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ESCOLA ESTADUAL DEPUTADO ILACIR PEREIRA LIMA - 31000493

RUA CONDE DE SANTA MARINHA, 707 – CACHOEIRINHA – BELO HORIZONTE / MG CEP 31130-080 / TEL. (31)34212016 / E-MAIL: ESCOLA.493@EDUCACAO.MG.GOV.BR

PROFESSORA: Monique Joanne


Plano de Estudo Tutorado Primeiro Ano ARTE
ANO: 2020

Número de aulas por semana: 01


Número de aulas por mês: 04

Caro (a) estudante,


A suspensão das aulas em virtude da propagação do COVID-19 foi uma medida de segurança para sua saúde e da sua
família. Mas, não é motivo para que você deixe de estudar e aprender sempre.
Dessa forma, você:
1- receberá Plano de Estudos Tutorado de cada um dos componentes curriculares.
2- terá acesso aos conceitos básicos da aula.
3- realizará algumas atividades.
4- precisará buscar informações em diferentes fontes.
5- deverá organizar o seu tempo e local para estudar

Semana 01

Gênero: Interlinguagens
OBJETO DE CONHECIMENTO: A música de Luigi Russolo
HABILIDADE(S): Conhecer a música produzida por Russolo

Leia o texto abaixo:

Silêncio. Ruído. Na atual sociedade prevalece o ruído, já o sabemos. Não há praticamente lugar nenhum no
qual consigamos sentir o silêncio. Ruído, música, sons da natureza e do meio ambiente, perfazem o registro auditivo
do nosso quotidiano. E quem foi o primeiro a reconhecer que o ruído era um elemento essencial da sociedade
industrial do século XX?
Um italiano, futurista e contemporâneo de Marinetti, escritor e poeta, principal impulsionador do
Futurismo. Chamava-se Luigi Russolo e lançou as bases, em 1913, para a música industrial dos anos 70 e 80 (aquela
que recorre ao ruído na sua estrutura musical). Essas bases teóricas estão compiladas num manifesto (em livro,
edição espanhola) chamado "El Arte de los Ruidos" ("A Arte dos Ruídos").
Neste verdadeiro manifesto artístico, Russolo refere que até ao Século XIX e ao advento da Sociedade
Industrial, o ruído não fazia parte da sociedade. A partir do início do Século XX, o ruído começou a ser parte
integrante do quotidiano, com as fábricas, os meios de transporte e outras diversas máquinas. Então, o pintor e
compositor italiano achava que deveria incluir esses ruídos e sons (tidos como não musicais) na linguagem musical
convencional. Que era o mesmo que dizer, romper com as próprias convenções.
Para tal, Russolo inventou um conjunto de máquinas e instrumentos de fazer ruído, a que deu o nome de
Intonarumori (existe um projeto norte-americano de música experimental com esta designação).
Em 1914, o primeiro concerto futurista de 18 destes instrumentos, provocou um enorme escândalo em
Milão (quase tão grande quanto a estreia da obra "A Sagração da Primavera" de Stravinsky em Paris, um ano antes, a
qual marcou o início do modernismo na música do século XX).
E, a partir desse momento, uma revolução estética foi gerada: durante o resto do século XX, o ruído foi
utilizado como elemento musical em muitos gêneros e compositores, levando a vasta discussão e teorização sobre a
importância do ruído na música, na arte e na vida (vide John Cage).
Texto retirado em:
http://ohomemquesabiademasiado.blog
spot.com/2010/12/art-of-noise.html

Atividades
Em seu livro, você também tem referências sobre as obras de Luigi.
Leia as páginas 34 e 35 para responder as questões:

a) Como foram chamados os instrumentos musicais inovadores de Russolo? Como eles funcionavam e quais sons
produziam?
b) Já vimos que Duchamp rompeu com as tradições das artes visuais de seu tempo, levando um objeto pronto, que
foi o mictório. Podemos dizer que Russolo fez o mesmo em relação à música? Por quê?
c) O que mais inspirou Russolo na criação dos seus instrumentos?
d) Em 1917, Russolo montou uma orquestra com seus instrumentos e realizou um grande concerto futurístico, como
o público reagiu?

Semana 02
Gênero: Música Contemporânea
Objeto de conhecimento: Música 4´33´´ (Quatro minutos e trinta e três segundos)
Habilidade(s): Entender a visão do músico contemporâneo.

Leia:

Sons do cotidiano viram músicas na voz de Lenine e dão origem a 'Chão'


Ideia nasceu depois que o canto de um canário vazou pela porta do estúdio.
Compositor se apresenta em São Carlos, na próxima quarta-feira, às 20h30.

Ele é compositor e começou a cantar por acaso. “Eu me deparei com minha carreira pela necessidade de gravar
parte de minha produção que ninguém gravava”. Também foi por acaso que o canto de um canário vazou pela
porta entreaberta do estúdio e deu origem ao projeto “Chão”. Com sons do cotidiano que interferem nas
melodias, o décimo disco da carreira de Lenine será apresentado para o público de São Carlos.
Em entrevista ao G1, Lenine contou curiosidades da trajetória musical e também falou sobre o novo disco,
que reúne dez canções marcadas pelos sons do dia a dia, como o canto de um pássaro, o ruído de uma
chaleira ou o barulho das cigarras no verão da Urca.
Trecho retirado de:
http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-
regiao/noticia/2012/11/sons-do-
cotidiano-viram-musicas-na-voz-de-
lenine-e-dao-origem-chao.html
Atividades:

Em seu livro, leia as páginas 40 e 41.


Responda:
a) Como foi executada a música 4´33´´?
b) Existe o silêncio absoluto? Explique a câmara anecoica?
c) Agora, o que é música para você? A música pode ser feita com diferentes materiais? Cite exemplos.
Semana 03
Gênero: Música e materialidade
Objeto de conhecimento: John Cage
Habilidade(s): Perceber a música em diferentes performances.

Leia :

Toda obra de John Cage certamente pode ser classificada como multimídia. Cage aproximou suas explorações dos
artistas da vanguarda do início do século XX, e seja nas composições musicais ou realizações performativas faz
referência aos trabalhos de Duchamp e outros artistas ligados ao Dadaísmo, ao Futurismo e seus experimentos
sonoros, GOLDBERG (2012) descreve tais referências feitas por Cage:

“Segundo Cage, para compreender o «sentido de renascimento musical e a possibilidade de invenção» (…) era
preciso retornar a A arte dos ruídos, de Luigi Russolo, e Novos recursos musicais, de Henry Cowell. Recomendava
ainda McLuhan, Norman O. Brow, fuller e Duchamp aos seus leitores – «uma maneira de escrever música: estudar
Duchamp»”. (GOLDBERG: 2012, p.155).

Cage manteve o mais íntimo contacto com os ruídos do mundo. Ruídos transformados em composições musicais,
performances, pinturas. Mas ao explorar as possibilidades do silêncio, desde sua estada na câmara anecoica, onde
foi possível ouvir os ruídos de seu próprio corpo, podemos propor, assim como Cage, que o silêncio total só pode ser
alcançado na ausência da vida.
Trecho retido de:
https://digartdigmedia.word
press.com/2013/05/19/do-
ruido-constante-ao-silencio-
impossivel-john-cage-e-433/

Atividades:
Responda as questões da página 43 em seu livro.

Semana 04
Gênero: Musica e materialidade
OBJETO DE CONHECIMENTO: Raymond Murray Schafer
HABILIDADE(S): Percepção dos sons do cotidiano, conscientizar os estudantes sobre os sons que os cercam e sobre
as possibilidades sonoras do ambiente.

Leia:
Murray Schafer em Limpeza de ouvidos
Um curso de música experimental...

"Esta é a razão porque chamei o chamei de um curso de limpeza de ouvido. Antes do treinamento auditivo
é preciso reconhecer a necessidade de limpá-los. Como um cirurgião, que antes de ser treinado a fazer
uma operação delicada, deve adquirir o hábito de lavar as mãos. Os ouvidos também executam operações
muito delicadas, o que torna sua limpeza, um pré-requisito importante a todos os ouvintes e executantes
de música." ( Schafer, 1991:66)
Schafer em seu curso de música experimental sugere uma limpeza de ouvido. Na visão do autor
um ouvido sujo é aquele que não pensa, não distingue a princípio, a diferença que há entre os ruídos e os
sons musicais.
É possível se considerar dentro da abordagem de Murray Schafer que uma música pode ser
ruidosa? A definição de Schafer é que ruído é “o destruidor do que queremos ouvir”, quando vontade de
ouvir é característica de um ouvido pensante e não apenas uma predileção de estilos musicais. Como se
sentiria um regente de coro ao ensaiar diante de ruídos de falas, risos, murmúrios, etc. nos intervalos de
continuidade de uma música a outra? Porque é que estudantes de música às vezes são mais ruidosos em
sala de aula? Talvez isto esteja relacionado ao modo como estes interagem com os sons em um tipo de
insensibilidade musical.
Seguindo a linha de pensamento de Schafer poder-se-ia dizer que a sujeira dos ouvidos
“musicalizados”, porém, inexperientes à altura do que o autor pretende apresentar sobre a
experimentação de suas aulas, é que o som origina-se do mais profundo silêncio de onde se podem escutar
os melhores PPPs e se intimidam os FFFs. Por quê? Porque há menos ruído e onde há menos ruído, há mais
som, timbre, amplitude, melodia, textura e ritmo; uma completa paisagem sonoro-musical. A tendência de
muitas pessoas, entretanto, é a de sobressair-se ao som ou ruído dos outros; busca-se o som e não a sua
origem.
Como é instigante a expressão enunciada com as seguintes palavras “o silêncio soa”. De acordo
com Schafer, o silêncio não é completamente mudo. Ele diz de si algo musicológico, pois, transmite
reverberações, protege acontecimentos sensíveis, faz-nos passear no mundo das frequências, enésimas
possibilidades de dinâmicas, leva-nos a pureza senoidal e a refinação total de tudo que se ressoa, inclusive
a si mesmo, a última dinâmica, total escuridão auditiva, o próprio, ele mesmo, o silêncio.

Retirado de:
http://escolafazermusical.blogspot.com/2
009/11/murray-schafer-em-limpeza-de-
ouvidos.html

Atividades

Leia a página 44 em seu livro e responda:

a) O que é uma paisagem sonora segundo Raymond Murray Schafer?


b) O que você entendeu sobre essa limpeza dos ouvidos em relação à música e aos sons em sua volta?
c) Qual o processo de estranhamento propagado pela literatura e a arte?

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