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REVISÃO: 1, 2 e 3 (capítulos)

Data: 31/3/23
Componente Curricular: Sociologia
Professor: Igor

QUESTÃO 1 (UNB) QUESTÃO 2 (ENEM)


A máquina o século XIX conferiu todo o poder O conhecimento é sempre aproximado, falível e, por isso
transformador e produtor da abundância. Máquinas, mesmo, suscetível de contínuas correções. Uma
multidões, cidades: o persistente trinômio do progresso, justificação pode parecer boa, num certo momento, até
do fascínio e do medo. O estranhamento do ser humano aparecer um conhecimento melhor. O que define a
em meio do mundo em que vive, a sensação de ter sua ciência não será então a ilusória obtenção de verdades
vida organizada em obediência a um imperativo exterior definitivas. Ela será antes definível pela prevalência da
e transcendente a ele mesmo, embora por ele produzido. utilização, por parte dos seus praticantes, de
A representação do tempo regido pela natureza instrumentalidades que o campo científico forjou e
perde-se e, junto com ela, a medida do tempo tornou disponíveis.
relacionada às tarefas cíclicas e rotineiras do trabalho. ALMEIDA, J. F. Velhos e novos aspectos da epistemologia das
Perda que implica a imposição de uma nova concepção ciências sociais. Sociologia: problemas e práticas, n. 55, 2007
(adaptado).
de tempo: abstrato, linear, uniformemente dividido a
partir de uma convenção entre os homens, medida de
O texto desmistifica uma visão do senso comum
valor relacionada à atividade do comerciante e às longas
segundo a qual a ciência consiste no(a)
distâncias. Tempo a ser produtivamente aplicado, que se
define como tempo do patrão – tempo do trabalho, cuja
A) fundamento dos saberes empíricos.
representação aparece como uma imposição de uma
B) coexistência de teses religiosas.
instância captada pelo intelecto, porém presa a uma
C) conjunto de teorias imutáveis.
lógica própria, exterior ao homem, que o subjuga.
D) consenso de áreas diferentes.
Delineia-se uma primeira exterioridade substantiva no
E) importância das tradições.
relógio, concomitantemente artefato e mercadoria.
Maria Stella Martins Bresciani. Metrópoles: as faces do monstro
urbano (as cidades no século XIX). In: Revista Brasileira de QUESTÃO 3 (UFU)
História. São Paulo: ANPUH, v. 5, n.º 8/9, 1985 (com adaptações). Observe o seguinte trecho da música “Sem Saúde”
composta por Gabriel, O Pensador; Memê e Fábio
Tendo como referência inicial o texto acima, julgue os Fonseca:
itens.
“Pelo amor de Deus alguém me ajude!
1. O segundo parágrafo do texto pode ser sintetizado em Eu já paguei o meu plano de saúde mas agora ninguém
uma máxima que define bem a ideia predominante na quer me aceitar
economia contemporânea, consagrada pela Revolução E eu tô com dô, dotô, num sei no que vai dá!
Industrial: “tempo é dinheiro”. Emergência! Eu tô passando mal
2. A partir do século XIX, a constituição de grandes Vô morrer aqui na porta do hospital
cidades, verificada ao redor do mundo, deveu-se, em Era mais fácil eu ter ido direto pro Instituto Médico
grande parte, ao fenômeno da industrialização, descrito Legal
no texto, e causou impactos ao meio ambiente e à saúde Porque isso aqui tá deprimente, doutor”
das populações.
3. O texto trata de uma transformação não apenas nas Considerando a relação entre problema social, problema
relações sociais, especialmente nas de trabalho, mas sociológico e a denúncia apresentada na letra da música,
também na subjetividade humana, decorrente da relacionada à área da saúde, a denúncia apresentada pela
instauração de uma sociedade industrial. música
4. O impacto causado pela industrialização sobre as
pessoas, aludido no texto, pode ser medido, entre outros A) tornou-se um problema social a partir da implantação
aspectos, pela mudança substantiva de uma sociedade dos primeiros convênios médico hospitalares no Brasil.
essencialmente rural para a nova realidade urbana, que B) poderá ser um problema sociológico tendo em vista a
impõe diferentes padrões de comportamento, de sua divulgação pela música de Gabriel, O Pensador.
mentalidade e de necessidades.

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C) tornou-se um problema social a partir da implantação ela prefere buscar as brilhantes generalidades em que
do Sistema Único de Saúde (SUS). todas as questões são levantadas sem que nenhuma seja
D) poderá ser um problema sociológico a partir da expressamente tratada. Não é com exames sumários e
análise científica das condições de atendimento dos por meio de intuições rápidas que se pode chegar a
hospitais brasileiros. descobrir as leis de uma realidade tão complexa.
Sobretudo, generalizações às vezes tão amplas e tão
QUESTÃO 4 (UNB) apressadas não são suscetíveis de nenhum tipo de prova.
Estimamos que as mitologias, mais que as DURKHEIM, E. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo:
ciências e as filosofias, encerram, junto com as religiões, Martins Fontes, 2000.

as grandes elucidações da essência humana. Aí as


culturas, geração após geração, projetaram grandes O texto expressa o esforço de Émile Durkheim em
visões, acumularam reflexões, fizeram aprofundamentos construir uma sociologia com base na
e os passaram a seus pósteros. Souberam usar uma
linguagem plástica — com imagens tiradas das A)vinculação com a filosofia como saber unificado.
profundezas do inconsciente coletivo — acessível a B)reunião de percepções intuitivas para demonstração.
todas as idades e a todos os tempos. Além das visões e C)formulação de hipóteses subjetivas sobre a vida
dos símbolos, suscitaram e continuam suscitando social.
grandes emoções. D)adesão aos padrões de investigação típicos das
Não é seguro que nós, modernos, com nossa ciências naturais.
inteligência instrumental, com nossa tradição de E)incorporação de um conhecimento alimentado pelo
pesquisa empírica, de crítica e de acumulação de saberes engajamento político.
sobre praticamente tudo, conheçamos mais o ser humano
que os antigos formuladores de mitos. Esses se QUESTÃO 6 (ENEM)
revelaram observadores meticulosos e sábios exímios de A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da
cada situação e de cada dobra da existência. Convém sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes.
revisitá-los, valorizar suas contribuições e escutar suas Não fez senão substituir velhas classes, velhas condições
lições, sempre atuais. de opressão, velhas formas de luta por outras novas.
Leonardo Boff. Saber cuidar: ética do humano — compaixão pela Entretanto, a nossa época, a época da burguesia,
Terra. Petrópolis: Vozes, 2004, p. 36-7 (com adaptações). caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos de
classes.
Tendo esse texto como referência inicial, julgue os itens. MARX, K.; ENGELS, F. O manifesto comunista. São Paulo: Paz e
Terra, 1998.
1. Depreende-se do texto que o autor defende os
princípios de uma sociologia de viés positivista. Na perspectiva dos autores, os antagonismos entre as
2. O autor do texto estabelece uma contraposição entre classes sociais no capitalismo decorrem da separação
as construções mitológicas e as científicas a partir, entre aqueles que detêm os meios de produção e aqueles
respectivamente, do emprego dos termos “emoções” e que
“instrumental”, referindo-se, implicitamente, ao
processo no qual as ciências, em geral, e a sociologia, A) vendem a força de trabalho.
em particular, se envolveram, durante todo o século B) exercem a atividade comercial.
XIX, para se libertarem de elementos que impregnassem C) possuem os títulos de nobreza.
de elevados graus de subjetividade as suas análises. D) controlam a propriedade da terra.
3. A ideia de “inconsciente coletivo” está relacionada ao E) monopolizam o mercado financeiro.
princípio sociológico básico de que há forças na
sociedade que extrapolam as determinações puramente QUESTÃO 7 (ENEM)
pessoais. Ao mesmo tempo, graças às amplas possibilidades que
4. No texto, é estabelecida, do ponto de vista lógico, tive de observar a classe média, vossa adversária,
uma premissa essencialista como garantia de que as rapidamente concluí que vós tendes razão, inteira razão,
lições dos mitos continuam sempre atuais. em não esperar dele qualquer ajuda. Seus interesses são
diametralmente opostos aos vossos, mesmo que ela
QUESTÃO 5 (ENEM) procure incessantemente afirmar o contrário e vos queira
A sociologia ainda não ultrapassou a era das construções persuadir que sente a maior simpatia por vossa sorte.
e das sínteses filosóficas. Em vez de assumir a tarefa de Mas seus atos desmentem suas palavras.
lançar luz sobre uma parcela restrita do campo social,
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ENGELS, F. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Não é sem razão que o ser humano procura de boa
Paulo: Boitempo, 2010. vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já
unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação
No texto, o autor apresenta delineamentos éticos que da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de
correspondem ao (s) propriedade.
LOCKE, J. Segundo tratado sobre governo: ensaio relativo à
A) conceito de luta de classes. verdadeira origem, extensão e objetivo do governo civil. São
B) alicerce da ideia de mais-valia. Paulo: Abril Cultural, 1978 (adaptado).
C) fundamentos do método científico.
D) paradigmas do processo indagativo. TEXTO II
E) domínios do fetichismo da mercadoria. Para que essas classes com interesses econômicos em
conflitos não destruam a si mesmas e à sociedade numa
QUESTÃO 8 (ENEM) luta estéril, surge a necessidade de um poder que, na
Nos setores mais altamente desenvolvidos da sociedade aparência, esteja acima da sociedade, que atenue o
contemporânea, o transplante de necessidades sociais conflito, mantenha-o dentro dos limites da ordem.
para individuais é de tal modo eficaz que a diferença ENGELS, F. In: GALLINO, L. Dicionário de sociologia. São Paulo:
Paulus, 2005 (adaptado).
entre elas parece puramente teórica. As criaturas se
reconhecem em suas mercadorias; encontram sua alma
Os textos expressam duas visões sobre a forma como os
em seu automóvel, casa em patamares, utensílios de
indivíduos se organizam socialmente. Tais visões
cozinha.
apontam, respectivamente, para as concepções:
MARCUSE, H. A ideologia da sociedade industrial: o homem
unidimensional. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
A)Libertária, em defesa da razão humana —
O texto indica que, no capitalismo, a satisfação dos Contraditória, na qual vigora o estado de natureza.
desejos pessoais é influenciada por B)Igualitária, baseada na filantropia — Complementar,
com objetivos comuns unindo classes antagônicas.
A) políticas estatais de divulgação. C)Liberal, em defesa da liberdade e da propriedade
B) incentivos controlados de consumo. privada — Conflituosa, exemplificada pela luta de
C) prescrições coletivas de organização. classes.
D) mecanismos subjetivos de identificação. D)Heterogênea, favorável à propriedade privada —
E) repressões racionalizadas do narcisismo. Consensual, sob o controle de classes com interesses
comuns.
QUESTÃO 9 (ENEM) E)Compulsória, na qual as pessoas possuem papéis que
É certo que também o animal produz. Constrói para si se complementam — Individualista, na qual as pessoas
um ninho, casas, como as abelhas, os castores, as lutam por seus interesses.
formigas etc. Mas produz unicamente o que necessita
imediatamente para si ou sua prole; produz unicamente QUESTÃO 11 (ENEM)
por força de uma necessidade física imediata, enquanto o TEXTO I
homem produz inclusive livre da necessidade física e só
Uma estranha loucura apossa-se das classes operárias
produz realmente liberado dela; o animal produz
somente a si mesmo, enquanto o homem reproduz para das nações onde impera a civilização capitalista. Esta
natureza inteira. loucura é o amor pelo trabalho, a paixão moribunda pelo
QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M. L. O.; OLIVEIRA, M. G. Um trabalho, levada até o esgotamento das forças vitais do
toque de clássicos: Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte:
UFMG, 2002 (adaptado).
indivíduo e sua prole.
LAFARGUE, P. O direito à preguiça, São Paulo: Hucitec, 2000.
Na perspectiva do texto, o trabalho humano se diferencia
da produção de outros animais em razão da TEXTO II
Vivemos numa época em que as pessoas são tão
A) presença de atividade criativa. trabalhadoras que ficam estúpidas.
B) realização de práticas imitativas. WILDE, O. apud MASI, D. O futuro do trabalho. Rio de Janeiro:
C) busca de sobrevivência individual. José Olympio; Brasília: UnB, 1999.
D) existência de organização coletiva.
E) modificação de paisagens naturais. De acordo com os textos, a reflexão sobre o mundo do
trabalho no século XIX aponta para o conceito
QUESTÃO 10 (ENEM)
sociológico de
TEXTO I

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A) contemplação.
B) criticidade.
C) passividade.
D) emancipação.
E) alienação.

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