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Lara Pereira de Sousa

UFPB
CCHLA-Línguas Estrangeiras Aplicadas às Negociações Internacionais
lara.pereira@academico.ufpb.br

SANTOS, Tamires Dias dos. Theodor Adorno: Uma crítica à indústria cultural. Niterói, RJ,
Revista Trágica: estudos de filosofia da imanência. 2º quadrimestre de 2014, vol. 7, nº 2.
pp.25-36.

Essa é uma resenha sobre o texto Theodor Adorno: Uma indústria cultural, no
qual o texto explica o que é esse conceito e as problemáticas de ter uma indústria cultural
com muito poder, a autora Tamires Dias dos santos fez o texto partindo muito do
pensamento de Theodor Adorno e Max Horkheimer, se baseando também nos
pensamentos de outros filósofos e sociólogos para fazer sua obra.
Tendo como propósito tecer críticas a indústria cultural e mostrar como ela opera
trazendo exemplos com base nos pensamentos dos filósofos e sociólogos que são citados
no texto, mesclando também com os pensamentos da autora trazendo exemplos vistos no
nosso dia a dia. Ela começa explicando o objetivo do trabalho, que é refletir sobre algumas
questões principais da indústria cultural partindo principalmente do pensamento de Theodor
Adorno, ela segue o texto explicando o conceito e dando as devidas considerações, falando
sobre como o conceito foi criado por Adorno em coautoria de Horkheimer para substituir o
termo de cultura de massa pois a mesma causava certa ambiguidade, mostrando as bases
da reflexão de Adorno e como está relacionada com determinadas vivências dele. Ela
continua o texto mostrando como o que está por trás da indústria cultural é a maquinaria
econômica, ou seja, as pessoas que tem o capital, e já que a principal necessidade da
maquinaria econômica é de acordo com a autora é que “ por meio da indústria cultural
implementar um comércio fraudulento de modo a envolver um rebanho de consumidores
que são continuamente ludibriados com promessas vãs. Assim, o consumidor acaba se
tornando um joguete dos interesses econômicos capitalistas”, por esse motivo a indústria
cultural tem como objetivo analisar como os bens culturais são planejados para atingir os
consumidores, assim na sociedade capitalista qualquer produto cultural e artístico são
transformados em mercadoria para se tornar produto, perdendo assim o seu valor crítico,
fazendo que com quem consuma também não tenha incentivo a criar o pensamento crítico.
Após os bens culturais passam a ser mercadoria, eles passam a ser autofabricados e
padronizados, segundo os critérios determinados pelo mercado, assim uma das pretensões
da indústria cultural é uniformizar os gostos dos indivíduos, fazendo-os a aceitar todos os
critérios impostos pelos produtos, com objetivo de satisfazer as supostas necessidades
criadas pelo próprio mercado, legitimando isso pelos meios midiáticos fazendo parecer que
essas necessidades são verdadeiras e genuínas.
A autora passa por outros pontos importantes como “a diversão como o instrumento
da indústria cultural”, “a estandardização dos gostos” e por fim “propostas de resistência à
indústria cultural”, mostrando nos dois primeiros citados como a indústria cultural tem como
uma da principais características o entretenimento, segundo Adorno ela explica que o
domínio exercido sob os consumidores é mediado pela lógica da diversão, por isso a
maioria dos meios de entretenimento feitos pelos streams, indústria audiovisual num geral

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devem não ter nenhuma ligação real com a vida cotidiana do espectador para assim ser
desejável, levando os espectadores a pensarem conforme os parâmetros estabelecidos
anteriormente pela indústria cultural, fazendo as pessoas irem atrás de um meio de diversão
apenas pelo prazer de está alheio a sua realidade mesmo que seja apenas determinado
tempo de folga das obrigações do dia a dia. No último ponto ela apresenta de acordo com
Adorno um meio de resistimos à indústria cultural, que seria esse que nós analisarmos
criticamente os conteúdos que consumimos e questionarmos se não estamos sendo apenas
influenciados por essa indústria que visa apenas o lucro, porém para resistir não apenas a
formação do pensamento crítico é suficiente segundo Adorno também é preciso se tornar
um sujeito emancipado e essa emancipação implica não só a reflexão crítica como também
o conhecimento político. Ela conclui o texto dizendo que o debate sobre a indústria cultural
ainda é atual em relação a massificação cultural e ela fala também que mesmo Adorno
tendo pensamentos pessimistas sobre esse assunto ele vê um modo de resistir, da cultura
não ser totalmente desvinculada da formação humana, ela conclui com o seguinte
trecho”Assim, para educação ser efetiva, necessita promover a autonomia e a emancipação
dos sujeitos contrapondo-se à ideologia dominante através da autorreflexão crítica”.
Esse texto foi muito esclarecedor sobre algumas questões em relação aos
conteúdos artísticos e culturais que são passados tanto na tv como na internet que eu não
tinha pensado, depois de ler esse texto sempre que vejo uma propaganda enxergo mais do
que só o produto que está realmente sendo vendido, não só em relação às propagandas,
mas sim em tudo, como filmes, músicas e séries, as vezes tenho a impressão que muito é
só mais do mesmo, que é tudo o mesmo clichê de sempre, o que as produtoras sabem que
vão da certo e por isso elas não vão se arriscar a ir contra o padrão, isso acaba se tornando
uma preocupação, pois temos que ir contra o padrão para quebrar determinados
comportamentos danosos à sociedade, mas normalmente as principais pessoas que têm
esses comportamentos são as pessoas que são donas das produtoras ou quem tem o
poder para mandar nessas produtoras, ou seja quem tem o poder econômico. A indústria
cultural também vai se atualizando de acordo com o que a sociedade vai mudando, mas
não necessariamente isso quer dizer que eles são aliados aos movimentos, é só que eles
perceberam que ficar ao lado desses grupos vai ajudar nos lucros das empresas, por este
fato que quando é os meses “comemorativos” como o mês do orgulho LGBT+ ou o mês da
consciência negra, é uma chuva de propagandas com essas minorias, porém quando é nos
outros meses eles quase não estão presentes nas propagandas. Recomendo a todos lerem
esse texto, por mais que ache que elas vão ficar um tempo se questionando se não gostam
do que gostam por causa da indústria cultural. Porém ao mesmo tempo que entendo a
importância de pensar criticamente e buscar coisas que nos façam pensar criticamente,
entendo também o que é está exausta de todo caos que somos constantemente expostos e
querer apenas uma série cheia de clichê para não pensar em nenhum dos problemas da
vida real, ficar nem que seja por 1 hora alheia a todos os problemas do mundo, do Brasil e
do próprio dia a dia. Acredito que ao final de ler e reler esse texto a conclusão que cheguei
é que a melhor opção é buscar o equilíbrio, tanto exercer o pensamento crítico como de vez
em quando se deixar ser distraída de todo caos que é viver em 2022. O texto foi incrível,
pude refletir bastante sobre a questão da indústria cultural, e mesmo que tenha tido
algumas palavras que não conhecesse e alguns momentos que era necessário reler o texto
para de fato compreender foi muito bom ter lido e expandir o meu conhecimento em relação
a esse assunto.

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