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Paisagem Sonora

Murray Schafer, 1933-2021 (Canadá) - The Soundscape: The tuning of the world, 1977
• Pensar no som de uma forma mais expansiva / Valorização da dimensão da escuta
• Revisão da dimensão sonora: Ecologia Acústica
“Quando falamos de paisagem sonora falamos dos diferentes sons que compõe um determinado
ambiente, sejam estes sons da natureza, produzidos pelo ser humano, industrias, mecânicos ou
«musicais». Qualquer som que faça parte de um determinado ambiente ou cenário, em dado momento,
faz parte da sua paisagem.”
• A importância de uma escuta atenta e consciente dos sons que envolvem os agentes no
quotidiano, os que eles próprios produzem, e as interações entre estes;
• As alterações do ambiente sonoro ao longo das eras;
• A relevância de todos os sons (incluindo os que designamos por ruído) e do seu impacto no
ambiente/sociedade;
• O incentivo do estudo e consciencialização das características dos ambientes
sonoros/acústicos e dos seus impactos sociais;
• A ilusão do silêncio.
Trabalho de Murray Schafer:
• Cria o World Soundscape Project nas décadas 1960/70 que se mantém até hoje;
• Cria a área da ecologia acústica;
• Defende a necessidade da preservação da paisagem sonora como património cultural e natural;
• Estimula, na composição musical, exploração criativa dos sons.
• Procura utilizar os resultados da sua investigação, na renovação do que se designava de
“educação/formação musical”, defendendo uma educação sonoro do individuo.
O guardião da paisagem sonora do Algarve in Publico, 14 abril de 2018
• Carlos Norton regista sons do território mais a sul por achar que a sociedade valoriza mais o
visual e apenas deixar o som como acompanhamento. Tenta então valorizar o som da região
do Algarve
Peter Cusack – “As crises ambientes têm grande impacto na paisagem sonora”
• É músico, artista sonoro e “jornalista sónico”
• “Se o jornalismo é a reflexão ou a interpretação de uma determinada realidade, através da
escrita, da palavra ou fotografia, porque não poderá ser através do som?”
José Alberto Gomes, 17 Agosto 2020, Público
• “A paisagem sonora é cada vez mais relevante na cultura contemporânea. É uma fotografia de
um lugar. Uma radiografia ao seu caráter e atividade, simultaneamente disforme e amorda,
repleta de significados e subtilezas. Uma transmissão complementar ao que a imagem retém
e transporta. É portanto, uma impressão única, tangível do lugar a que pertence e,
intrinsecamente, da sua história, das pessoas que o habitam, das suas relações. Contudo, o
sistema auditivo tende a ser colocado num nível menor do que o da visão, principalmente
porque o ato de ouvir é processado sem esforço e despercebido.”
Sons e Silêncios da Paisagem Sonora Portuguesa de Carlos Alberto Augusto
Como utilizam compositores e empresários este potencial, antes de M. Schafer?
Erik Satie, Musique D’Ameublement, 1917:
• Série de curta peças musicais;
• Utilitárias e discretas, com o intuito de preencher o ambiente enquanto se realizam outras
tarefas
• Música pensada para o quotidiano ou ocasiões especiais que mascara os ruidos desagradáveis
ou preenche silêncios desconfortáveis, passando despercebidas
MUZAK:
• Quando falamos de MUZAK ou música de elevador trata-se de música pensada para integrar
espaços públicos;
• George Owen Squier funda em Nova Iorque a companhia Wired Music, que mais tarde se viria
a chamar MUZAK, com a finalidade de produzir música para publicidade e anúncios de
serviço de publico;
• A empresa ainda existe atualmente, fornecendo não só conteúdos sonoros, mas também
visuais e olfativos.
Ambiente Music:
• Termo cunhado por Brian Eno em 1978 num manifesto publicado com álbum Music for
Airports
• Música como parte do ambiente, produzindo material que seja diferente do MUZAK
distanciando-se das conotações negativas que este possa ter
• Propõe-se criar um ambiente calmo e propicio ao pensamento. Pode ser alvo de vários níveis
de atenção auditiva – podemos ignorá-la ou ser nosso foco de atenção
Soundscape Compositions

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