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MÚSICA NOS SÉCULOS XX E XXI

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Sumário
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................................... 2

1. O PONTO DE PARTIDA: A INTERTEXTUALIDADE DA HISTÓRIA, ARTE E


MÚSICA 3

1.2 A MÚSICA EM SEUS PRIMÓRDIOS .....................................................3


1.3 O CRISTIANISMO NA HISTÓRIA DA MÚSICA...................................6
1.4 O RENASCIMENTO ............................................................................6
1.5 O BARROCO MUSICAL ......................................................................7
1.6 O CLASSICISMO E MÚSICA ..............................................................8
1.7 O PERÍODO DO ROMANTISMO.........................................................9
2.0 A MÚSICA NO SÉCULO XX (MÚSICA MODERNA) ......................................... 10

2.1 IMPRESSIONISMO, EXPRESSIONISMO E O DODECAFONISMO ....11


2.2 A RELAÇÃO DE MÚSICA ERUDITA E A CONSTRUÇÃO DA MÚSICA
CONTEMPORÂNEA .............................................................................................13
2.3 MÚSICA ELETRÔNICA ........................................................................14
2.4 JAZZ E BLUES .....................................................................................15
2.5 ROCK ...................................................................................................16
2.5 MPB ......................................................................................................20
3.0 A MÚSICA NO SÉCULO XXI ............................................................................ 23

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 26

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em


atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com
isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em
nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras
normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável


e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética.
Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de
cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do
serviço oferecido.

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1. O PONTO DE PARTIDA: A INTERTEXTUALIDADE DA HISTÓRIA,

ARTE E MÚSICA

Considerando o ser humano como agente histórico de transformações e mudanças,


podemos entender a música como forma de expressão humana, construída pela emoção,
meios sociais e culturais. Para construirmos o conhecimento da formação da música nos
séculos XX e XXI, é necessário compreendermos, o percurso percorrido até os tais.
Segundo o estudioso da Psicologia Cognitiva, Daniel Levitin (2006, p.25), “não há nenhuma
cultura conhecida no mundo que não tenha alguma forma de música, e alguns dos artefatos
humanos mais antigos são instrumentos musicais [...]. De fato, o ato de fazer música
antecede a agricultura nos registros arqueológicos”. O estudo da história da música, por
essa razão, se torna, ao mesmo tempo, uma investigação das características socioculturais
de cada período da humanidade.

1.2 A MÚSICA EM SEUS PRIMÓRDIOS

Pode se dizer que além da voz, a percussão é compreendida como a primeira forma
de música realizada pelos homens primitivos.

Em 1998, pesquisadores americanos e canadenses descobriram na Eslovênia


(Balcãs, Europa) uma flauta rudimentar feita com pedaço de fêmur de uma espécie
de urso, com 4 orifícios. Pesquisadores do Queens College, da Universidade de
Nova Iorque, afirmaram que a idade aproximada da flauta foi estabelecida a partir
da análise de cinco dentes de um urso das cavernas encontrados perto da flauta:
45 mil anos. O Homem de Neandertal é o provável criador do mais antigo
instrumento musical já descoberto no mundo. (FREDERICO, 1999, p.9)

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Após isso com a evolução do homem em suas ferramentas, descoberta do fogo,
manipulação de metais, diversos povos criaram instrumentos com notas musicais definidas,
como flautas (chineses), arpas/saltérios (mesopotâmia), harpas (Egito), liras (Síria), etc.

Embora já tivesse sido criado alguns instrumentos, acredita-se que a música daquele
tempo era utilizada em caráter ritualístico, tendo a voz, como seu principal
instrumento. Os gregos usavam a música e as artes para estarem mais próximos das
divindades. Ao som da lira, vozes, teatro e dança, eram encenadas as chamadas
“tragédias”.

Um grande destaque nessa época foi Pitágoras que descobriu as notas e as escalas
musicais. A partir daí a música passa a tomar forma e os gregos integram a base para
construção dos processos de organização das notas, para posteriormente criação de
escalas, tetracordes diatônicos (formados por dois tons e um semitom).

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Assim como mostra na imagem a seguir as Escalas Diapason de Tetracordes
Ascendentes (Hiper) e descendente (Hipo):

Hiperdório – (si – lá – sol – fá / mi – ré – dó – si);


Hipodório – (lá – sol – fá – mi / ré – dó – si – lá). [...].
Hiperfrígio – (lá- sol – fá – mi / ré – dó – si – lá);
Hipofrígio – (sol – fá – mi – ré / dó – si – lá – sol). [...].
Hiperlídio – (sol – fá – mi – ré / dó – si – lá – sol);
Hipolídio – (fá – mi – ré – dó / si – lá – sol – fá). [...].
Misturando-se (Mixo) algumas notas,
com alterações na afinação, dos modos Lídio e Hiperdório chegou-se ao:
Mixolídio – (si – lá – sol – fá / mi – ré – dó – si). [...].
O modo Hipófrígio gerou o:
Modo Jônico – (dó – si – lá – sol / fá – mi – ré – dó). Um pouco mais grave

Já em Roma, tomando como grande influência os gregos e etruscos, a música era


usada com a finalidade de comunicação entre soldados das tropas, comemoração com
hinos mediante as vitórias, bem como em rituais de cultos aos deuses. Roma também se
destaca por ter as chamadas “sacerdotisas”, que eram as mulheres que tocavam alguns
instrumentos.

Os chineses por sua vez, além de usarem a música em eventos religiosos e civis
tiveram uma percepção mais apurada da música e de como esse refletia sobre o povo
chegando a usar a música como "identidade" ou forma de "personalizar" momentos
históricos e seus imperadores.

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Quase todos os povos criaram escalas musicais, estas, por motivos culturais, foram
organizadas de diferentes formas. Chineses, árabes, africanos entre outros, desenvolveram
escalas diferentes das nossas e estas serviram como base para modificações futuras nos
séculos XX e XXI.

1.3 O CRISTIANISMO NA HISTÓRIA DA MÚSICA

Destaca-se um papel de suma importância na história da música no que se refere ao


período da idade Antiga para a Idade Média. Podemos destacar como marca desse
período, o canto Monofônico (uma só voz sem harmonização), utilização de melismas
(sustentação de uma mesma vogal alterando um tom acima/baixo), bem como o canto
salmodia (o canto que chama a resposta). Com a ruptura das igrejas de Constantinopla e
Romana, a música passa a dividir-se em duas vozes (diafonia), que é o que popularizamos
como “segunda voz”, cantando uma terça ou quinta acima, até se dissolverem em um único
som.

1.4 O RENASCIMENTO

Após esse período a história da música passa por algumas transformações, inicia-
se com os cristãos, após a queda do império romano e vai até o período do renascimento,
momento no qual a razão passa a predominar sobre a religião.

No período que chamamos de renascimento século XV e XVI ocorria grande


renovação cultural e com isso um aumento na valorização das artes e ciências. Surge então
a reforma protestante com Martinho Lutero, promotor de uma espécie de rito devocional,
no qual eram integrados os corais polifônicos, cantados a capela. Nesse

período, ainda não existiam marcações em andamento da música, pois o metrônomo não
havia sido inventado. Para referência do andamento e velocidade das músicas eram
utilizadas as danças, e a Suíte era o conjunto de danças que serviam como referências
para dar andamento as composições. Nesse período, na Europa, cresce o interesse pela

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música profana (que não era religiosa). Nessa modalidade a música também era
trabalhada em várias melodias, porém as melhores composições ainda ficavam a encargo
da igreja.

1.5 O BARROCO MUSICAL

Período que compreende desde o aparecimento da ópera até o início do classicismo.


Destaca-se pela morte do alemão, violinista, compositor e maestro Johann Sebastian Bach.

A música barroca foi muito fértil contendo elaborações, brilhantismo e imponência


não vistos anteriormente na história da música, fato esse, talvez, devido à oposição aos

modos gregorianos até então vigentes. A criação aflorou no período barroco e diversos
gêneros musicais foram criados. A partir daí as partituras musicais ganham força, são
criados novos instrumentos (1600-1750), onde podemos citar a criação dos violoncelos,
violinos e outros. Surge-se a definição da estrutura da ópera, concertos musicais. Podemos
dar destaque ao compositor de óperas, Cláudio Monteverdi (1567-1643), consagrado com

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a Ópera Orfeu (1607), talvez tenhamos aqui a formação da primeira orquestra, já que para
esta peça Monteverdi utilizou cerca de 40 instrumentos musicais, dentre eles famílias
inteiras de instrumentos de corda.

1.6 O CLASSICISMO E MÚSICA

Já no século XVIII até o início do século XIX, entramos no que chamamos de


período clássico, caracterizado pelo estilo galante, as sinfonias criadoras de períodos de

tensão e relaxamento, no qual Mozart “considerado gênio em suas composições” e logo


após Beethoven, foram os nomes representativos.

No Classicismo, a música instrumental foi muito valorizada e os músicos buscaram


libertar sua Arte de qualquer relação com um texto, seja ele poético, mitológico ou filosófico.
Nesse período surge, a sonata, e os espetáculos de ópera e as orquestras começam a ter
maior destaque. A orquestra nesse período toma forma, os metais começam a fazer parte
da concepção harmônica, bem como alguns instrumentos de percussão. Nesse período, a

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música instrumental passa a ter maior destaque, adquirindo "porte", elegância e
sofisticação. O período do classicismo foi marcado por discursos musicais de forma sonata,
esse estilo trata-se de divisões de temas tônicos, como se fosse uma ponte, apresenta se
o primeiro tema, depois o segundo e logo após os dois temas alternando as tonalidades,
finaliza-se com o retorno ao primeiro tema sem modulação. Além do estilo sonata, podemos
mencionar a sinfonia, trata-se de um modelo de sonata para orquestra, significa “soar em
conjunto”. Compreende-se como um discurso musical com início, meio e fim. Normalmente
o primeiro movimento bem rápido, depois mais vagaroso e por fim mais brilhante e vigoroso,
algumas vezes inseridos trios e minuetos.

1.7 O PERÍODO DO ROMANTISMO

Nesse período, a música estava em busca de uma quebra da estrutura clássica e


em busca de expressões mais vivas e abstratas, com emoções, dores, imaginação,
misticismo, sentimentos, era uma verdadeira expressão da alma, a ópera ganha uma nova
vida é o período da música erudita em que um grande número de músicos ficaram
conhecidos: Tchaikovsky, Brahms, Liszt, Wagner e Chopin, entre outros. As composições
buscavam uma a reconhecimento do indivíduo, exaltação do belo, expressões de
melancolia e saudade. A Artes de pintura e literatura voltam a fazer parte das músicas e
surgem festivais de músicas. O período do romantismo é marcado pela música
programática, aquela na qual tem uma busca por evocar ideias, significados, mensagem e
sentimentos que vão além da música em si. O concerto nesse período também sofreu
algumas modificações, apenas o solista apresentava os movimentos para a orquestra. A
Ópera ganhou mais vida com danças, artes cênicas e artes plásticas.

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Considera-se importante uma contextualização da sequência dos passos musicais
como passar dos séculos, para melhor compreensão de como se formou a música do
século XX. Por essa razão, o estudo da música passa a ser uma investigação das
características culturais de cada tempo, conforme as transformações ocorridas.

2.0 A MÚSICA NO SÉCULO XX (MÚSICA MODERNA)

Para iniciarmos esse tópico é importante partir do pressuposto de que a música do


século XX, não se trata de uma nova doutrina de forma a esquecer a construção anterior
advinda das contribuições sociais e culturais dos períodos, todavia parte do pressuposto de
que os objetivos artísticos e musicais hoje analisados, foram originados em outras épocas
e culturas distintas.

Compreendemos então que os novos compositores só conseguiram chegar ao


“novo” compreendendo e valorizando os aspectos do passado. A esse respeito, Eric

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Salzman (1967, p. 1-2), professor de música do Queens College, afirmou “a música do
século XX parece ser tão fundamentalmente diferente da música do passado, e tão variada
e abrangente nela mesma, que se torna difícil compreender que a música do nosso tempo
tenha raízes profundas naquilo que veio antes e, ao mesmo tempo, uma unidade penetrante
que a distingue deste passado”. Em um contexto de grande influência nas artes, por Freud,
além de conflitos políticos e guerras mundiais, os músicos dos romantismos começaram a
se libertar das formas estabelecidas pelos clássicos.

Nesse período podemos destacar Debussy, em sua obra “La Mer”, na busca da
transmissão de imagens aos ouvinte; O russo Igor Stravinsky “grande músico do século
XX”, na sua exploração da harmonia e uso dos instrumentos; No Brasil Heitor Villa-Lobos
e sua apresentação na Semana da Arte Moderna (1922), e sua rica contribuição cultural,
viajando pelo país e unindo as tradições e costumes musicais , produzindo “Bachianas
Brasileiras” , músico erudito de maior destaque no Brasil. Um grande marco na história da
música neste tempo foi a expansão do rádio e a invenção da televisão, isso promoveu uma
avanço na difusão da comercialização, formas de composição e novos instrumentos,
rompendo com as barreiras físicas e adentrando no processo de globalização. Nesse
período desenvolve-se também a música popular, estilos como Blues, Rock, Jazz,
ganham seu espaço

2.1 IMPRESSIONISMO, EXPRESSIONISMO E O DODECAFONISMO

Desenvolvido na França o Impressionismo iniciou-se no século XIX e foi até o século


XX, foi caracterizado pelo uso das escalas maior e menor, ausência de uma delimitação
melódica nítida, grande importância aos sons contidos dentro das obras dedilhados,
floreios, etc. São considerados grandes nomes do impressionismo, Claude Debussy
(Imagem abaixo) e Maurice Ravel. Diferindo da música programática no que tange a não
buscar contar uma história, apenas estimular percepções ou melhor impressões, com
acordes não resolvidos e harmonias quase modais, as vezes sem compasso e barras. O
Impressionismo também influenciou a música de músicos de jazz, bossa-nova, assim como
o maestro Tom Jobim, que utilizou não só motivos impressionistas, como também
estruturas harmônicas similares às de Debussy e Ravel, nas suas músicas populares como
nas eruditas.

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Claude Debussy

(1862 –1918)

Após o impressionismo a música avança para o Expressionismo. Desenvolvido


principalmente na Alemanha com Arnold Schoenberg e seus alunos Anton Webern e Alban
Berg, o expressionismo caracterizava-se pela emotividade intensa, harmonias cromáticas,
melodias frenéticas, desconjuntadas caracterizando o estilo atonal. Por outro lado, do ponto
de vista de Wozzeck (obra de Alban Berg), o expressionismo toma uma forma menos
angustiante e sofrida, caracterizada pela atonalidade livre, para uma forma mais inteligente
construída. Por esta razão, os expressionistas usam formas tradicionais, tais como: cânone,
invenção, fuga, suite, minueto, marcha, serenata, valsa, sonata clássica e especialmente a
base da forma da canção. Através de formas tradicionais, eles fazem a ponte entre o
racional e o emocional.

Arnold
Schoenberg
(1874 —1951)

Com as contribuições de Arnold Schoenberg surge também o Dodecafonismo, nesse


sistema as notas são organizadas em grupos de doze notas denominados séries as quais
podem ser usadas de quatro diferentes maneiras. As doze notas da escala apareciam

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melodicamente na série e numa ordem determinada que se mantinha inalterável ao longo
de toda a obra. Construiu então, um método para organizar os doze sons da escala
cromática igualmente. Essa técnica foi apresentada como "sistema dos 12 sons", que logo
ficou conhecida como dodecafonismo serial. Possibilitou algo diferente, ou seja, a
construção de uma base para a renovação da linguagem musical. Décadas depois,
compositores como Pierre Boulez e Milton Babbitt ampliaram o conceito original e criaram
o serialismo integral, que tratava-se de uma técnica, na qual os músicos tinham à
disposição uma linguagem de organização coerente dos sons, ao longo de uma obra. Nesta
variação da técnica todos os parâmetros musicais, como duração, timbre, altura e
intensidade são ordenados segundo os princípios elaborados por Schoenberg. No Brasil o
dodecafonismo iniciou com Hans-Joachim Koellreutter, pode se citar outros nomes que
também o utilizaram em suas composições Tom Jobim, Arrigo Barnabé, César Guerra-
Peixe, Edino Krieger, entre outros.

2.2 A RELAÇÃO DE MÚSICA ERUDITA E A CONSTRUÇÃO DA


MÚSICA CONTEMPORÂNEA

Nós capítulos anteriores vemos como a música ganhou forma expressiva, inserindo
novas tensões, e buscando pela atonalidade. O serialismo entra como grande tendência
no século XX, uma vez que, por mais que o entendimento do sistema não nos permita
perder a possibilidade de contemplação da expressividade da obra, talvez o contrário seja
possível, isto é, a organização matemática chega a níveis tão complexos que a “ordem de
orientação” das músicas, a partir da série (como queria Schöenberg), talvez seja
dificilmente perceptível para maioria dos ouvintes. De um lado a música serialista, de outro
a música minimalista, que trata-se de um movimento muito menos complexo, com
discurso musical mínimo com justaposição de elementos musicais, harmonia estática e
repetições transcendendo o conceito tradicional de ritmo e forma musical. Em 1952 John
Cage traz uma nova representação de música, que é a música aleatória. Em sua
execução, o músico posiciona-se no palco, e em silêncio aciona um cronometro e utiliza os
ruídos da plateia como os sons da música.
Na França os compositores Pierre Schaeffer, Pierre Henry e Oliver Messiaen, com
o desenvolvimento científico, utilizavam meios eletrônicos para gravar sons concretos,

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nesse estilo é como se o compositor cortasse, manipulasse e editasse a melodia e o ritmo,
de forma a buscar o melhor deles, buscando possibilidades novas do “rascunho original”,
estilo conhecido como música concreta.

2.3 MÚSICA ELETRÔNICA

De forma linear a música concreta, cria-se a música eletrônica em meados 1948,


consistia em uma grande variedade de sons, com supressão de frequências indesejadas,
adição de vibratos e reverberação entre tantas outras formas que se buscou de alterar um
som fundamental ao ponto de se buscar um Som Puro, ou seja, um som que não soasse
harmônico. Somente a nota real deveria aparecer. A música para fita magnética, criada sem
sons naturais, foi batizada de Elektronische Musik,” por compositores como Karlheinz
Stockhausen e Herbert Eimert.Pierre Schaeffer em 1948, realiza a difusão de Études de
Bruits pela “Rádiodiffusion Télévision – Française”, a primeira obra gravada em fitas
magnéticas. A música eletrônica e música concreta expandiram a gama de sonoridades
disponíveis para a criação musical e abriram precedentes para a experimentação também
no âmbito instrumental, suscitando técnicas “estendidas” de execução instrumental, esse
estilo musical só começa a ganhar foco com o surgimento dos sintetizadores digitais (os
samplers) e quando se torna possível criar batidas em computadores pessoais, que
possuíam recursos de áudio fáceis para se montar um estúdio caseiro.

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2.4 JAZZ E BLUES

Iniciamos esse título com o posicionamento do historiador britânico Eric Hobsbawm


sobre a história do jazz, e o que o define como um estilo. Para o autor trata se de uma
manifestação a) baseada na mistura de linguagens musicais africanas e europeias,
“fermentadas” nos Estados Unidos, no século XX; b) cujo apoio fundamental é o ritmo; c)
na qual são empregados timbres instrumentais e vocais próprios; d) que originou formas
musicais e repertórios específicos; e) que se trata de uma música “de executantes”, ou seja,
em que há espaço para a improvisação individual (HOBSBAWM, 1990, p.42-47).

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Pode ser considerado com uma das matrizes musicais mais importantes no século
XX e XXI, grande parte do que ouvimos nos dias atuais sofreram influência desses estilos.
O Jazz possui algumas particularidades musicais que vem da cultura africana, mais
conhecida como “escala blue”, apoiado no ritmo constante e uniforme (geralmente de dois
ou quatro por compasso). As formas comuns usadas pelo jazz são o blues e a balada.

2.5 ROCK

Assim como o jazz, o iginou a partir de várias influências estilísticas (incluindo o


próprio jazz), e é um gênero musical que pode ser definido a partir de elementos comuns
que aparecem nas obras, tais como o ritmo, o timbre, o conteúdo das letras ou as formas
musicais. No rock, o ritmo tem uma especificidade. Além da organização geral, respeitando,
muitas vezes, a estrutura dos quatro compassos (revisitada várias vezes neste texto), é um
ritmo quaternário, ou seja, cada unidade de tempo (compasso) é formada por quatro
batidas. Se ouvirmos um rock e batermos a mão, é provável que uma frase musical
completa se desenvolva a cada 16 batidas ou 4 compassos, com 4 batidas cada. A
especificidade do rock é a acentuação das 4 batidas em cada compasso. Em diversos
estilos musicais instrumentais ou na música dançante, de forma geral, a acentuação é feita
dessa forma: fraco, forte, meio-forte, fraco. Já no rock, há um contratempo, isto é,
comparados à estrutura anterior, os tempos fracos são acentuados. Como a bateria possui

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um bumbo e uma caixa-clara, o ritmo básico do rock é feito dessa forma: bumbo (marcado),
caixa (forte), bumbo (menos marcado), caixa (forte). O contratempo, então, se dá no toque
forte da caixa (MADALOZZO, MADALOZZO, no prelo).

Na análise dos timbres da banda de rock, ganham destaque quatro fontes sonoras
básicas: a bateria, o (contra)baixo elétrico, a guitarra elétrica e o vocal. Os 29Por isso, é
que dizemos que, ao dançar, fazemos “dois pra lá, dois pra cá”, ou seja, os dois passos
principais correspondem aos tempos forte e meio-forte de cada compasso. I 51 I timbres da
bateria são variados, não só porque o instrumento agrupa vários em um só (pratos, bumbo
e caixas), mas também porque podemos tocar com baquetas mais ou menos duras ou
mesmo com aquelas que imitam uma vassourinha. O vocal também possui diferentes tipos
de timbre, que vão desde um canto mais suave até o chamado drive ou vocal gutural
rasgado, típico de alguns estilos, dentro do rock. O baixo elétrico é uma espécie de versão
do contrabaixo acústico encontrado em uma orquestra.

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Já a guitarra, amplificada e, muitas vezes, tendo seu som manipulado por meio de
mecanismos como os pedais de distorção, oferece uma variedade de timbres muito
utilizada não só para acompanhamento das melodias do vocal, mas nos solos (momentos
solistas) das músicas, quando o guitarrista se destaca do fundo sonoro da banda e, assim
como no jazz, faz uma improvisação ou um solo escrito pelo compositor da música. Esse
instrumento foi desenvolvido a partir da década de 1930, e perdeu a caixa de ressonância
(como a do violão) a partir das criações de Leo Fender, na década de 1950 (MADALOZZO,
MADALOZZO, no prelo).

Por fim, do ponto de vista formal, o rock é organizado segundo o mesmo sistema de
repetição versus contraste, já abordado nos capítulos anteriores. Dizendo de outra forma,
as estrofes mais longas são alternadas com o refrão, que em geral, é a parte mais
facilmente memorizável pelo ouvinte. Além disso, o rock tem um elemento organizador
denominado riff. Trata-se de uma frase curta, em geral, tocada pela guitarra, repetida várias
vezes na música, em especial, no refrão: é aquela frase musical que, quando ouvimos, nos
faz remeter imediatamente à música (MADALOZZO, MADALOZZO, no prelo). Assim como
no jazz, é inviável citarmos todas as variações do rock como estilo, ao longo dos séculos
XX e XXI, mas podemos afirmar que as suas origens são parecidas com as do jazz,
incluindo a música country, o blues e a música gospel americana. A fusão desses
elementos foi experimentada por diversos músicos, inclusive por Chuck Berry (1926- ), por
muitos, considerado o criador do rock. Uma de suas músicas mais famosas é Johnny B.
Goode30 (1955), que possui o mesmo baixo característico do boogie-woogie aqui citado, e

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um solo de guitarra, na parte central, em algumas gravações (MADALOZZO, MADALOZZO,
no prelo). Seguindo uma cronologia, podemos destacar a ousada letra da canção Like a
rolling stone (1965), de Bob Dylan (1941), e o famoso riff, com timbre de órgão. Fora dos
Estados Unidos, foram fundamentais para o desenvolvimento do rock, bandas como The
Beatles e The Rolling Stones. Na trajetória dos Beatles, fica evidente o quanto as músicas
evoluem, pois os timbres, ritmos, melodias e 30A partir deste ponto, não forneceremos
orientações sobre a busca de áudios na internet porque, de forma geral, os exemplos
musicais podem ser mais facilmente encontrados a partir de seus títulos e dos nomes dos
compositores. São estruturas simples do início da carreira passam por um aprimoramento
e por uma complexidade musical e temática ao longo dos anos.

No Brasil, o rock da década de 1950 dividiu espaço com a Bossa Nova, considerada
um estilo erudito. A partir da influência de movimentos como a “Jovem Guarda” ou das
experimentações acerca da fusão de elementos do rock com a cultura brasileira, feitas pela
banda “Os Mutantes”, o rock passou a escrever uma história em nosso país, incluindo o
uso sistemático da guitarra elétrica, importada dos Estados Unidos. Contudo, é interessante
lembrar que, em 1967, houve uma passeata contra o uso desse instrumento, da qual
participaram artistas, como Jair Rodrigues, Geraldo Vandré, Edu Lobo e Gilberto Gil, que
protestavam contra uma suposta invasão de ideais norte-americanos na música brasileira,
representados pelo uso da guitarra elétrica. (MADALOZZO, MADALOZZO, no prelo).

Outros movimentos do rock são o rock progressivo e o punk rock, que representaram
a incorporação de outros elementos ao estilo, como diferentes timbres instrumentais, letras
e harmonias mais complexas e longas (no caso do rock progressivo), além de temas como
a sexualidade, as drogas e a política, em canções mais curtas e simples (no caso do punk
rock) 32. Ainda, podemos mencionar o rock alternativo, formado por misturas musicais, a

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ponto de não estar bem definido em nenhum outro estilo específico (MADALOZZO,
MADALOZZO, no prelo). A partir deste rápido panorama sobre o rock, bem com o
desenvolvimento de suas principais características, fica evidente o fato de que se trata de
um gênero musical complexo e com muitas variações, que podem ser trabalhadas
pedagogicamente, não apenas por meio das características musicais específicas de cada
obra estudada, mas também por esse pano de fundo histórico, que é tão importante para a
compreensão das canções. Por considerarmos que o rock é um estilo musical que tem
muita visibilidade nos dias de hoje, e cujos exemplos musicais são facilmente encontrados
nas gravações em discos e na internet, propomos um trabalho de pesquisa e de
identificação de outros elementos musicais, dentro da vasta produção de canções que
caracterizam as evoluções históricas do gênero. Lembramos que, por estar relativamente
próximo das preferências musicais de diversas gerações, o rock é um estilo que pode ter
grande aceitação pelos alunos, quando trabalhamos com a história e a percepção musical.

2.5 MPB

A expressão “música popular” é usada por aqui há séculos, mas sem se referir a
nenhum movimento ou grupo artístico específico. A história da MPB só começa de verdade
na segunda metade da década de 60. O contexto era o seguinte: a bossa nova, com
influências do samba e do jazz americano, fazia sucesso com sua proposta de criar músicas
mais sofisticadas, falando do cotidiano e das belezas do Brasil. Grandes nomes como Tom
Jobim, Vinicius de Moraes e Nara Leão já faziam sucesso com esse movimento. Ao mesmo
tempo, havia um outro grupo que queria resgatar as origens da música brasileira, buscando
inspiração no folclore e nos ritmos tradicionais vindos de diferentes regiões do país. O
Surgimento da “música popular brasileira”, assim como no caso do jazz e do rock, remonta
ao século XIX (suas influências vindas ainda de antes). Carlos Sandroni, professor de
música da UFPE, afirma que, no final do século XIX, não se falava ainda, em “música
popular”. A “música” era aquela considerada como Arte (com letra maiúscula), ou seja, pela
complexidade e erudição, Como os escravos não eram considerados parte do “povo”, suas
manifestações também não eram entendidas como música popular (SANDRONI, 2006). A

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ideia de “música popular” surgiu na década de 1920, quando Mário de Andrade e outros
pesquisadores passaram a considerar que o povo brasileiro, na sua maioria, vivendo no
meio rural, havia criado manifestações musicais com alta carga de identidade cultural
(SANDRONI, 2006).

Segundo a autora, ao longo daquela década, a produção musical rural ficou


conhecida como “música folclórica”, numa tentativa de diferenciá-la da música urbana,
veiculada nas rádios e registrada nos discos, denominada “música popular”. É apenas nos
anos 1960, que aparece a sigla MPB. Sobre isso, Sandroni (2006, p.1) argumenta que ela
condensa, “[...] além de significações musicais – na qual ‘popular’ se define por oposição a
‘folclórico’ e ‘erudito’ – associações políticas, onde ecoam não apenas os CPCs [Centros
Populares de Cultura] de antes do golpe, mas também o MDB de depois do golpe”. Dessa
forma, se em sua origem, o conceito já buscava definir um tipo específico de produção
musical distante do erudito, por um lado, e do folclórico, por outro, com o passar das
décadas, percebemos que há uma indefinição da MPB como gênero musical específico,
abrindo um leque de possibilidades muito grande sob a mesma denominação.

O marco inicial da MPB foi a música Arrastão, escrita por Edu Lobo e Vinicius de
Moraes e interpretada por Elis Regina. Além de inaugurar o que viria a ser conhecido como
Música Popular Brasileira, a canção ainda foi o pontapé inicial da brilhante carreira de Elis.
No ano seguinte, a música Pedro Pedreiro, de Chico Buarque, também entrou para a lista
da MPB, e a partir daí foram surgindo mais e mais sucessos. Em 1966, as músicas
Disparada, interpretada por Jair Rodrigues, e A Banda, de Chico Buarque, foram

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consideradas o marco definitivo de ruptura da MPB com a segunda geração da Bossa Nova.
Por ter surgido como bandeira de luta, a Música Popular Brasileira nasceu com letras
críticas, as chamadas canções de protesto — músicas que tentam chamar a atenção dos
ouvintes para problemas políticos e sociais. Podemos citar como exemplo a clássica Pra
Não Dizer Que Não Falei Das Flores, de Geraldo Vandré. Nesse mesmo contexto, estava
acontecendo outro fenômeno que mudou a história do Brasil: a popularização da televisão.
A música, que até então só era ouvida no rádio, ganhou espaço nas telinhas e surgiram os
famosos festivais musicais, responsáveis por consagrar de vez a MPB. Apesar da censura
do regime, muitos artistas conseguiram se apresentar nos festivais cantando músicas que
eram verdadeiras canções de protesto contra a ditadura. Alguns, infelizmente, não
conseguiram fugir da censura, como Chico Buarque e Gilberto Gil, que tiveram o áudio
cortado ao apresentarem a música Cálice, no festival Phono 73.
A música Alegria, Alegria, de Caetano Veloso, foi apresentada no 3º Festival de
Música Popular Brasileira, em 1967, e marcou o início definitivo de um importante
movimento dentro da MPB: o Tropicalismo. Ao contrário do que se fazia até o momento, as
músicas perderam o tom sério de crítica direta e passaram a abusar dos trocadilhos, das
ironias e das figuras de linguagem, adotando uma sonoridade mais pop e experimental.
Durante o mesmo período, surgiu uma outra vertente que consagrou nomes como Erasmo
Carlos e Wanderléa: a Jovem Guarda. O movimento também teve seu espaço garantido na
televisão e no coração dos brasileiros. Acontece que a Jovem Guarda foi para um caminho
bem diferente do que tomava a MPB: adotou um estilo mais voltado para o rock, com
guitarra elétrica, ritmos dançantes e letras com temas mais superficiais.
A Música Popular Brasileira teve importância em vários movimentos sociais. É por
isso que ela costuma ser classificada como um conjunto de manifestações artísticas e
culturais que vão além do gênero musical. Ela foi muito importante na luta contra a censura
e na busca pelo resgate das raízes culturais brasileiras, tanto que a história da MPB chega
a se misturar com a do Brasil. Mas se engana quem pensa que a importância da MPB ficou
no passado. Artistas como Tiago Iorc são um ótimo exemplo de que ela continua aqui para
questionar e nos fazer refletir sobre os problemas sociais. Vários novos artistas têm se
destacado e dado novos ares à MPB, seja buscando a fórmula “original” ou construindo
novos conceitos.

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3.0 A MÚSICA NO SÉCULO XXI

Como tudo na vida se transforma, a música também passa por esse processo de
transformação. As novas tecnologias fizeram com que as apresentações de música
ganhassem um espaço alternativo: o cinema, a televisão, o rádio, a internet, os aparelhos
de som e vídeo. Assistir a uma apresentação pela televisão é diferente de vê-la ao vivo no
seu espaço real, pois, a falta de contato direto com os instrumentistas e vocalistas altera
nossas sensações, ações e reações diante do espetáculo. As músicas promovidas pela
indústria cultural são aquelas conhecidas como músicas de massa, aquelas que fazem
parte das “paradas de sucesso” e são difundidas pela mídia e consumidas pela população.
Os meios de comunicação, ao veicular os diferentes estilos de músicas fazem com que
possamos conhecer, ouvir e cantar de várias partes do mundo.

Apesar de atualmente a nossa referência para ouvir e apreciar uma música seja a
escala cromática, a partir do início do século XX começaram a ocorrer uma série de
transformações na música, contrapondo–se aos padrões clássicos da música tonal.
Músicos como Arnold Schoenberg passaram a compor música atonal, rompendo com a
tonalidade; Igor Stravinsky rompe com a rigidez métrica da música clássica e utiliza novos
ritmos e harmonias; Maurice Ravel compõe O Bolero, prenunciando a música minimalista
(que utiliza o mínimo de variações rítmicas, melódicas e harmônicas) tão presente na
música hoje. Você já deve ter ouvido O Bolero de Ravel ou a Sagração da primavera (de
Stravinsky). Estas músicas estão presentes nas propagandas, no rádio e até mesmo como
campainha de celular. No Brasil, Carlos Gomes baseia-se na cultura brasileira para
escrever a ópera O Guarani e Heitor Villa-Lobos compõe suas músicas a partir de temas
do folclore e da cultura popular. A nossa música popular mistura elementos da música
clássica com sons africanos, indígenas e orientais, por meio do trabalho de músicos como
Chiquinha Gonzaga, Pixinguinha, Cartola e tantos outros que passam a ser prestigiadose
tornam-se populares.

O blues, que tem sua raiz nos cantos de trabalho dos povos de origem africana nos
Estados Unidos, é uma sobreposição harmônica do sistema tonal e sistema modal.
Originário deste grupo social específico, o blues passa a ser conhecido por vários outros
povos, sendo a base para outras formas musicais, como o jazz e, posteriormente, o rock.

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Após tantos fios levantados, ainda não é hora de costurá-los. Mais do que fechar
conceitos ou resolver questões, o objetivo deste estudo foi abrir possibilidades de trabalho
com história da música. Se, no início dele, afirmamos que a história é o registro de nossos
movimentos como agentes ao longo do tempo, sejamos agentes também da formação
musical de nossos alunos, buscando ampliar possibilidades de contato com a música, na
sala de aula, mostrando que a história é algo em transformação a cada dia, e vai além de
um conjunto de datas “velhas” a serem memorizadas. Trata-se de um convite à exploração
musical da diversidade que temos no nosso mundo atual.

O progresso das novas tecnologias, a generalização do conhecimento e o


desenvolvimento da era da Informação tornam cada vez mais pertinente repensar as
dinâmicas do sistema musical contemporâneo, nomeadamente os papéis do músico no
século XXI perante uma nova morfologia social: a rede, com um carácter demarcadamente
virtual.

Considerar a composição em pleno deslanchar do século XXI, após todos os rumos


tão diversos pelos quais trilhou o pensamento musical no decorrer do século passado, em
que o paradigma da tonalidade deixou de ser hegemônico e quando até mesmo o intérprete
passou a ser prescindível para que ocorra o fato musical (como nas poéticas acusmáticas,
importante vertente da música eletroacústica), remete-nos às relações da composição com
sua própria história.

Percebe-se, por fim, que esse ensaio precisou caminhar por um caminho que não
fosse linear e descobrisse as suas trilhas infindáveis, ocultas. E, que, precisasse ser

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reiniciado a qualquer momento quando se percebesse em um limiar, não como um fundo
inesgotável, mas como seu próprio limite, reconhecido em si mesmo. O tema em si tem a
preocupação de trazer a força do espírito grego transformador discutido em Nietzsche para
o pensamento pós-moderno no século XXI, cenário que é notório a repetição dos mesmos
valores estéticos morais modernos para comportamentos plenos em suas vontades e
capacidades através da transvaloração de todos os valores e a construção de uma memória
do futuro, desligados de padrões e modelos estéticos e morais modernos.

Nesse sentido, percebe-se também que, em face da grande extensão das obras de
Nietzsche divididas pelas suas três fases correspondentes, esse ensaio alcançou seu
objetivo em deixar preparadas reflexões articuladas aos pensamentos de Nietzsche
interligados à arte e a criação. Assim, os caminhos percorridos e suas trilhas desveladas
se mostram, ainda, como uma pequena contribuição de grande valia para futuros trabalhos
que se preocupem com a música e a criação de valores.

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