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cultura de massa
ESCOLA DE FRANKFURT E A INDÚSTRIA CULTURAL
Escola de Frankfurt
Foi no bojo da Escola de Frankfurt que surgiu o conceito de indústria cultural, mais especificamente no livro Dialética do
esclarecimento, escrito pelos filósofos da primeira geração Theodor Adorno e Max Horkheimer. Para eles, uma das maneiras de
dominação capitalista se daria pela cultura. Adorno e Horkheimer entenderam que havia dois tipos de cultura autêntica: a cultura
erudita e a cultura popular.
A cultura erudita é aquela produzida por uma elite intelectual, mais refinada e menos intuitiva. Essa cultura teria um valor estético
maior, visto que é mais elaborada. A cultura erudita seria o escape para que a intelectualidade se desenvolvesse plenamente, e, na
visão dos autores, ela deveria ser ampliada.
A cultura popular é uma forma autêntica de fazer-se arte e cultura vinculadas às culturas tradicionais dos povos. Ela é autêntica,
mas composta por menor refinamento técnico e intelectual, sendo mais intuitiva.
Por último, tem-se a cultura de massa. Diferente dos outros dois tipos, esta é inautêntica. Fruto de uma fusão de elementos da
cultura erudita e da popular e da possibilidade de alta reprodutibilidade técnica, a cultura de massa seria um recurso
capitalista para vender uma forma inferior de arte que, ao mesmo tempo, manteria a população sob controle. A indústria cultural
se limitaria a levar o entretenimento como se fosse arte ao consumidor, que se sentiria satisfeito ao deparar-se com elementos
aparentemente agradáveis e de fácil consumo.
Em relação às formas de reprodutibilidade técnica, os teóricos citavam a gravação audiovisual (considerando-se, na época, a
gravação de discos, de filmes, de fotografia e de radiodifusão). Nesse sentido, o autor da obra de arte não precisaria criar, a cada
performance, uma obra, mas sim reproduzir em larga escala uma obra criada anteriormente.
O filósofo Walter Benjamin declarou ser essa forma de reprodução o fim da aura que conferiria à obra de arte a sua
autenticidade.
Cultura de massa
A cultura de massas está intimamente ligada ao advento da modernidade. No século XIX, esse
termo foi utilizado para fazer antagonismo entre a educação recebida pelas massas à educação
recebida pelas elites (cultura erudita).
A expressão “cultura de massas” passou a designar também o consumo de alguns bens e serviços
da sociedade industrializada.
O termo, tal como é visto atualmente, especialmente por sua natureza comercial e manipulativa,
consolidou-se após a Segunda Guerra Mundial.
Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973) fundaram a Escola de Frankfurt
(1923) e juntos criaram o termo “Indústria Cultural”.
Esse termo faz referência aos grandes conglomerados midiáticos globais detentores dos meios de
comunicação de massa. Eles são utilizados na padronização de produtos, notícias, serviços, etc.
Em suma, a cultura de massas é um produto padronizado e pré-definido para o consumo imediato.
Muitas vezes, é considerado como algo trivial, tal qual ouvir uma música ou assistir um programa
de televisão.
Friedrich Nietzsche
Em 1867 o pensador foi convocado pelo exército alemão para servir na Guerra Franco-Prussiana, atividade que,
para a sorte de Nietzsche, durou pouco, devido a um acidente.
Dois anos depois, aos 24 anos de idade, Nietzsche foi nomeado professor de filologia clássica da
Universidade da Basileia, na Suíça, devido à sua carreira universitária brilhante. Ele foi na época o mais jovem
a conseguir esse cargo. Com base em suas pesquisas no campo filológico e com a influência das leituras do
filósofo Arthur Schopenhauer e do músico alemão Richard Wagner, pessoa por quem Nietzsche mantinha uma
amizade próxima e um verdadeiro sentimento de admiração, o filósofo escreve a sua primeira obra em 1871,
intitulada O nascimento da tragédia.
O laço estreito com Wagner mantém-se a ponto do filósofo frequentar a casa do amigo e manter uma relação
estreita com o músico e sua esposa, Cosima Wagner. Em 1876, no entanto, Nietzsche rompe a amizade por
discordâncias intelectuais, políticas e musicais que vieram à tona após a organização de Wagner de um evento
em celebração de sua obra, o Festival de Bayreuth.
Nietzsche achou o projeto wagneriano demasiadamente nacionalista e uma espécie de massificação cultural da
música, que Nietzsche sempre considerou, até então, a expressão mais genuína da cultura alemã. Nesse
período, ele também abandona a leitura de Arthur Schopenhauer por considerá-
lo demasiadamente pessimista e negador da vida que, quando fortalecida, levaria o ser humano à sua plenitude,
segundo Nietzsche.
Debate sobre a cultura de massa
O debate sobre a cultura de massas Críticas da cultura de massas e da imprensa começaram a surgir no final
do século 18. Estas críticas eram baseadas em reflexões sobre a vida e o lazer modernos, que começaram a
aparecer no século XVI, durante o colapso do sistema feudal. O surgimento das revoluções industrial e
democrática foi acompanhado pelo aparecimento da literatura popular, do jornalismo e da imprensa
moderna, que alimentaram grandes debates sobre seus impactos e consequências. Pensadores como
Montaigne e Pascal apontaram a necessidade de diversões ainda durante o século XVI, e escritores como
Goethe começaram a criticar os entretenimentos banais oferecidos pela imprensa e pela cultura de massas,
notando que eles serviam como grandes formas de escape da realidade social.
A contribuição nietzscheana consistiu em estender a crítica à imprensa, feita por escritores anteriores, para
uma crítica da cultura de massas e da sociedade como um todo. Através de seus trabalhos, Nietzsche via a
cultura como o elemento central da vida humana e acreditava que culturas mais sadias e fortes poderiam
criar indivíduos distintos, criativos e mais poderosos, ao passo que culturas fracas e fragmentadas criariam
seres medíocres e inferiores. Sua crítica começa com seus primeiros textos, que contrastam a cultura grega
– forte e saudável – com a sua cultura alemã, cada vez mais banal, e se estende até seus textos posteriores,
nos quais ele contrasta suas próprias concepções de cultura e individualidade como os conceitos
dominantes na Europa moderna.
Nietzsche e a cultura de massa
Nietzsche via assim a cultura de massas, perpetuada pela educação tanto quanto pelos jornais,
como sendo, além de um corrosivo para a arte autêntica, criadora de uma cultura medíocre
Nietzsche foi geralmente pessimista sobre o impacto dos processos sociais modernos. Na maior
parte, ele sentiu que a sociedade e cultura moderna se tornaram muito caóticas, fragmentadas,
“arbitrárias” e sem “força criativa“, a ponto delas perderam os recursos para criar uma cultura
vital e, por isso, favoreceram o declínio da espécie humana. Ele pensava especialmente que a
imprensa e a cultura de massa eram forças degenerativas e medíocres, ao focar sua atenção no
trivial, no supérfluo e no sensacional, e ao criar a homogeneização e conformidade. Entretanto,
ele não desenvolveu críticas sistemáticas sobre a imprensa ou formas específicas de cultura de
massa, se excetuarmos, talvez, sua crítica a Strauss e o filisteísmo cultural, ou a Wagner e o
wagnerismo, no qual ele chegou a ver uma exibição de cultura de massa degradada e de mau
gosto. Consequentemente, ele não desenvolveu uma crítica institucional da mídia ou das
indústrias de cultura, como fizeram Adorno e Horkheimer,16 ou críticas detalhadas dos
fenômenos de cultura de massa, como o fazem hoje as análises pertencentes ao campo dos
estudos culturais críticos.
Cultura moderna