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INDÚSTRIA CULTURAL

E SOCIEDADE
Filosofia
Industria Cultural

É um conceito criado por Theodor Adorno e Max Horkheimer para referir- se à


capacidade da economia capitalista para produzir bens culturais como mercadoria em
massa (larga escala/fordismo). Origem do conceito aparece no livro “Dialética do
Esclarecimento”, publicado em 1947, na Alemanha. Estudo faz parte de grupo de
pensadores alemães, conhecido como “Escola de Frankfurt” ou “Teoria Crítica” Além
de Adorno e Horkheimer também estão presentes Walter Benjamin e Herbert Marcuse.
CAPITALISMO e
INDUSTRIALIZAÇÃO
Produção em larga escala
Contexto Processo contínuo de valorização
de:
histórico-social • Recursos humanos e naturais
Primeiras décadas do séc. XX • Bens materiais
• Elementos simbólicos

Ideologia e consumo de massa Apropriação e


redefinição da arte
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Sociedade de consumo
ARTE

INDÚSTRIA CULTURAL

RÁDIO TV CINEMA MÚSICA

CONSEQUÊNCIAS: CULTURA ERUDITA PERDE O RIGOR CULTURA POPULAR


PERDE A ESPONTANEIDADE
• Na era da indústria cultural o indivíduo já não decide autonomamente: o conflito entre
impulsos e consciência se resolve com a adesão acrítica aos valores impostos: “O que
antes os filósofos chamavam de vida foi reduzido à esfera do privado e logo do puro e
simples consumo, que já não é mais do que um apêndice do processo material de
produção econômica, sem autonomia e substâncias próprias” (Adorno, 1951).

• O ser humano está nas mãos de uma sociedade que lhe manipula e ilude: “o
consumidor não é soberano, como a indústria cultural desejaria fazê-lo crer, não é seu
sujeito e sim seu objeto” (Adorno, 1957)

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• Fundamentos e aspectos da Indústria Cultural:

• O mercado captura a arte e os bens simbólicos para geração de capital. Isto é, o objetivo principal é o
lucro.

• É preciso ter o maior número possível de consumidores;

• ESTRATÉGIA: Criar ilusão da diversidade. No fundo são os mesmos produtos embalados de maneira
diferente para públicos distintos. O importante não é o que está dentro do produto, mas como ele é
vendido para o consumidor Ex. Gêneros fílmicos diferentes, mas a estrutura narrativa é a mesma.

• Problema: complicação; conflito; crise.

• Filmes: Mensagem é a de que você vai passar dificuldades, porém, no final, tudo vai dar certo. ilusão
E a impressão de assistir sempre o mesmo filme é recorrente para quem se propõe a pensar 6
Fundamentos e aspectos da
Indústria Cultural

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Todos somos consumidores e ao mesmo tempo todos somos produtos. Televisão, Redes sociais,
Publicidade e propaganda. Onde as informações sobre você são vendidas às empresas que compram
anúncios. É o horário comercial que financia a TV. A emissora vende horários específicos para atingir um
determinado público-alvo. Imagens de beleza, sensualidade e diversão são transmitidas e vinculadas aos
produtos.

Indústria cultural prescinde o expectador da reflexão. Quanto menos esforço para a reflexão, melhor. Tudo
é passado de forma rápida para que não dê tempo de refletir ou divagar – o fluxo é constante.
“Consumidores que pensam demais não compram”. O produto da indústria cultural não deve aborrecer. Se
o filme não divertiu, não presta. Apresenta-se um ideal de vida inalcançável e distante da realidade. Não
deve levar o indivíduo a contestar sua situação, mas aceitá-la. Obras de arte clássica geram incômodo,
abalam conceitos e apresentam alternativas perigosas (a Indústria Cultural não quer fuga da normalidade)

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• Entrega-se aos produtos da indústria cultural para “fugir” da realidade. Trabalha-se 40h por
semana e vai ao cinema para relaxar, divertir. O expectador não quer esforço ou desconforto.
Busca refúgio na diversão. Fuga de uma vida tediosa, monótona e opressiva do trabalho
cansativo Fuga ou aceitação? Não posso fazer nada sobre a minha vida, logo, assisto. Tento me
reconhecer no herói da obra/catarse. A alienação através do consumo é uma escolha do próprio
expectador.

• Para vendê-la, deve seduzir e agradar o consumidor. Para seduzi- lo e agradá-lo, não pode
chocá-lo, provocá-lo, fazê-lo pensar, fazê-lo ter informações novas que perturbem, mas deve
devolver-lhe, com nova aparência, o que ele sabe, já viu, já fez. A ‘média’ é o senso-comum
cristalizado que a indústria cultural devolve com cara de coisa nova [...]. Dessa maneira, um
conjunto de programas e publicações que poderiam ter verdadeiro significado cultural tornam-
se o contrário da Cultura e de sua democratização, pois se dirigem a um público transformado
em massa inculta, infantil, desinformada e passiva.

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• “Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da democracia de pioneiros e
empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza de sentido para os desvios espirituais.
Todos são livres para dançar e para se divertir do mesmo modo que, desde a neutralização
histórica da religião, são livres para entrar em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a
liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se em todos
os setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa”. ADORNO, T;
HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro;
Zahar, 1985.

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