Você está na página 1de 3

Escola de Frankfurt/Instituto de Pesquisa Social

Fundado em 1923 associado à universidade de Frankfurt. Max Horkheimer assume a sua direção em
1930
Com a expansão do Nazismo os investigadores procuraram exilio nos EUA, concentrando-se na Uni
de Columbia. Contato com a realidade Norte-americana
Grupo de intelectuais que defende uma abordagem critica à sociedade, procurando novos caminhos
para o desenvolvimento social: Adorno, Horkheimer, Walter Benjamin, Habermas são alguns dos seus
elementos
A produção da Escola de Frankfurt entende-se como reação e também aos fenómenos que os seus
teóricos consideram ser de alienação, consequentes das industrias da cultura.

Teoria Crítica
Num sentido estrito, é o projeto interdisciplinar anunciado por Max Horkheimer, posto em prática
pelos membros da escola de Frankfurt e seus sucessores.
A teoria critica relê as teorias de Marx, e segue algumas ideias de Freud ou de Kant, ou Hegel, e
pressupostos de Weber e Simmel, entre várias outras influencias. É uma corrente antipositivista.
Estes teóricos analisam as desigualdades, as estruturas de dominação, as características e impactos
do capitalismo, as industrias culturais, a cultura, a arte…
• Críticos do capitalismo e socialismo soviético.

Theodor Adorno
Critico musical, Compositor (estuda com professor Alban Berger) e Teórico
1932: Escreve Sobre a situação social da música
1933: Deixa a Alemanha dirigindo-se para Oxford
1938 Vai para Nova Iorque, seguindo Horkheimer e o IPS
• Necessidade de interpelar a sociedade
• Ele passa de uma ditadura para uma democracia: Tece muitas comparações
• Estudos de meios de comunicação social
1942: O esquema da cultura de massas
• Caráter propagandístico da cultura
• “A aparência estética converte-se em brilho endossado pelos anúncios publicitários aos
produtos anunciados que o absorvem.”
• “As melodias dos êxitos musicais, e as formulações elaboradas dos textos parecem tão rígidas
e aparecem com tanta frequência que não são percebidas como tais, mas antes como
repetições, cuja eterna igualdade exprime um sentido idêntico.”
1947: Dialética do Esclarecimento:
• As industrias da cultura instigam (através da produção de massa de mercadorias culturais),
padrões de sentimentos e comportamentos ligados às necessidades das formas sociais
dominantes do capitalismo industrial;
• “Industria da cultura” contempla as industrias de entretenimento, cinema, televisão, música
popular, rádio, jornais, revistas;
• A Industria cultural surge como mecanismo de administração totalitária. Consumo como
manipulação;
• Caráter antidemocrático da cultura de massas, alimentada pela industria cultural;
• O entretenimento refunda em dominação;
• Racionalização dos mecanismos de manipulação – Anulação do pensamento e a liberdade
individual. A proliferação da industria da cultura lesa a capacidade crítica e a autonomia dos
indivíduos.
• A industria cultural decorre da sociedade capitalista e reproduz a sua ideologia e estrutura.
Mercantilização de artefactos culturais;
• Disponibiliza produtos configurados pelos meios de comunicação de massas;
• O consumo massificado promove a alienação e desumanização do consumidor
• “O consumidor não é rei, como a industria cultural gostaria de fazer crer, ele não é o sujeito
dessa industria mas o seu objeto.”
1949: Volta a Frankfurt e dirige o Instituto de Pesquisa Social
• Reflete sobre os modelos de escuta e os tipos de ouvinte (Estuda as industrias discográficas;
Emissões radiofónicas)
• Aborda compositores como Schoenberg, Mahler, Wagner, Strauss, Stravinski, entre outros
compositores, por uma perspetiva sociológica.
• Aborda o jazz e a música popular, em diversos contextos
• Incide sobre o papel dos media e da reprodução sonora (a rádio como um novo
eletrodoméstico; O gramofone - um reprodutor de música como indicador social)
• Analisa o papel das indústrias culturais, numa perspetiva de reflexão crítica e não se sociologia
empírica (segundo ele, esta “não teoriza para além do já conhecido”) – estabelece
maioritariamente uma macrossociologia

Duas Categorias de produtores:


(Arte autêntica)
• Música Radical
• Os que produzem “música radical”, cujo objetivo é o de interpelar e despertar os ouvintes
• Música que emancipa
(Arte como mercadoria e ideologia)
• Indústria cultural
• Os que pertencem ao campo da “industria cultural”, que contribuem para a criação de uma
“falsa consciência musical” fabricando a consciência inconsciente dos ouvintes, e
manipulando os seus gostos
• Música que aliena o ouvinte
Arte autentica, ou arte de vanguarda como protesto radical opõe-se à arte enquanto ideologia ou
enquanto mercadoria, destinada a proporcionar uma “falsa experiencia de prazer e beleza” – e
tornando-se instrumentos de integração

Alienação
Segundo Marx, alienação é a perda de controlo por parte dos trabalhadores sobre a natureza e os
produtores do seu trabalho.
A propriedade privada produz a alienação do operário porque rompe a sua relação com o produto do
seu trabalho (que pertence ao detentor de capital).
• O trabalho (alienado), não realiza o homem, escraviza-o, desumaniza-o.
• O trabalho reduzido ao seu caráter abstrato ou alienado (perdendo-se a consciência da
subjetividade nele implicada), envolve fenómenos de fetichismo e reificação

Modernidade, consumo e fetichismo


“Sobre o caráter fetichista na música e a regressão na audição” (Adorno, 1938)
• É a partir do momento em que o homem trabalha para outrem, que os materiais se tornam
mercadorias, e que o trabalho assume uma forma social, residindo aqui o seu caráter fetichista
que será transferido para as próprias mercadorias.
• “Quem é que se entretém ainda com a música de entretenimento”?
• “Esta é percebida exclusivamente como música de fundo. Se já ninguém consegue falar, então
já ninguém consegue ouvir.”
• O cinema e o rádio não precisam de se apresentar como arte. A verdade é que não passam de
um negócio, eles sustentam ideologias destinadas a legitimar o lixo que propositadamente
produzem (p. 114);
• O filme propõe ao espetador que o identifique imediatamente com a realidade. (…) atrofia da
imaginação e da espontaneidade do consumidor cultural (…);
• Cada filme é um trailer do filme seguinte, que promete reunir mais uma vez, sob o mesmo sol
exótico o mesmo par de heróis (p. 153);

Paralelo entre a troca de mercadoria no capitalismo atual e a prática arcaica do sacrifício;


A “novidade” o “fetichismo” da “imagem de marca” como “incorporações do arcaico” na
modernidade capitalista;
Perda da liberdade num mundo tecnicizado e racionalizado – alienação
Equivalência entre civilização moderna e barbárie (crítica do progresso)

Você também pode gostar