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A História Da Música: Tendências Musicais – Parte 1

História da música: desde o início da humanidade até as tendências atuais.

Desde o início das tribos primitivas, a música sempre esteve presente no cotidiano do ser
humano. Estou falando de aproximadamente 50.000 anos atrás, onde as primeiras manifestações
musicais já haviam sido feitas no continente africano e se expandiram pelo mundo com o
dispersar da raça humana.

Se pararmos para observar, os sons que estão à nossa volta e fazem parte do nosso cotidiano
são criações nossas mesmo: o tamborilar dos dedos na mesa, quando batucamos em algum lugar
com as mãos, quando ligamos um rádio, quando cantarolamos algo ou qualquer outro som que
possamos produzir.

Hoje, temos a música presente em todas as mídias, pois ela é uma linguagem de comunicação
universal. É utilizada para tocar as pessoas, sensibilizar; e, a intensidade de como isso será
sentido, vai depender de quem pretende tal ação: seja para fins comerciais, religiosos, protestar,
intensificar alguma informação, entre outros.

A música sempre existiu como forma de demonstração cultural. Ela carrega todas as
características culturais de um povo, envolvendo aspectos econômicos, condições climáticas e
aspectos tecnológicos que envolvem a relação dos povos com a linguagem musical.

Existem várias lendas sobre a origem da música. Na Grécia antiga, acreditava-se que a música
havia se originado em um passado remoto, a partir dos deuses míticos. Apolo era considerado o
deus da música e as Musas eram deusas que utilizavam seu canto e dança para encantar os
deuses. Pã, enquanto perseguia ninfas, costumava cantar e dançar. Atenas era tida como a
criadora do aulos (instrumento musical de sopro da Grécia Antiga) e Hermes como criador da lira
(instrumento musical de corda). Acreditava-se, ainda, na lenda em que os primeiros músicos da
Grécia teriam descendido de Apolo ou das Musas, ou seja, das duas divindades que os gregos
mais associavam à música.

A palavra música, do grego mousike, que quer dizer a arte das musas, é uma referência à
mitologia grega e sua origem não é clara. Muitos acreditam que a música já existia na pré-história
em caráter religioso, como forma de agradecimento pela caça, pela pesca, pelos frutos plantados
ou em cultos ritualísticos. Claro que os sons sempre existiram, tanto de movimentos corporais
como da natureza e, com o tempo, foram sendo aprimorados com o uso de artefatos comuns no
dia-a-dia. Para confirmar essa teoria, basta lembrarmos das tribos indígenas que, até nos dias
atuais, vivem isoladas de sociedades formadas, de forma rudimentar e com a música como parte
de seus rituais.

Na pré-história, o ser humano já produzia uma forma de música que lhe era essencial para se
expressar. O dia-a-dia, com seus utensílios, já não era o bastante. Era por meio dos sons e da
música que os sentimentos eram expressos: raiva, medo, desejos, sentimentos que fugiam à
razão. Existem indícios de que esses povos acreditavam que a música era algo deixado aos
povos por alguma divindade. No entanto, a música tinha uma ligação direta com os cosmos e o
movimento dos planetas. Foi assim que surgiram as primeiras lendas a respeito da origem da
música. Não existe nada que indique se os sons vocais surgiram antes do som dos instrumentos.
Porém, várias formas arqueológicas em pinturas, gravuras e até esculturas, mostram imagens de
músicos em ação ou de indivíduos expressando corporalmente alguma dança, mas não
demonstram nenhum indício de qual dos atos surgiu primeiro ou de como os instrumentos era
produzidos.
Arqueólogos, musicólogos e historiadores encontraram vestígios da existência de instrumentos
musicais em diferentes formas de documentos. Os sumérios, cujo auge de sua civilização foi na
Mesopotãmia há milhares de anos antes de Cristo, utilizavam hinos e salmos em seus atos
litúrgicos, influenciando, mais tarde, a cultura babilônica, caldéia e judaica. Também, a cultura
egípcia, cerca de 4000 a.C., apresentou muitas manifestações de evolução musical, pois era um
território que preservava a agricultura e, este costume, levava às cerimônias religiosas, onde as
pessoas batiam uma espécie de discos e paus uns contra os outros, utilizavam harpas,
percussão, diferentes formas de flautas e também cantavam. Os sacerdotes cantavam grandes
coros e era normal a utilização de trompetes e tambores.

Na Ásia, há 3000 a.C., a música se desenvolvia com expressividade na cultura indiana e chinesa.
Os chineses acreditavam no poder mágico da música como um espelho fiel à ordem universal de
tudo. A “cítara” era o instrumento mais usado e, normalmente, vinha acompanhada de flauta e
percussão. Além disso, a música chinesa utilizava uma escala “pentatônica” (5 sons). Já na índia,
por volta de 800 a.C., a música era considerada vital. Sistematizada em tons e semitons, não
utilizavam notas musicais e sim um sistema chamado “ragas”, que permite uma variação infinita
dentro das notas estabelecidas.
Em Roma, a música foi influenciada pelos gregos, etruscos e pelo ocidente. Os romanos
utilizavam a música na guerra para sinalizar ações aos soldados e cantar vitória. Além disso,
possuía um papel fundamental na religião e nos rituais sagrados. Geralmente, os instrumentos
eram tocados por mulheres, às sacerdotisas. Também nos deixaram de herança um instrumento
denominado “trompete reto”, que eles chamavam de “tuba”. O uso do “hydraulis”, o primeiro órgão
cujos tubos eram pressionados pela água, era frequente.
Os chineses, por sua vez, descobriram um modo mais apurado de analisar como a música refletia
sobre o seu povo. Além de usá-la em rituais religiosos e civis, passaram a usar como “identidade”
ou “personalização” de momentos com seus imperadores.

No século XX, com o ganho de popularidade do rádio pelo mundo e com o surgimento de novas
mídias e tecnologias para gravar, capturar, reproduzir e distribuir música, ficou mais fácil para os
artistas ganharem fama nacional e até internacional de forma mais rápida. As apresentações
visuais tornaram-se cada vez mais frequentes e o uso de sintetizadores acelerou o nascimento de
novas formas de música.

Durante um longo período, a música foi cultivada em sua forma oral, até que surgiu um sistema
de escrita, por volta do século IX, criado pelo monge italiano Guido d’Arezzo (995 – 1050),
denominado de pauta musical. Graças a ele, o sistema silábico foi utilizado para dar nome às
notas e encontra-se numa melodia profana, hino que os meninos cantores entoavam a
São João Batista, padroeiro dos músicos, para que os protegesse da rouquidão. Cada
linha da qual começava com uma nota mais aguda que a anterior. Associou à melodia
a um texto sagrado em Latim, cuja primeira sílaba de cada linha podia dar o nome de
cada nota da escala musical.
Ut queant laxit
Ressonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum
Solvi polluti
Labii reatum
Sancte Ioannes
Tradução:

Para que nós, servos, com nitidez e língua desimpedida, o milagre e a força dos teus feitos
elogiemos, tira-nos a grave culpa da língua manchada, São João.

Durante o século XIX, o sistema de Guido foi adaptado para transformar-se no SOL-FÁ tônico dos
nossos dias, e usado para ensinar não-músicos a cantarem música coral. Foi nessa época que
alguns tons foram reformulados de modo a facilitar o canto. Ut tornou-se DÓ e SA tornou-se SI
(iniciais de Sancte Ioannes)

No período Renascentista, temos um grupo de artistas que pretendiam compor algo mais
universal, longe das práticas da igreja. Havia uma tendência à polifonia, ou seja, vários sons de
maneira harmoniosa, surgindo músicas consideradas “profanas”, como o “Madrigal” italiano.

Após esse período, temos a música Barroca, com seu auge por todo o século XVIII. As músicas
tinham conteúdo dramático e bem elaborado. Nesse período surge a ópera musical. Na França,
os principais compositores eram Lully, que trabalha para Luis XIV, e Rameau. Na Itália, claro,
Antonio Vivaldi. Na Inglaterra, Haëndel, com seus brilhantes oratórios. Na Alemanha, um dos
meus favoritos: Johann Sebastian Bach.

A Música Clássica vem logo após o Barroco. O termo “clássico” deriva do latim classicus, que
significa: cidadão da mais alta classe. Esse momento é marcado por Haydn, Mozart e Beethoven,
com o surgimento das orquestras. A “Sonata”, que vem do verbo sonare (soar), do latim, surge
aqui também. Para quem não conhece, Sonata é uma obra em diversos movimentos para um ou
dois instrumentos.
Porém, enquanto os compositores clássicos buscavam um equilíbrio entre a estrutura formal e a
expressividade, os compositores do Romantismo queriam uma liberdade da estrutura e da
concepção musical, valorizando a intensidade e o vigor da emoção. Inicia-se pela figura de
Beethoven, passa por Chopin (mais um dos meus favoritos), Schumann, Wagner, Verdi, Strauss
e, meu favorito número 1: Tchaikovsky. As valsas vienenses são as músicas que marcam este
período.

Bem, meus queridos. Vou ficando por aqui. Na próxima atividade veremos sobre as tendências
musicais atuais.
Até breve!

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