Você está na página 1de 3

ESTUDOS DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA: O

corpo como campo de poder

Fernando Neri Valente¹


Antonia Lilian Ferreira da Paiva²

RESUMO
Fonte Times New Roman, espaçamento simples, alinhado à esquerda, tamanho 12, itálico.
Palavras-chave: Sexualidade. Movimentos Sociais. Diferença. Relações de poder. Biopolítica.

1. INTRODUÇÃO

As sexualidades como campo de disputa de poder pode ser entendido parafraseando


Foucault (pág 266. 2022) como saberes engendrados na sociedade e com entendimento
subalternizado e sem contextualização ou saber erudito apropriado para ser utilizado nas faculdade
e universidades no que remete ao estudo do ser humano e seus desejos.
Insere-se então o corpo como um dispositivo que emerge para a teorização, ou como campo
de disputa política entendida como biopolítica.
O que Butler entendeu como abjeto (sujeito não normal, anormal) reivindicam seus
conhecimentos como Foucault vai dizer

Assistimos há dez ou quinze anos a uma imensa proliferação de críticas das coisas, das
instituições, das práticas, dos discursos: uma espécie de friabilidade geral dos solos, mesmo
dos mais familiares, dos mais sólidos, dos mais próximos de nós, de nosso corpo, de nossos
gestos cotidianos. (FOUCAULT, 2022, pág, 264)

Aqui explanado caminhos iniciais ao direcionamento sobre o corpo e suas mazelas


contextuais, esse trabalho busca uma visão disruptiva das categorias identitárias hegemônicas,
sendo assim, analisar esse processo das categorias não hegemônicas que emergiram com o passar
dos séculos, no que diz maior marcante evidência a partir do século XIX.
O Queer com teoria nos abastece de material metodológico o suficiente para que com olhar
crítico ao que Miskolci (2017) vai explicitar como críticas as normalizações , percorro a pensadores
contemporâneos que bebem do feminismo e convergem com outros movimentos de lutas
identitárias e poder.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Ao escrever sobre a represão vivenciadas pelos sexos, Wittig (pág 33, 2022) afirma que é a
opressão que cria o sexo, não o contrário, o contrário seria dizer que o sexo cria a opressão, ou dizer
em sí, em uma divisão natural dos sexos preexiste à (ou fora da) socidade. Na teorização critica
lesbica, Wittig aponta a categoria sexo como categoria politica que funda a heterossexualidade.

1 Nome dos acadêmico


2 Nome da Professora tutora externa
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (FLC2862) – Prática do Módulo V - 12/10/2023
2

A categoria sexo é aquela que determina que é “natural” a relação que está na base da
sociedade (heterossexual) e por meio da qual metade da população, as mulheres, é
“heterossexualizada” e submetida a uma economia heterosexual. Pois a categoria sexo é o
produto de uma sociedade heterosexual que impõe à mulher a obrigação rígida da
reprodução da “espécie”, ou seja, reprodução é essencialmente esse trabalho, essa
produção feita por mulheres, por meio da qual se perpetua a apropriação pelos homens de
todo o trabalho das mulheres. (WITTIG, 2022, pág, 36)

Ao ser questionado sobre o “ângulo da libertação” no século XVIII, Foucault (pág 235,
2022) pontua que a consciência sobre o próprio corpo só pode ser adquirida pelo efeito do
investimento do corpo pelo poder. As práticas sobre o corpo das crianças, dos soldados, do ideário
travado contra o onanismo, da sexualidade como necessária, é pontuada que não apenas impede,
constrói saberes. Que a partir de um poder sobre o corpo, é possível um saber.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Para a temática exposta neste paper, foi utilizado referências bibliográficas de autores com
renome no campo das relações de poder e gênero, as disputas das sexualidades nas visões dos
teóricos utilizados agregam para o entendimento da proposta abordada, Foucault ao falar de poder,
retoma um pensamento de Deleuze, da prática inversa do aprendizado em um consultório
psicológico, como também agrega estendendo a discussão para uma genealogia das anomalias.
Wittig ao proclamar que “lésbicas não são mulheres” (WITTIG, 2022, Pág, 67) desestabiliza
as categorias identitárias que não são cis heterossexuais, ao contrário do homem, as mulheres com
um mito e as demais sexualidades que emergem dentro da heteronormatividade não são nem
homens e nem mulheres. Homem/mulher são apenas a categoria de desejo e representações
simbólicas que emergem dentro do patriarcado.
No título utilizado como questionamento “Pode o ‘Outro’ da filosofia falar?” Butler retoma
a ideia inicial do que é ser o Outro, ou como temos uma larga contextualização recente nos escritos
das ciências humanas, o ser abjeto. Retoma aqui então algo que emerge e questiona, tensiona as
disputas travadas nos âmbitos das relações de poderes.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

É possível entender que o que foi definido por “o retorno do saber” para construção de
análise de poderes e de críticas a vários aparatos/mecanismo do Estado se alarga em crescente
demasia após o século XIX com uma ciência da sexualidade, o que anteriormente era excluído dos
discursos por não terem potencial teórico ou erudito academicamente, passam a serem valorizados
de forma que o próprio campo da sexualidade entende a possibilidade de emancipação do ser
humano e de um processo político não normalizador. Procuraou-se percorrer que o corpo como
dispositivo de poder que possibilitado emerge subjetividades em uma sociedade onde a norma ainda
institui que a possbilidadee é apenas heterosseual, como teremos uma possibilidade de abertura para
identidades que são dissidentes desse sistema sexo-genero?
3

5. CONCLUSÕES

O presente trabalho se fez na imersão das referências bibliográficas apresentadas a seguir,


para discorrer sobre a sexualidade, um campo de disputa de poderes que engendram o cotidiano de
todos que fazem parte dos movimentos homossexuais e transexuais (entende aqui como outra
maneira de olhar as subjetividades que não se inserem nessa normatividade compulsória,
movimento LGBTQIA+, Queer, relações de gênero etc.),

REFERÊNCIAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023. Informação e documentação –


Referências – Elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto da. Metodologia científica. São
Paulo: Ed. Pearson, 2006.
FERREIRA, Gonzaga. Redação científica: como entender e escrever com facilidade. São Paulo:
Atlas, v. 5, 2011.
MÜLLER, Antônio José (Org.) et al. Metodologia Científica. Indaial: Uniasselvi, 2013.
PEROVANO, Dalton Gean. Manual de metodologia da pesquisa científica. Curitiba: Ed.
Intersaberes, 2016.

Você também pode gostar