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FILOSOFIA e) explicação racional sobre a origem e a

transformação da physis.
1) (Enem/2016)
Todas as coisas são diferenciações de uma mesma coisa e são a mesma
3) (Enem/2012)
coisa. E isto é evidente. Porque se as coisas que são agora neste mundo —
TEXTO I
terra, água, ar e fogo e as outras coisas que se manifestam neste mundo
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o
—, se alguma destas coisas fosse diferente de qualquer outra, diferente
que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua
em sua natureza própria e se não permanecesse a mesma coisa em suas
descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que
muitas mudanças e diferenciações, então não poderiam as coisas, de
os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por
nenhuma maneira, misturar-se umas às outras, nem fazer bem ou mal
feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água,
umas às outras, nem a planta poderia brotar da terra, nem um animal ou
quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando condensada
qualquer outra coisa vir à existência, se todas as coisas não fossem
ao máximo possível, transforma-se em pedras.
compostas de modo a serem as mesmas. Todas as coisas nascem, através
BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006
de diferenciações, de uma mesma coisa, ora em uma forma, ora em outra,
(adaptado).
retomando sempre a mesma coisa.
DIÓGENES. In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: TEXTO II
Cultrix, 1967. Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas
as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de
O texto descreve argumentos dos primeiros conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações
contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum
pensadores, denominados pré-socráticos. Para eles, a dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como
principal preocupação filosófica era de ordem julga Demócrito. Na verdade, dão impressão de quererem ancorar o
mundo numa teia de aranha.”
GILSON, E.: BOEHNER, P. Historia da Filosofia Crista. São Paulo: Vozes,
a) política, discutindo as formas de organização da 1991 (adaptado).
pólis ao estabelecer as regras da democracia.
b) ética, desenvolvendo uma filosofia dos valores Filósofos dos diversos tempos históricos
virtuosos que tem a felicidade como o bem maior. desenvolveram teses para explicar a origem do
c) estética, procurando investigar a aparência dos universo, a partir de uma explicação racional. As teses
entes sensíveis. de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio,
d) cosmológica, propondo uma explicação racional do filósofo medieval, têm em comum na sua
mundo fundamentada nos elementos da natureza. fundamentação teorias que:
e) hermenêutica, construindo uma explicação unívoca a) eram baseadas nas ciências da natureza.
da realidade. b) refutavam as teorias de filósofos da religião.
c) tinham origem nos mitos das civilizações antigas.
d) postulavam um princípio originário para o mundo.
2) (Enem/2012) e) defendiam que Deus é o princípio de todas as
Aquilo que é quente necessita de umidade para viver, e o que é morto coisas.
seca, e todos os germes são úmidos, e todo alimento é cheio de suco; ora,
é natural que cada coisa se nutra daquilo de que provém.
SIMPLÍCIO. In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos. São Paulo:
4) (Enem/2017)
Cultrix, 1993. Uma conversação de tal natureza transforma o ouvinte; o contato de
Sócrates paralisa e embaraça; leva a refletir sobre si mesmo, a imprimir à
atenção uma direção incomum: os temperamentais, como Alcibíades
O fragmento atribuído ao filósofo Tales de Mileto é sabem que encontrarão junto dele todo o bem de que são capazes, mas
característico do pensamento pré-socrático ao fogem porque receiam essa influência poderosa, que os leva a se
apresentar uma censurarem. Sobretudo a esses jovens, muitos quase crianças, que ele
tenta imprimir sua orientação.
a) abordagem epistemológica sobre o lógos e a BREHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
fundamentação da metafísica.
b) teoria crítica sobre a essência e o método do O texto evidencia características do modo de vida
conhecimento científico. socrático, que se baseava na
c) justificação religiosa sobre a existência e as a) Contemplação da tradição mítica.
contradições humanas. b) Sustentação do método dialético socrático.
d) elaboração poética sobre os mitos e as narrativas c) Relativização do saber verdadeiro.
cosmogônicas. d) Valorização da argumentação retórica.
e) Investigação dos fundamentos da natureza.

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repúblicas e principados jamais vistos ou conhecidos como tendo
5) (UNICAMP/2013) realmente existido.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. Disponível em: www.culturabrasil.pro.br.
A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense que viveu no século V a.C.,
Acesso em: 4 abr. 2013.
encontra o seu ponto de partida na afirmação “sei que nada sei”,
registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase foi uma resposta aos que
afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Após interrogar artesãos, A partir do texto, é possível perceber a crítica
políticos e poetas, Sócrates chegou à conclusão de que ele se diferenciava maquiaveliana à filosofia política de Platão, pois há
dos demais por reconhecer a sua própria ignorância.
nesta a
O “sei que nada sei” é um ponto de partida para a a) elaboração de um ordenamento político com
Filosofia, pois fundamento na bondade infinita de Deus.
a) aquele que se reconhece como ignorante torna-se b) explicitação dos acontecimentos políticos do
mais sábio por querer adquirir conhecimentos. período clássico de forma imparcial.
b) é um exercicio de humildade diante da cultura dos c) utilização da oratória política como meio de
sábios do passado, uma vez que a função da Filosofia convencer os oponentes na ágora.
era reproduzir os ensinamentos dos filósofos gregos. d) investigação das constituições políticas de Atenas
c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e a pelo método indutivo.
Filosofia é o saber que estabelece verdades e) idealização de um mundo político perfeito existente
dogmáticas a partir de métodos rigorosos. no mundo das ideias.
d) é uma forma de declarar ignorância e permanecer
distante dos problemas concretos, preocupando-se 8) (ENEM 2016)
Pirro afirmava que nada é nobre nem vergonhoso, justo ou injusto; e que,
apenas com causas abstratas.
da mesma maneira, nada existe do ponto de vista da verdade; que os
e) é um exercício de auto identificação e reflexão homens agem apenas segundo a lei e o costume, nada sendo mais isto do
pessoal acerca do mundo que aquilo. Ele levou uma vida de acordo com esta doutrina, nada
procurando evitar e não se desviando do que quer que fosse, suportando
tudo, carroças, por exemplo, precipícios, cães, nada deixando ao arbítrio
6) (Enem/2013) dos sentidos.
Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de LAÉRCIO, D. Vidas e sentenças dos filósofos ilustres. Brasília: Editora UnB,
conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso 1988.
estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto sensível ou
material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, O ceticismo de Pirro, conforme sugerido no texto,
mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente.
caracteriza-se por:
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo:
Odysseus, 2012 (adaptado). a) Desprezar quaisquer convenções e obrigações da
sociedade.
O texto faz referência à relação entre razão e b) Atingir o verdadeiro prazer como o princípio e o fim
sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias da vida feliz.
de Platão (427 a.C.-346 a.C.). De acordo com o texto, c) Suspender o juízo e evitar defender ideias e
como Platão se situa diante dessa relação? respeita-los
a) Estabelecendo um abismo intransponível entre as d) Aceitar o determinismo e ocupar-se com a
duas. esperança transcendente.
b) Privilegiando os sentidos e subordinando o e) Agir de forma virtuosa e sábia a fim de enaltecer o
conhecimento a eles. homem bom e belo.
c) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e
sensação são inseparáveis. 9) (EMESCAM)
d) Afirmando que a razão é capaz de gerar Francis Bacon (1561 – 1626) filósofo, escritor e político Inglês
conhecimento, mas os sentidos não. considerado um dos grandes precursores do método moderno de
e) Rejeitando a posição de Parmênides de que a pesquisa científico afirmou: “Os ídolos e noções falsas que ora
ocupam o intelecto humano e nele se acham implantados não
sensação é superior à razão.
somente o obstruem a ponto de ser difícil o acesso da verdade,
como, mesmo depois de seu pórtico logrado e descerrado,
7) (Enem/2013) poderão ressurgir como obstáculo à própria instauração das
Mas, sendo minha intenção escrever algo de útil para quem por tal se ciências, a não ser que os homens, já precavidos contra eles, se
interesse, pareceu-me mais conveniente ir em busca da verdade extraída cuidem o mais que possam”.
dos fatos e não à imaginação dos mesmos, pois muitos conceberam

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BACON, Francis. “Novum Organum” (versão eletrônica) XXXVIII .
Disponível em: www.psb40.org.br/bib/b12.pdf Acesso em 20 de
maio de 2015.
FILOSOFIA
3º B
Segundo Bacon, “são de quatro gêneros os ídolos que 1 D
bloqueiam a mente humana”, qual item abaixo não 2 E
corresponde ao pensamento do filósofo: 3 D
4 B
a) Ídolos do teatro – as opiniões que se formam em 5 A
nós em decorrência dos poderes das autoridades 6 D
que nos impõem seus pontos de vista. 7 E
8 C
b) Ídolo da tribo – as opiniões que se formam em nós,
9 D
por sermos da espécie humana, ou seja, em
10 D
decorrência da natureza humana.
c) Ídolo da caverna – as opiniões que se formam em
nós por erros e defeitos de nossos órgãos dos
sentidos.
d) Ídolos do direito – as opiniões que se formam em
nós por meio de decretos e leis que não podem ser
questionados.
e) Ídolos do foro – as opiniões que se formam em nós
como consequência da linguagem e de nossas
relações com os outros.

10) (Unesp SP/2021)

Mas eu me persuadi de que nada existia no mundo, que não havia


nenhum céu, nenhuma terra, espíritos alguns, nem corpos alguns;
me persuadi também, portanto, de que eu não existia?
Certamente não, eu existia, sem dúvida, se é que eu me persuadi
ou, apenas, pensei alguma coisa. Mas há algum, não sei qual,
enganador mui poderoso e mui ardiloso que emprega toda a sua
indústria em enganar-me sempre. Não há pois dúvida alguma de
que sou, se ele me engana; e, por mais que me engane, não
poderá jamais fazer com que eu nada seja, enquanto eu pensar
ser alguma coisa. De sorte que, após ter pensado bastante nisto e
de ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim
concluir e ter por constante que esta proposição, penso, logo sou,
é necessariamente verdadeira, todas as vezes que a enuncio […].

(René Descartes. Meditações, 1973.)

Segundo o texto, um dos pontos iniciais do método de


Descartes que o levou ao cogito (“penso, logo sou”)
foi

a) a análise das partes.


b) a síntese das partes analisadas.
c) o prevalecimento da alma sobre o raciocínio.
d) o reconhecimento de um Deus enganador.
e) a arte da persuasão grega.
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