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• Ideia de que a sociologia decorre no movimento das ciências sociais e de a música é uma
componente e prática social --> música como sociedade - a música é ela mesma uma atitude
de ideias sociais.
• Como é que se pode estudar música, considerando que um dos grande bloqueios existentes
diz respeito ao ato de encarar a música como estando numa dimensão transcendente?
➢ Existem um conjunto de cânones que se relacionam com a dita "música
elevada/erudita" que era particularmente estudada nesta altura na musicologia -->
Dimensão positivista e construtivista: manutenção e aprofundamento de
conhecimentos altamente idealizados.
• Surgirá então o rompimento com estas ideias e uma nova musicologia, tingida pela
interdisciplinaridade, com necessidade de olhar para a cultura com outros olhos, informando
aquilo que olhamos e estudamos num determinado contexto específico - música como
prática social/música como sociedade/música como cultura.
➢ Era necessário deixar de encarar a música como algo distante e transcendental, mas
perceber porque é que se enaltecem, mistificam e sacralizam obras e compositores na
nossa sociedade (imaginário construído a partir da coletividade).
➢ As peças não valem por si próprias. Ao contrário, começa-se a
encarar a obra pela forma que ela se relaciona com o seu quotidiano.
Resumo:
• Pensamento da música como componente de prática social
• Pensamento da música como sociedade – A música é ela mesma uma atitude de ideias
musicais
• Música como cultura
Tentativa de entender a relação que existe entre obras musicais e a sociedade, e contradizer a ideia
existente da mistificação que provém da transcendência romântica.
Susan McClary afirma que quanto mais longe o ser humano está longe destas obras musicais
(Transcendência), mais difícil será o estudo e reflexão crítica destas mesmas. O ser humano tem na
sua base a questão sociável, daí a necessidade desta aproximação da música.
A Sociologia da Música visa “o estudo do papel da música na sociedade, a sua dinâmica como modo
de comunidade humana, e a sua posição dentro das estruturas sociais estabelecidas.” (John Shepherd
e Kyle Devine, Sociology of Music, Grove On-line. 2013.)
A Sociologia da Música considera que “A música não é apenas o som que esta produz” (Katharine
Ellis, “The sociology of music”, 2009).
Segundo Ellis (2009), a Sociologia da música abrange culturas contemporâneas e históricas, usa
diversas perspetivas e aborda todos os tipos de música. Dá prioridade a métodos de pesquisa centrados
nos indivíduos, sempre que é possível, com o intuito de explorar:
• Significados atribuídos à música;
• Redes sociais e circulação de capital cultural;
• Formas do mercado musical;
• Exclusivismo e culturas associadas à música;
• Relações entre música e identidade
Na Sociologia da Música, estudam-se os meios, tecnologias, dispositivos, industrias, espaços e
agentes que produzem, intervêm, acolhem ou enquadram a transmissão/comunicação da música,
incluindo a escrita musical, instrumentos, partituras, fonografia, meios de comunicação (rádio,
televisão, internet, cinema, etc…) considerando a sua importância nas práticas musicais e
comportamentos a estas associadas.
• Abordam-se as relações sociais, comportamentos, emoções, ações, de todos os agentes que
intervêm na concretização do processo musical.
• Espaços, cenas, equipamentos culturais, repertórios, programação, politicas
culturais/musicais, etc…
É o nosso relacionamento da música que dá significado à música. Com que ferramentas podemos
estudar essas redes de mediações dinâmicas entre a música e o indivíduo/sociedade?
É necessário desmitificar a música para poder estudar o seu impacto nos indivíduos.
Exemplo cinematográfico
The Shawshank Redemption, 1994 (Baseado num romance de Stepjen King)
• O banqueiro Andy Dufresne é condenado à morte por ter alegadamente morto a sua mulher e
a sua amante – ele alega inocência. Torna-se amigo de Ellis Redding, preso por contrabando.
Sofre maus tratos de outros reclusos e do diretor da prisão. Vai gerir uma rede de tráfego e
contrabando entre a prisão e o mundo exterior.