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Ana Augusto
Aua Ali
Domingos Jorge Rafael
Daude Assumane Daude
Edmilson Calisto Anselmo
Edson Elias Nachani
João António
Juliana Emílio
Ismael Fernando Amade
Sónia Abdala Marques

História da Música Ocidental


Licenciatura em Ensino Básico com Habilidades em Psicologia Educacional

Universidade Rovuma
Montepuez
2024
2

Ana Augusto
Aua Ali
Domingos Jorge Rafael
Daude Assumane Daude
Edmilson Calisto Anselmo
Edson Elias Nachani
João António
Juliana Emílio
Ismael Fernando Amade
Sónia Abdala Marques

História da Música Ocidental


Licenciatura em Ensino Básico com Habilidades em Psicologia Educacional

Trabalho de carecter avaliativo a ser entregue no


Departamento de Ciências de Educação e
Psicologia Educacional, na cadeira de Didática
de Expressão Músical e Arte Dramática, 1º
semestre no curso de Licenciatura em Ensino
Básico.
Docente: Assane Meneses António Joaquim Saraiva

Universidade Rovuma
Montepuez
2024
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Índice
1. Introdução..........................................................................................................................................3
1.2.Objectivos........................................................................................................................................4
1.2.1.Objectivo geral.............................................................................................................................4
1.2.1.Objectivos específicos..................................................................................................................4
2. Antiguidade (... - 476).......................................................................................................................5
2.1. Origens e Desenvolvimento............................................................................................................5
3. Idade média (476-1450 C.)................................................................................................................7
3.1. Música Medieval............................................................................................................................7
3.1.1. Música monofónica.....................................................................................................................7
3.1.2.Música polifónica.........................................................................................................................7
3.1.3. Principais Compositores Medievais.............................................................................................8
4. Música Renascentista........................................................................................................................9
4.1. Música Vocal..................................................................................................................................9
4.2. Música Instrumental.....................................................................................................................10
4.3. Principais Compositores Renascentistas.......................................................................................10
5. Música Barroca................................................................................................................................10
5.1. Música Vocal................................................................................................................................10
5.2. Música Instrumental.....................................................................................................................11
5.3. Principais Compositores Barrocos................................................................................................11
6. Música Clássica...............................................................................................................................12
6.1. Música Instrumental.....................................................................................................................12
6.2. Principais Compositores Clássicos...............................................................................................13
7. Música Romântica...........................................................................................................................14
7.1. Principais Compositores Românticos...........................................................................................15
8. Música Moderna..............................................................................................................................15
8.1. Melodias.......................................................................................................................................16
8.2. Ritmos..........................................................................................................................................16
8.3. Timbres.........................................................................................................................................16
9. Conclusão........................................................................................................................................18
10. Referências Bibliográficas.............................................................................................................19
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1. Introdução
O presente trabalho fala sobre a história da música ocidental desde antiguidade até
actualidade, ou seja, música moderna no que diz respeito a essa história da música ocidental,
em sentido estrito, começa com a música da igreja cristã. Todavia, ao longo de toda a Idade
Média, e mesmo nos dias de hoje, artistas e intelectuais têm ido continuamente à Grécia e a
Roma à procura de ensinamentos, correcções e inspiração nos mais diversos campos de
actividades. Isto também é válido para a música, embora com algumas diferenças importantes
em relação às outras artes. A literatura romana, por exemplo, nunca deixou de exercer a sua
influência ao longo da Idade Média. Virgílio, Ovídio, Horácio e Cícero continuaram sempre a
ser estudados e lidos. Esta influência tomou-se bem mais importante nos séculos xiv e xv, à
medida que foram sendo conhecidas mais obras romanas; ao mesmo tempo ia sendo
gradualmente recuperado aquilo que sobrevivera da literatura grega.

1.2.Objectivos

1.2.1.Objectivo geral
 Conhecer a história da música ocidental.

1.2.1.Objectivos específicos
 Identificar os principais compositores desde a música mediaval até a moderna;
 Diferenciar o estilo de música durante a evolução;
 Determinar da música da antiguidade e actual.
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2. Antiguidade (... - 476)


Os começos da música desconhecem-se. Segundo os mitos dos povos, a música é de
origem divina (JULIANE, 1987). A ideia ocidental da música remonta à Antiguidade Grega,
assim como às culturas antigas avançadas:
Mesopotâmia, Egipto, Índia, China, Palestina, Itália (Roma).
Podemos dizer que foi na Grécia que nasceu a nossa civilização. Aí, como em toda a
parte, fazia-se música para as necessidades da religião, da magia, da medicina, da
guerra... mas também para o prazer pessoal e dos outros (JULIANE, 1987).

A música dos gregos vem da Mesopotâmia, Ásia Menor, Egipto... As múltiplas reproduções
em ânforas e a documentação literária na 1/lada e na Odisseia de Homero (séc. VIII a.C.)
dão-nos uma ideia mais exacta da música. Para os gregos a música aparece ligada às figuras
de Apolo, Dionisio, nove musas... (JULIANE, 1987).

Nos diferentes mitos o poder mágico desta arte está evidenciado. A palavra Música, Musike
para os gregos, tinha um sentido mais vasto, ou seja, significava a união de diferentes artes,
tais como, poesia, canto, dança e música instrumental. Mesmo em sentido especializado, ao
nunca ser desenvolvida como arte autónoma, a música está quase sempre ligada à poesia, que
é normalmente cantada e acompanhada por instrumentos (JULIANE, 1987).

Predominava o canto com acompanhamento de instrumentos de corda, Kitharodia (de citara


ou lira, associada a Apoio), executado pelos próprios heróis homéricos ou por cantores
profissionais. Segundo a lenda, em 750 a.C., e graças ao frígio Olimpo, surge o canto com o
acompanhamento do aulos (instrumento de sopro, associado a Dionisio), aulodia. Desde o
séc. vi a.C., a lira e o aulos eram igualmente utilizados como instrumentos solistas
(JULIANE, 1987).

2.1. Origens e Desenvolvimento


Entre os vestígios remanescentes das grandes civilizações da antiguidade, foram encontrados
testemunhos escritos em registros pictóricos e escultóricos de instrumentos musicais e de
danças acompanhadas por música. A cultura sumeriana, que floresceu na bacia mesopotâmica
vários milênios antes da era cristã, incluía hinos e cantos salmodiados em seus ritos
litúrgicos, cuja influência é perceptível nas sociedades babilônica, caldéia e judaica que se
assentaram posteriormente nas áreas geográficas circundantes. O antigo Egito, cuja origem
agrícola se evidenciava em solenes cerimônias religiosas que incorporavam o uso de harpas e
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diversas classes de flautas, alcançou também alto grau de expressividade musical


(WILLIAM, 1966).

Na Ásia — onde a influência de filosofias e correntes religiosas como o budismo, o


xintoísmo, o islamismo etc. Foi determinante em todos os aspectos da cultura — os principais
focos de propagação musical foram as civilizações chinesa, do terceiro milênio antes da era
cristã, e indiana (WILLIAM, 1966).

O Ocidente europeu possuía uma tradição pré-histórica própria. É bem conhecido o papel
preponderante assumido pelos druidas, sacerdotes, bardos e poetas, na organização das
sociedades celtas pré-romanas (WILLIAM, 1966).

A tradição musical da Anatólia, porém, penetrou na Europa através da cultura grega, cuja
elaborada teoria musical constituiu o ponto de partida da identidade da música ocidental,
bastante diversa da do Extremo Oriente (WILLIAM, 1966).

A música americana pré-colombiana possui acentuado parentesco com a chinesa e a japonesa


em suas formas e escalas, o que se explica pelas migrações de tribos asiáticas e esquimós
através do estreito de Bering, em tempos remotos. Finalmente, a cultura musical africana não-
árabe peculiariza-se por complexos padrões rítmicos, embora não apresente desenvolvimento
equivalente na melodia e na harmonia (WILLIAM, 1966).

Ao redor 500 D.C. a civilização ocidental começou a emergir do período conhecido como ”A
Idade Escura,” . Durante os próximos 10 séculos, a Igreja católica recentemente emergida
dominaria a Europa, enquanto administrando justiça, instigando ”as Cruzadas Santas” contra
o Leste, estabelecendo Universidades, e geralmente ditando o destino da música, arte e
literatura. Dessa forma classificou a música conhecida como canto gregoriano que era a
música aprovada pela Igreja (PAUL, 1945).
Muito posterior, a Universidade de Notre Dame em Paris viu a criação de um tipo novo de
música chamada organum. Foi cantada a música secular por toda parte na Europa pelos
trovadores e trouvères de França. E foi durante a Idade Média que a cultura ocidental viu a
chegada do primeiro grande nome em música, o de Guillaume Machaut (PAUL, 1945).

Diante do exposto, podemos dividir a história da música em períodos distintos, cada qual
identificado por um estilo. É claro que um estilo musical não se faz da noite para o dia. É um
processo lento e gradual, sempre com os estilos sobrepondo-se uns aos outros. Mas, para
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efeito de classificação, costuma-se dividir a História da Música do Ocidente em seis grandes


períodos (PAUL, 1945):

 Música Medieval – até cerca de 1450;


 Música Renascentista – 1451-1600;
 Música Barroca – 1601-1750;
 Música Clássica – 1751-1810;
 Música Romântica – 1811-1900;
 Música Moderna – 1901 em diante.

3. Idade média (476-1450 C.)

3.1. Música Medieval


As principais características da música medieval são (PAUL, 1945):

3.1.1. Música monofónica


A música mais antiga que se conhece, tanto sacra como profana, consiste numa única
melodia. Na primeira fase, a música religiosa conhecida como canto gregoriano não tem
acompanhamento; consistia em melodias que fluiam livremente, mantendo-se quase sempre,
dentro de uma oitava e, preferencialmente, através de intervalos de um tom; os ritmos são
irregulares, fazendo-se de forma livre, de acordo com a acentuação das palavras e o ritmo
natural da língua latina; o canto gregoriano anotava-se mediante neumas (sinais que indicam
movimentos ascendentes e descendentes) (ELLIOTT, 1967).
Alguns cantos eram executados no estilo antifonal (os coros cantam alternadamente) e outros
no estilo responsorial (vozes do coro a responder a um ou mais solistas). As danças e canções
(compostas pelos troubadours e trouvéres) são, na maioria, monofónicas – os instrumentos
que deveriam acompanhar essas danças e canções incluíam charamela, cometo, órgão,
carrilhão, cistre, harpa, viela, rebeca, saltério, (ELLIOTT, 1967).

3.1.2.Música polifónica
As primeiras composições datam do séc. IX e consistem na sobreposição de duas ou mais
melodias, ou seja, o chamado organum. A época Notre Dame constituiu um dos primeiros
pontos culminantes na história da polifonia: o seu nome provém da escola de cantores da
Catedral, desde 1163 até meados do séc.XIII. Aqui as partituras de organum alcançaram um
admirável estádio de elaboração. Apenas o nome de dois compositores chegou até nós: o de
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Leonin (até 1180) e p de Pérotin (até 1200). Os géneros da época de Notre-Dame são, para
além do organum, o motete e o conductus (ELLIOTT, 1967).
Durante muito tempo, a música foi cultivada por transmissão oral, até que se inventou um
sistema de escrita. Por volta do século IX apareceu, pela primeira vez, a pauta musical. O
monge italiano Guido d’Arezzo (995 – 1050) sugeriu o uso de uma pauta de quatro linhas. O
sistema é usado até hoje no canto gregoriano (ELLIOTT, 1967).
A utilização do sistema silábico de dar nome às notas deve-se também ao monge Guido
d’Arezzo e encontra-se num hino ao padroeiro dos músicos, São João Batista:

 Ut queant laxit
 Ressonare fibris
 Mira gestorum
 Famuli tuorum
 Solvi polluti
 Labii reatum
 Sancte Ioannes
(Com o passar do tempo o Ut foi substituido pelo Dó).

O tipo de música mais antigo que conhecemos consiste em uma única linha melódica
cantada, sem qualquer acompanhamento. Este estilo é o chamado Cantochão ou Canto
Gregoriano. Com o passar do tempo acrescentou-se outras vozes ao cantochão, criando-se as
primeiras composições em estilo coral (BARBARA, 1986).

Além do Cantochão, cantado nas igrejas, produziam-se na Idade Média muitas danças e
canções. Durante os séculos XII e XIII houve intensa produção de obras em forma de canção,
composta pelos Trovadores, poetas e músicos do sul da França (BARBARA, 1986).

As danças eram muito populares em festas e feiras e podiam ser tocadas por dois
instrumentos, como um grupo mais numeroso. Os instrumentos que acompanhavam estas
danças incluíam: a viela (antepassado da família do violino), o alaúde, flautas doces de vários
tamanhos, gaitas de foles, o trompete reto medieval, instrumentos de percussão (triângulos,
sinos, tambores, etc.) (BARBARA, 1986).

3.1.3. Principais Compositores Medievais


Nas músicas medievais existiam compositores que se destacaram naquela época conforme
mencionados em baixo do parágrafo (GERALD, 1943):
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Leonin – século XII;


Perotin – século XII;
Guido d’Arezzo (995 – 1050);
Philippe de Vitry (1290 – 1361);
Guillaume de Machaut (1300 – 1377);
John Dunstable (1385 – 1453).

4. Música Renascentista
O período da Renascença se caracterizou, na História da Europa Ocidental, sobretudo pelo
enorme interesse ao saber e à cultura, particularmente a muitas idéias dos antigos gregos e
romanos (GERALD, 1943).

Foi também uma época de grandes descobertas e explorações, em que Vasco da Gama,
Colombo, Cabral e outros exploradores estavam fazendo suas viagens, enquanto notáveis
avanços se processavam na Ciência e Astronomia (GERALD, 1943).

Os compositores passaram a ter um interesse muito mais vivo pela música profana (música
não religiosa), inclusive em escrever peças para instrumentos, já não usados somente para
acompanhar vozes. No entanto, os maiores tesouros musicais renascentistas foram compostos
para a igreja, num estilo descrito como polifonia coral ou policoral e cantados sem
acompanhamento de instrumentos ( à Capela) (GERALD, 1943).

A música renascentista é de estilo polifônico, ou seja, possui várias melodias tocadas ou


cantadas ao mesmo tempo (GERALD, 1943).

4.1. Música Vocal


Na Basílica de São Marcos, em Veneza, havia dois grandes órgãos e duas galerias para coro,
situadas em ambos os lados do edifício. Isso deu aos compositores a idéia de compor peças
para mais de um coro, chamadas policorais. Assim, uma voz vinda da esquerda é respondida
pelo coro da direita e vice versa. Algumas das peças mais impressionantes são as de Giovani
Gabrielli (1555 – 1612), que escreveu corais para dois, três ou até mais grupos (GERALD,
1943).

Os Motetos eram peças escritas para no mínimo quatro vozes, cantados geralmente nas
igrejas. Os Madrigais eram canções populares escritas para várias vozes e que se
caracterizam-se por não ter refrão. De grande sucesso nas Inglaterra do século XVI, passaram
a ser cantados nos lares de todas as famílias apaixonadas por música (GERALD, 1943).
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4.2. Música Instrumental


Até o começo do século XVI, os compositores usavam os instrumentos apenas para
acompanhar o canto. Contudo, durante o século XVI, os compositores passaram a ter cada
vez mais interesse em escrever música somente para instrumentos (GERALD, 1943).

Em muitos lares, além de flautas, alaúdes e violas, havia também um instrumento de teclado,
que podia ser um pequeno órgão, virginal ou clavicórdio. A maioria dos compositores
ingleses escreveu peças para o virginal. No Renascimento surgiram os primeiros álbuns de
música, só para instrumentos de teclados. Muitos instrumentos, como as charamelas, as
flautas e alguns tipos de cornetos medievais e cromornes continuavam populares. Outros,
como o alaúde, passaram por aperfeiçoamentos (GERALD, 1943).

4.3. Principais Compositores Renascentistas


Os compositores que se destacaram nesta época são os mencionados a baixo (GERALD,
1943):

William Byrd (1542 – 1623);


Josquin des Préz (1440 – 1521);
G. P. Palestrina (1525 – 1594);
Giovanni Gabrieli (1555 – 1612);
Cláudio Monteverdi (1567 – 1643).

5. Música Barroca
A palavra Barroco é provavelmente de origem portuguesa, significando pérola ou jóia no
formato irregular. De início era usada para designar o estilo de arquitetura e da arte do século
XVII, caracterizado pelo excesso de ornamentos. Mais tarde, o termo passou a ser empregado
pelos músicos para indicar o período da história da música que vai do aparecimento da ópera
e do oratório até a morte de J. S. Bach (DMITRI, 1968).

A música barroca é geralmente exuberante: ritmos enérgicos, melodias com muitos


ornamentos, contrastes de timbres instrumentais e sonoridades fortes com suaves (DMITRI,
1968).

5.1. Música Vocal


Orfeu, do compositor Montiverdi (1567-1643) escrita no ano de 1607 é a primeira grande
ópera. Ópera é uma peça teatral em que os papéis são cantados ao invés de falados. A ópera
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de Montiverdi possuía uma orquestra formada de 40 instrumentos variados, inclusive com


violinos, que começavam a tomar lugar das violas (DMITRI, 1968).

Alessandro Scarlatti (1660-1725) foi o mais popular compositor italiano de óperas. Na França
os principais compositores de óperas foram Lully (1632-1687) e Rameau (1683-1764)
(DMITRI, 1968).

Nascido na mesma época da ópera, o Oratório é outra importante forma de música vocal
barroca. O oratório é um tipo de ópera com histórias tiradas da Bíblia. Com o passar do
tempo os oratórios deixaram de ser representados e passaram a ser apenas cantados. Os mais
famosos oratórios são os do compositor alemão Haendel (1685-1759), do início do século
XVIII: Israel no Egito, Sansão e o famoso Messias. As Cantatas são oratórios em miniaturas
e eram apresentados nas missas (DMITRI, 1968).

5.2. Música Instrumental


Durante o período barroco, a música instrumental passou a ter importância igual à da música
vocal. A orquestra passou a tomar forma. No início a palavra ‘orquestra’ era usada para
designar um conjunto formado ao acaso, com os instrumentos disponíveis no momento. Mas
no século XVII, o aperfeiçoamento dos instrumentos de cordas, principalmente os violinos,
fez com que a seção de cordas se tornasse uma unidade independente. Os violinos passaram a
ser o centro da orquestra, ao qual os compositores acrescentavam outros instrumentos:
flautas, fagotes, trompas, trompetes e tímpanos (DMITRI, 1968).

Um traço constante nas orquestras barrocas, porém, era a presença do cravo ou órgão como
contínuo, fazendo o baixo e preenchendo a harmonia. Novas formas de composição foram
criadas, como a fuga, a sonata, a suíte e o concerto (DMITRI, 1968).

5.3. Principais Compositores Barrocos


Os compositores da música barroco são os seguintes:

Alessandro Scarlatti (1660 – 1755);


Antonio Vivaldi (1678 – 1741);
Arcangelo Corelli (1653 – 1713);
Domenico Scarlatti (1685 – 1757);
Henry Purcell (1659 – 1695);
George F. Haendel (1685 – 1759);
George Philipp Telemann (1681 – 1767);
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Jean-Philippe Rameau (1683 – 1764);


Johann Sebastian Bach (1685 – 1750);
José Antônio Carlos Seixas (1704 – 1742).

6. Música Clássica
O termo ‘Clássico’, em música, é empregado em dois sentidos diferentes. As pessoas, as
vezes, usam a expressão ‘música clássica’ considerando toda a música dividida em duas
grandes partes: ‘clássica’ e ‘popular’ (HALSEY, 1964).

Para o musicólogo, entretanto, ‘Música Clássica’ tem sentido especial e preciso: é a música
composta entre 1750 e 1810, que inclui a música de Haydn e Mozart, bem como as
composições iniciais de Beethoven (HALSEY, 1964).

A serviço da alta nobreza, o músico não passava de um “criado” que, depois de fornecer
música para fundo de jantares e conversas, ia jantar na cozinha com os demais empregados da
casa. Para agradar seus patrões, precisava seguir as tradições musicais. Em sua obra
respeitava e refletia as emoções da corte. A imaginação criadora não seria bem-vinda se
representasse a quebra das estruturas tradicionais. Haydn aceitou esse trato e cumpriu suas
obrigações (HALSEY, 1964).

Mozart não aceitou estes limites e pagou um preço alto pela obstinação em se manter fiel à
seus princípios. As cortes o relegaram ao esquecimento e o deixaram morrer como um
mendigo. Beethoven foi o primeiro a decidir que não devia obrigações a ninguém e exigiu ser
respeitado como artista. Nascia, com Beethoven, o pensamento romântico (HALSEY, 1964).

6.1. Música Instrumental


A Música Clássica mostra-se refinada e elegante e tende a ser mais leve, menos complicada
que a barroca. Os compositores procuram realçar a beleza e a graça das melodias. A
Orquestra está em desenvolvimento. Os compositores deixaram de usar o cravo e
acrescentaram mais instrumentos de sopro (HALSEY, 1964).

Durante o Período Clássico, a música instrumental passou a ter maior importância que a
vocal. Nesta época criou-se a Sonata. É uma obra com vários movimentos para um ou mais
instrumentos (HALSEY, 1964).
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A Sinfonia é, na realidade, uma sonata para orquestra. Seu número de movimentos passam a
ser quatro: rápido – lento – Minueto – muito rápido. Haydn, Mozart e Beethoven foram os
maiores compositores de sinfonias do Classicismo (HALSEY, 1964).

O Concerto consiste em uma composição para um instrumento solista contra a massa


orquestral. Tem três movimentos (HALSEY, 1964):

 Rápido;
 Lento;
 Rápido.

Muitas obras foram escritas para o pianoforte, em geral chamado piano para abreviar.
Bartolomeu Cristfori, construtor de cravos italiano, por volta de 1700 já havia concluído a
fabricação de pelo menos um destes instrumentos. Enquanto as cordas do cravo são tangidas
por bicos de penas, o piano tem suas cordas percutidas por martelos, cuja dinâmica pode ser
variada de acordo com a pressão dos dedos do executante. Isso daria ao piano grande poder
de expressão e abriria uma série de possibilidades novas (HALSEY, 1964).

No começo o piano custou para se tornar popular porque os primeiros modelos eram muito
precários. Mas, no final do século XVIII o cravo já havia caído em desuso, substituído pelo
piano (HALSEY, 1964).

6.2. Principais Compositores Clássicos


Os principais compositores da música clássica são os seguintes (HALSEY, 1964):

Carl Phillip E. Bach (1714 – 1788);


Christoph W. R. Gluck (1714 – 1787);
Franz Joseph Haydn (1732 – 1809);
Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791);
Ludwig Van Beethoven (1770 – 1827);
Joaquim A. de Mesquita (1746 – 1805);
Padre José Maurício Nunes Garcia (1767 – 1830);
Antonio Soler Ramos (1729 – 1783);
Muzio Clemente (1729 – 1783).
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7. Música Romântica
Os compositores clássicos tinham por objetivo atingir o equilíbrio entre a estrutura formal e a
expressividade. Os românticos vieram desequilibrar tudo. Eles buscavam maior liberdade de
forma, a expressão mais intensa e vigorosa das emoções, frequentemente revelando seus
pensamentos mais profundos, inclusive suas dores. Muitos compositores românticos eram
ávidos leitores e tinham grande interesse pelas outras artes, relacionando-se estreitamente
com escritores e pintores (JANET, 1983).

Não raro uma composição romântica tinha como fonte de inspiração um quadro visto ou um
livro lido pelo compositor. Dentre as muitas ideias que exerceram enorme fascínio sobre os
compositores românticos temos: terras exóticas e o passado distante, os sonhos, a noite e o
luar, os rios, os lagos e as florestas, as tristezas do amor, lendas e contos de fadas, mistério, a
magia e o sobrenatural. As melodias tornam-se apaixonadas, semelhantes à canção. As
harmonias tornam-se mais ricas, com maior emprego de dissonâncias (JANET, 1983).

Durante o Romantismo houve um rico florescimento da canção, principalmente do Lied


(‘canção’ em alemão) para piano e canto. O primeiro grande compositor de Lieder (plural de
Lied) foi Schubert (JANET, 1983).

As óperas mais famosas hoje em dia são as românticas. Os grandes compositores de óperas
do Romantismo foram os italianos Verdi e Rossini e na Alemanha, Wagner. No Brasil,
destaca-se Antônio Carlos Gomes com suas óperas O Guarani, Fosca, O Escravo, (JANET,
1983).

A orquestra cresceu não só em tamanho, mas como em abrangência. A seção dos metais
ganhou maior importância. Na seção das madeiras adicionou-se o flautim, o clarone, o corne
inglês e o contrafagote. Os instrumentos de percussão ficaram mais variados (JANET, 1983).

O Concerto romântico usava grandes orquestras; e os compositores, agora sob o desafio da


habilidade técnica dos virtuoses, tornavam a parte do solo cada vez mais difíceis (JANET,
1983).

Até a metade do século XIX, toda a música fora dominada pelas influências alemãs. Foi
quando compositores de outros países, principalmente os russos, passaram a ter a necessidade
de criar a sua música. Inspiravam-se nas músicas folclóricas e lendas de seus países. É o
chamado Nacionalismo Musical (JANET, 1983).
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No século XIX o piano passou por diversos melhoramentos. Quase todos os compositores
românticos escreveram para o piano, mas os mais importantes foram: Schubert, Mendelssohn,
Chopin, Schumann, Liszt e Brahms. Embora em meio às obras destes compositores se
encontrem sonatas, a preferência era para peças curtas e de forma mais livre (JANET, 1983).

Havia uma grande variedade, entre elas as danças como as valsas, as polonaises e as
mazurcas, peças breves como o romance, a canção sem palavras, o prelúdio, o noturno, a
balada e o improviso (JANET, 1983).

Outro tipo de composição foi o Étude (Estudo), cujo objetivo era o aprimoramento técnico do
instrumentista. Com efeito, durante esta época houve um grande avanço nesse sentido,
favorecendo a figura do Virtuose : músico de concerto, dotado de uma extraordinária técnica.
Virtuoses como o violinista Paganini e o pianista Liszt eram admirados por platéias
assombradas (JANET, 1983).

7.1. Principais Compositores Românticos


Os principais compositores da música romântica naquela altura são os seguintes (JANET,
1983):

Gustav Mahler (1860 – 1911);


Moritz Moszkowki (1854 – 1925);
Giuseppe Verdi (1813 – 1901);
Sergei V. Rachmaninov (1873 – 1943);
Louis Hector Berlioz (1803 – 1869);
Franz Schubert (1797 – 1828);
Felix Mendelssohn (1809 – 1847);
Fréderic Chopin (1810 – 1849);
Robert Schumann 1810 – 1856)
Franz Liszt (1811 – 1886);
Richard Wagner (1813 – 1883);
Johannes Brahms (1838 – 1897);
Pietr I. Tchaikovsky 1840 – 1893).

8. Música Moderna
A história da música no século XX constitui uma série de tentativas e experiências que
levaram a uma série de novas tendências, técnicas e, em certos casos, também a criação
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de novos sons, tudo contribuindo para que seja um dos períodos mais empolgantes da
história da música (JOSÉ, 2010).

Enquanto a música nos períodos anteriores podia ser identificada por um único e mesmo
estilo, comum a todos os compositores da época, no século XX ela se mostra como uma
mistura complexa de muitas tendências (JOSÉ, 2010).

A maioria das tendências compartilham uma coisa em comum: uma reação contra o estilo
romântico do século XIX. Tal fato fez com que certos críticos descrevessem a música do
século XX com “anti-romântica”. Dentre as tendências e técnicas de composição mais
importantes da música do século XX encontram-se (JOSÉ, 2010):

Impressionismo Nacionalismo Expressionismo


Música Concreta Serialismo Música Eletrônica
Influências do Jazz Neoclassicismo Música Aleatória
Atonalidade etc…

No entanto, se investigarmos melhor estas composições, encontraremos uma série de


características ou marcas de estilo que permitem definir uma peça como sendo do século XX.
Por exemplo (JOSÉ, 2010):

8.1. Melodias
São curtas e fragmentadas, angulosas, em lugar das longas sonoridades românticas. Em
algumas peças, a melodia pode ser inexistente (JOSÉ, 2010).

8.2. Ritmos
Vigorosos e dinâmicos, com amplo emprego dos sincopados; métricas inusitadas, como
compassos de cinco e sete tempos; mudança de métrica de um compasso para outro, uso
de vários ritmos diferentes ao mesmo tempo (JOSÉ, 2010).

8.3. Timbres
A maior preocupação com os timbres leva a inclusão de sons estranhos, intrigantes e
exóticos; fortes contrastes, às vezes atéexplosivos; uso mais enfático da seção de
percussão; sons desconhecidos tirados de instrumentos conhecidos; sons inteiramente
novos, provenientes de aparelhagens eletrônicas e fitas magnéticas (JOSÉ, 2010).

Alguns dos Principais Compositores “Clássicos” do Século XX (JOSÉ, 2010):


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Igor Stravinsky (1882 – 1971);


Cláudio Santoro (1919 – 1989);
Sergei Prokofiev (1891 – 1953);
Marlos Nobre de Almeida (1939 – );
Francisco Mignone (1897 – 1986);
Edino Krieger (1928 – );
Cézar Guerra Peixe (1914 – 1993);
Radamés Gnatalli (1906 – 1988);
Alberto Evaristo Ginastera (1919 – 1983);
Oscar Lorenzo Fernandez (1897 – 1948);
Claude Debussy (1862 – 1918);
Arnold Schoenberg (1874 – 1951);
Maurice Ravel (1875 – 1937);
Béla Bartók (1881 – 1945);
Alban Berg (1885 – 1945);
Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959).
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9. Conclusão
Se recordarmos as quatro características básicas da música ocidental que começaram a tomar
forma no século XI, veremos que o século XX alterou três de entre elas ao ponto de as deixar
quase irreconhecíveis. A composição, no sentido de uma obra de arte que existe
independentemente de cada execução particular, deu lugar, até certo ponto, à improvisação
controlada (que era também a prática corrente na antiguidade e na alta Idade Média). Quanto
à notação, a partitura deixou em muitos casos de ser um conjunto definitivo de instruções; o
intérprete, em vez de ser um simples mediador entre o compositor e o público, tornou-se, ele
próprio, em grande medida, o compositor (de novo como na alta Idade Média). Os princípios
ordenadores mudaram — é defensável a afirmação segundo a qual esta mudança foi maior do
que todas as que se verificaram ao longo dos oito séculos anteriores; se pensarmos na
indeterminação total, os princípios ordenadores deixaram deliberadamente de existir. Só a
polifonia permanece. Tendo tudo isto em conta, não parece exagerado dizer que o século XX
assistiu a uma revolução musical no sentido pleno do termo.
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10. Referências Bibliográficas


WILLIAM W. AUSTIN, Music in the Twentieth Century from Debussy through Stravinsky,
Nova Iorque, Norton, 1966.

PAUL GRIFFITHS, Modern Music: The Avant-Garde since 1945.

ELLIOTT SCHWARTZ & BARNEY CHILDS (ed.), Contemporary Composers on


Contemporary Music, Nova Iorque, Holt, Rhinehart & Winston, 1967.

BARBARA L.TISCHLER, An American Music: The Search for an American Musical


Identity, Nova Iorque, Oxford University Press, 1986.

GERALD ABRAHAM, Eight Soviet Composers, Nova Iorque, Oxford University Press,
1943.

DMITRI SHOSTAKOVICH, The Power of Music, Nova Iorque, Music Journal, 1968.

HALSEY STEVENS, The Life and Music ofBéla Bartók, 2." ed., Nova Iorque, Oxford
University Press, 1964.

JANET SCHMALFELDT, Berg's Wozzeck: Harmonic Language and Dramatic Design, New
Haven, Yale University Press, 1983.

JULIANE BRAND, CHRISTOPHER HAILEY E DONALD HARRIS (ed.), The Berg-


Schoenberg Correspondence: Selected Letters, Nova Iorque, Norton, 1987.

JOSÉ EDUARDO MARTINS é pianista e professor aposentado da Universidade de


SãoPaulo. @ – martins.je@terra.com.br, 2010.

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