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SOCIOLOGIA – 2ª SÉRIE

PROFº. LENILTON FILHO

III UNIDADE - 2023


INDÚSTRIA CULTURAL

A expressão “indústria cultural” — que tem relação com os


meios de comunicação de massa e com a cultura de massa —
foi cunhada pelos filósofos e sociólogos alemães Theodor
Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973) na obra
Dialética do esclarecimento, publicada em 1947, escrita pelos
dois pensadores.

O propósito de Adorno e Horkheimer era analisar a produção e


a função da cultura no sistema capitalista do início do século
XX. O conceito de indústria cultural foi criado por eles, com
base na teoria marxista, para definir o processo de conversão
da cultura em mercadoria e para deixar explícito o uso dos
meios de comunicação de massa (televisão, jornais, rádio,
cinema) pelas classes dominantes.
Transformação
da Cultura em
Mercadoria.
Revolução
Industrial

Desenvolvimento das
forças produtivas

Razão
Instrumentalizada

ILUMINISMO
(Razão)
Historicamente, portanto, a noção de indústria cultural está
ligada ao desenvolvimento do capitalismo, particularmente à
emergência das técnicas que surgiram no século XIX
(eletricidade, telefonia). A produção em série, uma revolução
para a época — sobretudo na produção de automóveis, como
no caso da Ford —, expandiu-se para a reprodução em série de
toda a vida social, não se restringindo às fábricas e indústrias.

A cultura como entretenimento


A função básica do entretenimento é reforçar, como ideologia,
os valores da sociedade industrial. Isso pode acontecer,
segundo os frankfurtianos, de duas maneiras:

• apresentando esses valores como positivos (que é o que


vemos em grande medida no discurso publicitário, mas
também em filmes e canções);
• ocultando a desigualdade nas relações sociais (nas novelas,
muitas vezes, os conflitos humanos praticamente se
resumem a questões afetivas).
A posição de Walter Benjamin
Ainda que a maior parte do legado da Escola de Frankfurt ofereça
uma visão crítica do fenômeno da indústria cultural, o filósofo Walter
Benjamin elaborou uma visão diferente dos autores de Dialética do
esclarecimento.

Entre 1935 e 1936, Benjamin publicou o importante ensaio “A obra de


arte na era de sua reprodutibilidade técnica”. O argumento de
Benjamin, nesse texto, é de que a invenção da fotografia, e
posteriormente do cinema, modificou radicalmente nossa relação
com o universo artístico.

No contexto histórico anterior à fotografia, segundo Benjamin,


ao registrarem a imagem de uma pessoa, um objeto ou uma
paisagem, os artistas plásticos produziam criações que eram
consideradas únicas, por meio de um trabalho artesanal
(manual). Dessa forma, todas as obras de arte eram, elas
próprias, “originais” em si mesmas.
Benjamin cunhou um nome para essa condição da obra de arte criada artesanalmente, ou seja,
feita de maneira única pelo artista. Segundo o filósofo alemão, uma obra feita nessa
circunstância singular seria portadora de uma aura estética, que seria a marca de sua
originalidade.

Com a fotografia e o cinema, artes eminentemente técnicas — e não artesanais, portanto —, as


obras únicas, “auráticas”, começam a desaparecer. Basta observar a natureza de uma fotografia
ou de um filme. Com um negativo (na época), podiam-se produzir inúmeras fotografias, e um
mesmo filme podia (e pode) ser visto por milhares (atualmente, milhões) de espectadores.
Portanto, no caso da fotografia e do cinema, não há um filme “original” ou uma foto “original”,
mas cópias — sem a aura da originalidade

Com base nesse raciocínio, Benjamin defendeu a postura — e nisso ele divergia de Adorno e
Horkheimer — de que, embora a originalidade das obras não exista mais, havia agora a
possibilidade de maior alcance da produção artística. Em outras palavras, com a reprodução
técnica, a produção artística poderia ser democratizada, chegando a um maior número de
pessoas — conhecemos muitas obras de arte por fotografias, não precisamos necessariamente
ir a um museu, por exemplo.

No entanto, como já foi afirmado, Adorno e Horkheimer não entendiam as implicações da


indústria cultural dessa forma. Para eles, essa indústria, mais do que seu caráter edificante e de
entretenimento das massas, oprimia e alienava.
O que é a Indústria cultural:
Indústria cultural é um termo desenvolvido para denominar o modo de produzir
cultura no período industrial capitalista. Ele designa principalmente a situação
da arte na sociedade capitalista industrial. marcado por modos de produção
que visavam sobretudo o lucro.

Este termo foi criado por Max Horkheimer (1895-1973) e Theodor


Adorno (1903-1969), ambos intelectuais da Escola de Frankfurt na Alemanha.
Ele surgiu na década de 40, no livro “Dialética do Esclarecimento: Fragmentos
Filosóficos”, publicado posteriormente em 1947.

O objetivo principal da indústria cultural é o lucro, além da idealização de produtos voltados para o consumo excessivo
das massas. Este objetivo também reproduz o real interesse das classes dominantes, tornando-as legítimas e com
elevado status social.
ATIVIDADE DE SOCIOLOGIA

• A atividade deverá ser


realizada em dupla;
• Você terá apenas uma aula
para realização da atividade;
• A resposta deverá ser
realizada no caderno de um
dos membros da dupla e será
assinada pelo professor;
• A resposta deverá ser
digitada no Forms (QR Code)
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IDEOLOGIA
Karl Mannheim (1893-1947) talvez seja o sociólogo depois de Marx que mais
tenha influenciado a discussão sobre ideologia. No livro Ideologia e utopia
(1929), ele conceitua duas formas de ideologia: A PARTICULAR E A TOTAL.
A PARTICULAR corresponde à ocultação da realidade, incluindo mentiras
conscientes e ocultamentos subconscientes e inconscientes, que provocam
enganos. A ideologia TOTAL é a visão de mundo (cosmovisão) de uma classe
social ou de uma época. Nesse caso, não há ocultamento ou engano, mas
apenas a reprodução das ideias próprias de uma classe ou ideias gerais que
permeiam a sociedade.

Para Karl Marx e F. Engels a ideologia seria um


conjunto de ideias e crenças cujo objetivo é
legitimar e defender os interesses e a visão de
mundo da classe dominante, utilizando como
ferramentas a dissimulação e a distorção.
Uma das primeiras ideias sobre ideologia foi expressa por
Francis Bacon (1561-1626), em seu livro Novum organum
(1620). Ele não utilizava o termo ideologia, mas, ao
recomendar um estudo baseado na observação, declarava que,
até aquele momento, o entendimento da verdade estava
obscurecido por ídolos, ou seja, por ideias erradas e irracionais

O termo ideologia foi utilizado inicialmente pelo pensador


francês Destutt de Tracy (1754- 1836), em seu livro Elementos
de ideologia (1801), no sentido de “ciência da gênese das
ideias”. Tracy procurou elaborar uma explicação para os
fenômenos sensíveis que interferem na formação das ideias, ou
seja, a vontade, a razão, a percepção e a memória.

Um segundo sentido de ideologia, o de “ideia falsa” ou


“ilusão”, foi utilizado por Napoleão Bonaparte (1768--1821)
num discurso perante o Conselho de Estado, em 1812. Nesse Auguste Comte (1798-1857), em seu Curso de filosofia
discurso, Napoleão afirmou que os males da França deviam ser positiva (1830-1842), retomou o sentido de ideologia
atribuídos “à ideologia, essa tenebrosa metafísica”1 , utilizado por Tracy — o de estudo da formação das
destacando a falta de conexão com a realidade do pensamento ideias, partindo das sensações (relação do corpo com
de seus adversários, que questionavam e perturbavam sua o meio) — e acrescentou outro, o de conjunto de
ação governamental ideias de determinada época
O que é cultura?
A SOCIEDADE MODERNA E A CULTURA

Antropocentrismo, se transformando
num símbolo deste conceito
humanista. O significado da palavra
cultura esteve vinculado à cultivo da terra
até o século XVIII. Com o Iluminismo, o
termo passa a definir uma característica
do homem.
CULTURA SEGUNDO A ANTROPOLOGIA

a DIVERSIDADE em uma escala que


CULTURAL que se varia do mais
observa entre os primitivo,
povos Edward Burnett Tylor (1832-1917)
representado por
contemporâneos povos tribais, ao
reflete os mais desenvolvido,
diferentes estágios alcançado pelos
evolutivos de cada europeus. (visão
sociedade Evolucionista)
CULTURA é o
conjunto complexo de
conhecimentos,
crenças, arte, moral e
direito, além de
costumes e hábitos
adquiridos pelos
indivíduos em uma
sociedade.
cada cultura é única e deve ser
“CULTURAS”
Franz Boas (1858-1942) analisada de modo E “NÃO
aprofundado e particular. CULTURA”

Bronislaw Kasper formados por elementos principalmente no que dizia


interdependentes que lhes respeito às necessidades
Malinowski (1884- davam características básicas, como alimento,
1942) próprias, proteção e reprodução.
BENEDICT - desenvolveu o conceito de
padrão cultural, destacando a prevalência de
homogeneidade e coerência em cada cultura.
Em suas pesquisas, identificou dois tipos
culturais extremos:

o APOLÍNIO, representado por


indivíduos conformistas, tranquilos,
solidários, respeitadores e comedidos
na expressão de seus sentimentos,

e o DIONISÍACO, que reunia os


ambiciosos, agressivos,
individualistas, com tendência ao
exagero afetivo.

De acordo com ela, entre os apolínios e os


dionisíacos haveria tipos intermediários
que mesclariam algumas características
dos dois tipos extremo.
Mead, por sua vez, investigou o modo como os indivíduos recebiam os
elementos da cultura e a maneira como isso formava a personalidade deles.
Suas pesquisas tinham como objeto as condições de socialização da
personalidade feminina e da masculina.

Ao analisar os Arapesh, os Mundugumor e os Chambuli, três povos da


Nova Guiné, na Oceania, Mead percebeu diferenças significativas entre
eles.

Com base nos resultados de suas pesquisas, Mead


afirmou que a diferença nas personalidades não está
vinculada a características biológicas, como o gênero,
mas à maneira como a cultura define a educação das
crianças em cada sociedade.
• Cultura no seu sentido antropológico - relacionada à
diversidade das práticas, dos símbolos e das formas de
pensar, agir e sentir.
• Cultura política - relacionada às formas de estabelecimento
de relações de poder.
CULTURA • Cultura erudita - relacionada às formas de produção estética
da elite.
• Cultura popular - própria das classes econômicas mais
baixas.
• Cultura de massa - produzida pela indústria cultural e pela
cultura-mercadoria.
ETNOCENTRISMO
A grande dificuldade na aceitação das diversidades em uma sociedade ou entre sociedades
diferentes, pois os seres humanos tendem a tomar seu grupo ou sociedade como medida para
avaliar os demais. Em outras palavras, CADA GRUPO OU SOCIEDADE CONSIDERA-SE SUPERIOR E
ENXERGA COM DESPREZO E DESDÉM OS OUTROS, TIDOS COMO ESTRANHOS OU ESTRANGEIROS.
Para designar essa tendência, o sociólogo estadunidense William Graham Summer (1840-1910)
criou em 1906 o termo etnocentrismo.

O etnocentrismo É UM DOS RESPONSÁVEIS PELA GERAÇÃO DE INTOLERÂNCIA E PRECONCEITO —


CULTURAL, RELIGIOSO, ÉTNICO E POLÍTICO —, ASSUMINDO DIFERENTES EXPRESSÕES NO
DECORRER DA HISTÓRIA. Em nossos dias ele se manifesta, por exemplo, na ideologia racista da
supremacia do branco sobre o negro ou de uma etnia sobre as outras.
IDEOLOGIA

Karl Mannheim (1893-1947) talvez seja o sociólogo depois de Marx que mais tenha influenciado a discussão sobre
ideologia. No livro Ideologia e utopia (1929), ele conceitua duas formas de ideologia: A PARTICULAR E A TOTAL.

A PARTICULAR corresponde à ocultação da realidade, incluindo mentiras conscientes e


ocultamentos subconscientes e inconscientes, que provocam enganos. A ideologia TOTAL é a
visão de mundo (cosmovisão) de uma classe social ou de uma época. Nesse caso, não há
ocultamento ou engano, mas apenas a reprodução das ideias próprias de uma classe ou ideias
gerais que permeiam a sociedade.

Para Karl Marx e F. Engels a ideologia seria um conjunto de ideias e crenças cujo objetivo é
legitimar e defender os interesses e a visão de mundo da classe dominante, utilizando como
ferramentas a dissimulação e a distorção.
CULTURA

“A cultura é a criação coletiva de ideias, símbolos e valores pelos quais


uma sociedade define para si mesma o bom e o mau, o belo e o feio, o
justo e o injusto, o verdadeiro e o falso, o puro e o impuro, o possível e o
impossível, o inevitável e o casual, o sagrado e o profano, o espaço e o
tempo. A cultura se realiza porque os humanos são capazes de linguagem,
trabalho e relação com o tempo. A cultura se manifesta como vida social,
como criação das obras de pensamento e de arte, como vida religiosa e
vida política.”
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000. p. 45.
CULTARA MATERIAL E IMATERIAL - A
CULTURA POSSUI ASPECTOS MATERIAIS
E NÃO-MATERIAIS.

A cultura material inclui tudo o que é feito,


modelado ou transformado como parte da vida
social coletiva, da preparação do alimento à
produção de aço e computadores, passando pelo
paisagismo que produz os jardins do campo inglês.

A cultura não-material inclui SÍMBOLOS — de


palavras à notação musical —, bem como as idéias
que modelam e informam a vida de seres humanos
em relações recíprocas e os sistemas sociais dos
quais participam. As mais importantes dessas idéias
são as ATITUDES, CRENÇAS, VALORES e NORMAS.
DARWINISMO SOCIAL
O darwinismo social, uma adaptação feita no século XIX da teoria
da evolução de Charles Darwin, é uma explicação teórica da vida
social humana em geral e da desigualdade social, em particular.
Da forma exposta por Herbert SPENCER na Grã-Bretanha e, em
maior extensão, por William Graham SUMNER nos Estados
Unidos, o desenvolvimento das sociedades assemelha-se à
evolução natural, com competição entre vários grupos (raciais,
étnicos, de classe etc.) fornecendo a dinâmica necessária para que
a sociedade progrida através da vitória de grupos superiores
sobre os inferiores e menos “aptos”. Herbert SPENCER – 1820 - 1903
No tocante à desigualdade social, o darwinismo social atribuía a brecha entre ricos e
pobres principalmente à maior “aptidão” dos primeiros para sobreviver e prosperar. A
sociedade era assemelhada ao mundo natural, governada pela competição e pela
“sobrevivência dos mais aptos”, frase esta cunhada por Spencer, e não por Darwin.
ESTUDO
DIRIGIDO
1. Explique o processo de formação das cidades na historia.
2. Quais as mudanças observadas nas cidades no sistema capitalista?
3. O que é Desigualdade Social?
4. Explique o que é discriminação Social?
5. O que é Estratificação Social?
6. Explique o que é mobilidade social.
7. Qual o papel dos Movimentos Sociais?
8. Diferencie Movimento de Reforma Social e Movimentos de Revolução Social.
9. Apresente a importância dos Movimentos Culturais e o Protagonismo da
Juventude?

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