Você está na página 1de 10

Filosofia

1 - Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular pelos objetos;
porém, todas as tentativas para descobrir, mediante conceitos, algo que ampliasse
nosso conhecimento malogravam-se com esse pressuposto. Tentemos, pois, uma
vez, experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo
que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento.

KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-Guibenkian, 1994 (adaptado).

O trecho em questão é uma referência ao que ficou conhecido como revolução


copernicana da filosofia. Nele, confrontam-se duas posições filosóficas que

a) revelam a relação de interdependência entre os dados da experiência e a


reflexão filosófica.
b) apostam, no que diz respeito às tarefas da filosofia, na primazia das ideias
em relação aos objetos.
c) refutam-se mutuamente quanto à natureza do nosso conhecimento e são
ambas recusadas por Kant.
d) assumem pontos de vista opostos acerca da natureza do conhecimento.
e) defendem que o conhecimento é impossível, restando-nos somente o
ceticismo.

01. (Enem 2021) A filosofia é como uma árvore, cujas raízes são a metafísica: o
tronco, a física, e os ramos que saem do tronco são todas as outras ciências, que se
reduzem a três principais: a medicina, a mecânica e a moral, entendendo por moral
a mais elevada e a mais perfeita porque pressupõe um saber integral das outras
ciências, e é o último grau da sabedoria.

DESCARTES, R. Princípios da filosofia. Lisboa: Edições 70, 1997 (adaptado).


Essa construção alegórica de Descartes, acerca da condição epistemológica da filosofia, tem como
objetivo

1. Sustentar a unidade essencial do conhecimento.


2. Refutar o elemento fundamental das crenças.
3. Impulsionar o pensamento especulativo.
4. Recepcionar o método experimental.
5. Incentivar a suspensão dos juízos.

Adão, ainda que supuséssemos que suas faculdades racionais fossem inteiramente
perfeitas desde o início, não poderia ter inferido da fluidez e transparência da água
que ela o sufocaria, nem da luminosidade e calor do fogo que este poderia
consumi-lo. Nenhum objeto jamais revela, pelas qualidades que aparecem aos
sentidos, nem as causas que o produziram, nem os efeitos que dele provirão, e
tampouco nossa razão é capaz de extrair, sem auxilio da experiência, qualquer
conclusão referente à existência efetiva de coisas ou questões de fato.

HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento humano São Paulo: Unesp. 2003.

Segundo o autor, qual é a origem do conhecimento humano?


1. A potência inata da mente.
2. A revelação da inspiração divina.
3. O estudo das tradições filosóficas.
4. A vivência dos fenômenos do mundo.
5. O desenvolvimento do raciocínio abstrato.

(Enem PPL 2018) Quando analisamos nossos pensamentos ou ideias, por mais
complexos e sublimes que sejam, sempre descobrimos que se resolvem em ideias
simples que são cópias de uma sensação ou sentimento anterior. Mesmo as ideias
que, à primeira vista, parecem mais afastadas dessa origem mostram, a um exame
mais atento, ser derivadas dela.

HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural,


1973.

Depreende-se deste excerto da obra de Hume que o conhecimento tem a sua


gênese na
1. Convicção inata.
2. Dimensão apriorística.
3. Elaboração do intelecto.
4. Percepção dos sentidos.
5. Realidade trascendental.
Artes

1) Observe a imagem a seguir.

Com base na pintura de Matisse e nos conhecimentos sobre as vanguardas europeias,


considere as afirmativas a seguir.

I. Matisse utiliza o equilíbrio entre a cor e o traço; a aparente simplicidade reitera certo
lirismo da pintura.
II. Os trabalhos de Matisse fazem parte de um contexto caracterizado por experimentações
para transcender a natureza.
III. A pintura faz parte de um momento da pesquisa artística de Matisse em que buscava
uma rígida estruturação formal em suas composições.
IV. Nessa imagem, Matisse expressou sentimentos dramáticos, tais como a solidão, a morte
e o abandono, notados nos elementos compositivos.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.


b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
(Enem/2011)

Guernica, Espanha - 10 de outubro de 2015: Uma parede de azulejos em Gernika lembra o


bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola. Picasso, Pablo. Guernica (1937). Fotografia.
Tichr/Shutterstock.com

O pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973), um dos mais valorizados no mundo


artístico, tanto em termos financeiros quanto históricos, criou a obra Guernica em
protesto ao ataque aéreo à pequena cidade basca de mesmo nome. A obra, feita
para integrar o Salão Internacional de Artes Plásticas de Paris, percorreu toda a
Europa, chegando aos EUA e instalando-se no MoMA, de onde sairia apenas em
1981. Essa obra cubista apresenta elementos plásticos identificados pelo:

a) painel ideográfico, monocromático, que enfoca várias dimensões de um


evento, renunciando à realidade, colocando-se em plano frontal ao
espectador.
b) horror da guerra de forma fotográfica, com o uso da perspectiva clássica,
envolvendo o espectador nesse exemplo brutal de crueldade do ser humano.
c) uso das formas geométricas no mesmo plano, sem emoção e expressão,
despreocupado com o volume, a perspectiva e a sensação escultórica.
d) esfacelamento dos objetos abordados na mesma narrativa, minimizando a
dor humana a serviço da objetividade, observada pelo uso do claro-escuro.
e) uso de vários ícones que representam personagens fragmentados
bidimensionalmente, de forma fotográfica livre de sentimentalismo.
Observe os desenhos a seguir.

Com base nas imagens e nos conhecimentos sobre a Arte Moderna, considere as
afirmativas a seguir.
I. A preocupação com a representação ideal do personagem condiz com os
pressupostos clássicos da arte.
II. Nota-se a repetição de um mesmo tema em busca do aperfeiçoamento técnico do
desenho de figura humana.
III. Apesar do mesmo motivo, cada desenho revela uma aparente liberdade no traço
e na elaboração.
IV. Embora com diferentes elementos, cada desenho deixa evidente a descrição do
mesmo homem.

Assinale a alternativa correta.

A) Somente as afirmativas I e II são corretas.


B) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
Nova York, EUA - 25 de maio de 2018: Multidão de pessoas perto da pintura de
Pablo Picasso "Les Demoiselles D'Avignon" no Museu de Arte Moderna de Nova
York. Fotografia. Bumble Dee/Shutterstock.com

A obra Les demoiselles d’Avignon, do pintor espanhol Pablo Picasso, é um dos


marcos iniciais do movimento cubista. Essa obra filia-se também ao Primitivismo,
uma vez que sua composição recorre à manifestação cultural de um determinado
grupo étnico, que se caracteriza por:

a) produção de máscaras ritualísticas africanas.


b) rituais de fertilidade das comunidades celtas.
c) festas profanas dos povos mediterrâneos.
d) culto à nudez de populações aborígenes.
e) danças ciganas do sul da Espanha.
Sociologia

As artes foram submetidas a uma nova servidão: as regras do mercado capitalista e


a ideologia da indústria cultural, baseada na ideia e na prática do consumo de
“produtos culturais” fabricados em série. As obras de arte são mercadorias, como
tudo o que existe no capitalismo.
Marilena Chauí, Convite à Filosofia.

Segundo o texto, uma das características da indústria cultural é:

a)exploração comercial das obras de arte.


b) a valorização do artista e de sua obra de arte.
c) censura a obras com conteúdo crítico.
d) liberdade de criação artística.

(Enem/2016) Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da democracia


de pioneiros e empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza de sentido para
os desvios espirituais. Todos são livres para dançar e para se divertir, do mesmo
modo que, desde a neutralização histórica da religião, são livres para entrar em
qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a liberdade de escolha da ideologia, que
reflete sempre a coerção econômica, revela-se em todos os setores como a
liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa.

ADORNO, T HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos.


Rio de Janeiro: Zahar, 1985.

A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é


um(a)
a) legado social.
b) patrimônio político.
c) produto da moralidade.
d) conquista da humanidade.
e) ilusão da contemporaneidade.

(Unitins/2018) Para os filósofos e sociólogos alemães Theodor Adorno e Max


Horkheimer, a indústria cultural tem como único objetivo a dependência e a
alienação dos homens. Ao maquiar o mundo nos anúncios que divulga, ela seduz as
massas para o consumo das mercadorias culturais, a fim de que se esqueçam da
exploração que sofrem nas relações de produção
ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. A indústria cultural – o iluminismo como mistificação das massas. In: Indústria
cultural e sociedade. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

Considerando o texto dado, e segundo o pensamento de Adorno e Horkheimer, é


correto afirmar que:

I. A indústria cultural se utiliza de padrões que se repetem com o propósito de


formar uma estética voltada ao consumismo e à alienação.

II. A indústria cultural promove nos indivíduos uma pseudossatisfação que impede o
desenvolvimento de uma visão crítica.

III. A indústria cultural faz dos indivíduos seu objeto, distanciando-os de uma
autonomia consciente.

IV. A indústria cultural incentiva necessidades próprias do sistema vigente, levando


os indivíduos a praticar o consumo incessante.

É correto o que se afirma em:


a) I, II, III e IV.
b) III e IV apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) I e IV apenas.

TEXTO 1

Durante séculos, a situação da escrita foi de tal ordem que a um reduzido número
de escritores correspondia um número de vários milhares de leitores. No início do
século passado, verificou-se uma mudança nessa situação. Tudo isso começou com
a imprensa diária, ao abrir aos leitores o seu “correio”. Atualmente, a situação é tal
que quase não deve haver um europeu, inserido no mundo do trabalho, que não
tenha tido possibilidade de publicar uma experiência laboral, uma reclamação, uma
reportagem ou algo afim. Assim, a diferença entre autor e público está prestes a
perder o seu caráter fundamental.

BENJAMIN, W. A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica. In: LIMA, L.


C. Teoria da Cultura de Massa. São Paulo: Paz e Terra, 2000 (adaptado).

TEXTO 2

Filmando em estúdios de garagem, reproduzindo efeitos especiais em


computadores domésticos e pegando músicas de CDs e de arquivos MP3, os fãs
criaram novas versões da mitologia de Guerra nas Estrelas (1977). A circulação
amplamente difundida de bens relacionados à Guerra nas Estrelas disponibilizou
recursos a uma geração emergente de cineastas adolescentes e jovens. Guerra nas
Estrelas tornou-se a “lenda” deles, e agora eles estão determinados a reescrevê-la a
seu modo. JENKINS, H. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2003
(adaptado).
A liberação do polo de emissão na criação e circulação de conteúdos abordada nos
textos traz impactos para a comunicação publicitária. A esse respeito, assinale a
opção correta.

Alternativas

a) O fenômeno da remixagem, como o caso de Guerra nas Estrelas, não se

aplica a conteúdos publicitários, pois estes estão sob o controle do emissor,

que planeja e financia sua veiculação em meios digitais.

b) A cultura participativa e a experiência dos fãs, fenômenos presentes desde

o início da formação da sociedade de massas, foram potencializados pela

cibercultura, pois intensificou a relação entre o público e a obra.

c) O comportamento de fã e o desejo de participar da construção das

narrativas das marcas são fenômenos restritos ao público jovem, uma vez

que outros públicos permanecem consumindo segundo a lógica massiva.

d) As empresas, ao permitir a participação dos consumidores na criação e

recriação de conteúdos midiáticos, estão abrindo mão do controle sobre os

sentidos e as percepções de suas marcas e produtos.

e) O planejamento de comunicação de uma marca não considera as

experiências fora dos espaços oficiais — como a produção de fãs na

internet, memes e fan fictions —, pois não há ferramentas de

acompanhamento disponíveis na atualidade.

Você também pode gostar