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Indústria Cultural

O que é Indústria Cultural?

É um conceito criado por Theodor


Adorno e Max Horkheimer para referir-
se à capacidade da economia capitalista
para produzir bens culturais como
mercadoria em massa (larga
escala/fordismo).

Origem do
conceito Estudo faz parte de grupo de
pensadores alemães, conhecido
Aparece no livro como “Escola de Frankfurt”
ou “Teoria Crítica”
“Dialética do
Esclarecimento”,
publicado em Objetivo: lucro e manutenção do
1947, na pensamento dominante.
Alemanha.
O que é Indústria Cultural?

O conceito se refere à ideia de produção em massa, comum


nas fábricas e indústrias, que passou a ser adaptada à produção
artística. É uma nova concepção de se fazer arte e cultura,
utilizando-se técnicas do sistema capitalista.

Dessa maneira, músicas, filmes, espetáculos e outras obras,


são desenvolvidos sob a lógica de produção em massa. Há um
pensamento dominante que passa a influenciar o modo como os
artistas produzem e como os telespectadores consomem a cultura.
Nesse conceito, um quadro ou uma música são reproduzidos de
forma padronizada, mesmo que possuam cores e estilos diferentes.
Contexto histórico-social
Primeiras décadas do séc. XX

CAPITALISMO
Produção em
&
larga escala
INDUSTRIALIZAÇÃO
Processo
contínuo de
Ideologia e consumo de massa valorização de:
Adorno
• Recursos
humanos e
naturais
Apropriação e • Bens
redefinição da materiais
arte • Elementos
simbólicos
Horkheimer
Sociedade de
consumo Arte Indústria Cultural

rádio cinema
Consequências:
TV
1 música

Cultura Cultura popular


erudita perde perde a
o rigor espontaneidade

2
Uniformização do sujeito e
manipulação de sua autonomia 3
Arte sem
Pessoas que vestem “magia”,
as mesmas roupas,
usam os mesmos mas, pelo
sapatos, ouvem as
mesmas músicas, + alienação Sair desta
menos, saiu
assistem aos mesmos
filmes + despolitização lógica te torna
um outsider dos
“palácios”
Na era da indústria cultural o indivíduo já não decide autonomamente: o
conflito entre impulsos e consciência se resolve com a adesão acrítica aos
valores impostos:

“O que antes os filósofos chamavam de vida foi reduzido à esfera


do privado e logo do puro e simples consumo, que já não é mais do
que um apêndice do processo material de produção econômica,
sem autonomia e substâncias próprias” (Adorno, 1951).

O ser humano está nas mãos de uma


sociedade que lhe manipula e ilude: “o
consumidor não é soberano, como a indústria
cultural desejaria fazê-lo crer, não é seu
sujeito e sim seu objeto” (Adorno, 1957)
Fundamentos e aspectos da Indústria Cultural

O mercado captura a arte e E a impressão de


assistir sempre o
os bens simbólicos para mesmo filme é
recorrente para quem
geração de capital. Isto é, se propõe a pensar

o objetivo principal é o
lucro
É preciso ter o maior número possível de consumidores

ESTRATÉGIA
• Roupas
• Carros
-> Criar ilusão da diversidade • Músicas
• Filmes

Repetição
No fundo são os mesmos produtos embalados de maneira diferente para públicos
satisfaz um
distintos
desejo de
previsibilidade
O importante não é o que está dentro do produto,
Música aumenta a
mas como ele é vendido para o consumidor
tensão, a emoção
Ex. Gêneros fílmicos diferentes, mas a estrutura narrativa é a mesma
Causar efeito
Problema; complicação; conflito; crise; clímax; resolução
desejado: choro, Surpresa faz parte do esquema
riso, tensão

O final gera conforto e felicidade ilusão


Mensagem é a de que você vai passar dificuldades,
porém, no final, tudo vai dar certo.
Fundamentos e aspectos da Indústria Cultural

Todos somos consumidores


e ao mesmo tempo todos
somos produtos
Onde as informações sobre você
são vendidas às empresas que
compram anúncios

Redes sociais

Publicidade e propaganda

Televisão

É o horário
comercial que
Imagens de beleza,
financia a TV. A
sensualidade e diversão
emissora vende
são transmitidas e
horários
vinculadas aos
específicos para
produtos
atingir um
determinado
público-alvo
Fundamentos e aspectos da Indústria Cultural

A indústria cultural
prescinde o expectador da
reflexão
Obras de arte clássica geram
incômodo, abalam conceitos e
apresentam alternativas perigosas
(a Indústria Cultural não quer
Quanto menos esforço para a reflexão, melhor
fuga da normalidade)

Tudo é passado de forma rápida para que não dê tempo de


refletir ou divagar – o fluxo é constante

“Consumidores que pensam demais não compram”

O produto da Não deve levar o


indústria cultural indivíduo a
contestar sua
não deve aborrecer situação, mas
aceitá-la
Se o filme não divertiu, não presta
Apresenta-se um ideal de vida inalcançável e distante da realidade
Fundamentos e aspectos da Indústria Cultural

Entrega-se aos produtos da


indústria cultural para
“fugir” da realidade
Trabalha-se A alienação
40h por através do Fuga ou
semana e vai consumo é
ao cinema aceitação?
para relaxar,
uma Não posso
divertir. O escolha do fazer nada
expectador próprio sobre a
não quer expectador minha vida,
esforço ou
Fuga de
uma vida logo,
desconforto.
tediosa, assisto
Busca
refúgio na monótona
diversão e Tento me reconhecer no herói da
opressiva obra/catarse
do
trabalho
cansativo
A indústria cultural vende cultura. Para vendê-la,
deve seduzir e agradar o consumidor. Para seduzi-
lo e agradá-lo, não pode chocá-lo, provocá-lo,
fazê-lo pensar, fazê-lo ter informações novas que
perturbem, mas deve devolver-lhe, com nova
aparência, o que ele sabe, já viu, já fez. A ‘média’
é o senso-comum cristalizado que a indústria
cultural devolve com cara de coisa nova [...].
Dessa maneira, um conjunto de programas e
publicações que poderiam ter verdadeiro
significado cultural tornam-se o contrário da
Cultura e de sua democratização, pois se dirigem
a um público transformado em massa inculta,
infantil, desinformada e passiva.
CHAUÍ, Marilena. Filosofia. 7. ed. São Paulo: Ática, 2000, p. 330-333.

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