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História da Música

Ocidental I
Introdução a História da Música

Profº: Me. Ítalo Soares da Silva


O que é Música?
Até o século XV ou XVI, a atividade musical era exclusivamente
utilitária: tinha função ritual (em todas as religiões de todos os
povos de todo o mundo), tinha função de comunicação (os
trovadores, os rapsodos que levavam notícias etc.), função de
trabalho (marinheiros, soldados etc.), cotidiana (ninar, lavar
roupa etc.), lazer (canções e dança, música ambiente nas cortes,
acompanhando poemas e peças teatrais) e outras atividades sócio-
artísticas (educação, medicina, militar, moda etc., propaganda -
comerciais, políticas, etc., hinos de todos os tipos etc.)
A noção de ARTE DA MÚSICA, voltada exclusivamente para a criação ABSTRATA
de obras que explorassem os parâmetros musicais, só surgiu no Renascimento
europeu e em países como a França, a Itália, a Inglaterra e a Alemanha. É claro que
encontramos nos padres medievais esta pesquisa ou mesmo na China, na Índia, na
Grécia Antiga e entre os árabes, mas o alcance racionalista ocidental foi mais
profundo, pois além dos tratados teóricos, desenvolveu-se toda uma grafia uniforme e
precisa para registrar os sons (2 objetivos: fixação para execução, documentação e
estudo e o desenvolvimento da imprensa musical). Esta MÚSICA, denominada muitas
vezes de ERUDITA (ou CLÁSSICA ou de CONCERTO) é um tipo de experimentação
que não tem uma utilidade prática e que serve somente para apreciação estética e
destinada a um ambiente designado pelo compositor.
O que é Música?
O Som
O Som
A matéria-prima da música é o som, que é
uma forma de energia que se propaga pelo ar,
pela água e por outros meios, perturbando-os
de alguma maneira, e é captada pelos ouvidos.
A ciência que estuda o som é a Acústica.
O som, em Música, é definido por 6 parâmetros que se relacionam entre si:

O Som Altura; Duração; Dinâmica/intensidade;


Timbre; Articulação; Andamento.
(acústica: frequência): é a nota ou o tom.
Com ela definimos se o som é grave ou
agudo. Da relação entre os sons formamos a
Melodia (a sucessão temporal de sons), a
Harmonia (a simultaneidade de sons), a

Altura Textura (tecido da música ou quantidade de


eventos em determinado momento de uma
composição). Em contraposição temos o
SILÊNCIO (em música: pausa). É de
fundamental importância na estruturação
musical. A Altura só foi fixada teoricamente
a partir do século IX d.C.
Duração
(acústica: tempo cronológico): é a
duração de emissão do som.
Definimos com a duração se o som é
curto ou longo. A relação entre as
durações forma os ritmos. Muitos
destes ritmos foram extraídos da
natureza ou do corpo humano ou são
criações abstratas. A duração só foi
fixada a partir do século XIII d.C.
Dinâmica/
intensidade
(acústica: amplitude): é a força ou a
suavidade imprimida ao tocar um som.
A dinâmica só começou a ser
trabalhada a partir do século XVIII.
Timbre
(acústica: material do objeto sonoro):
são as vozes, os instrumentos ou aqueles
aparelhos que os compositores elegem
para intermediar suas idéias musicais.
Mesmo existindo por milhares de anos,
os instrumentos musicais passaram a ser
explorados em todos os seus recursos
sistematicamente a partir do século XIX
Articulação
(acústica: ataque): são os modos de produzir o
som. São os tipos de toques, golpes e efeitos
aplicados pelo executante na voz ou
instrumento, modificando a sua qualidade.
Apesar de sempre existir por milhares de
anos, só no século XVII é que foi tratada
teoricamente.
Mas porquê falar sobre os parâmetros do
som?

Eu já sei sobre isso!!!


Dependendo do contexto histórico
(cultura, política, ciência, religião, artes
etc.) do compositor, a relação dele com
estes elementos físico-musicais é que
engendram as formas, os gêneros e os
estilos.
História da Música
•A noção de História da Música é praticamente recente. Tem uns
150 a 200 anos no máximo;
•Os primeiros historiadores da música (e da História Geral -
política, econômica, social etc.) começaram a organizar tudo com o
nacionalismo romântico no início do século XIX. Tudo era narrado
através de fatos bastante vagos e lendários e datações imprecisas e
arbitrárias.
História da Música
Na música isto se agravava porque muitos registros e até partituras
desapareciam rapidamente. O repertório praticamente se constituía de
estreias, porque a imensa maioria das peças era feita para uma única
ocasião ou era tocada logo depois de composta e, sem ser grosseiro, a
música era considerada um artigo supérfluo e descartável, apesar da sua
estreita colaboração nos rituais religiosos e em festas políticas
História da Música
Assim, a História da Música que estudamos é a História da
Música da Europa Ocidental. Esta música não é a única,
não é a mais importante e não é melhor do que a de outros
povos e civilizações. É aquela na qual estamos inseridos
culturalmente e que aprendemos e trabalhamos todo o seu
arcabouço teórico, tocamos os instrumentos inventados ou
desenvolvidos por ela e elegemos os compositores daquele
continente como nossos modelos. Além disto nós
delimitamos seu estudo a partir da Idade Média, mais
precisamente aquelas músicas registradas depois do século
VII.
História da
Música
As músicas dos períodos Primitivo e
Antiguidade (civilizações egípcias,
mesopotâmicas, gregas, romanas e de
outros povos) e do início da Idade Média
estão perdidas, apesar do trabalho
arqueomusicológico. O que nos resta são
pinturas ou esculturas de músicos,
referências literárias ou religiosas,
instrumentos, algumas teorias musicais e
supostas "partituras", tudo muito
fragmentado, disperso e precário.
História da Música
De qualquer forma, o que influenciou a música europeia
foram as teorias gregas (modificadas pelos interesses
dos teóricos medievais) e a contínua utilização de
diversos instrumentos daquelas civilizações antigas. A
prática musical dos judeus influenciou os cânticos dos
cristãos. As atividades musicais dos povos germânicos e
dos árabes influenciaram toda a música profana
medieval com seus instrumentos, formas, ritmos e
estruturações harmônicas.
As músicas chinesas, indianas e de outros povos
asiáticos, possuem uma estrutura diferente e uma
História da história independente, que pouco se relacionou com a
da Europa, a não ser em épocas mais próximas. As
Música músicas dos africanos, dos ameríndios e dos oceânicos
só agora estão merecendo pesquisas científicas
etnomusicológicas mais profundas.
As divisões históricas em períodos
estilísticos são recentes e estão sujeitas
ainda a revisões. No caso da música,
muitos períodos não têm sincronismo com

História os das outras artes e nem se referem a


algum detalhe específico musical. Muitos
historiadores, para inserir a música num
da Música contexto sociocultural, batizam-na com tal
ou qual nome, mas há muita polêmica.
Mantive as denominações para uma
orientação básica, mas pode ser que tudo
isto mude algum dia.
O que é estilo
em Música?
Empregamos a palavra estilo para
designar a maneira pela qual
compositores de épocas e países
diferentes apresentam esses elementos
básicos em suas obras.
Podemos dividir a história
da música em períodos
distintos, cada qual
identificado pelo estilo que
lhe é peculiar. É claro que
um estilo musical não se
faz da noite para o dia. É
um processo lento e
gradual quase sempre com
os estilos sobrepondo-se
uns aos outros, de modo a
permitir que o “novo”
surja do ‘velho”. Por isso
mesmo, dificilmente os
musicólogos estão de
Antes de passarmos
propriamente ao estudo do
estilo de cada um desses
período, examinaremos
primeiro lugar o significado dos
seis componentes básicos da
música;
Melodia
Harmonia
Ritmo
Timbre
Forma
Textura

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