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AULA 1

A MÚSICA NA EXISTÊNCIA HUMANA


Por Telma Cristina

Música é uma linguagem, é a arte e ciência de combinar os sons. De


acordo com Med, música é a arte de combinar os sons simultânea e sucessivamente,
com ordem, equilíbrio e proporção dentro do tempo. (1996: p.11)

Música é considerada, por muitos pesquisadores, a arte mais antiga e


primitiva. Ela desenvolveu-se a partir dos principais ritmos e vibrações do mundo.
Em toda a história da humanidade a arte sempre esteve presente na vida
das pessoas, contribuindo para sua educação estética e possibilitando-lhes prazer.
O encantamento da arte eleva o espírito humano, aguça a sensibilidade e o
modo de ver o mundo a sua volta, onde cada elemento tem uma função importante na
composição natural das coisas.
A música, como qualquer outra manifestação artística, é uma necessidade
humana, que se faz presente em nossa existência, quer seja como um vigoroso canto
de guerra ou um suave acalanto que embala uma criança.
Nas sociedades primitivas, música e dança, expressavam alegrias, tristezas,
inquietações e animosidades da comunidade. As pessoas cantavam e dançavam,
exteriorizando emoções; a música era constante e indispensável à vida grupal. Mesmo
quando não apresentam formas de expressão sofisticadas, as manifestações musicais
constituem uma linguagem com traços característicos de cada cultura e sociedade.
Segundo Merriam:

Se música permite expressão emocional, ela fornece um prazer estético, diverte,


comunica, obtém respostas físicas, conduz conformidade às normas sociais,
valida instituições sociais e ritos religiosos, e é claro que também contribui para a
continuidade e estabilidade da cultura. Nesse sentido, talvez, ela contribua nem
mais nem menos do que qualquer outro aspecto cultural. (1964: p.224)

Na cultura egípcia, desde as primeiras dinastias, a música era um elemento


obrigatório em cerimônias religiosas e todo tipo de festas e comemorações nacionais.
Sua educação musical era avançada e, de acordo com Montanari (1993), era comum o
povo egípcio receber estudantes provenientes de outros povos, dentre eles os gregos,
cujo filósofo Platão passou treze anos vivendo no Egito, chegando a mencionar em
seus escritos que a educação musical da juventude egípcia era altamente
recomendada pelos governantes.

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Dos povos antigos, os gregos foram os que estabeleceram as bases para a
cultura musical do Ocidente. Na Grécia nasceu a palavra "música", originada de
"MousiKê", que significa "A Arte das Musas", e que abrange também a poesia e a
dança.
O refinamento da arte grega foi absorvido pelos romanos, que após
conquistarem seus domínios e cultura, apenas acrescentaram outros instrumentos e
passaram a divulgar a arte musical grega, como sendo sua, entre os povos que iam
conquistando.
Na Idade Média, o cristianismo mostrou ao homem um universo interior
que ele desconhecia, transformando a sua visão de si mesmo e a sua posição diante do
mundo e dos seres.
A arte dos primeiros cristãos servia para exteriorizar suas sensações e
sentimentos de integração religiosa. Hinos e cânticos expressavam a sua musicalidade,
inspirada nos salmos da Bíblia, com Solo e Côro dialogando nas orações musicadas.
Sem fugir às características religiosas, a música desse período alcançou
grande evolução em sua sistematização, com o Canto Gregoriano e o sistema de
notação musical de Guido d'Arezzo,. A música profana também teve destaque nesse
período, chegando à fusão da música erudita com a popular.
Na Renascença a música católica passou das igrejas aos salões da aristocracia,
enquanto o protestantismo buscava entre o povo os seus temas musicais, tornando-se
bem mais popular. Isso fez surgir composições em "capela" só para a voz humana, sem
o acompanhamento de instrumentos.
Os períodos que se seguiram na música, com a humanização da arte a partir
da Renascença, apresentam uma produção bem mais voltada para o homem, como a
Ópera Barroca, a partir do século XVI, o Classicismo no século XVIII, o Romantismo no
século XIX e o Impressionismo no início do século XX.
O período do modernismo despontou com novas pesquisas rítmicas e a
transformação de estilos musicais antigos para resultados modernos. Correntes
nacionalistas fizeram surgir o interesse pela música da própria pátria.
Em toda a trajetória da humanidade a música sempre teve seu papel
educativo, servindo a um propósito, de acordo com as circunstâncias experimentadas
por cada povo. E pelo efeito que esta provoca na alma humana, há suas múltiplas
aplicações, com o seu papel na cultura, na religião, em ações coletivas como festas,
revoluções e guerras, e até suas aplicações modernas na medicina.

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A VOZ E O CANTO
Por Telma Cristina

O som da nossa voz é resultado da vibração do ar nas pregas vocais, no ato


da expiração. Esse trabalho conta com o apoio do músculo diafragma, fundamental
para o canto. Quando não usamos esse músculo da maneira adequada, colocamos
muita força na garganta, produzindo um som "seco", sem brilho, gritado, o que pode
causar rouquidão, cansaço e machucar as pregas vocais.
A respiração deve ser mista, isto é, pelo nariz na introdução e intervalos
maiores das canções, e pela boca entre as frases com intervalos curtos. O nariz filtra e
aquece o ar, mas só quando há tempo suficiente respiramos por ele para cantar, pois
precisamos de uma boa quantidade de ar e no tempo curto entre as frases é melhor
respirarmos pela boca. Também precisamos trabalhar a articulação das palavras, a
abertura de boca para evitar o som muito anasalado, e a ressonância do som na nossa
"caixa acústica", a boca, faringe, fossas nasais e cavidades da cabeça.
A laringe, que contém as pregas vocais, é um filtro para as nossas emoções.
Se você tem bloqueios, inseguranças, nervosismo (o que pode acontecer com qualquer
um, profissional ou não), já deve ter sentido uma espécie de "garra" na garganta,
principalmente nos sons agudos, algo que nos impede de cantar como queremos. Os
exercícios ajudam bastante a dar segurança, mas as emoções precisam ser trabalhadas
para o som fluir tranqüilo e afinado. Então, para cantar bem, precisamos sempre
observar detalhes importantes. Procure sempre que possível:

 Manter uma postura corporal adequada ao canto;


 Entoar o som na sua exatidão;
 Respirar bem e sempre entre as frases;
 Apoiar a saída do ar com o diafragma;
 Articular bem as palavras;
 Manter o som ressoando;

Muitos outros aspectos estão envolvidos no ato de cantar uma música.


Estudaremos diversos fatores importantes que interferem na voz nas nossas próximas
aulas.

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AULA 2 2
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O SOM
O som é tudo que o nosso ouvido pode perceber.

Aparelho Auditivo

O ouvido é um autêntico mecanismo de precisão cuja finalidade é captar os


sons que nos rodeiam transportando-os para o cérebro. Quando se produz um som o
ar vibra criando ondas sonoras, o canal auricular capta as ondas sonoras e dirige-as
para o canal auditivo, no final do canal auditivo encontra-se o tímpano que começa a
vibrar. O cérebro decodifica estes impulsos produzindo-se então o fenômeno da
audição.
Quando um carro se envolve em um acidente ou quando um sino toca, o som
que ouvimos não é produzido por estes objetos diretamente, mas por suas vibrações.
Estas vibrações produzem ondas sonoras que se deslocam pelo ar até nossos
ouvidos. Nos ouvidos elas se transformam nas sensações de sons que estamos
acostumados a ouvir. Quando um alto-falante é ativado os movimentos das suas
membranas são transmitidas para as moléculas de ar que estão em contato com ele,
elas se movem e provocam uma espécie de reação em cadeia na qual deslocam as
moléculas que estão a sua volta, assim formam-se em ondas sonoras que são
transmitidas em todas as direções.

PROPRIEDADES DO SOM

Intensidade
INTENSIDADE é a propriedade que nos permite distinguir os sons fortes e
os sons fracos. É a amplitude das vibrações sonoras. Quanto mais rápidas forem as
vibrações mais alto é o som, em outras palavras adquirem maior intensidade. A
intensidade do som é medida em “decibéis”. Musicalmente falando existe alguns
termos específicos para representar a intensidade da música, tais como: Pianíssimo,
Piano, meio forte, forte, fortíssimo, etc.

Altura

Altura é a propriedade que nos permite distinguir sons graves e sons agudos.
O som depende da frequência da vibração, se a frequência for baixa o som é
grave.
A frequência do som é medida em Hertz. Os seres humanos são capazes de 4
ouvir uma vasta gama de sons que vão 20 hertz a 20.000 hertz aproximadamente. 2
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Um zumbido de uma abelha tem cerca de 30 Hertz (grave), enquanto o de
alguns mosquitos possui cerca de 18.000 hertz (agudo). Alguns animais são capazes de
ouvir sons inaudíveis para os seres humanos, morcegos e golfinhos por exemplos
podem escutar ultrassons que podem ir até 200.000 hertz.

Duração
Duração é a propriedades que nos faz distinguir os sons curtos e os sons longos.
É o tempo de emissão do som, enquanto houver vibração há emissão de som.

Timbre

Timbre é o que nos permite identificar a origem das ondas sonoras. Nosso
ouvido é capaz de distinguir uma grande variedade de sons ao mesmo tempo, em uma
festa, por exemplo, somos capazes de distinguir o que a pessoa que está a nossa frente
está dizendo, porque nosso cérebro seleciona os sons que nos interessam e reduzem a
intensidade de outros sons periféricos. E também nos permite distinguir se é uma
mulher ou um homem que está nos falando e até mesmo, entre diversas mulheres,
istinguir a voz de apenas uma.

Propagação do som
Os sons não podem ser transmitidos através do vácuo devido a ausência de
moléculas de ar para vibrar e propagar o som. Sempre que o som tiver um meio que o
conduza ele se desloca em linha reta do mesmo modo que qualquer onda de energia.
Da mesma forma o som ricocheteia e é refletido por obstáculos tais como paredes, por
exemplo, e atravessa aberturas como janelas, depois o som se espalha em todas as
direções, fato que pode nos dar a impressão de que a fonte do som provém de
aberturas. O ouvido humano porem é tão preciso que apesar da diferença sutil entre
ouvir um som primeiro por um ouvido e em seguida pelo outro, somos capazes de
determinar com exatidão de onde determinado som provém.

Som Musical e Ruído


Existem enumeráveis fontes de emissão dos sons que produzem vibrações
irregulares, tais como os sons produzidos pela natureza: os trovões, as ventanias, som
do fogo da água, etc. Há também os produzidos pelos mais diversos tipos de máquinas,
vozes, gritos, instrumentos, etc. Porém o som que interessa a nós e é o objeto de
nosso estudo são os sons resultantes das vibrações sonoras regulares: os sons
musicais.
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Aula 3
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O RELAXAMENTO PARA O CANTO

Para que uma pessoa possa expressar no canto com mais sutileza,
é imprescindível que esteja relaxado. O corpo e a voz devem ser treinados no sentido
de obterem movimentos flexíveis.

É necessário que se tenha uma prática diária de relaxamentos para


eliminar as tensões que tanto interferem no resultado sonoro produzido pela voz. Não
se pode esquecer que antes do relaxamento corporal, também é importante que se
faça um relaxamento mental, pois a partir desta pratica o corpo se sente mais
preparado para o relaxamento total.

Relaxar não quer dizer ficar paralisado e isolado, pelo contrário, o


relaxamento leva a pessoa a um dinamismo que afeta positivamente sua mente e
corpo, contribuindo para o resultado no canto.

O Relaxamento deve antes de tudo, proporcionar a quebra de tensão


muscular, aumentar o nível de descontração, para liberar as substâncias que provocam
bem estar físico e mental, sem desperdiçar nossa energia.

PARA QUE SERVE O RELAXAMENTO?

O nosso corpo interage com o meio. Reagimos a toda espécie de ação do


meio seja ela física ou não. Para o cantor é de suma importância estar em
concordância consigo mesmo, ou seja, estar bem mental e fisicamente para ter um
bom desempenho.

A correria do dia a dia no entanto, torna difícil estar sempre de bem, por
isso, devemos procurar relaxar sempre antes de cantar.

As regiões corporais que são mais atingidas pela tensão são: os ombros, o
pescoço e a cabeça, que são regiões difíceis de conseguir um relaxamento total. A
tensão nessas partes, dificulta o bom uso dos pulmões para a respiração, transmitindo
esse stress para a laringe, e consequentemente afetando o resultado no canto.

O Relaxamento é uma preparação para o canto, ou seja, será usado como


forma de preparo para o exercício da voz. É claro que a pessoa que deseja aprender a
cantar precisará criar uma rotina para exercitar o relaxamento que não serve somente
para o canto, mas para a saúde mental e corporal.

Disponível em http://musicaplena.com/o-relaxamento-para-o-canto/
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CONSCIÊNCIA CORPORAL
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De acordo com a terapeuta Rita Truffa, ter consciência é despertar, é
colocar o pensamento no momento presente, é tomar posse dos pensamentos de
modo a focar o que se deseja. Ter consciência corporal é ter uma visão global e, ao
mesmo tempo, de parte por parte do seu corpo; é conhecer profundamente seu corpo
e mente ou, pelo menos, a busca desse conhecimento, tão importante pelo nosso
"acordar", para descobrirmos quem somos e para onde estamos indo...

A terapeuta destaca que alongamento consciente consiste em desenvolver


não somente a flexibilidade, mas junto com esse objetivo, trabalhar a respiração
diafragmática (abdominal), a consciência do grupo muscular que está sendo exigido,
da permanência maior na postura, permitindo estabilidade na permanência, maior
soltura e menos rigidez, propiciando sensações de bem-estar e relaxamento. Estar
"inteiro" é fechar a porta para a ansiedade e stress, esses grandes vilões que, muitas
vezes inconscientemente, alimentamos. Estar presente é encontrar a sua alma,
encontrar a paz dentro de sí e, pra isso, precisamos (no dia-a-dia) ter como meta
desenvolver a capacidade de não fugir do nosso interior, o que, no mundo materialista
em que vivemos, se torna muito apetitoso e fácil.

Rita Truffa afirma que estar consciente é estar dentro de si mesmo; é,


talvez o único caminho para o auto-conhecimento. Muitas são as pesquisas que
comprovam a eficácia da meditação e do relaxamento no combate ao stress; e qual a
base dessas técnicas? É estar CONSCIENTE!!

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Aula 4
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SAÚDE VOCAL
PARTE 1

Texto extraído do curso “Saúde Vocal para Cantores” de autoria da fonoaudióloga Ana Calvente

INTRODUÇÃO

A saúde vocal esta sempre relacionada ao estado geral do indivíduo, uma


vez que todo o corpo colabora com a produção da voz e da fala.
O termo saúde vocal (ou higiene vocal) refere-se aos cuidados que cada
indivíduo deve ter com a sua voz para prevenção de qualquer alteração vocal bem
como a manutenção da qualidade desta voz. Embora partam de princípios básicos
comuns, esses cuidados devem ser pensados individualmente, pois cada pessoa será
sensível a cada um deles de forma diferente.
Para mapear quais são os fatores que prejudicam ou beneficiam a sua voz,
você deve partir de uma simples, porém importante, observação pessoal. Quais são os
fatores que estão sempre presentes quando você tem algum problema de voz?
Algumas vezes o cantor já apresenta alterações vocais: aquela rouquidão
que está persistindo ou a percepção de perda de agudos e/ou graves na extensão. É
difícil perceber quando exatamente estes processos se iniciam e muitas vezes você
acaba achando que isso é normal e vai passar logo, porém saiba que com uma
rouquidão de mais de duas semanas você já pode desconfiar que algo não está bem!
Nesses casos o ideal é procurar um médico otorrinolaringologista, que poderá
diagnosticar se existe alguma alteração física e/ou funcional em suas pregas vocais
(cordas vocais), receitar algum remédio, se for o caso, ou encaminhá-lo para um
trabalho terapêutico com um fonoaudiólogo.

1. Os Efeitos do Fumo, Drogas, Álcool e Medicamentos

A saúde vocal está relacionada à saúde geral de um indivíduo. Por isso


qualquer evento que atue sobre a saúde geral poderá trazer reflexos à saúde vocal.
O fumo é altamente prejudicial causando ressecamento do trato vocal
(aparelho fonador) e irritação do trato respiratório. Rouquidão, tosse e até inflamação
da laringe poderão aparecer e, muitas vezes o cantor pode perceber um agravamento
do seu tom habitual além do aumento da produção de muco como acúmulo de
secreção tendo como resultado o famoso pigarro do fumante. Drogas, como maconha
e cocaína, produzem danos severos a voz.

O álcool também pode causar irritação de todo o trato vocal. Ele atua 8
como vasodilatador alargando os pequenos vasos sanguíneos das pregas (cordas)
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vocais. O efeito percebido pode ser rouquidão e agravamento do tom de voz. O álcool
também relaxa e produz um efeito anestesiante sobre nós. Sob essas circunstâncias o
cantor poderá realizar, sem perceber, abuso vocal, realizando um esforço
desnecessário, que será mascarado pelo efeito anestésico. É importante destacar
também que a associação de cigarro + álcool é um dos maiores causadores do câncer
de laringe e pulmão.
O uso de medicamentos deve ser feito somente sob a orientação de um médico
especializado, pois este poderá ter alguma influência sobre sua voz, trazendo alguma
modificação. Por exemplo, um remédio usado para dieta com diurético poderá trazer
um grande ressecamento ao trato vocal pela perda excessiva de água , o uso de
hormônios pode alterar a tonalidade da voz, etc. Diga sempre ao seu medico que é
cantor e questione sobre possíveis implicações em sua voz.

2. Hidratação, Alimentação, Alergias e Problemas Gástricos

Todos nós sempre ouvimos falar da importância de se beber água para a


saúde em geral bem como para a saúde vocal! Se nosso corpo está bem hidratado,
nossas pregas vocais também estarão, com melhor flexibilidade e vibração.
Você sabe que a água (ou qualquer líquido) que ingerimos não passa pelas
pregas vocais. Se isso acontecesse iríamos aspirar líquidos para o pulmão e
poderíamos até morrer! Como hidratamos as pregas vocais, então? A laringe produz
normalmente uma secreção. De acordo com cada organismo essa secreção pode ser
mais viscosa, mais fluida ou mais grossa. Ela age como uma proteção para esta região,
principalmente na mucosa das cordas vocais, diminuindo o atrito entre elas e
aumentando sua flexibilidade e vibração.
A água ajuda na melhor hidratação das células que, por conseguinte,
produzem uma secreção mais fluída facilitando o processo de vibração das pregas
vocais. Se a mucosa das pregas vocais estiver muito ressecada, poderá haver um
grande atrito entre elas o que poderá acarretar, inclusive, o aparecimento de alguma
lesão.
Em geral, se recomenda a ingestão de aproximadamente 2 litros de água
por dia. É importante, porém, fazer uma observação de sua saúde como um todo.
A ingestão de um medicamento que contenha diurético por exemplo (que
pode ser encontrado num remédio para emagrecer) pode fazer com que você perca
muita água e precise elevar o seu nível de hidratação. Já a ingestão exagerada de água
pode levar a uma perda de sódio no organismo causando danos à saúde em geral.
Pode se fazer também inalação direta das pregas vocais por inalação de vapor
(vaporizador ou nebulizador por exemplo).

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Uma boa forma de observar o nível de hidratação do corpo é pela
observação da coloração da urina. Quanto mais hidratado estiver o indivíduo, mais
clara será a coloração da urina.
Quanto às alergias respiratórias, você sabia que existe uma grande relação
entre elas e alterações vocais? Bronquites, sinusites, rinites, asma, laringite e faringite
podem causar um inchaço nas mucosas do trato vocal , dificultando a movimentação
das pregas vocais, impedindo, assim, que sua voz saia da melhor forma possível!

Pense nos ambientes em que você costuma cantar: estúdios com ar


condicionado, carpetes, locais empoeirados, fechados, sem circulação de ar, tudo bem
propício para uma crise alérgica! Lembre-se que a respiração é parte importante na
emissão vocal. Logo problemas na respiração serão facilitadores de possíveis
problemas vocais. O efeito será sentido não só na emissão, quanto em toda a parte de
ressonância, onde a ampliação do som estará prejudicada levando a um maior esforço
para uma boa produção vocal.
Se você é um cantor alérgico, busque um tratamento para alergia.
Converse com seu médico e procure o trabalho que mais lhe agradar, mas cuide dela!
Outro problema bastante comum que pode ter consequências sobre a
produção vocal é de natureza gástrica. Pode ocorrer um refluxo de gases utilizados
pelo nosso corpo no processo digestivo que podem atingir nossa mucosa laríngea. É o
que chamamos de Refluxo Gastroesofágico!
O ácido utilizado pelo estomago na digestão de alimentos é chamado ácido
gástrico. Quando, por qualquer problema, este ácido retorna às porções mais altas da
faringe e laringe, pode ocorrer uma irritação nas mucosas ocasionando problemas
vocais. Por isso observe se você frequentemente sente azia, sensação de queimação,
sensação de corpo estranho na garganta, rouquidão, pigarro, secreção espessa
sobretudo ao acordar , e algumas vezes dor. Você pode estar com algum problema
gástrico que estaria afetando também o seu processo vocal. Isto pode estar ocorrer
e/ou ser agravado devido a ingestão de alimentos muito gordurosos, condimentados,
bebidas alcoólicas e gasosas, coca-cola, derivados de leite e achocolatados, etc.
Fatores psicoemocionais podem interferir neste quadro também.
Uma alimentação equilibrada e regular é essencial para a boa produção
vocal. Antes de uma performance o cantor deve fazer uma dieta leve, rica em
carboidratos, o que trará uma melhor eficiência na atividade física além de serem
alimentos de fácil digestão. O ideal é uma alimentação rica em vegetais e frutas. Maçãs
e laranjas são ricas em carboidratos, por exemplo.
Não é recomendável, antes da fazer uso profissional da voz, usar alimentos
muito condimentados, pois a digestão lenta pode atrapalhar a movimentação e
controle do diafragma.. Devemos evitar comidas pesadas, gorduras, chocolate e
derivados do leite em geral, pois aumentam a produção de muco, prejudicando a
ressonância.
O ideal é fazer um intervalo entre a refeição e a atividade profissional.
Mastigar bem os alimentos proporcionará um relaxamento da mandíbula facilitando os
movimentos articulatórios.
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SAÚDE VOCAL
PARTE 2

Texto extraído do curso “Saúde Vocal para Cantores” de autoria da fonoaudióloga Ana Calvente

Uma boa noite de sono é muito importante para a voz. Dormir o suficiente
para descansar! As condições do local em que você dorme também serão importantes:
um bom colchão, um local arejado, sem poeira e silencioso.
Um dos problemas com o qual o cantor mais se depara é a situação
de competição sonora. Cantar em locais fechados barulhentos e com pouco retorno,
nos faz imediatamente aumentar o volume da voz. Estas situações em que precisamos
falar ou cantar com maior intensidade para suplantar o ruído ambiente levam a um
esforço vocal que não será benéfico à voz. A competição sonora é uma situação bem
corriqueira: conversamos durante shows, falamos no celular no ônibus ou no metrô.
Nestes momentos estamos cometendo um grande abuso vocal e devemos evitá-los!
A tosse é um grande abuso para as cordas vocais. Quando tossimos, nossas
pregas vocais se chocam com grande intensidade. Devemos consultar um médico
especialista para tratar a tosse. Da mesma forma o pigarro promove um atrito entre as
pregas vocais. O pigarro pode ser um vício, e geralmente não nos damos conta disto. A
ingestão de líquidos é indicada para fluidificar o muco e tentar diminuir o incômodo.
A prática de exercícios físicos é importante para a saúde em geral. Contudo
devemos tomar cuidado para não falar durante a atividade física porque isto gera um
aumento do fechamento glótico. Atividades com movimento violento dos braços como
tênis, vôlei, basquete, boxe, etc. que podem causar tensão na área do pescoço, tórax e
ombros devem ser evitadas. Atividades com baixo impacto, alongamento, ioga,
natação são indicadas para pessoas que usam sua voz profissionalmente.
O ar condicionado pode ressecar a mucosa do trato vocal porque o
ambiente é resfriado através da diminuição da umidade do ar [*]. Aconselhamos a
ingestão de água quando ficamos por muito tempo num local com ar condicionado.
Devemos tomar cuidado com as mudanças bruscas de temperatura, que podem
causar problemas inflamatórios, edemas na mucosa ou uma maior descarga de muco
na laringe.
O excesso de frio ou de calor pode ser prejudicial à sua voz. Se você sabe
que vai passar
Por uma situação como esta, por exemplo, numa turnê, tente ter sempre
uma opção de roupa mais quente, agasalhe bem a área do peito e pescoço, mas tenha
também uma opção mais fresca, pois se a temperatura esquentar, o suor o fará ficar
com a roupa molhada no corpo. Para manter sua voz saudável é preciso conhecê-la.
Observe sua voz e verifique o que mais a afeta.

Nota: [*] Na verdade, a diminuição da umidade do ar é uma conseqüência do resfriamento do ar. No


aparelho condicionador de ar, o ar é resfriado diretamente, ao passar por uma serpentina que gera frio
da mesma forma que a geladeira doméstica. Ao ser resfriado, o ar se contrai e, ao se contrair, diminui a
capacidade de reter umidade entre as suas moléculas. Esta umidade se condensa e é eliminada do 11
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aparelho na forma de água. Esta é a razão pela qual o ar condicionado é mais seco do que o normal.
Assim, o correto seria dizer que “O ar condicionado pode ressecar a mucosa do trato vocal porque o
ambiente é resfriado, causando a diminuição da umidade do ar.” Um outro problema associado aos
aparelhos condicionadores de ar é a falta de limpeza nos filtros, o que favorece a proliferação de
bactérias e fungos, os quais podem causar irritação nas vias respiratórias e/ou desencadear crises de
alergia.
COMO CUIDAR DA SUA VOZ?
Coordenação: Léslie Piccolotto Ferreira – CRF 0427

 Evitar gritar ou falar durante muito tempo.


 Procurar não se expor a mudanças de temperatura ambiental, tomando cuidado
inclusive com bebidas geladas.
 Não pigarrear ou tossir, pois este hábito promove atrito entre as pregas vocais.
Engolir saliva ou tomar água.
 Evitar bebidas alcoólicas, pois estas atuam como anestésicos, melhorando a voz
aparentemente e mascarando seu abuso. O mesmo acontece com os sprays,
pastilhas e drops.
 Beber sempre bastante água, principalmente em ambiente com ar condicionado.
 Fazer gargarejos suaves com água morna e pouco sal antes de deitar.
 Não falar em ambientes muito ruidosos, evitando “competir” com o barulho.
 No caso de ser alérgico, evitar exposição a poeira, gás e cheiros muito fortes.
 Evitar o fumo, pois o mesmo irrita a mucosa de todo aparelho fonador,
especialmente as pregas vocais.
 Mastigar bem os alimentos, dar preferência aos leves e evitar os muito
temperados.
 Evitar alimentos achocolatados e derivados de leite, principalmente antes do uso
profissional da voz, pois estes aumentam a secreção no trato vocal.
 Enquanto estiver falando, manter a postura do corpo ereta, no eixo, porém
relaxada, principalmente a cabeça.
 Não usar roupas apertadas, principalmente na região do pescoço e da cintura; dar
preferência a tecidos mais leves e não sintéticas que possibilitam maior ventilação.
 Cuidar da saúde do como um todo, pois qualquer problema no seu corpo pode
influenciar na produção da sua voz.
 Realizar exercícios de aquecimento e desaquecimento vocal, principalmente no
momento que antecede o uso profissional da voz.

Como perceber o problema da voz? Ardência, dor na garganta, perda de voz ou


rouquidão podem ser sinal de problema vocal. A consulta com um médico
otorrinolaringologista ou fonoaudiólogo é necessário caso os sintomas persistam.

Quem é o fonoaudiólogo? É o profissional que trabalha com a comunicação humana


nos seus diversos aspectos, incluindo também os assuntos relacionados com a voz. 12
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CLAVE: O QUE É E PARA QUE SERVE?


A notação musical é relativa e por isso, para escrevermos as notas na pauta,
precisamos usar as CLAVES que são como um espécie de chave auxiliar.
A clave indica a posição de uma das notas. Assim, todos as demais são lidas em
referência a essa nota. Cada tipo de clave define uma nota diferente de referência.
Dessa maneira, a ”chave” usada para decifrar a pauta é a clave, pois é ela que
vai dizer como as notas devem ser lidas. Se na 2º linha tivermos um sol, no espaço
seguinte teremos um lá e na 3º linha um si.
As notas são nomeadas sucessivamente de acordo com a ordem das notas da
escala.
Atualmente usam-se três tipos de clave: de Sol, de Fá e de Dó.
A clave de sol é própria para grafarmos as notas mais agudas. A clave de fá é
indicada para as notas mais graves. A clave de dó é mais usada para os sons médios.

DURAÇÃO
Além da indicação das alturas, necessitamos indicar também o tempo
de emissão de cada nota, ou seja, quanto tempo ela vai durar. Para representar
graficamente a duração do tempo dos sons (notas) na música usamos sinais chamados
FIGURAS DE DURAÇÃO, FIGURAS DE RITMO OU VALORES POSITIVOS. Elas nos indicam
quanto tempo devemos emitir determinado som.
Além da duração da emissão das alturas também precisamos
representar graficamente a duração do silêncio na música. Para issso usamos sinais de
PAUSA ou VALORES NEGATIVOS. Esses sinais têm o mesmo valor das suas respectivas
figuras. Pra cada valor positivo temos um negativo correspondente.
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QUADRO DE DURAÇÃO E SUAS PAUSAS

As

figuras não possuem um valor (tempo) fixo. Elas são proporcionais entre si.

A figura de maior duração é a semibreve e de menor duração é a semifusa.

Dentro de uma semibreve cabem duas mínimas; dentro de uma mínima cabem 2
semínimas; dentro de uma semínima cabem 2 colcheias; e assim por diante...

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“AFINAÇÃO"
Por Telma Cristina
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De acordo com o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa afinação pode ser
definida como “o estado de perfeito acordo entre todas as notas de um instrumento,
de uma orquestra, de um grupo vocal, de um conjunto musical ou da voz humana.
Ajuste de um instrumento ao tom de outro ou de uma voz”.

Pensando assim, desafinação seria qualquer desordem referente a este estado


de perfeito acordo.

Algumas pessoas, quando estão interessadas em fazer aulas de canto,


geralmente perguntam se é possível que alguém que seja desafinado aprenda a cantar.
Todos podem cantar sim!

A principal arma para aprender a cantar afinado é aprender a ouvir. A maior


parte das pessoas que se dizem “desafinadas”, tem dificuldade em ouvir a si mesmas e
ouvir os outros.

O grande aliado da boa afinação é o desenvolvimento da percepção musical


(ouvido musical) que nada mais é do que a prática para a identificação da altura tonal,
a relação entre intervalos numa melodia, a divisão rítmica, a intensidade do som, entre
outros aspectos musicais.

Quanto mais treinado o ouvido estiver para reconhecer tais particularidades da


canção maior será a habilidade de um instrumentista ou de um cantor.

Mas, afinal, o que é cantar afinado?

Podemos dizer que um cantor é afinado quando ele reproduz as notas musicais
propostas da maneira certa. Nossas pregas vocais produzem a voz, que por sua vez
produz as ondas sonoras. O som é formado por vibrações e possui uma freqüência
(quantidade de vibrações por segundo). Existe um padrão de afinação ocidental pelo
qual se afina o lá em 440 Hz (Hz =vibrações por segundo).

Podemos definir então que cantar afinado é reproduzir a mesma freqüência que
foi proposta numa melodia, seja ela cantada ou tocada. Daí a grande importância de
aprender a ouvir! Mas como posso saber se não tenho nenhum problema de audição?
Existem alguns "sintomas" que podem ser observados:
18
 Sempre pedir para que o outro repita: “O que você disse?”;
 Assistir TV ou ouvir o rádio num volume muito alto;
 Não conseguir identificar uma fonte sonora, isto é, não conseguir descobrir de qual
direção está vindo o som;
 Falar sempre num volume muito alto ou então muito baixo.
1
É recomendável àquelas pessoas que percebam alguma dificuldade auditiva a
fazer um exame de audiometria.
Para possuir um bom “ouvido musical” é necessário estudo constante e muita
dedicação! Algumas pessoas têm facilidade, ouvem uma música e logo cantam
afinadas no tom certo. Porém é possível “treinar” o ouvido para identificar sons,
melodias, tonalidades, ritmos e outros, e também melhorar a afinação vocal por meio
de exercícios de percepção musical e técnica vocal.

ALGUMAS DICAS

1. Aprenda a escutar uma canção

Ouça muita música e de preferência músicas que tenham “qualidade musical”


em termos harmônicos e melódicos. Procure, sobretudo, desenvolver sua escuta
observando todos os detalhes da canção, a parte rítmica do texto, ou seja, como ele é
expressado ritmicamente e o caminho melódico, as variações de agudos e graves da
melodia. Aprender a ouvir pode ser de grande serventia não só para o crescimento
musical, mas para muitos aspectos da vida!

2. Identifique os intervalos musicais

Intervalo musical é a distância entre duas notas. Toda melodia é formada por
vários intervalos musicais. Por isso estudar esses intervalos é de suma importância
para melhorar a afinação.

3. Aquecimento vocal

Antes de começar a cantar, prepare a voz produzindo vários sons graves e


agudos. Isso irá fazer com que suas cordas vocais aqueçam e se preparem para o
exercício de canto.

4. Respiração

Outro aspecto muito importante é a respiração. Treinar a respiração irá


permitir-lhe manter uma nota musical por mais tempo sem perder as forças nem a
qualidade do canto. A respiração deve ser feita a partir da zona abdominal ou
diafragmática. Ou seja, quando você respira, deve "encher a barriga de ar" e não o
19
peito.
6. Técnica Vocal

Um dos erros mais comuns de quem canta sem formação é esforçar demasiado
a garganta durante o canto. Existem técnicas para cantar de forma afinada sem ser
"pela garganta", ou seja, sem colocar tensão nela. Essas técnicas são complexas, estão
1
relacionadas com a respiração e a melhor forma de aprendê-las será com a ajuda de
um professor de canto.

7. Tom adequado

Para cantar bem, você terá também de descobrir o tom no qual se sente mais
confortável para cada música: com os graves ou com os agudos? Isso está relacionado
com o nosso timbre de voz, por isso é normal que não consiga cantar bem as músicas
mais agudas ou as mais graves, é porque simplesmente sua voz não permite.

9. Projeção Vocal

Enquanto cantar, deve projetar sua voz, de forma que ela saia clara, limpa e
possa mostrar todo o seu potencial. Isso não significa gritar, é preciso aprender a
colocar corretamente a voz.

10. Alimentação

Para manter-se afinado, invista em porções de maçã e frutas cítricas. Essas


saudáveis delícias têm ação adstringente, deixam a saliva mais fina e limpam a laringe.
Já água fresca sem gás e em temperatura ambiente ajuda a lubrificar a garganta seca.
Por outro lado, carboidratos e açúcares comprometem a qualidade vocal, deixando a
saliva mais grossa. Evite a alimentação tardia, ou seja, próxima ao sono, e ainda
comidas pesadas e condimentadas demais porque provocam azia, refluxo e má
digestão - com um agravante: as substâncias produzidas nessas situações costumam
irritar a laringe.

11. Sempre se grave cantando

Tenha o hábito de se gravar cantando e depois confira pequenos trechos da


melodia, se possível no piano. Nada como você mesmo começar a identificar as
pequenas imperfeições de emissão. Avalie o som e pratique os aspetos que ainda não
estão aperfeiçoados, como a afinação ou ritmo.

Disponível em: https://artes.umcomo.com.br/artigo/como-cantar-bem-e-afinado-8925.html

20
Aula 08

“O ouvido musical”
1
Pois é, quem nunca ficou admirado com aquele músico mais experiente
que rapidamente consegue tirar aquela música ali na sua frente, ou aquele cantor que
mesmo sem uma base instrumental favorável consegue entrar em um tom certinho?
O que muitos não sabem, é que este tipo de situação não é apenas para
alguns músicos e outros não, através do estudo e de um treinamento auditivo você
pode chegar também a esse grau de percepção.
Dentro do estudo da música, o treinamento ajuda ao ouvido a se “afinar”,
ou seja, você conseguir memorizar o som das notas, sua relação de valores e de
alturas, para que ouvindo alguma delas você possa mais facilmente identificar qual
nota é, ou quanto tempo ela dura, qual o ritmo, até mesmo ajuda a conseguir
diferenciar timbres diferentes, ajudando assim a “separar” mentalmente qual
instrumento você quer estar mais atento para aprender a tocá-lo. Com a ajuda de
alguns exercícios de treinamento auditivo gradativamente (e é muito importante que
seja assim) podemos ir evoluindo neste treinamento.
Alguns passos são importantes para esse treinamento, assim como em
qualquer outro estudo:

1. Não tenha pressa. É preciso ter calma e tranqüilidade para fazer os exercícios,
alguns exigirão muita prática, paciência e concentração, lembre-se que seu
ouvido e seu cérebro precisam se “acostumar” com aquele som e o que ele
significa e isso leva tempo;
2. Não subestime os exercícios apresentados. A princípio alguns exercícios ou a
forma de como executá-los poderão parecer muito “bobos” ou mesmo fáceis,
mas mesmo esses são muito importantes e devem ser feitos com dedicação,
pois poderão ser base para muitos outros passos mais complexos na frente.
3. Procure um lugar tranqüilo. Quanto mais concentrado você estiver para
executar os exercícios e para se ouvir mais facilmente você conseguirá avançar,
lembre que apesar de o nosso ouvido conseguir ouvir sons em uma gama entre
20hz até 20khz o nosso cérebro só capta uma informação auditiva por vez.
4. Procure um instrumento para que você possa, na necessidade de cada
exercício, usá-lo, porém não se prenda a ele totalmente, alguns exercícios
exigirão de você memória auditiva, nesses casos use-os somente para conferir a
exatidão do exercício e não como apoio para executá-lo.

Seguindo esses passos você perceberá que mais facilmente conseguirá


identificar sons diferentes e com mais exatidão “tirar” aquelas suas músicas preferidas,
assim como passagens instrumentais, a entrar nos tons e a se afinar, sendo assim um
ramo de estudo fundamental para quem é instrumentista, mas também para os
cantores.
Disponível em: http://blog.cancaonova.com/musicadedeus/como-treinar-o-seu 21

Exercícios de Percepção Musical- Sequências Melódicas


1

Aula 09 22
1

Melodia, ritmo e harmonia

São três os elementos fundamentais que compõe a música: Ritmo, melodia e


harmonia.

Ritmo é o movimento ordenado dos sons no tempo, o que dá forma a música. É


a mistura dos sons e silêncios de diferentes durações. Todos os elementos, melodia e
harmonia, estão ligadas ao ritmo. Numa escola de samba o que a bateria produz, por
exemplo, é puro ritmo – por isso seus integrantes são chamados de ritmistas.

A melodia é o resultado da combinação de sons e silêncio de diferentes


durações e alturas, ela é a parte contável de uma música de modo a fazer sentido para
quem escuta, é também o solo da música.

A harmonia é a combinação dos sons simultâneos, o acompanhamento da


música e consiste na execução de vários sons ao mesmo tempo. A harmonia é a
estrutura que dá suporte à melodia. Os acordes que um músico toca ao violão
enquanto canta é a harmonia musical.

Para que o ritmo, a melodia e a harmonia se integrem é preciso


conhecimentos muitos específicos por isso as escolas de sambas têm mestres, as
orquestras, maestros e as bandas e gravadoras, arranjadores e produtores.

Na maioria dos arranjos de música popular, o ritmo é feito pelos instrumentos


de percussão, a melodia pela voz e a harmonia, pela combinação das notas emitidas
pelos instrumentos que fazem o acompanhamento, como guitarra e o baixo, por
exemplo. Na música clássica e no jazz é comum que ritmo, melodia e harmonia se
integrem de forma mais complexa. O rap também é diferente: nele a fala ritmada se
sobrepõe à melodia e à harmonia.
Para exprimir profundamente qualquer sentido musical, ou descrever por meio
de música qualquer quadro da natureza, torna-se imprescindível a participação em
comum desses três elementos: melodia, ritmo e harmonia.

Aula 10 23
1

Ritmo, Pulso e Andamento


Ritmo: “É a ordem do movimento” (“Platão”). É determinado pela maior ou
menor duração dos sons.
Podemos entender o conceito de ritmo se observarmos, por exemplo, o
ponteiro de um relógio, nele temos um movimento continuo e uniforme. A cada
segundo o ponteiro desloca-se precisamente; se tentarmos bater palmas a cada
movimento do ponteiro, estaremos organizando cada palma conforme o ritmo dado
pelo ponteiro. Dessa forma podemos concluir que o ritmo é uma pulsação continua e
exata. Outros exemplos de ritmo podem ser encontrados nas batidas do coração, no
movimento de uma marcha militar, etc.
Na música, o ritmo exerce papel fundamental. Todos os outros elementos,
melodia e harmonia, estão ligados ao ritmo.
Pulso: É a medida exata do tempo.
Andamento: É a velocidade que se pode dar ao pulso, basicamente dividem-se
em: lentos, médios (moderados) e rápidos.

O compositor determina o andamento de sua música através de palavras


italianas, exemplo: “Allegro, Moderato”, etc.. Ou pela quantidade de tempos que o
metrônomo marca por minuto. (Bpm.)

Exemplo:

Toda música tem seu próprio andamento, pulso e ritmo. 24


COMPASSO 5
1
O que define o ritmo de uma música são as suas “batidas” e elas repetem-se
continuamente durante a música. Para que saibamos qual é a batida forte e a fraca
nem sempre basta ouvir, pois em algumas músicas não há nenhum instrumento
marcando o ritmo. Mas, por que então conseguimos sentir o ritmo mesmo sem a
marcação? Porque a música está dividida em compassos. Quando você bate palmas ou
estala os dedos ao acompanhar uma música qualquer, está instintivamente marcando
os tempos do compasso
O compasso musical é definido como um elemento que divide a música
em intervalos de tempos iguais ou variáveis, com o objetivo de organizar a estrutura e
facilitar a orientação, permitindo ao intérprete ou ouvinte organizar o ritmo de uma
música. Esse intervalo de tempo é representado por barras verticais em uma partitura,
por exemplo.

O número de tempos de um compasso não precisa necessariamente ser o


mesmo número de notas, ou seja, dizer que se têm três batidas em um compasso não
quer dizer que se têm três notas.

Podemos dizer então que compasso musical é uma divisão da música em


intervalos de tempo iguais, com o objetivo de organizar a estrutura e facilitar a
orientação para o músico.

ACENTO MÉTRICO

Ao executarmos uma música, os tempos dos compassos obedecem a


determinadas acentuações, o que constitui o chamado acento métrico. Na prática,
utilizamos este recurso para reconhecer o modo em que o compasso está organizado,
ou seja, se sua configuração é binária, ternária, etc.
De acordo com o número de tempos ou batidas o compasso pode ser:
Compasso Binário: Formado por dois tempos. Esse compasso tem duas batidas,
sendo a primeira forte e a segunda fraca.
Compasso Ternário: Formado por três tempos. Esse compasso tem três batidas,
sendo a primeira forte, a segunda e terceira fracas.
Compasso Quaternário: Formado por quatro tempos. Esse compasso tem
quatro batidas, sendo a primeira forte, a segunda fraca, a terceira de intensidade
média e a quarta fraca.

25
5
1

REVISÃO DO MÓDULO I DO CURSO


“Música Liturgica: Técnica vocal para Solistas e Salmistas” 2017

1. O que é música?
2. Ao cantar a respiração deve-se ser mista, pelo nariz e pela boca.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
3. Qual o músculo fundamental para o canto?
4. Trabalhar a articulação das palavras e a abertura da boca é fundamental para
que?
5. Cite algumas dicas para se cantar bem:
6. Qual a finalidade do ouvido?
7. Existem alguns termos especifico que representam a intensidade da música,
quais são eles?
8. Como podemos diferenciar sons graves de sons agudos?
9. Qual a função do timbre?
10. Quais os benefícios que o relaxamento para o canto nos proporciona?
11. Qual a importância da consciência corporal?
12. O que o fumo, drogas, álcool e medicamentos podem causar a saúde vocal?
13. O que aconteceria se os líquidos ingeridos passassem pelas pregas vocais?
14. Como hidratamos as pregas vocais já que os liquido ingeridos não passam por
elas?
15. Cite uma forma de observar o nível de hidratação do corpo:
16. De que forma as alergias como bronquites, sinusites, rinites, etc pode
prejudicar as pregas vocais?
17. Quais alimentos não são recomendados antes do uso profissional da voz?
18. O que é competição sonora?
26
5
1
19. Por que a tosse é um abuso para as cordas vocais?
20. Quais os tipos de atividades físicas são indicadas para quem usa a voz
profissionalmente?
21. O excesso de frio ou calor pode ser prejudicial à voz.
( ) verdadeiro
( ) falso
22. Cite algumas dicas de como cuidar da voz:
23. O que é pauta musical?
24. Qual função da notação musical?
25. Por quantas notas é composto o sistema musical?
26. Descreva a sequência das notas musicais:
27. Como é chamada a sequência organizada das notas?
28. Quantos tipos de clave são utilizados e quais são elas?
29. Qual a função das claves?
30. De acordo com o quadro de duração, qual a figura de maior e menor duração?
31. O que é afinação?
32. O que é cantar afinado?
33. Como podemos treinar o ouvido e melhorar a afinação vocal?
34. O que é Respiração?
35. O que é Técnica Vocal?
36. Cite alguns passos importantes para o treinamento do ouvido musical:
37. Cite e explique os 3 elementos fundamentais que compõem a música:
38. O que é ritmo?
39. O que é andamento?
40. O que é pulso?

Aula 11 27
5
1

A VOZ
A voz é mais do que palavras que são pronunciadas, mais do que a qualidade do
som que sai da boca. É o corpo inteiro emanando energia.
A voz humana é o único instrumento que se caracteriza num mesmo corpo
executante e meio de execução.
A voz cantada ultrapassa a comunicação lingüística.
A voz é a mais imediata e sensível dentre todas as fontes sonoras e a mais rica
de emoção e de calor humano. Com ela, nasceu a música.

TESSITURA VOCAL
É o conjunto de notas musicais nas quais você se sente mais à vontade
cantando e no qual sua voz soa melhor. Vale lembrar que o seu alcance vocal
(chamado de extensão vocal) pode ir além da sua tessitura. Você pode ser capaz de
atingir notas muito altas ou muito baixas, mas há uma série de notas nas quais sua voz
consegue produzir com maior facilidade e mais potência. Encontrar essa zona áurea de
notas pode ajudá-lo a encontrar a sua melhor voz de canto possível.

EXTENSÃO VOCAL
É o numero de notas que emitimos, da mais grave para mais aguda. A extensão
vocal abrange todas as notas que uma pessoa consegue cantar, independentemente
da qualidade, brilho e precisão.

CLASSIFICAÇÃO VOCAL
Soprano.....................................Dó 3 ao Dó 5
Mezzo-soprano...........................Lá 2 ao Lá 5
Contralto ..........................................Fá 2 ao Fá 4
Tenor..................................................Dó 2 ao Dó 4
Barítono............................................Lá 1 ao Lá 3
Baixo .............................................Fá 1 ao Fá 3

Aula 12 28
1

CLAVES

CLAVE é o sinal colocado no inicio da pauta, sobre determinada linha, para dar nome
às notas. As Claves são 3 (três):

CLAVE DE FÁ: É escrita na 3ª ou na 4ª linha.

CLAVE DE DÓ: É escrita na 1ª, 2ª, 3ª ou 4ª linha.

CLAVE DE SOL: Escrita na 2ª linha. Há algum tempo atrás, também era usada na 1ª
linha.

LINHAS E ESPAÇOS SUPLEMENTARES

Quando a nota que queremos representar é mais aguda ou mais grave do


que permite o pentagrama, é possível utilizar linhas e espaços suplementares.
As linhas suplementares funcionam como a continuação do pentagrama, e
são denominadas linhas e espaços suplementares superiores ou linhas e espaços
suplementares inferiores quando estão acima ou abaixo do pentagrama,
respectivamente.
29
1

Exemplo de linhas suplementares:

30
1
Aula 13

A Função Vocal
Ressonadores Vocais e os Órgãos Articuladores

O som produzido na laringe seria praticamente inaudível se não fosse


amplificado e modificado pelas caixas de ressonância próximas à laringe. Para a técnica
vocal (o canto), daremos especial atenção aos ressonadores da face. São eles: cavidade
da boca, cavidades do nariz e os seios paranasais, chamando-os de ressonadores
faciais ou voz facial. É esta voz facial que o cantor, seja qual for sua voz, deve e precisa
desenvolver. Uma voz que não explora essas ressonâncias, mesmo sendo uma voz
forte, será uma voz sem brilho e sem qualidade sonora. A voz bem colocada tem
penetração, beleza e qualidade.
A voz não impostada, não trabalhada, geralmente é apoiada na garganta,
emitindo, assim, sons imperfeitos, sem brilho, mesmo que o timbre seja muito bonito
e agradável.
Você já deve ter ouvido falar em “cantar na máscara”, ou seja, utilizar os
ressonadores faciais. Observe os ressonadores faciais fazendo este simples teste:
coloque uma das mãos encostadas no “Pomo de Adão”, que é a saliência da laringe e a
outra entre o lábio superior e o nariz, apenas encoste a mão. Não faça força nem
aperte. Com a boca fechada produza um som qualquer, como um “HUM”. Se observar
uma vibração no “Pomo” você está apoiando a voz na garganta e não nos
ressonadores faciais, caso a vibração maior seja abaixo do nariz você estará no
caminho certo, utilizando esses ressonadores faciais. Não se preocupe, faremos outros
exercícios para tal desenvolvimento.
Uma voz que não utiliza os ressonadores faciais tende a provocar um desgaste
obrigando o cantor a um esforço desnecessário e, sem dúvida, sua voz será
envelhecida prematuramente.
Impor a voz na face não significa forçá-la nos ressonadores faciais com excessos
de emissão e sim emiti-la de forma fisiológica sabendo explorá-la de maneira natural.
Os órgãos articuladores são: os lábios, os dentes, a língua, o palato duro, o véu palatar
e a mandíbula e são encarregados de transformar a voz em voz falada ou cantada.
Qualquer deficiência de articulação irá dificultar o entendimento do que se canta.
É importantíssimo saber pronunciar bem as palavras de acordo com o idioma e
suas regras, explorando os articuladores na forma correta dos vocábulos. A cavidade
bucal sofre diversas alterações de tamanho e forma pelos movimentos da língua,
considerada como o principal órgão da articulação, pois apresenta uma enorme
variabilidade de movimentos pela ação dos seus músculos.

DISPONÍVEL EM: http://www.studiomel.com/21.html

Aula 14 31
1

Ressonância vocal

O estudo das Ressonâncias (assim como a respiração) tem um papel


fundamental para o canto, são nas cavidades de ressonância que ocorrem as
modificações do som primordial produzido na laringe, elas são nossas caixas acústicas.

Exercícios de ressonância:

1 - Exercício M&N (em dois tempos) - Você deve emitir o som da letra M e da letra N
com a boca fechada, (a letra M na fala tem o som de E+M+E = EME, e a letra N tem na
fala o som E+N+E = ENE, pronuncie as letras M e N bem devagar e veja que você
obrigatoriamente fecha a boca. É o som da boca fechada que estamos buscando, o
som do mantra OM, ou som de comida gostosa... ...hhhhuuuuummm...), faça este som
alternando entre as letras M e N em dois tempos 2/2 (1, 2, 1, 2, 1, 2, 1, 2, 1, 2, ...M, N,
M, N, M, N,...) note que na letra M sua língua fica repousada (esta é a diferença mais
notável, existem outras quase imperceptíveis, potálamo, laringe, etc), enquanto na
letra N sua língua passa a tocar no céu da boca. Você também deve notar que na letra
M o som é mais intenso, com mais harmônicos, sua cabeça se enche de som (voz de
cabeça) é um som mais denso, já a letra N tem som mais médio, anasalado, e você
sente mais o fluxo de ar no nariz devido a falta de harmônicos (como um disco de vinil
e aquele chiado, CHISSSCHISSS de fundo). Bem, agora que encontramos o som que
procurávamos e identificamos as sensações de cada um deles, o exercício completo
consiste no seguinte:

Respire (diafragma), faça o som do M&N 2/2 (diafragma/apoio) alternando entre as


letras, faça em uma região mediana de sua voz, numa nota confortável, faça até que
termine o seu ar (sem exageros, não é para ficar roxo), respire novamente (use o
diafragma) e repita o exercício, desta vez uma nota acima (se você entoou a nota DO,
agora entoe a nota RE), e repita o exercício até a quinta nota (relativo a nota que voce
iniciou o exercício, se voce começou em DO, vá até o SOL), seguindo o mesmo
procedimento, depois repita a mesma escala de forma descendente (de SOL até DO),
repita o exercício 5 vezes.

Importante: Note que em algumas notas o som será bem mais intenso que em outras,
isto é natural, você tem sua própria caixa acústica que vibra de forma diferente para
cada nota, o mais importante é dominar estes sons (ressonâncias) ao ponto de
conseguir consciente e precisamente empregá-los em seu canto, e para que isto
aconteça é necessário estudo e dedicação.

32
1

2 - Exercício Baumbê - Você irá pronunciar BAUMBÊ numa escala de DO a DO


repetindo cada tom, exemplo:

DO, DO, RE, RE, MI, MI, ... ..., SI, SI, DO, DO

Não existirá pausa para respiração. Você irá respirar no momento em que emitir o som
BÊ da palavra BAUMBÊ. Lembre-se de usar o diafragma, você fará exatamente o
seguinte:
Durante a emissão do BAUM contraia o abdômen dando apoio ao canto
(principalmente ao som ressonantal da boca fechada, o M), ao emitir o BÊ (que
completa a palavra) você irá expandir o abdômen (respirar), este BÊ será seco e curto,
você deve pronunciar BAUMBÊ em dois tempos 2/2, (1, 2, 1, 2, 1, 2,... ...,BAUM, BÊ,
BAUM, BÊ...), como se fosse um bumbo de fanfarra, o BAUM será o 1 tempo
(diafragma/apoio) o BÊ será o 2 tempo (respiração/diafragma), faça a escala
ascendente e descendente ininterruptamente (comece no DO, vá até o DO da próxima
oitava e desça completando o exercício no mesmo DO inicial) a escala tem início e fim,
porém sem meios, como uma coisa só.

Importante: O exercício une técnicas de ressonância e respiração, as duas são


importantes, mas nesta parte estamos enfatizando as ressonâncias, e a ela você
deverá dar mais atenção, procure emitir os sons mais graves da escala anasalados
(DO,RE, MI, como o N do exercício passado), e os sons mais agudos com som de
cabeça (LA, SI, DO, como o M do exercício passado), as notas médias desta escala (FA,
SOL) serão um ponto de transição, provavelmente o que deve acontecer é que no
começo do exercício, (nas primeiras repetições) você estará emitindo estas notas com
uma ressonância mediana, já nas últimas repetições do exercício este som deverá ter
*subido. Como em exercícios anteriores aconselho não repetir o exercício muitas
vezes, pois poderão surgir dores abdominais, caso isto aconteça pare com o exercício e
volte a executá-lo em uma próxima sessão de estudos, o número de repetições
aconselhável é de 5 a 6 repetições, este número de repetições não deverá lhe
ocasionar problema.

DISPONÍVEL EM: http://vanisouza.blogspot.com.br/2011/01/ressonancia.html

33
Aula 15
1

A DICÇÃO E A VOZ
A voz é um elemento importantíssimo para a comunicação.
Comunicar é inerente à vida. Não temos como fazer uma dissociação entre a
vida e a comunicação, pois nos relacionamos com o mundo através dela, externando
nossos sentimentos e pensamentos.
Podemos nos comunicar de forma não verbal, através de gestos e da postura,
dos sons, das cores, por exemplo. Verbalmente, através da escrita e especialmente
através da fala.
Falar de forma adequada e eficaz requer clareza e objetividade. Externar uma
mensagem que seja entendida pelo ouvinte. Um elemento chave deste processo é a
voz. O orador que se utiliza adequadamente de seu instrumento (voz), dá existência e
expressividade à comunicação. A forma como articula as palavras pode ser o fator que
influenciará a audiência. Além disso, é por meio da dicção que o orador se revela.

A IMPORTÂNCIA DA BOA DICÇÃO

A dicção é a pronúncia do som das palavras, das sílabas e das letras na fala. A
fala de qualidade contempla uma dicção clara e precisa. A dicção deve ser educada,
corrigida, tratada e aperfeiçoada.
Melhorar a dicção requer vontade, disciplina e trabalho. A boa dicção é um
hábito, que se adquire com preparo e treino.
Três fatores estão envolvidos na dicção: respiração adequada, aquecimento dos
músculos faciais e aquecimento da língua. Na preparação da boa oratória é
interessante incluir a colaboração técnico-científica do fonoaudiólogo. É preciso
aprender a relaxar, respirar corretamente e articular adequadamente as palavras.

EXERCÍCIOS DE FONOAUDIOLOGIA PARA MELHORAR DICÇÃO

Os exercícios de fonoarticulação ajudam a adquirir uma dicção de qualidade. Conheça


alguns exercícios que você pode praticar:

1º) Com os dedos apoiados no nariz, vibrar a boca e o nariz. Emita um som como se
fosse de abelha (hummmmmm) por certa de 1 minuto.
Fique 30 segundos em silêncio. Repita o movimento em cinco vezes.

2º) Com um pequeno objeto, que pode ser um lápis, colocado apenas 1 cm dentro da
boca, leia frases diversas, rimas e travas-línguas. Leia num ritmo normal, lento e rápido
cada tipo de frase.

34
1
Exemplos de frases:

Frase
“A clareza da comunicação é um fator determinante na conquista da confiança, que
por sua vez, é fundamental na construção da credibilidade. A credibilidade é fator
essencial do êxito do orador.”

Rima
”De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.”

Trava-língua
“Joana, a joaninha, enjoada de jantar jiló, jaca e berinjela; resolveu dar um jeito, foi
falar com Juca e pediu sua sugestão. Juca, muito jeitoso, sugeriu ligeirinho: que tal
jambo e jabá?”

3º) Inspire pelo nariz; usando o ar inspirado articule os fonemas “i” e “u”, até esgotar o
folego.
Repita 3 vezes. Articulando, na sequência após a inspiração nasal, os fonemas “i” e “o”;
fazendo o mesmo procedimento.
Intercale um e outro exercício por 3 vezes.

4º) Vibre intensamente os lábios por cerca de 1 minuto. Descanse. Repita por 3 vezes.

5º) Pronuncie as sílabas: Mua – Mué – mue – mui – muó – muo – muu.
Repita por 3 vezes. Fique em silêncio. Repita 3 vezes.

6º) Articule de forma rápida e exagerada as sílabas e letras da seguinte sequência: la a


- la o – la u. Na sequência: la a – la e – la i.
Repita por 5 vezes consecutivas, após pausa ao final de cada conjunto de sequências.

7º) Boca fechada, aperte os lábios para dentro. Aperte-os um contra o outro com
energia por 5 segundos.
Na sequência, separe rapidamente os lábios mostrando os dentes cerrados por 5
segundos.
Repita a sequência 3 vezes.

8º) Inspire e expire várias vezes lentamente, pronunciando as consoantes: P B T D G Q.

35
1
9º) Leia pronunciando pausadamente e exageradamente cada vogal e leia na
sequência a frase correlata:

AI – A gaita do pai de Adelaide está embaixo da caixa.


UI – Fui colher flores ruivas e azuis nos pauis.
AIO – O lacaio do cavalo baio leva o balaio de paio.
OIA – Aribóia via a jibóia que boiava na pitimbóia.

10º) Leia pronunciando pausadamente e exageradamente cada consoante e leia na


sequência a frase correlata:

M – O mameluco melancólico meditava e a megera megalocéfala, macabra e


maquiavélica mastigava mostarda na maloca miasmática. Migalhas minguadas de
moagem mitigavam míseras meninas.
R – O rato, ratazana, o ratinho, roeram as rútilas roupas e rasgaram as ricas rendas da
rainha dona urraca de rombarral.
S – Sófocles soluçante ciciou no Senado suaves censuras sobre a insensatez de seus
filhos insensíveis. Suave viração do Sueste passa sussurante sobre sensitivas
silenciosas.

11º) Pronuncie o “r” no final das palavras. Cada série de quatro sílabas deve ser
pronunciada numa só expiração, com ligeira parada em cada palavra:

BAR – DAR – LAR - MAR


TER – LER – VER – VIR
QUER – DER – COR – MOR
COR – DOR – FOR – POR

Texto extraído do site:


http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/11-exercicios-de-fonoaudiologia-e-diccao-para-a-voz/93721/

Aula 16 36
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TOM E SEMITOM
Imagine que você deseja fazer uma viagem da cidade de Curitiba para São
Paulo. Certamente, antes de sair de casa seria interessante saber qual é
a distância entre essas duas cidades. A distância provavelmente será medida em
quilômetros. Essa é a unidade de medida que usamos.
Na música ocorre a mesma coisa. Imagine que a cidade de Curitiba representa a
nota dó. A cidade de São Paulo representa a nota ré. Entre dó e ré também existe
uma distância que é calculada em tons e semitons.
Se você tocar a nota dó e depois a nota ré no instrumento vai perceber que o som é
diferente. Elas não são iguais. Isso ocorre porque elas estão em diferentes lugares no
“mapa musical”, como as cidades estão situadas em lugares diferentes.
Basicamente, usamos os termos tom e semitom (ou meio tom) para “medir” ou
identificar a distância entre as notas. Entendendo isso será muito mais fácil
compreender os intervalos musicais.

O QUE É SEMITOM
Um semitom (ou meio tom) é a menor distância que temos entre as notas em
nossa música ocidental. Imagine um semitom como se fosse um quilômetro e essa
fosse a menor medida utilizada para calcular as distâncias entre as cidades.
Se você for a um instrumento como o piano, por exemplo, verá que depois da nota dó
existe uma nota chamada dó sustenido, que é a tecla preta logo ao lado (a direita da
tecla branca). A distância entre dó e dó sustenido é um semitom (ou meio-tom). Um
semitom seria então o menor intervalo que temos entre as notas. Observe:
dó > dó# – 1 semitom
mi > fá – 1 semitom
lá > lá# – 1 semitom

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Assim, as 12 notas musicais que conhecemos estão distantes umas das outras por uma
distância de um semitom. Veja:

dó – dó# – ré – ré# – mi – fá – fá# – sol – sol# – lá – lá# – si


Como já vimos, se eu for calcular a distância entre dó e dó#, seria um semitom. E se eu
quisesse calcular a distância entre dó e ré? Simples. São dois semitons.
Dois semitons constituem um tom. Veremos isso a seguir:

Basicamente, dois semitons é o mesmo que um tom. Ou seja, o termo tom se refere a
soma entre dois semitons:
2 semitons = 1 tom
4 semitons = 2 tons
5 semitons = 2 tons e meio

Veja as 12 notas novamente:

dó – dó# – ré – ré# – mi – fá – fá# – sol – sol# – lá – lá# – si

Qual é a distância entre dó e ré? Dois semitons ou um tom. Qual é a distância


entre ré e sol? Dois tons e meio. Agora é só você usar a mesma lógica para saber a
distância entre as notas.

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1
Aula 17

Abrindo Vozes no Canto – Harmonização Vocal!

Vozes harmonizadas parecem ser invisíveis em algumas músicas, no


entanto, em outras, elas aparecem, quase que na música inteira. A maioria das
músicas que ouvimos no rádio são repletas de harmonias. Às vezes, é óbvio, mas nem
sempre é. Parece haver muita confusão sobre como fazer isso ou onde colocá-las.
Se você escutar com atenção as faixas vocais, principalmente em músicas
mais pops, você encontrará uma infinidade de harmonias. Você vai ouvir no coro e
também no restante da faixa. A maioria dos vocalistas gostam de colocar uma
harmonia durante a música e não só no refrão.
Usando a voz principal, acima ou abaixo e outras vezes, através
da tonalidade, se trabalha um determinado acorde, usando geralmente a terça e
quinta notas da nota principal (do acorde). Alguns artistas geralmente dobram sua
própria voz.
Cada estilo de música tem sua própria harmonização de vozes, sendo
assim, dependendo de sua melodia, sua harmonia geralmente será uma terça (ou
quarta) acima (ou abaixo).
Vamos imaginar que se o seu acorde é um DÓ maior e começa a sua
melodia vocal parte de uma nota MI sobe para um FÁ e retorna a um MI , sua linha de
harmonia será então, uma terça acima disso (ou seja, SOL, LA, volta para
SOL). Dependendo do gênero, harmonias diferentes podem ser aplicadas. Se você está
cantando a melodia em um blues ou um reggae, surgem novas possibilidades para
harmonizar as vozes.
A verdade é que você não deve se preocupar demais com o material técnico
para começar. Apenas tente cantar junto com algumas canções e tente fazer as
harmonias. Tente trabalhar nelas e veja até onde pode chegar. Seu ouvido, será
imprescindível para que se torne bom em harmonização vocal. Existem duas formas de
como descobrir e trabalhar a harmonização vocal: 39
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1) Estritamente técnico (seguindo a linha melodica exatamente) e


2) Experimentação (não segue a linha), ambos ocorrem na música por
razões diferentes.
A harmonização vocal mais técnica ocorre quando, por exemplo, se
harmoniza 3 vozes (ou mais), e você tem que ser um pouco mais rigoroso sobre as
linhas melódicas, pois você não quer que estas vozes tropecem umas nas
outras. Da segunda forma, experimentação, acontece muitas vezes com apenas uma
linha melódica escolhida, onde a linha harmônica não segue exatamente essa linha
melódica. Os melhores cantores de harmonização vocal costumam, acima de tudo, ter
bons ouvidos.
Se você simplesmente começar a cantar e perceber se consegue ‘ouvir’
uma outra linha, não importa que ela não seja “estritamente técnica” ou seja, o
que importa realmente, é que você tente e começe a “ouvir” esses sons. Mais uma vez
começar com uma simples linha e então prosseguir com as linhas de canto acima (ou
abaixo) dessa linha. Procure ficar acima ou abaixo da melodia; linhas de harmonia
como regra geral não cruzam a melodia. Você pode até tentar variações. Lembre-se de
experimentar as linhas abaixo, assim como as acima de sua original.
Nosso ouvido, naturalmente, percebe a voz de liderança e para muita
gente, é tudo o que eles realmente conseguem notar. Logo depois, nós provavelmente
ouviremos a terça e assim por diante. Para a maioria das pessoas, aquelas vozes
internas, são quase imperceptíveis.
A harmonização vocal é uma das melhores maneiras de realmente
diversificar uma canção. A verdade, é que as pessoas adoram o som de múltiplas
vozes, pois é uma ferramenta poderosa para enriquecer uma música.

Disponível em: http://www.aulacanto.com/harmonizacao-vocal/

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