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AULA 7 DE REVISÃO – FILOSOFIA E SOCIOLOGIA DE VERDADE

1. Pode-se dizer, portanto, que a religião aparece na história quer como força que
sustenta, quer como força que abala o mundo. Nestas duas manifestações, ela tem sido
tanto alienante quanto desalienante. É mais comum verificar- -se o primeiro caso,
devido às características intrínsecas da religião como tal, mas há exemplos importantes
do segundo. BERGER, O Dossel Sagrado: Elementos para uma teoria sociológica da
religião. 4ª ed., São Paulo: Paulus, 2003, p. 112.

Sobre as análises promovidas no campo da sociologia da religiosidade, pode-se afirmar


corretamente que

A uma mesma religião pode ser utilizada para fins distintos e opostos, a depender das
interpretações e interesses.

B o objetivo do pensamento religioso é contrapor a frieza das explicações racionalistas.

C a ideia de “sustentar” e “abalar” o mundo, como afirma o texto, depende do quão pacifista é
a religiosidade em questão.

D a alienação promovida pelas religiões se assemelha ao conceito de “desencantamento do


mundo”, de Max Webber.

E a oposição entre alienante e desalientante corresponde a uma oposição entre sagrado e


profano.

2. E a esta perspectiva radicalmente nova abriu o caminho uma ‘grande luz’, que Kant disse
ter tido em 1769. Trata-se da ‘luz’ que (...) que lhe permitirá a superação tanto do
racionalismo como do empirismo, e também do dogmatismo e do ceticismo, e abrirá
uma nova era do filosofar. REALE, Giovanni e ANTISERI, Dario. História da Filosofia, vol.
4, de Spinoza a Kant, São Paulo, Paulus, 2005, p. 351.

Essa medida epistemológica adotada por Kant ficou conhecida como

A fenomenologia do espírito.

B revolução copernicana.

C crepúsculo dos ídolos.

D mundo como vontade.

E empirismo cético.

3. (...) um sistema de disposições duráveis e transponíveis que, integrando todas as


experiências passadas, funciona a cada momento como uma matriz de percepções, de
apreciações e de ações – e torna possível a realização de tarefas infinitamente
diferenciadas, graças às transferências analógicas de esquemas [...] Bourdieu, 1983.

Sobre o conceito de habitus pensado por Pierre Bourdieu, pode-se afirmar que

A se trata de uma interseção ou articulação entre a relação sociedade/indivíduo.

B promove uma quebra na relação sociedade/indivíduo.

Prof. Phillipe Castro


C aproxima as explicações sociais em direção ao campo das ciências da natureza.

D explica que o comportamento humano é condicionado pelo quão repetitivas são suas ações.

E assemelha-se ao conceito de superestrutura, como afirmavam os autores materialistas.

4. Se Galileu, entre outras coisas, teorizou a natureza do método científico; se Descartes,


entre outras coisas, proporá uma metafísica que influenciou extremamente a ciência;
Bacon, por seu turno, foi o filósofo da era industrial, pois expressou de modo muito
eficaz e penetrante a influência das descobertas científicas sobre o delineamento da
vida do homem, com as consequências que delas derivam. REALE, Giovanni e ANTISERI,
Dario. História da Filosofia, vol. 3, do Humanismo a Descartes, São Paulo, Paulus, 2004,
p. 263-264.

A proposta defendida por Francis Bacon está muito próxima de uma visão

A negativa em relação ao utilitarismo filosófico.

B metafísica da reflexão e produção intelectual.

C prática dos pensamentos filosófico e científico.

D opositora ao método de investigação científica.

E voltada ao resgaste do dogmatismo escolástico.

5. Na análise de Norbert Elias sobre o processo de socialização e da relação


indivíduo/sociedade, o autor afirma: “não há identidade-eu sem identidade-nós (...)”
ELIAS, Norbert. Introdução à sociologia 1970, p. 152.

A partir da perspectiva do autor, é correto afirmar que

A os fatores biológicos e fisiológicos podem interferir na formação da identidade.

B na sociedade, ocorre uma relação de interdependência indivíduo e coletividade.

C a identidade coletiva é formada a partir da força da identidade individual.

D apesar da separação entre as partes eu/nós, estes dois elementos se complementam.

E a noção de identidade só é utilizada no campo da antropologia política.

6. O reconhecimento da base cultural do preconceito racial é necessidade premente na


atual civilização ocidental. Chegamos ao ponto de alimentar preconceito de raça contra
os irlandeses, nossos irmãos de sangue, e de falar da inimizade da Noruega e da Suécia,
como se esses países representassem povos de sangue diferente. A chamada “linha de
raça”, durante uma guerra em que a França e a Alemanha lutam em lados opostos, é
mantida para dividir o povo de Baden do da Alsácia, embora fisicamente ambos
pertençam à sub-raça alpina. Numa era de movimentos livres de povos e de casamentos
mistos na ascendência dos melhores elementos da comunidade, pregamos sem pejo o
evangelho da raça pura. (...) Existem sociedades em que a natureza perpetua o modo
de comportamento mais superficial por meio de mecanismos biológicos, mas essas não
são as sociedades dos homens, mas sim as dos insetos sociais. BENEDICT, Ruth. A ciência
do costume.

Com base na análise feita pela antropóloga Ruth Benedict, é possível afirmar corretamente que

A há uma evidente vinculação entre fatores biológicos e geográficos na formação étnica.

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B a identidade étnica contemporânea desrespeita o inevitável peso da influência da
ancestralidade.

C a autora utiliza o critério ancestralidade para analisar a substituição da sociedade de


estamentos pela de classe.

D a forma como os seres humanos se relacionam mapeando sua origem ancestral em comum
prova o peso das explicações naturalistas nas ciências sociais.

E a autora explica que os indivíduos, ao contrário dos animais, agem contextualmente, portanto
não se limitam aos defeitos instintivos.

7. (...) O que Spinoza entende por Deus é a ‘substância’ com seus atributos (infinitos); já o
mundo é dado pelos ‘modos’, por todos os modos, infinitos e finitos. Mas estes não
existem sem aqueles; portanto, tudo é necessariamente determinado pela natureza de
Deus e não existe nada contingente (...). O mundo é a ‘consequência’ necessária de
Deus. REALE, Giovanni e ANTISERI, Dario. História da Filosofia, vol. 4, de Spinoza a Kant,
São Paulo, Paulus, 2005, p. 19.

O pensamento filosófico de Baruch Spinoza, sugerido no texto anterior, colabora para a seguinte
proposta:

A Deus é causa imanente de tudo que existe.

B a concepção de Spinoza nega a visão panteísta.

C a realidade atende ao modelo dualista cartesiano.

D a origem de tudo está na transcendência de Deus.

E o conhecimento humano está dissociado de Deus.

8. A estratificação é a maneira pela qual os indivíduos se reproduzem socialmente e, de


acordo com Weber (1974), toda a discussão relativa à estratificação social requer,
inicialmente, atenção ao conceito de poder. Entende-se “por poder a possibilidade de
que um homem, ou um grupo de homens, realize sua vontade própria numa ação
comunitária, até mesmo contra a resistência de outros que participam da ação”
(WEBER, 1974, p. 211). Portanto, o modo de estruturação de qualquer ordem social
influencia a distribuição de poder, econômico ou outro, dentro dos limites de cada
sociedade. LEMOS. Marcelo Rodrigues, Estratificação social na teoria de Max Weber:
considerações em torno do tema.

A partir da análise weberiana sobre estratificação, é correto afirmar que o(a)

A hierarquização social é promovida exclusivamente pela luta de classes.

B distribuição desigual de posições não é suficiente para afirmar que uma sociedade é
estratificada.

C estratificação se configura como uma distribuição desigual de poderes e privilégios.

D sociedade de castas tende a promover maior mobilidade social que as demais.

E papel do poder não é critério fundamental para o mapeamento da estratificação.

9.

TEXTO I

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“As crianças, em geral, nascem num mundo muito diferente daquele da infância de seus pais, e
que estes aprenderam e se acostumaram a ver como padrão de ‘normalidade’; os filhos jamais
poderão visitar esse mundo que deixou de existir com a juventude dos pais.” BAUMAN,
Zygmunt. 44 Cartas do Mundo Líquido Moderno. (Adaptado)

TEXTO II

A partir da comparação entre os dois textos, indique a alternativa correta.

A A violência, em alguns casos, passa a ser vista como algo válido, como no caso da sua utilização
na educação familiar.

B As gerações mais jovens tendem, naturalmente, a reproduzir estruturas preestabelecidas.

C As gerações possuem características contextuais, portanto cabe à geração mais velha acatar
qualquer elemento inovador.

D As gerações mais novas podem reproduzir estruturas precedentes por meio da pressão
imposta pelas mais velhas. E Não se pode perceber a agressão física doméstica como violência,
considerando a finalidade educativa.

10. “Muitas vezes, na Metafísica, Aristóteles revisa o conceito de que quem nega o princípio
supremo do ser, para ser coerente com essa negação, deveria calar e não expressar
absolutamente nada. E tal é precisamente a conclusão a que Pirro chega, proclamando
a ‘afasia’. E a afasia comporta a ataraxia e a imperturbabilidade, ou seja, a ausência de
perturbação, a quietude interior, ‘a vida mais igual’.” REALE, Giovanni e ANTISERi, Dario.
História da Filosofia: Filosofia pagã antiga, Volume 1. Editora Paulus, São Paulo, 2003, p.
303.

Pirro inaugura uma corrente de pensamento que entende a felicidade como

A desligada de qualquer atividade racional.

B decorrente da aceitação racional da dúvida.

C derivada da resignação lógica diante do destino.

D determinada pela exploração corpórea dos prazeres.

E desenvolvida mediante a quebra das regras políticas.

Prof. Phillipe Castro

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