o entendimento de Empédocles acerca da arché, uma
preocupação típica do pensamento pré-socrático, porque:

A) exalta a investigação filosófica.


B) transcende ao mundo sensível.
C) evoca a discussão cosmogônica.
D) fundamenta as paixões humanas.
E) corresponde à explicação mitológica.

Questão 2
Suponha homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, cuja entrada, aberta à luz, se estende sobre
todo o comprimento da fachada; eles estão lá desde a infância, as pernas e o pescoço presos por correntes, de tal
sorte que não podem trocar de lugar e só podem olhar para frente, pois os grilhões os impedem de voltar a
cabeça; a luz de uma fogueira acesa ao longe, numa elevada do terreno, brilha por detrás deles; entre a fogueira e
os prisioneiros, há um caminho ascendente; ao longo do caminho, imagine um pequeno muro, semelhante aos
tapumes que os manipuladores de marionetes armam entre eles e o público e sobre os quais exibem seus
prestígios.

PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2007.

Essa narrativa de Platão é uma importante manifestação cultural do pensamento grego antigo,
cuja ideia central, do ponto de vista filosófico, evidencia o(a)

A) caráter antropológico, descrevendo as origens do homem primitivo.


B) sistema penal da época, criticando o sistema carcerário da sociedade ateniense.
C) vida cultural e artística, expressa por dramaturgos trágicos e cômicos gregos.
D) sistema político elitista, provindo do surgimento da pólis e da democracia ateniense.
E) teoria do conhecimento, expondo a passagem do mundo ilusório para o mundo das
ideias.

Questão 3
Estamos, pois, de acordo quando, ao ver algum objeto, dizemos: “Este objeto que estou vendo agora tem
tendência para assemelhar-se a um outro ser, mas, por ter defeitos, não consegue ser tal como o ser em questão, e
lhe é, pelo contrário, inferior”. Assim, para podermos fazer estas reflexões, é necessário que antes tenhamos tido
ocasião de conhecer esse ser de que se aproxima o dito objeto, ainda que imperfeitamente.

PLATÃO. Fédon. São Paulo: Abril Cultural, 1972.

Na epistemologia platônica, conhecer um determinado objeto implica

A) estabelecer semelhanças entre o que é observado em momentos distintos.


B) comparar o objeto observado com uma descrição detalhada dele.
C) descrever corretamente as características do objeto observado.
D) fazer correspondência entre o objeto observado e seu ser.
E) identificar outro exemplar idêntico ao observado.
Questão 4
Sem dúvida, os sons da voz (phone) exprimem a dor e o prazer; também a encontramos nos animais em geral; sua
natureza lhes permite somente sentir a dor e o prazer e manifestar-lhes entre si. Mas o lógos é feito para exprimir
o justo e o injusto. Este é o caráter distintivo do homem face a todos os outros animais: só ele percebe o bem e o
mal, o justo e o injusto, e os outros valores; é a posse comum desses valores que faz a família e a cidade.

ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (adaptado).

Para o autor, a característica que define o ser humano é o lógos, que consiste na

A) evolução espiritual da alma.


B) apreensão gradual da verdade.
C) segurança material do indivíduo.
D) capacidade racional de discernir.
E) possibilidade eventual de transcender.

Questão 5
A maior parte dos primeiros filósofos considerava como os únicos princípios de todas as coisas os que são da
natureza da matéria. Aquilo de que todos os seres são constituídos, e de que primeiro são gerados e em que por
fim se dissolvem. Pois deve haver uma natureza qualquer, ou mais do que uma, donde as outras coisas se
engendram, mas continuando ela a mesma.

ARISTÓTELES. Metafísica. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

O texto aristotélico, ao recorrer à cosmogonia dos pré-socráticos, salienta a preocupação


desses filósofos com a

A) mutação ontológica dos entes.


B) alteração estética das condutas.
C) transformação progressiva da ascese.
D) sistematização crítica do conhecimento.
E) modificação imediata da espiritualidade.

Questão 6
A sociologia ainda não ultrapassou a era das construções e das sínteses filosóficas. Em vez de assumir a
tarefa de lançar luz sobre uma parcela restrita do campo social, ela prefere buscar as brilhantes generalidades em
que todas as questões são levantadas sem que nenhuma seja expressamente tratada. Não é com exames sumários e
por meio de intuições rápidas que se pode chegar a descobrir as leis de uma realidade tão complexa. Sobretudo,
generalizações às vezes tão amplas e tão apressadas não são suscetíveis de nenhum tipo de prova.

DURKHEIM, E. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

O texto expressa o esforço de Émile Durkheim em construir uma sociologia com base na

A) vinculação com a filosofia como saber unificado.


B) reunião de percepções intuitivas para demonstração.
C) formulação de hipóteses subjetivas sobre a vida social.
D) adesão aos padrões de investigação típicos das ciências naturais.
E) incorporação de um conhecimento alimentado pelo engajamento político.

Questão 7

TEXTO I
Cidadão BARBOSA, L. In: ZÉ RAMALHO. 20 Super
Sucessos. Rio de Janeiro: Sony Music, 1999
Tá vendo aquele edifício, moço? (fragmento).
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição TEXTO II
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar O trabalhador fica mais pobre à medida que
Hoje depois dele pronto produz mais riqueza e sua produção cresce em força
Olho pra cima e fico tonto e extensão. O trabalhador torna-se uma mercadoria
Mas me vem um cidadão ainda mais barata à medida que cria mais bens. Esse
E me diz desconfiado fato simplesmente subentende que o objeto produzido
“Tu tá aí admirado pelo trabalho, o seu produto, agora se lhe opõe
Ou tá querendo roubar?” como um ser estranho, como uma força independente
Meu domingo tá perdido do produtor.
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber MARX, K. Manuscritos econômicos-filosóficos
E pra aumentar meu tédio (Primeiro manuscrito). São Paulo: Boitempo
Eu nem posso olhar pro prédio Editorial, 2004 (adaptado).
Que eu ajudei a fazer.

Com base nos textos, a relação entre trabalho e modo de produção capitalista é

A) baseada na desvalorização do trabalho especializado e no aumento da demanda social


por novos postos de emprego.
B) fundada no crescimento proporcional entre o número de trabalhadores e o aumento da
produção de bens e serviços.
C) estruturada na distribuição equânime de renda e no declínio do capitalismo industrial e
tecnocrata.
D) instaurada a partir do fortalecimento da luta de classes e da criação da economia
solidária.
E) derivada do aumento da riqueza e da ampliação da exploração do trabalhador.

Questão 8
A linguagem é uma grande força de socialização, provavelmente a maior que existe. Com isso não queremos dizer
apenas o fato mais ou menos óbvio de que a interação social dotada de significado é praticamente impossível sem
a linguagem, mas que o mero fato de haver uma fala comum serve como um símbolo peculiarmente poderoso da
solidariedade social entre aqueles que falam aquela língua.

SAPIR, E. A linguagem. São Paulo: Perspectiva, 1980.


O texto destaca o entendimento segundo o qual a linguagem, como elemento do processo de
socialização, constitui-se a partir de uma

A) necessidade de ligação com o transcendente.


B) relação de interdependência com a cultura.
C) estruturação da racionalidade científica.
D) imposição de caráter econômico.
E) herança de natureza biológica.

Questão 9
Nossas vidas são dominadas não só pelas inutilidades de nossos contemporâneos, como também pelas de homens
que já morreram há várias gerações. Além disso, cada inutilidade ganha credibilidade e reverência com cada
década passada desde sua promulgação. Isso significa que cada situação social em que nos encontramos não só é
definida por nossos contemporâneos, como ainda predefinida por nossos predecessores. Esse fato é expresso no
aforismo segundo o qual os mortos são mais poderosos que os vivos.

BERGER, P. Perspectivas sociológicas: uma visão humanística. Petrópolis: Vozes, 1986 (adaptado).

Segundo a perspectiva apresentada no texto, os indivíduos de diferentes gerações convivem,


numa mesma sociedade, com tradições que

A) permanecem como determinações da organização social.


B) promovem o esquecimento dos costumes.
C) configuram a superação de valores.
D) sobrevivem como heranças sociais.
E) atuam como aptidões instintivas.

Questão 10
Ao mesmo tempo, graças às amplas possibilidades que tive de observar a classe média, vossa adversária,
rapidamente concluí que vós tendes razão, inteira razão, em não esperar dela qualquer ajuda. Seus interesses são
diametralmente opostos aos vossos, mesmo que ela procure incessantemente afirmar o contrário e vos queira
persuadir que sente a maior simpatia por vossa sorte. Mas seus atos desmentem suas palavras.

ENGELS, F. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Boitempo, 2010.

No texto, o autor apresenta delineamentos éticos que correspondem ao(s)

A) conceito de luta de classes.


B) alicerce da ideia de mais-valia.
C) fundamentos do método científico.
D) paradigmas do processo indagativo.
E) domínios do fetichismo da mercadoria

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