Você está na página 1de 5

4°Bimestre-semana 24/10 a 28/10

Roteiro 01
Objetivo: Refletir a respeito das semelhanças e diferenças entre duas diferentes
formas de conhecer o mundo: discurso filosófico e o literário.

Habilidade : Elaborar hipóteses e questões a partir de leituras e debates realizados

TEMA: CARACTERÍSTICAS DO DISCURSO FILOSÓFICO:


COMPARAÇÃO COM O DISCURSO DA LITERATURA

Filosofia é um campo do conhecimento que estuda a existência humana e o saber por meio
da análise racional. Do grego, o termo filosofia significa “amor ao conhecimento”.
Segundo o filósofo Gilles Deleuze (1925-1995), a filosofia é a disciplina responsável pela
criação de conceitos.

"A questão da filosofia é o ponto singular onde o conceito e a criação se remetem um ao


outro.” (Gilles Deleuze)

Os principais temas abordados pela filosofia são: a existência e a mente humana, o saber, a
verdade, os valores morais, a linguagem, etc.

O filósofo é considerado um sábio, sendo aquele que reflete sobre essas questões e busca
o conhecimento através da filosofia.

Dependendo do conhecimento desenvolvido, a filosofia possui uma gama de correntes e


pensamentos. Como exemplos temos: filosofia cristã, política, ontológica, cosmológica,
ética, empírica, metafísica, epistemológica, etc.

CARACTERÍSTICAS DO DISCURSO FILOSÓFICO

O discurso filosófico tem como marca criticar a fundamentação sobre o saber firmado, pelo
questionamento sucessivo. O método que a filosofia utiliza é racional, o filósofo deve usar
sua crítica da razão, com a argumentação lógico-racional.

Rotina de pensamento
Partes/ Funções / Conexões
Atividade:

1. Quais são as partes que compõem esse sistema?


2. Quais as funções das partes identificadas?
3. Em que relação à Literatura e à Filosofia, quais conexões estabeleço a partir do que
foi analisado?
4. Quais são as semelhanças e diferenças entre a Filosofia e a Literatura?

Filosofia não serve para nada

Por Nelson José de Camargo*


Clique aqui para ouvir

Depois de muito filosofar, cheguei à conclusão de que a filosofia não serve para nada. Para
justificar tal conclusão, apresento a seguir uma série de argumentos irrefutáveis.

O maior empresário brasileiro e um dos homens mais ricos do mundo (em breve o mais rico)
é um verdadeiro exemplo de empreendedorismo. Dedicou-se a estudar coisas práticas, como
prospecção de petróleo, e graças a ele nosso país será em breve uma grande potência
petrolífera. E ele jamais leu as Meditações de Descartes.
O melhor presidente do Brasil em todos os tempos, que erradicou a miséria e fez do nosso
país uma potência emergente, nunca ouviu falar em juízos analíticos e juízos sintéticos. Na
verdade, ele se orgulha de nunca ter lido um livro na vida.

O maior cantor de todos os tempos, nosso verdadeiro rei, jamais se preocupou com qualquer
discussão sobre liberdade, democracia, autoritarismo, censura ou todas essas baboseiras
acadêmicas.

Nossos craques de futebol nunca ouviram falar em dialética, lógica, pré-socráticos,


socráticos, filosofia helenística e todas essas velharias poeirentas que ficam mofando nas
bibliotecas, mas encantam o mundo com suas jogadas espetaculares nos grandes clubes da
Europa.
O funk é uma verdadeira arte de vanguarda, minimalismo eletrônico que está salvando a
música brasileira. E nenhum funkeiro jamais ouviu falar em Schiller, educação estética, em
belo, sublime e todos esses esteticismos sem sentido. E certamente não perdem tempo
ouvindo coisas ultrapassadas como Bach, Mozart, Beethoven, Villa-Lobos.

O Brasil nunca antes teve um sistema político tão honesto e uma justiça tão série e eficiente,
que coloca os petralhas na cadeia e garante a segurança de toda a população. E sou capaz
de apostar que nenhum de nossos políticos jamais ouviu falar da Ética nicomaqueia, do
imperativo categórico ou do agir comunicativo.

Todos os cursos de filosofia deveriam ser extintos. Em seu lugar poderiam ser criados cursos
técnicos que atendam às necessidades de nossa pujante indústria. É preciso formar
profissionais para o mercado de trabalho, que se tornem consumidores e que impulsionem
ainda mais nosso crescimento econômico.

Nosso país também é vanguarda em todas as áreas de pesquisa científica. Só não


progredimos ainda mais porque as universidades estão entupidas com esses pseudo
intelectuais retrógrados, que ficam “filosofando” em vez de se preocuparem com coisas
práticas. Isolados na torre de marfim, são incapazes de perceber que o mundo mudou.

A filosofia não passa de um saber ultrapassado, livresco, bolorento, encontrado apenas em


velhos e poeirentos livros de sebos. Editoras sérias não publicam mais esse tipo de lixo, e
sim obras de autores realmente relevantes para nossa cultura, como as do nosso
internacionalmente famoso mago.

*Nelson José de Camargo é graduado em filosofia e jornalismo.


Atividade:

O Semáforo
Escrevas as partes do texto conforme as cores:
Vermelho: Aquilo que ainda preciso assimilar
Amarelo: Aquilo que tive dúvidas
Verde: Aquilo que compreendi

A Filosofia e Literatura têm semelhanças e diferenças.

Semelhanças
-São maneiras pelas quais se é possível conhecer o mundo;
- Usam a linguagem verbal para comunicar algo a alguém;

Diferenças
- A Filosofia quer comunicar um conceito. Já, a Literatura quer narrar uma
história.
- A Filosofia deseja “ensinar”.
É mais difícil de entender. Já a Literatura é mais fácil e procura “entreter”.
Obs:Não se pode ler uma obra filosófica da mesma maneira que uma obra literária!

● Embora sejam diferentes, assim como uma roda e um eixo, a Filosofia e a Literatura
trabalham juntas e se complementam.

● Apesar de usarem o mesmo tipo de linguagem, a Filosofia e a Literatura possuem


propostas diferentes.
Uma quer demonstrar um conceito. A outra quer narrar uma história.

● Não se pode ler uma obra filosófica da mesma maneira que se lê uma obra
literária. Cada uma possui a sua própria especificidade.

Texto:
Fragmento 1: “(...) - Vai entender. Os fatos explicarão melhor os sentimentos: os fatos são
tudo.
A melhor definição do amor não vale um beijo de moça namorada.”

Fonte: Machado de Assis. “O espelho: esboço de uma nova teoria da alma humana”. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 1994. v. II. Texto proveniente de: A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro. Escola do Futuro da Universidade de
São Paulo. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000240.pdf. Acesso em: 2 out. 2020.
Fragmento 2: “Todos os objetos da razão ou da investigação humanas podem dividir-se
naturalmente em dois gêneros, a saber: relações de ideias e de fatos. Ao primeiro
pertencem as ciências da geometria, da álgebra e da aritmética e, numa palavra, toda
afirmação que é intuitivamente ou demonstrativamente certa. Que o quadrado da
hipotenusa é igual à soma do quadrado dos dois lados, é uma proposição que exprime uma
relação entre estas figuras. Que três vezes cinco é igual à metade de trinta exprime uma
relação entre estes números. As proposições deste gênero podem descobrir-se pela
simples operação do pensamento e não dependem de algo existente em alguma parte do
universo. (...) Os fatos, que são os segundos objetos da razão humana, não são
determinados da mesma maneira, (...) O contrário de um fato qualquer é sempre possível,
pois, além de jamais implicar uma contradição, o espírito o concebe com a mesma
facilidade e distinção como se ele estivesse em completo acordo com a realidade. Que o sol
não nascerá amanhã é tão inteligível e não implica mais contradição do que a afirmação
que ele nascerá.”

HUME, David. Ensaio Sobre o Entendimento Humano. Seção II- Da origem das ideias. Versão eletrônica do livro
“Investigação Acerca do Entendimento Humano” Autor: David Hume Tradução: Anoar Aiex Créditos da digitalização:
Membros do grupo de discussão Acrópolis (Filosofia) Homepage do grupo. Disponível em Domínio Público: http://www.
dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000027.pdf. Acesso em: 9 maio 2019.

1. Observe os diferentes elementos presentes nos dois textos, que tipo de texto eles
são?
2. Pesquisemos quem são os autores, onde e em que momento viveram,assim como
as obras mais relevantes.
3. Faça uma lista sobre as semelhanças e diferenças entre o discurso filosófico e a
Literatura, tendo como base os fragmentos apresentados e as experiências literárias
e filosóficas que vocês costumam ler.

Você também pode gostar