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COLÉGIO PEDRO II
CAMPUS TIJUCA II
OSCAR HALAC
Reitor
JESEN BAPTISTA DOS SANTOS JUNIOR
Diretor Geral do Campus Tijuca II
ELIANA MYRA DE MORAES SOARES
Pró-Reitora de Ensino
ANNA CRISTINA CARDOZO DA FONSECA
Coordenação Geral de Departamento Pedagógico de Educação Musical
NIÁGARA DA CRUZ VIEIRA
Coordenadora de Educação Musical
ORGANIZAÇÃO (2014):
Profª. Vanessa Weber de Castro
REVISÃO (2021):
Profª. Niágara da Cruz Vieira
COLABORAÇÃO:
Baseada nas apostilas tradicionalmente organizadas pela Profª Maria Emília de Souza
ÍNDICE
Capítulo 1: Os sons e a música.................................................................................................... 1
Como os sons são produzidos?............................................................................................... 2
Exercícios................................................................................................................................ 3
Capítulo 2: Parâmetros do som................................................................................................... 4
Altura...................................................................................................................................... 4
Intensidade............................................................................................................................. 5
Duração................................................................................................................................... 5
Timbre..................................................................................................................................... 6
Exercícios................................................................................................................................ 6
Capítulo 3: Elementos da escrita musical.................................................................................... 8
Duração dos sons.................................................................................................................. 13
Pulso e compasso................................................................................................................. 19
Ligadura................................................................................................................................ 24
Ponto de Aumento................................................................................................................ 25
Sinais de repetição................................................................................................................ 27
Sinais de expressão............................................................................................................... 28
Regras da Grafia Musical..................................................................................................... 30
Exercícios.............................................................................................................................. 31
Capítulo 4: Saúde Vocal e Saúde Auditiva................................................................................ 39
Exercícios...............................................................................................................................42
Capítulo 5: Formação da Música Brasileira............................................................................... 44
Música Indígena................................................................................................................... 44
Música Africana................................................................................................................... 52
Música Europeia................................................................................................................... 56
Exercícios.............................................................................................................................. 59
Capítulo 6: Danças Brasileiras.................................................................................................... 60
Ciranda.................................................................................................................................. 61
Samba................................................................................................................................... 62
Jongo..................................................................................................................................... 64
Frevo..................................................................................................................................... 65
Maculelê............................................................................................................................... 67
Catira.................................................................................................................................... 68
Bumba meu boi.................................................................................................................... 68
Pastoril.................................................................................................................................. 69
Maracatu.............................................................................................................................. 69
Baião..................................................................................................................................... 70
Danças Tradicionais Gaúchas............................................................................................... 71
Exercícios.............................................................................................................................. 72
Hinário Cívico............................................................................................................................ 74
Hino Nacional Brasileiro....................................................................................................... 74
Hino dos Alunos do Colégio Pedro II..................................................................................... 77
Atividades extras...................................................................................................................... 80
Atividade 1........................................................................................................................... 81
Atividade 2........................................................................................................................... 82
Atividade 3........................................................................................................................... 83
Folhas Pautadas........................................................................................................................ 84
Bibliografia............................................................................................................................... 89
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 4
CAPÍTULO 1
OS SONS E A MÚSICA
A Música é a mais sublime criação humana. É uma das Artes: a que combina os sons de
maneira especial, tendo por base a Ciência Acústica. Produz as mais variadas emoções em nosso
espírito, traduzindo todos os nossos sentimentos. Seu elemento físico básico é o SOM que pode
ser encontrado na natureza ou produzido por instrumentos naturais como o órgão vocal humano
(a voz) ou construídos pelo homem (instrumentos musicais).
Podemos cantar...
Durante o dia e a noite uma infinidade de sons é produzida. Estes sons fazem parte de
nosso ambiente. Embora todos sejam captados por nossos ouvidos, nem sempre os percebemos
da mesma maneira; algumas vezes simplesmente ouvimos, outras escutamos, mas também
podemos compreender sua estrutura, sua forma, seu sentido. Tudo depende de nosso interesse e
de nossos conhecimentos.
Ouvir é perceber os sons que chegam aos nossos ouvidos.
Um murmúrio longínquo, conhecido ou corriqueiro pode ser ouvido com
indiferença; também é possível estar com o rádio ligado enquanto
estudamos e não nos concentramos nas notícias transmitidas. Por isso
muitos sons que ouvimos passam-nos despercebidos.
Em outras ocasiões, os sons chamam a nossa atenção e,
embora não estejamos atentos a eles, produzem uma sensação física em
nós. Um som desagradável ou extremamente forte pode motivar a
reação de repulsa; um som agradável produz uma sensação de calma e
Disponível em: conforto. Ou seja, os sons provocam reações diferenciadas.
<http://www.inglesonline.com.br/2008/08/05/como-
se-diz-ouvir-em-ingles-listen-ou-hear/> Escutar é ser capaz de ir além de o simples ouvir e captar o
sentido dos sons. Quanto maior o conhecimento de sons e de música,
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 5
Disponível em: ARAÚJO, Jesús (Ed). Música para crianças. Ciranda Cultural, São Paulo, 2010, p. 8.
Ilustração de Víctor Escandell
Através do silêncio, também podemos perceber melhor os sons e ruídos que estão
presentes no nosso cotidiano. Vamos fazer outra experiência? Fique em silêncio, e anote ou
desenhe no retângulo abaixo todos os sons externos que você conseguir escutar:
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 6
EXERCÍCIOS
1) Faça desenhos que representem os sons que você ouve...
... em casa: ... na rua:
2) A onomatopeia é uma forma de imitar o som através de palavras. Por exemplo, o som do
relógio pode ser representado por tic tac tic tac. Crie onomatopeias que representem os seguintes
sons:
Disponível em <http://www.mdsaude.com/2011/01/tosse.html>
Disponível em <http://www.eniallgayer.com.br/2010/05/09/rota-de-
fuga/>
Disponível em <http://colorindodesenhos.wordpress.com/category/trem/>
Disponível em <http://www.brasilblogado.com/vento-para-colorir/>
3) Responda:
a) Qual a diferença entre ouvir e escutar?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
b) Dê dois exemplos de sons produzidos pelo nosso corpo.
_______________________________________________________________________________
c) Como os sons são produzidos?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 7
CAPÍTULO 2
PARÂMETROS DO SOM
Cada som possui quatro propriedades ou parâmetros que nosso ouvido pode identificar:
altura, intensidade, duração e timbre.
Para compreendê-los, podemos pensar em um exemplo cotidiano: ao passar pela rua,
escutamos vários sons ao mesmo tempo, carros, rádios, gente falando. Com os ouvidos,
distinguimos imediatamente, por exemplo, entre o som agudo da voz de uma criança e o som
grave da voz de um homem (altura); entre o barulho do tráfego e o som forte das buzinas
(intensidade); entre as buzinas que produzem sons curtos e longos (duração); notamos, também,
se a melodia que escutamos no rádio é tocada por um violão ou uma guitarra (timbre).
ALTURA
É a propriedade do som por meio
da qual podemos distinguir se ele é
agudo ou grave. Quanto maior for a
frequência de uma onda sonora, mais
agudo é o som, logo, isto é determinado
pelo número de vibrações da onda sonora
por segundo (veja os desenhos). São
essas vibrações que definem cada uma
das notas musicais: dó, ré, mi, fá, sol, lá,
si; assim, a velocidade da onda sonora Disponível em: COLL, César; TEBEROSKY, Ana. Aprendendo Arte - Conteúdos
essenciais para o Ensino Fundamental. São Paulo: Editora Ática, 2004, p. 95.
determina a altura do som.
Disponível em: COLL, César; TEBEROSKY, Ana. Aprendendo Arte - Conteúdos
essenciais para o Ensino Fundamental. São Paulo: Editora Ática, 2004, p. 95.
Como sons intermediários entre
graves e agudos, temos os sons médios.
Você sabia...
Que os seres humanos captam sons graves e agudos em uma determinada faixa de vibração,
fora desse limite não ouvem os sons. No entanto, muitos animais podem ouvir sons que as pessoas
não podem ouvir; os morcegos e os cães, por exemplo, podem ouvir os sons muito agudos, que
para nós passam despercebidos (os ultrassons), e as baleias os muito graves (os infrassons).
Curiosidade:
A altura dos sons depende também do tamanho dos corpos que vibram. Uma corda fina e
curta produz sons mais agudos que os de uma corda longa e grossa. Por isso, o cavaquinho é mais
agudo do que o violão. Assim como uma flauta pequenina de tubo bem fino também produz sons
mais agudos do que um instrumento de sopro com um tubo longo e grosso como a TUBA!
INTENSIDADE
É a força do som, isto é, a intensidade é a propriedade do som que o caracteriza como
muito fraco, médio, forte ou muito forte. É semelhante ao que habitualmente chamamos volume.
Uma sucessão de sons que vão do mais suave ao mais forte pode dar a sensação de algo
que vai crescendo. Uma sucessão de sons no sentido inverso pode dar a sensação contrária: algo
que vai diminuindo.
DURAÇÃO
É o tempo que o som permanece ressoando, isto é, se o som é curto ou longo. A duração
dos sons depende do tempo de vibração do objeto que os produz. Alguns sons têm uma
ressonância curta, isto é, continuam soando por um breve período de tempo até se extinguirem,
como os sons de alguns dos tambores ou de um relógio; e outros têm uma ressonância longa,
como os sons dos sinos e buzinas.
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 9
Fooo oooooooooooooooooooooooooooom!
Disponível em <
http://ojardimassombrado.blogspot.com.br/2010_05_01_archive.html>
Veja só:
A combinação das notas musicais nas
suas mais variadas alturas cria a melodia
da música.
A combinação de diferentes intensidades
Tic Tac Tic Tac cria a dinâmica da música.
A combinação de diferentes durações
cria o ritmo da música!
Disponível em < http://baudaweb.blogspot.com.br/2012/04/
Tudo isso você verá nos próximos
desenhos-de-relogios-para-pintar.html capítulos!
TIMBRE
É a propriedade do som que permite distinguir a fonte sonora que o produz.
A voz de cada pessoa tem um timbre peculiar, tão individual quanto às impressões
digitais, pois podemos reconhecer a pessoa que está falando sem vê-la. O mesmo acontece com
os diferentes instrumentos musicais. Em muitas ocasiões nos perguntamos qual é o instrumento
que está tocando em uma música no rádio ou em um disco: será um violão ou um cavaquinho?
Para identificá-los, é preciso conhecer e já ter escutado esse instrumento, caso contrário, não
podemos determinar exatamente de que instrumento se trata, embora possamos provavelmente
dizer se é um instrumento de corda, de sopro ou de percussão!
EXERCÍCIOS
4) Vamos imaginar como poderíamos representar os parâmetros dos sons que ouvimos por
formas e/ou figuras? Imagine como seriam os sons representados pelas forma/desenhos abaixo e
veja se você consegue correlacioná-los com os parâmetros do som, numerando os parênteses:
(1) ( ) Intensidade
(2) ( ) Duração
(3) ( ) Altura
(4) ( ) Timbre
5) Agora, ouça com atenção as duas sequências de sons executadas. Observe que os parâmetros
todos estão presentes, porém, na primeira sequência, há maior ênfase na altura do som e, na
segunda sequência, a ênfase é maior na intensidade do som. Crie a sua maneira de representar
essas duas sequências:
1ª) 2ª)
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 11
CAPÍTULO 3
ELEMENTOS DA ESCRITA MUSICAL
A música é uma linguagem sonora como a fala. Assim como você é capaz de representar a
fala por meio da linguagem escrita, também pode representar graficamente a música.
Para representar a linguagem você usa as letras do alfabeto; para representar os sons
musicais você usa as Notas Musicais.
As notas musicais são 7 e formam uma sequência que parte do grave para o agudo. São
elas:
Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Si
As notas musicais são escritas num conjunto de 5 linhas horizontais e paralelas, formando 4
espaços, sempre contados de baixo para cima. Esse conjunto de linhas é chamado de Pauta
Musical ou Pentagrama.
Mas não bastam a pauta e as notas. Sozinhas, de nadas elas serviriam. Cada notinha mora
num lugar fixo da pauta. Quem vai definir o lugar é o que nós chamamos clave.
A clave é como uma chave que nos permite entrar na casa dos sons musicais. Ela serve
para denominar as notas estabelecendo a altura das mesmas. Nós vamos usar a Clave de Sol!
Agora, faça o que é pedido nos itens a seguir, na pauta musical abaixo:
Ouvindo outros sons, conseguimos achar alguns que são muito parecidos. Os músicos dão
para esses sons o mesmo nome. E, por isso, encontramos no teclado outras notas Dó.
Em um teclado pequeno, encontramos cinco vezes a nota Dó. No meio está o Dó Central, e
para diferenciá-los usamos os registros numéricos. O Dó Central é conhecido como Dó 3. O que
está abaixo é o Dó 2 e assim por diante. Veja o esquema abaixo:
Dessa forma, as notas que compõem a sequência até o outro dó recebem o mesmo
registro numérico, veja na pauta:
Pergunta: Por que estes sons têm o mesmo nome? Resposta: As vibrações que produzem o
som são parecidas. No entanto, o Dó2 tem o dobro das vibrações do Dó1. O Dó3 tem o dobro das
vibrações do Dó2 e assim por diante. O nosso ouvido percebe que são parecidos, mas identificam
a diferença das regiões da altura dos sons. Vamos entender melhor no quadro a seguir:
4 AGUDA Dó4...
2 GRAVE Dó2...
Repare que a sequência de notas existe em cada região da altura do som e, o registro
(número que é colocado ao lado do nome da nota) indica a região da altura do som. O registro
também pode ser chamado de sequência.
Para verificar se você entendeu mesmo, coloque ao lado de cada nota o registro que indica
a região da altura do som solicitada:
Grave Ré ____
Aguda Dó____
Agora vamos fazer o inverso. Pela nota e seu registro, você indicará a que região da altura
do som a nota pertence.
Dó 5
Mi 3
Lá 2
Fá 4
Observe a figura de uma parte do teclado que inicia pela nota Dó3, ou seja, pelo Dó Central
ou Dó da Região Média. Vamos completar a sequência das notas? Não esqueça dos seus
respectivos registros...
Dó3 ______ Mi3 Fá3 ______ Lá3 Si3 Dó4 _____ _____ Fá4
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 15
Curiosidade
Um monge italiano chamado Guido D’Arezzo (955 – 1050) foi quem batizou as notas.
Ele tirou o nome de cada nota das palavras iniciais dos versos do Hino à São João Batista,
pois ele notou que cada uma dessas palavras começava com uma sílaba diferente:
UT queant laxis
REsonare fibris
MIra gestorum
FAmuli tuorum
SOLve poluti
LAbii reatum
Sancte Ioannes
Desenho retratando o Monge Guido d”Arezzo
Disponível em < http://medieval.mrugala.net/Musique%20medievale/
Origine%20du%20nom%20des%20notes%20de%20musique.htm>
Então, agora sabemos que, na pauta musical, as notas criam uma sequência, que, seguindo
uma ordem crescente ou decrescente, formam a Escala. Essa ordem sonora produz o movimento
ascendente (vai para o agudo) ou descendente (vai para o grave).
Neste próximo exemplo, a escadinha está em movimento descendente. Cante para sentir
este movimento descendente.
Agora vamos completar as escadinhas. Cuidado que há escadinhas que sobem ou descem e
voltam para a mesma nota.
1 2 3
6
4 5
Os valores negativos não só tem o mesmo nome dos valores positivos, como também o
mesmo valor. Nota-se, então, que para cada valor positivo, temos um negativo correspondente:
Semibreve
Mínima
Semínima
Colcheia
Semicolcheia
Fusa
Semifusa
As figuras não possuem um valor (tempo) fixo. Elas são proporcionais entre si.
Vamos praticar a grafia das figuras de som e de silêncio, inicialmente com a semibreve,
mínima e semínima? Preencha o que falta no quadro a seguir:
_______________
Dentro de uma semibreve cabem duas mínimas; dentro de uma mínima cabem 2
semínimas; dentro de uma semínima cabem 2 colcheias; e assim por diante...
Disponível em: MARIANI, Silvana. O equilibrista das seis cordas: método de violão para crianças. Curitiba: Editora da UFPR/Imprensa Oficial do Estado, 2002, p. 36.
Imagine agora uma grande barra de chocolate (semibreve), e imagine que você vai precisar
dividi-la várias vezes para poder distribuir para os colegas da sua turma e da outra também.
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 19
Observe no quadro abaixo como ficaria essa divisão através do uso das figuras de som ou valores
positivos:
1 semibreve
2 mínimas
4 semínimas
8 colcheias
16 semicolcheias
32 fusas
64 semifusas
____________ _________
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 20
______ _______
______
Atenção
As figuras possuem várias partes, observe:
Vamos praticar a grafia das figuras de som e de silêncio utilizando também a colcheia e a
semicolcheia?
_____________
ATENÇÃO!!!
Quando colocamos 2 ou mais colcheias, semicolcheias e assim por diante juntas, elas
podem ser escritas da seguinte forma:
O(s) colchete(s) é(são) substituído(s)
por um ou mais traços ligando as duas
notas.
PULSO E COMPASSO
Qual o movimento rítmico que faz o pêndulo do relógio? Tic, tac, tic, tac...
Como faz o soldado para marchar? Um, dois, um, dois, um, dois...
Se observarmos o movimento rítmico do coração, vamos constatar que ele bate com
regularidade. Ele faz: tuc, tuc, tuc, tuc...
No tic, tac do relógio, no marchar do soldado e nas batidas do coração sentimos a
pulsação.
O PULSO ou PULSAÇÃO é uma batida regular e constante que serve como base para todo o ritmo
da música. A pulsação não é ouvida, mas sentida. Já reparou que às vezes estamos ouvindo música
e sem perceber nosso pé começa a acompanhar o ritmo? Pois esse movimento do pé é a pulsação
da música.
Quando falamos pronunciamos palavras que tem sílabas acentuadas e outras não. Da
mesma forma, uma pulsação regular pode ter acentuações que se repetem de maneira regular. Na
maioria das músicas que ouvimos, os pulsos ou tempos se agrupam em conjuntos chamados
COMPASSOS. Veja a seguir:
Acentos que se repetem a cada dois pulsos regulares:
1______2______1______2______1______2______1______2
Vamos comparar essa pulsação com as palavras de 2 sílabas em que a 1ª sílaba é mais forte
que a segunda. Por exemplo: Casa – Cama- Carro- Bola- Bala etc.
Agora, bata palma uma vez e depois estale os dedos. O primeiro movimento é mais forte
que o segundo. Temos então o ritmo BINÁRIO.
1______2______3______1______2______3______1______2______3
Essa pulsação de 3 em 3 pulsos pode ser comparada a palavras com 3 sílabas onde a
primeira sílaba é mais forte que a segunda e terceira. Por exemplo: Cárcere – Sílaba – Médico etc.
Agora, bata palma uma vez e em seguida dois estalos consecutivos com os dedos. O
primeiro movimento (palmas) é forte e os dois últimos (estalos) são fracos. Teremos, então, o
ritmo TERNÁRIO.
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 23
1______2______3______4_______1______2______3______4
Nas pulsações de 4 em 4 podemos pensar em duas palavras com acento na 1ª sílaba. Por
exemplo: Bela casa – Barco verde – Mesa grande etc.
Vamos agora intercalar palmas e estalos. Bata palmas (uma vez), um estalo, palmas (uma
vez, um pouco mais suave que a primeira), um estalo. Obtemos: o 1º e 3º fortes, que são as
palmas; o 2º e o 4º fracos: os estalos. Temos o ritmo QUATERNÁRIO.
Existem várias fórmulas de compasso, mas vamos trabalhar somente os compassos binário,
ternário e quaternário. Para representá-los, empregamos estes números:
O número de baixo indica em quantas partes uma semibreve deve ser dividida para
obtermos uma unidade de tempo, ou seja, ele indica a figura que vale 1 tempo na música.
Como vimos, a semibreve é a figura de maior valor. Por isso ela é tida como referência. O
número de baixo apresenta o número relativo que indica a relação existente entre as figuras com
a semibreve.
O número relativo da mínima é 2, pois cabem 2 mínimas dentro de uma semibreve.
O número relativo da semínima é 4, pois cabem 4 semínimas dentro de uma semibreve.
O número relativo da colcheia é 8, pois cabem 8 colcheias dentro de uma semibreve, e
assim por diante (veja esquema da pág. 11).
Fórmula de compasso Quantos tempos por Figura que vale um Figura que vale dois
compasso tempo tempos
Mas nós só usaremos os tipos mais comuns de compassos simples, que possuem o 4 no
denominador (binário, ternário e quaternário). Então, em nossas aulas, vamos utilizar a
SEMÍNIMA como UNIDADE DE TEMPO, por isso teremos no DENOMINADOR da fração do
compasso o número 4, que é o número relativo que representa a semínima.
Vamos ver como ficam os valores das figuras nesses compassos, com DENOMINADOR 4
(UNIDADE DE TEMPO É A SEMÍNIMA)? Mas atenção!!! Só com o DENOMINADOR 4!!!
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 25
A indicação com a fórmula do compasso (fração que indica o compasso) a ser utilizado
aparece logo no início da música, após a clave. Assim:
Quando dividimos os compassos, podemos contá-los. Veja como faríamos esta contagem, a
partir dos números colocados acima da pauta:
1 2 3
Como faremos para dividir os compassos quando temos as notas/figuras de som? Antes de
qualquer coisa, temos que observar a fórmula de compasso que é a fração. Para iniciarmos a nossa
prática de divisão de compassos, utilizaremos apenas a figuras de som e de silêncio.
Logo a Unidade de Tempo, ou figura que vale um tempo no compasso é a semínima, que
está indicada pelo denominador 4. No numerador, temos o número 2, que representa o total de
tempos de cada compasso.
Em seguida, verificamos a duração de cada figura, nessa caso, ou nota para dividirmos os
compassos, de 2 em 2 tempos.
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 26
Tente fazer a divisão dos compassos agora e não deixe de colocar o travessão duplo final,
para mostrar que o trecho terminou.
I I I I I I I I I I
1 2 1 2 1 2 1 2 1 2
Continuando nossa prática, utilizaremos agora outras frações. Observe que o compasso
QUATERNÁRIO também poderá ser representado pela letra C.
a)
b)
c)
Vamos treinar um pouco? Com a ajuda do(a) seu(ua) professor(a), faça os exercícios rítmicos
abaixo:
a)
b)
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 27
Observe agora como faremos com a marcação das colcheias. Cada uma das colcheias tem a
duração tem meio tempo. Então, como vamos fazer a marcação do tempo nas colcheias
agrupadas? Vejamos:
c)
d)
Agora é com você! Observe as quatro figuras de som que estão agrupadas no 2º
compasso. Cada uma delas tem a mesma duração.
e)
LIGADURA
As notas de mesma altura estão, por vezes, “ligadas” por uma linha curva denominada
LIGADURA. Disso, resulta um som sustentado, cuja duração é a soma dos valores das duas notas.
4 + 2 2 + 1 2 + 2
Curiosidade:
Existe também a ligadura de expressão. Essa ligadura liga várias notas de diferentes alturas,
e indica que todas devem ser tocadas em sequência, sem interrupção. Se estivermos cantando,
não devemos respirar até que a ligadura termine.
PONTO DE AUMENTO
Outro meio de prolongar o som é colocando um ponto após a nota, chamado PONTO DE
AUMENTO. O ponto acrescenta à nota metade do valor que ela já tem.
6 TEMPOS
Se houver um segundo ponto, este irá acrescentar à nota a metade do valor do primeiro
ponto. Veja:
= 4+2+1 =
7 TEMPOS
= 2+1+½ =
3 e ½ TEMPOS
Vamos treinar mais um pouco nossa leitura rítmica? Antes de começar, faça a marcação
dos pulsos os tempos.
Observe que há uma figura pontuada no 3º compasso. A sua duração é de ________
tempos, porque a Unidade de Tempo é a ____________. Logo a mínima terá a duração de
______ e o ponto de aumento “aumentará” a duração desta figura da sua metade, que é ______
tempo.
a)
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 29
Numere os compassos do item b. Lembre-se que temos que contar até o travessão final. Este
trecho rítmico tem DUAS PAUTAS MUSICAIS. Após a contagem, o número total de compassos
escritos é de _______________ compassos.
b)
Conte os compassos dos exemplos abaixo e, com a ajuda do seu professor, faça a leitura rítmica:
c)
d)
e)
SINAIS DE REPETIÇÃO
São sinais que determinam a repetição de um trecho musical, ou a repetição completa
desde o princípio. Trabalharemos por enquanto com os seguintes sinais de repetição:
Nesse caso temos 4 compassos escritos, mas serão tocados 8 compassos no total!
Nesse caso temos 5 compassos escritos, mas serão tocados 8 compassos no total!
Nesse caso temos 5 compassos escritos, mas serão tocados 10 compassos no total!
Escreve-se assim:
Toca-se assim:
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 31
SINAIS DE EXPRESSÃO
Na linguagem falada, o sentido é muitas vezes, expresso pela entoação.
Na linguagem escrita, as emoções, os estados de espírito nos são comunicados pelas
palavras e pelos sinais de pontuação, como você pode ver nas figuras.
Na música, as emoções são transmitidas através de sinais que servem para orientar o
artista na interpretação da mensagem musical que o compositor quer transmitir.
Esses sinais podem referir-se à intensidade dos sons, ao andamento e ao caráter do trecho.
No momento vamos conhecer somente alguns sinais referentes à intensidade dos sons. Os outros
aprenderemos nos próximos anos...
Agora você pode descrever como seria a intensidade do som de um trecho musical se
tivéssemos a seguinte ordem de sinais? Observe o exemplo:
Abreviatura ou Significado
Sinal
f mf p Iniciaria na intensidade forte, passaria para o meio forte e
mf p f
Agora que você conheceu alguns sinas de expressão quanto à intensidade dos sons e
também sinais de repetição, vamos reforçar esta aprendizagem?
Na partitura abaixo estão faltando alguns itens. Vamos inserir o que está faltando,
conforme as orientações seguir?
a) Indicação da fração de compasso (fórmula de compasso), sabendo que a Unidade de Tempo é a
semínima. (Aqui vai uma dica... Observe o número total de tempos do 1º compasso... Descobriu?);
b) Sinal indicando que a primeira nota do 4º compasso será prolongada até a 2ª nota;
c) Pausa que complete o total de tempos do 4º compasso (Não se esqueça de observar a fórmula
ou fração de compasso!!);
d) Sinal de expressão, logo no início da música, indicando que ela deve ser executada com
intensidade suave;
e) Sinal de expressão, no 3º compasso, indicando que até o 4º compasso a música deverá ser
executada em intensidade meio forte, voltando à suave a partir do 5º compasso.
f) Complete o último com uma pausa
d) Sinal de repetição, indicando que haverá uma repetição a partir do 5º compasso.
Terminou? ☺ Muito bem!Então agora pegue sua flauta doce e vamos executar
esta partitura completa!!
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 33
Certo Errado
3. A cabeça da nota é oval, quase redonda, e tem o tamanho do espaço do pentagrama. Portanto,
se a pauta é grande a nota deverá também ser grande e vice-versa:
4. A haste é reta e tem um comprimento de 3 espaços e meio. Ela vai para cima, do lado direito,
ou para baixo do lado esquerdo (subindo a partir da linha do meio).
5. Os colchetes ficam sempre do lado direito, independente se a haste está na direita ou esquerda:
6. As barras de ligação de colcheias e demais notas com colchetes acompanham a linha melódica.
7. As barras de compasso e as barras duplas são retas e não ultrapassam as linhas do pentagrama.
EXERCÍCIOS
1) Escreva o nome e o registro numérico das notas do sol 3 ao si 3:
No denominador da fração encontramos o número 4, que representa a figura que vale um tempo,
que, no caso, é a _________________________.
☺Agora vamos praticar bastante a leitura musical, utilizando as melodias que estão na Apostila
de Flauta Doce. Lá você encontrará um repertório que lhe ajudará a aprender vários aspectos
interessantes da música. Vamos ao trabalho!! ☺
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 35
___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___
A cópia da melodia é muito importante, porque vai ajudá-lo a realizar uma grafia musical cada
vez mais precisa e clara. É importante que a grafia seja dessa forma, pois quem executa a partitura
não pode ter dúvidas sobre o que está escrito. Então vamos praticar bastante para que nossa
grafia musical fique cada vez melhor!
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 36
Agora observe a linha melódica das notas desde o início. O movimento das notas musicais é
ascendente ou descendente? É ____________________________. A melodia vai da nota mais
grave para a nota mais aguda.
8) Para reforçar nossa prática da grafia musical, faça o que é pedido em cada item abaixo:
a) Vamos separar cada colcheia no compasso seguinte?
10) Assinale a letra (V) nas frases verdadeiras e (F) nas falsas:
( ) A pauta musical possui 4 linhas e 5 espaços.
( ) As notas musicais só podem ser escritas nos espaços da pauta.
( ) Os sons musicais são representados graficamente pelas claves.
( ) A clave serve para determinar o nome das notas.
( ) As linhas e os espaços da pauta são contados de baixo para cima.
( ) As notas musicais representam graficamente os sons musicais.
( ) As notas musicais são em número de 9.
( ) A duração do som e do silencia é indicada pela figuras de som (valores positivos) e de
silêncio (valores negativos ou pausas).
(1) semibreve ( ) ( )
(2) semínima ( ) ( )
(3) colcheia ( ) ( )
(4) semicolcheia ( ) ( )
(5) mínima ( ) ( )
12) Complete, quando necessário, as sequências rítmicas com uma pausa (valor negativo ou figura
de silêncio). Antes de fazer o exercício, preencha o quadro abaixo para relembrar:
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 38
a)
b)
c)
d)
13) Separe os compassos de acordo com a quantidade correta de tempos e coloque o travessão
duplo:
a)
b)
c)
= ________ = ________
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 39
d) De acordo com a fração ou fórmula de compasso dessa música, a mínima tem a duração de
___________ tempos.
a)
b)
v
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 40
d)
e)
Trecho 1:
Trecho 2:
20) Faça o que se pede na pauta abaixo, respeitando as regras da grafia musical:
f) Indique com um sinal de expressão que o trecho será todo tocado com uma intensidade suave.
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 42
CAPÍTULO 4
SAÚDE VOCAL E SAÚDE AUDITIVA
SAÚDE VOCAL
O termo saúde vocal (ou higiene vocal) refere-se aos cuidados que cada
indivíduo deve ter com a sua voz para prevenção de qualquer alteração vocal
bem como a manutenção da qualidade desta voz. É a emissão da voz limpa e
clara, realizada sem esforço e agradável aos ouvintes. Embora partam de
princípios básicos comuns, esses cuidados devem ser pensados
individualmente, pois cada pessoa será sensível a cada um deles de forma
diferente.
Mas antes de falarmos dos cuidados... Você sabe como a voz é produzida?
Vamos lá... Os sons que produzimos se originam pela vibração das “pregas vocais” ou
“cordas vocais”, localizadas em nossa laringe. Quando o ar que vem de nossos pulmões passa por
elas, produzem essa vibração. Veja o esquema do aparelho fonador abaixo:
Os sons produzidos pelas pregas vocais se transformam em
vogais ou consoantes, conforme os movimentos dos órgãos
articuladores como a língua, os lábios, a mandíbula, o céu da boca e
os dentes.
Além disso, as cavidades da boca, do nariz e da cabeça
servem para amplificar o som produzido.
Devemos zelar pela nossa saúde vocal evitando forçar a voz
ao falar ou cantar.
Os procedimentos que serão mencionados devem ser seguidos
por todos (crianças, adolescentes e principalmente pelos
profissionais que fazem uso da voz como principal instrumento de
trabalho, como os professores, atores, locutores, jornalistas,
políticos, entre outros profissionais).
Existem fatores que prejudicam uma boa produção vocal, tais como o fumo, o álcool, as
drogas, a alimentação, o vestuário, o ar condicionado, os componentes alérgicos, os hábitos vocais
inadequados, a competição sonora. Todos estes elementos podem contribuir para o aparecimento
de: ROUQUIDÃO, FADIGA MUSCULAR, GARGANTA SECA, PIGARRO, CANSAÇO VOCAL, AFONIA
(AUSÊNCIA DA VOZ), VOZ SOPROSA (COMO SE ESTIVESSE CORRIDO UMA MARATONA); e nos
casos mais abusivos: NÓDULOS, CISTOS, PÓLIPOS, CARCINOMAS, EDEMAS (TERMOS MÉDICOS).
Procure não ingerir bebidas alcoólicas, pois assim como o fumo, elas agridem as cordas Disponível em <
http://blogdoeduardopeixoto.blogspot.
vocais, sobretudo as destiladas, como por exemplo: pinga conhaque, vodca etc. com.br/2011/01/sera-proibido-fumar-
em-diversos-locais.html>
Evite hábitos orais inadequados: gritar, pigarrear, tossir constantemente, rir ou falar alto, para
não irritar as pregas vocais. Tossir ou pigarrear provoca um impacto forte nas pregas vocais e
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 43
transparece nervosismo diante de uma apresentação, como se você tivesse pedindo um tempo
para pensar ou relembrar de alguma passagem importante no seu discurso;
Não sussurre, porque ao contrário do que pode parecer, o esforço ao aparelho fonador para
sussurrar é maior e mais desgastante do que para se falar normalmente.
Em ambientes com ar condicionado, intensifique a hidratação, pois
o ar é bastante seco e isso pode acarretar pigarros e alteração na
qualidade de sua voz;
Evite falar em ambientes ruidosos ou abertos, o que leva o emissor
a intensificar a emissão vocal, pois há competição sonora. Quando
possível deve-se evitar tais ambientes, mas no caso de profissionais
que trabalham em tais condições a voz deve ser projetada e os sons
Disponível em
<http://saudefieb.blogspot.com.br/2011/08/v- articulados com precisão evitando o recurso do grito para fazer com o
behaviorurldefaultvml-o.html>
que o seu interlocutor escute e compreenda a mensagem;
Evite o uso de roupas apertadas que atrapalham a respiração, pois
uma alteração na respiração leva a uma alteração vocal.
Evite ingerir alimentos pesados ou com excesso de condimentos por
acarretar azia, má digestão e refluxo de secreções gástricas. A maçã e o
salsão são recomendados, pois são adstringentes, deixando a saliva
mais fininha. Já os derivados do leite e chocolate engrossam a saliva e
dificultam a articulação das palavras e a vibração das pregas vocais. Disponível em
<http://www.professorheliosouza.com.br/2011/04/se
ntiu-azia-ou-queimacao.html>
Faça gargarejo suave, com água morna e uma pitadinha de sal, pois
isto ajudará na hidratação da região da garganta.
Cantar é um ótimo exercício para a voz, mas o indivíduo precisa ter preparo
e técnica vocal, caso contrário podem surgir sérios distúrbios orgânicos. Então,
antes de cantarolar ao banheiro, sugiro um repertório que não exija esforço ou
a emissão de sons muitos agudos, que sejam diferentes do seu tom de voz.
Lembre-se sempre que a saúde vocal é importante para o estabelecimento
de qualquer contato que exija, no mínimo, um alô!
Disponível em <http://www.educolorir.com/paginas-
para-colorir-cantar-i11672.html>
SAÚDE AUDITIVA
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam
que cerca de 2,5% da população brasileira, isto é, cerca de 4,5
milhões de pessoas, apresentam algum grau de deficiência
auditiva.
Dentre os diversos agravos à saúde coletiva da vida
moderna, o ruído, também conhecido como poluição sonora,
tem impacto cada vez maior na qualidade de vida das pessoas.
Por mais paradoxal que possa parecer, esta forma de
poluição pode, muitas vezes, ser silenciosa, isto é, passar
despercebida durante alguns anos, até que os efeitos da
exposição frequente aos ruídos possam repercutir em nossa vida
social.
Nos parâmetros do som, quando falamos de intensidade,
vimos que os níveis de pressão sonora são quantificados em
decibéis (dB) e qualificados em hertz (Hz). Pessoas com audição
normal, em ambiente não ruidoso, são capazes de conversar,
compreender e apreciar uma boa música ou programa, entre 20
e 60 dB. Estes tipos de som estão entre as faixas de 500 e 6000
Hz. Níveis de pressão sonora acima de 90 dB são considerados
lesivos ao nosso órgão funcional da audição: o labirinto.
Dentre os exemplos de situações frequentes a que nos
expomos a ruído excessivo, estão: uso de telefones e geradores
portáteis de som, rua movimentada, creche ou sala de aula
barulhenta, obra, discotecas, bares, shoppings, cinema,
arrancada e buzina de veículos, apito de micro-ondas, jogo de
futebol.
Há, portanto, profissões, como operadores de telemarketing, motoristas, garçons,
trabalhadores da construção civil, mecânicos e professores que apresentam, em virtude da
exposição ocupacional ao ruído, ainda mais risco para surdez.
Os cuidados com a saúde auditiva se iniciam na gestação. Uma boa assistência pré-natal
reduz as chances de prematuridade e complicações durante o parto.
O hábito de ouvir música com volume alto em iPods, Smartphones ou similares com fones de
ouvido tem trazido sérios problemas para os ouvidos, que possuem estruturas muito
especializadas e delicadas, responsáveis pela audição.
Esses aparelhos são tão potentes, que podem atingir uma intensidade sonora de até 120dB,
em seu volume máximo. Para se ter uma ideia, isto equivale à intensidade de uma turbina de avião
durante a decolagem! Mas o ouvido humano sofre com isso e, quando exposto a sons acima de
85dB por tempo prolongado, que seria o barulho do trânsito numa avenida movimentada, já pode
apresentar perdas auditivas. O grande problema é que este tipo de perda auditiva costuma ser
irreversível. Em alguns casos uma única exposição a sons intensos pode prejudicar a audição para
sempre.
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 45
Além da perda de audição, o som muito alto nos fones de ouvido, discotecas e shows, pode
agredir o ouvido de outras formas, causando zumbido e dificuldade de entendimento.
Ou seja:
Pessoas jovens terão problemas auditivos muito antes que seus pais e avós!
São pequenas atitudes capazes de produzir grandes benefícios para o ouvido. Dessa maneira,
você será recompensado com muitos anos de sons agradáveis, prazerosos e memoráveis, apenas
cuidando da sua saúde auditiva.
NUNCA ESQUEÇA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Não escutar, não nos priva apenas de receber informações audíveis, mas nos tira uma das
principais formas de expressão: a fala, a capacidade de comunicação verbal, que nos diferencia e
personaliza como seres humanos. Cuide de sua audição!
EXERCÍCIOS
1) Observe as imagens abaixo e identifique qual o problema apresentado e que danos pode
acarretar para a nossa voz ou audição:
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
Disponível em
<http://josymudando.blogspot.com.br/201
2/11/sobre-feriadao-e-roupas-apertadas-
afff.html>
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
Disponível em
<http://bancadadirecta.blogspot.com.br/2012/01
/o-saber-nao-ocupa-lugar-temas-de_25.html>
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 46
Disponível em
<http://www.portalrcr.com.br/radios/105/cienci
a/42387-musica-alta-pode-afetar-memoria-e-
aprendizagem-diz-estudo>
2) Responda:
a) Qual a importância da hidratação das pregas vocais para a manutenção de uma voz saudável?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
b) A partir de qual limite de intensidade os sons começam a ser lesivos à nossa audição?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
c) Na sua opinião, qual a importância de estudarmos sobre a saúde vocal e a saúde auditiva?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
3) Imagine que você está participando de uma campanha para alertar a população sobre a
importância de se preservar a voz e a audição. Uma das atividades dessa campanha é a
distribuição de panfletos com dicas para manter uma boa saúde vocal e auditiva. Complete o
panfleto abaixo com desenhos que representem as orientações dadas à população:
Evite gritar, rir ou falar com volume elevado para não irritar
as pregas vocais!
CAPÍTULO 5
FORMAÇÃO DA MÚSICA BRASILEIRA
A música brasileira se formou a partir da mistura de elementos europeus, africanos e
indígenas, trazidos respectivamente por colonizadores portugueses, escravos e pelos nativos que
habitavam o chamado Novo Mundo.
Formada
+ +
por
influências
Disponível em
<http://www.qdivertido.com.br/verpes Disponível em
quisa.php?codigo=1 > <http://www.caestamosnos.org/Brasil_
Disponível em 1500/Bloco3.html>
Disponível em <http://www.feirapreta.com.br/?p=13
<http://www.brasilcultura.com.br/cultura/edital-para- 25>
participacao-em-programas-de-musica-brasileira-recebe-
inscricoes/>
MÚSICA INDÍGENA
Quando os Portugueses chegaram ao Brasil em 1500, tempo em que nossas terras nem se
chamavam assim, o número aproximado de indígenas que viviam aqui era de 3 milhões, divididos
em 1.400 tribos que falavam 1.300 línguas diferentes. Atualmente, os índios brasileiros somam um
total aproximado de 350 mil, sendo 215 etnias e 180 línguas.
Por esses números, podemos constatar que grande parte dos primeiros habitantes de
nossas terras foi dizimada pelo processo de conquista europeia, o que dificulta muito o trabalho
de pesquisa de suas diferentes manifestações culturais e artísticas, assim como de sua história.
O que sabemos, porém, é que, como nas sociedades africanas, a música também cumpre
um papel essencial na sociedade indígena brasileira.
Em todos os momentos da vida dos índios, sejam
eles corriqueiros, como acordar, comer, caçar, ou
mais formais, como por exemplo, os rituais de
passagem de uma determinada fase da vida para
outra, a música está presente. Nos povos indígenas,
o canto começa a fazer parte da rotina das pessoas
no momento de seu nascimento, e se faz presente
em todos os outros momentos, em todos os
processos de mudanças pelos quais todos nós
passamos.
Dança do Kwarup
Disponível em <http://www.yikatuxingu.org.br/2011/05/10/xinguanos-preparam-comemoracoes-dos-50-anos-do-parque-indigena-do-xingu/> Acesso em 09/03/2015
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 49
Flautas Uruá
Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Camaiur%C3%A1s#mediaviewer/File:Ift00054vb00.jpg Acesso em 09/03/2015
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 51
Desde que somos pequenos, aprendemos que os índios vivem em ocas, espécie de cabanas
construídas com palha, bambu e outros materiais colhidos na natureza. O que não sabemos é que
essas habitações representam a concepção que o índio tem do seu próximo.
Mais do que respeitar ou se preocupar com os seres à sua volta, o índio acredita que,
tanto as pessoas quanto os animais e plantas representam uma unidade, ou seja, são todos um.
Portanto, vivem de forma coletiva, e consideram sua família toda a sua aldeia e todos os seres que
lá vivem, sejam humanos ou não.
Jean de Lery também registrou um canto dos Tupinambás chamado CANINDÉ IUNE,
traduzido como “Ave Amarela”. Vamos executá-lo? É importante ressaltar que Jean de Léry
descreveu em seus registros este canto o contagiou. O canto indígena, ambientando na riqueza de
fauna e da flora brasileiras, mexeu profundamente com sua sensibilidade.
Canindé Iune
Partitura adaptada para execução com a flauta doce soprano, a partir do original registrado por Jean de Léry
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 53
NOZANI-NÁ
MÚSICA AFRICANA
Quando dizemos a palavra “África”, quais são as imagens que vêm à nossa mente? Talvez
animais selvagens, densas florestas tropicais, homens e mulheres vivendo em cabanas rústicas,
caçando, pescando e colhendo em árvores seus alimentos... Outras ideias que talvez possamos ter
é a de um lugar no qual muitas pessoas passam fome, ou no qual acontecem muitas guerras... E
ainda, quando falamos em África, provavelmente vamos pensar que se trata de um país, com um
aspecto de aldeia, no qual todos se conhecem, vestem os mesmos estilos de roupa, comem os
mesmos alimentos e falam a mesma língua. Correto?
Podemos obter algumas respostas analisando os mapas abaixo. O primeiro deles nos
mostra o tamanho do Continente Africano, com todos os seus países:
Disponível em <http://ufrrj99.blogspot.com.br/2010/07/novo-oceano-pode-surgir-em-rachadura-no.html>
Disponível em <http://kids.mongabay.com/elementary/africa.html.>
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 56
O pequeno pedaço mais escuro representa, em todo o continente, o que podemos chamar
de “Floresta Tropical” ou “Selva”! Isso significa que, se todos os africanos vivessem realmente nas
selvas, estariam todos dividindo esse pequeno espaço que vemos no mapa.
Considerando então o tamanho da África e toda sua diversidade de línguas e etnias,
podemos ter uma ideia da riqueza artística presente no continente. Em primeiro lugar, é
importante saber que nenhum dos povos africanos possui uma palavra específica para música. A
razão para a ausência de tal palavra ou conceito se deve ao fato de que, para os africanos, a
música não existe sozinha, ou seja, todas as formas de arte são integradas entre si e dependem
umas das outras para que seu sentido seja completo. Portanto, dança, música, desenho, teatro,
pintura são algumas das manifestações artísticas designadas por uma mesma palavra.
Através da escravidão, vieram para o Brasil cerca de 5 milhões de escravos, ou 1/3 do total
de escravos mandados para as Américas. Eles eram trazidos em condições subumanas em Navios
Negreiros, e aqui eram levados para o interior a fim de trabalharem nas fazendas, nos engenhos
de açúcar, nas lavouras e na mineração.
Devido à semelhança de clima, os africanos conseguiram sobreviver mais facilmente por
aqui, apesar dos maus tratos. Como a música está presente em todos os momentos de suas vidas,
desde seu nascimento até a hora de sua morte, conseguiram, apesar de toda a condição
desumana com que eram tratados, reconstruir sua tradição musical e artística. Seus instrumentos
e ritmos, suas danças e crenças religiosas, são exemplos da herança que recebemos dos negros.
Podemos perceber com facilidade as características africanas existentes em muitos de nossos
ritmos e danças que vamos aprender durante nossas aulas.
Alguns exemplos de instrumentos africanos:
Berimbau Cuíca
CURIOSIDADES!!!
Não conseguimos pensar em Capoeira, sem pensar também no som do berimbau
acompanhando. Este instrumento aparece numa aquarela de 1826 do artista Debret;
A cuíca é um instrumento de percussões, mas chamado de tambor de fricção. Uma vara de
bambu é presa à parte superiro do instrumento. Quando esta é friccionada, faz vibrar o corpo do
instrumento, produzindo um som bem distinto. Acredita-se que o instrumento era utilizado na
África para atrair a caça, imitando o som de animais.
A timbila é um instrumento tradicional de Moçambique e pertence à família dos xilofones.
De origem iorubá, a palavra afoxé poderia ser traduzida como "a fala que faz". A palavra
representa o instrumento de percussão, bem, como a dança e também o ritual.
O xequerê passou a ser utilizado na dança do Maracatu de Recife já no final do séc. XX.
Djembê
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 58
B A Q U E V I R A D R T Y U
E A M E M B D J E M B E R A
c B E R I M A C I A E A U T
A M U S I C F A N R R E C A
G B C U I C A P D A I F V B
O T I M B I L A I C M U U A
G T A M B O R E O A B A I Q
O C A N T A A I S T A J T U
H S U A V E S R E U U A A E
B E R I M B A U E X O F A B
MÚSICA EUROPEIA
Na esquadra de Pedro Álvares Cabral vieram
também, como seus auxiliares, Frei Pedro Neto, corista, e
Frei Maffeo, organista e músico. Segundo o documento
de 1908 “A Música no Brasil”, eles impressionaram os
índios com sua arte na celebração da primeira missa no
Brasil. A partir de 1549 chegaram os primeiros jesuítas ao
Brasil. Eles utilizaram a música europeia para se
aproximar dos índios e catequizá-los.
No período da colonização brasileira acontecia na
Europa um período intenso de produção artística e
científica. Esse período começou no século XIII e
Pintura de Victor Meirelles retratando a
intensificou-se durante os séculos XV e XVI. Ficou Primeira Missa no Brasil (1861)
conhecido como Renascimento porque indicou o Disponível em <http://www.infoescola.com/historia/a-primeira-missa-no-brasil/>
renascimento de culturas muito antigas (grega e romana) e a valorização do homem como
indivíduo que pensa, cria e procura novos caminhos de desenvolvimento. O homem passou a ser o
centro do mundo, ao contrário da Idade Média, em que a vida do homem estava centrada em
Deus. Nós trabalharemos mais sobre esse período no Capítulo 6.
Os jesuítas – padres da Companhia de Jesus – foram
enviados para catequizar os índios e são considerados os
primeiros professores de música do Brasil. Dentre eles
destacaram-se Manuel da Nóbrega, João Aspilcueta Navarro e
José de Anchieta.
A música executada pelos primeiros portugueses era de
caráter puramente religioso, o Canto Gregoriano ou Cantochão,
e traduziam para o tupi guarani os cantos religiosos.
Aprenderemos mais sobre o Canto Gregoriano em Música da
Idade Média no 7º ano,
No seu trabalho de catequese e civilização dos indígenas,
os jesuítas usaram a música e as artes, principalmente o teatro,
Jesuíta para comunicar suas mensagens de fé.
Disponível em
Ensinando aos curumins (crianças indígenas) através da
<http://ofeliafonseca.pbworks.com/w/page/5839391/jesu%C3%ADtas >
Os indígenas foram cercados de valores europeus, o que fez com que toda a diversidade
cultural deles fosse sufocada. Através da catequese, os jesuítas levavam esses povos a abandonar
seu modo tradicional de vida, suas andanças pela mata, suas lideranças, substituindo suas crenças
e cerimônias pelos ritos católicos. Isso a fim de lhes tirar “do mundo da perdição e perversão”, no
qual segundo os jesuítas todos os índios estavam mergulhados.
Além do canto religioso, foi introduzida no Brasil a música popular portuguesa, trazida
pelos colonizadores. Os portugueses trouxeram não só a sua própria música, mas a de toda a
Europa.
As formas melódicas, harmonia, os textos poéticos, tonalidade, ritmos, a canção, a moda, o
fado, as cantigas infantis de roda e de ninar, além de várias danças dramáticas como o Pastoril, a
Folia de Reis, a Nau Catarineta, a Marujada, o Bumba meu boi vieram com os colonizadores.
Você se recorda se algumas canções de roda? E os acalantos, que são músicas para ninar?
Quem não se lembra do “Boi da Cara Preta”? E do “Cravo brigou com a Rosa“ e “Nesta rua”? São
canções que ficaram guardadas na nossa memória, herança dos europeus.
Além dos portugueses, os espanhóis, os holandeses, os franceses, os italianos, dentre
outros povos europeus, também deram sua contribuição à cultura musical brasileira.
Com os europeus vieram vários instrumentos como o violão, a viola, o cavaquinho, o
violino, o violoncelo, a sanfona, a flauta, a clarineta e o piano. Esses instrumentos foram criados a
partir da evolução de alguns instrumentos medievais.
Clarinete
Disponível em
<http://www.covoes.com/aaccc/oficina-
clarinete3.html>
Violino Cravo
Disponível em
Disponível em
<http://musictime12.blogspot.com.br/2011/08
<http://vozativamadrigal.blogspot.com.br/2011
/violino.html>
/11/oitava-edicao-da-semana-do-cravo-rj.html>
Guitarra Portuguesa
Flauta doce Disponível em <http://www.fnac.pt/JGuedes-Guitarra-Portuguesa-Fado-
Lisboa-com-Saco-Instrumentos-Corda/a594112>
Disponível em
<http://www.outrosventos.com.br/portal/instr
umentos-musicais/flauta-doce/notas-na-flauta-
doce-digitacao.html>
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 61
Sugestões...
Você sabia...
Geralmente pensamos que o pandeiro é um instrumento de origem africana por causa de sua utilização no
samba, nas rodas de capoeira e por sua rítmica toda especial. Mas na verdade, o pandeiro é um instrumento de
origem Fenícia e seu formato, ao contrário do que é hoje, era quadrado. O pandeiro era tocado de modo simples, com
batidas de mão para marcar o tempo, ou como complemento de dança, principalmente a cigana. Tornou-se
conhecido também na Europa, sendo popularmente utilizado na Itália e Espanha. No Brasil, quando surgiu
o choro, no final do século passado, o pandeiro veio dar o toque final ao ritmo marcante e brejeiro,
inicialmente executado ao piano e instrumentos de corda e de sopro.
Pandeiro atual
Disponível em <http://arodadostambores.blogspot.com.br/2011/01/tambores-do-
brasil.htmll>
EXERCÍCIOS
1) Correlacione os parênteses:
CAPÍTULO 6
DANÇAS BRASILEIRAS
As danças tradicionais brasileiras têm origens diversas. São criadas ou adaptadas pelo
povo, com letra e música de autor anônimo e transmitidas por tradição oral. A dança é sempre
uma manifestação coletiva, cultivada pelo povo, principalmente do interior e do litoral do Brasil.
As contribuições de diferentes origens (indígena, africana e europeia) geram uma grande
riqueza de diversidade cultural nas danças de todas as regiões do país. Torna-se uma tarefa
impossível conhecer em tão pouco tempo essa imensa diversidade. Porém, o nosso objetivo é
despertar o interesse de nossos alunos em vivenciar e conhecer cada vez mais essa diversidade de
danças de nosso país independente de nossas aulas.
As danças que serão apresentadas a seguir são apenas uma mostra muito pequena do
grande universo das Danças Brasileiras. Veja quantas danças você ainda poderá conhecer em suas
“andanças” pela internet? E a lista não termina...
MARUJADA
AFOXÊ
CANINHA VERDE
LUNDU
REISADO
DANÇAS INDÍGENAS PAU DE FITAS
TAMBOR DE CRIOULA
TAMBOR DE MINA
Como disposição geral dos bailarinos, a maioria das nossas danças enquadra-se em dois
tipos fundamentais:
a) Formação em roda, com ou sem solistas no centro.
As danças sem solistas são de origem portuguesa; são chamadas
simplesmente, danças de roda. As
danças com solistas mantêm mais
ou menos claramente o cunho
original africano.
b) Formação em
Disponível em <
http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/i
fileiras opostas. A este tipo
ndex.php?titulo=Ciranda<r=c&id_perso=1357>
pertencem danças consideradas
como de origem indígena. Dispõe-se em duas alas fronteiras, Disponível em
Esses bailados são mais difundidos no Nordeste. Geralmente, seu enredo é de conversão e
ressurreição. Além de ser um divertimento coletivo do nosso povo, é uma necessidade de
manifestar-se artisticamente.
Veremos mais detalhadamente algumas danças brasileiras, mas lembramos que existem
diversas outras espalhadas pelo Brasil afora!
CIRANDA
Ciranda é um tipo de dança e música de
Pernambuco. É originária da região Nordeste mais
precisamente em Itamaracá. Caracteriza-se pela formação de
uma grande roda, geralmente nas praias ou praças, onde os
integrantes dançam ao som de ritmo lento e repetido.
Não se pode deixar de reparar que pelas suas
características esta dança tem um forte poder de
congraçamento e interação social. Pela simplicidade de sua
Disponível em < http://artepreferidos.blogspot.com.br/2010/08/nossa-
riqueza-cultural-e-imensa.html>
coreografia, a Ciranda está sempre em ponto de aceitar mais
um participante, e assim, vai ampliando o seu círculo.
São utilizados basicamente instrumentos de percussão. O bombo ou zabumba, mineiro
ou ganzá, maracá, caracaxá (espécie de chocalho), a caixa ou tarol formam o instrumental mais
comum de uma ciranda tradicional, podendo também ser utilizados a cuíca, o pandeiro, a sanfona
ou algum instrumento de sopro.
O mestre cirandeiro é o integrante mais importante da ciranda, cabendo a ele "tirar as
cantigas" (cirandas), improvisar versos, tocar o ganzá e presidir a brincadeira. Ele utiliza um apito
pendurado no pescoço para ajudá-lo nas suas funções. O contramestre pode tocar tanto o bombo
quanto a caixa e substitui o mestre quando necessário. As músicas podem ser as já decoradas,
improvisadas ou até canções comerciais de domínio público transformadas em ritmo de ciranda.
Na marcação do zabumba, os cirandeiros pisam forte com o pé esquerdo à frente.
Num andamento para a direita na roda de ciranda, os dançarinos dão dois passos para trás e dois
passos para frente, sempre marcando o compasso com o pé esquerdo à frente. Os passos podem
ser simples ou coreografados. As mãos se levantam de vez em quando ao mesmo tempo em que
os cirandeiros entoam um “Hei!”.
Minha ciranda
Capiba
Ô Cirandeiro
Ô Cirandeiro, cirandeiro ó
A pedra do teu anel brilha mais do que o sol
Mandei fazer uma casa de farinha bem maneirinha que o vento possa levar
Oi passa o sol oi passa a chuva, oi passa o vento
Só não passa o movimento do cirandeiro a rodar
SAMBA
O Samba é um gênero musical e um tipo de dança de raízes
africanas surgido no Brasil e é tido como o ritmo nacional por
excelência. Considerado uma das principais manifestações culturais
populares brasileiras, o samba se transformou em símbolo de
identidade nacional.
A palavra samba, significa umbigada, na língua angolana.
Desfile das escolas de Samba do Rio Saiu das senzalas como dança de roda, com solista. É sambado no
de Janeiro meio urbano (samba de salão) e no meio rural, onde existem
Disponível em <http://divirta-
se.uai.com.br/app/noticia/especiais/2013/carnaval/2013/02/12/noticia_
carnaval,140354/publico-aclama-vila-isabel-no-segundo-dia-de-desfile-
outras modalidades de samba, dentre eles, o Samba de Roda.
das-escolas-do-gr.shtml>
Seu compasso é binário.
Hoje, o samba é a principal atração turística no carnaval do Rio de Janeiro e São Paulo,
onde as grandes Escolas de Samba desfilam, os passistas se exibem e as mulatas mostram seu
gingado de graça e beleza usando fantasias riquíssimas.
“O samba de roda, pra mim, é algo
espontâneo, é algo que mexe com o coração,
mexe com o corpo, mexe com a mente, mexe
com toda a estrutura nossa”. Sambadeira Alva
Célia Medeiros, de São Francisco do Conde.
Disponível em <http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=723> Acessado em 12/03/2015
Samba de roda
Disponível em < http://www.infoescola.com/musica/samba-de-roda/>
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 66
O marinheiro, marinheiro
Que te ensinou a nadar
Foi o tombo do navio
O foi o balanço do mar
La vem la vem
Como ele vem faceiro
Todo de branco
Com seu bonezinho
<http://www.bibliotecaderitmos.com.br/partitur
as/samba-de-roda/ > Acesso em 12/03/2015
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 67
JONGO
Jongo é uma manifestação cultural essencialmente rural
diretamente associada à cultura africana no Brasil e que influiu
poderosamente na formação do Samba carioca, em especial, e
da cultura popular brasileira como um todo.
É conhecido pelo menos nos Estados do Rio, Espírito
Santo São Paulo e Minas Gerais. O canto é muito importante,
porque coordena e facilita os movimentos. É dança de roda,
Disponível em <http://aoka.com.br/blog/2011/06/fundo-aoka-
comunidade-quilombo-campinho-da-independencia-investimento-em-
marketing/>
participam homens e mulheres que se movimentam em
sentido contrário ao dos ponteiros de um relógio. A dança prossegue noite adentro, e finda antes
do nascer do sol, pois o Jongo só é dançado à noite.
O canto tem papel importante no desafio versificado nos
“pontos”, e a música é para dançar, para facilitar os movimentos, o
que é uma função rítmica.
Os instrumentos usados são os de percussão. Sobrevive
somente onde há maior concentração de escravos angolanos.
Formou-se nas terras onde era cultivado o café na Baixada
Fluminense, estendendo-se à Mantiqueira. O Jongo é uma das mais
ricas heranças da cultura negra presente em nosso folclore.
Um dos principais jongos ainda atuantes no Rio de Janeiro Disponível em
<http://voltanomundocapoeira.blogspot.com.br/2007/08/jongo-da-
é o Jongo da Serrinha, localizado na comunidade da Serrinha no serrinha-vol-1.html/>
bairro de Madureira.
Observe os ritmos do jongo e veja se você consegue executá-lo com a ajuda de sua (sua)
professora:
Agora você pode observar a partitura do Jongo CANGOMA, que foi muito executado pela
maravilhosa artista Clementina de Jesus, que divulgou cantos do jongo e também sambas de roda.
FREVO
Quem não conhece a melodia do frevo Vassourinha?
Quem consegue ficar parado ao escutá-la? É assim que o frevo
mexe com as pessoas e acabam se envolvendo nos
movimentos da dança.
O Frevo é um ritmo pernambucano contagiante
derivado da marcha, do maxixe e da capoeira. Surgido no
Recife no final do Século XIX, o frevo se caracteriza pelo ritmo
Solista extremamente acelerado. Muito executado durante o
Disponível em <http://www.pelourinho.ba.gov.br/2013/02/a-praca-do-
frevo-eletrico.html> carnaval, eram comuns conflitos entre blocos de frevos, em
que capoeiristas saíam à frente dos seus blocos para intimidar
blocos rivais e proteger seu estandarte. Da junção da capoeira com o ritmo do frevo nasceu o
passo, a dança do frevo.
Até as sombrinhas coloridas seriam uma estilização das utilizadas inicialmente como armas
de defesa dos passistas.
A dança do frevo pode ser de duas formas,
quando a multidão dança, ou quando passistas realizam
os passos mais difíceis, de forma acrobática. O frevo
possui mais de 120 passos catalogados.
Pode-se afirmar que o frevo é uma criação de
compositores de música ligeira, feita para o carnaval. Os
músicos pensavam em dar ao povo mais animação nos
folguedos. No decorrer do tempo, a música ganha Multidão dançando
características próprias acompanhadas por um bailado Disponível em <http://comunidadecultural.blogspot.com.br/2012/03/frevo.html>
MACULELÊ
A história do maculelê
A história conta que Maculelê
era um negro fugido que tinha doença
de pele. Ele foi acolhido por uma tribo
indígena e cuidado por eles, mas ainda
assim não podia realizar todas as
atividades com o grupo, por não ser
um índio também. Certa vez, Maculelê
foi deixado sozinho na aldeia, quando
a tribo saiu para caçar. E eis que uma
tribo rival aparece para dominar o
espaço.
Maculelê lutou sozinho contra
o grupo rival e, heroicamente, venceu
a disputa. Desde então passou a ser
considerado um herói na tribo.
A dança com bastões simboliza a luta de Maculelê contra os guerreiros.
Há quem diga que o Maculelê surgiu em Santo Amaro- BA, entre os negros de engenho,
como forma de mostrar a luta dos escravos contra o feitor, daí a dança ter um “mestre” com uma
grima maior, que “bate” em todos os demais.
Texto adaptado e imagem do site https://esquiva.wordpress.com/musica/maculele/ Acesso em 05/03/2015
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 71
CATIRA
Catira ou Cateretê é uma dança do folclore
brasileiro, em que o ritmo musical é marcado pela batida dos
pés e mãos dos dançarinos.
De origem híbrida, com influências indígenas,
africanas e europeias, a catira (ou "o catira") tem suas raízes em
Mato Grosso, Goiás e norte de Minas. A coreografia é executada
a maioria das vezes por homens (boiadeiros e lavradores) que se
posicionam em duas filas opostas, podendo ser formada por
Catira. Repare nos dois violeiros ao fundo
Disponível em <http://www.araras.sp.gov.br/e/?c=noticias&i=4905> seis a dez componentes e mais uma dupla de violeiros, que
tocam e cantam a moda.
É uma dança típica do interior do Brasil, principalmente na área de influência da
cultura caipira (Mato Grosso, norte do Paraná, Minas Gerais, Goiás e partes de São Paulo e Mato
Grosso do Sul).
A coreografia da catira é quase sempre fixa, havendo poucas variações de uma região
para outra. Normalmente é apresentada com dois violeiros e dez dançadores.
Você sabia...
O Bumba meu boi é baseado em uma lenda que conta a história de um casal de escravos, Pai
Francisco e Mãe Catirina. Grávida, Catirina começa a ter desejos por língua de boi. Para atender suas
vontades, seu marido tem de matar o boi mais bonito de seu senhor. Percebendo a morte do animal, o
dono da fazenda convoca curandeiros e pajés para ressuscitá-lo. Quando o boi volta à vida, toda a
comunidade celebra. Essa lenda costuma sofrer algumas modificações de região em região. Essa é uma das
versões da lenda, que ganha contornos diferentes em cada região do país.
A encenação costuma ser feita nos meses de junho e julho, durante as festas juninas, mas também
pode acontecer em outras épocas do ano. Suas músicas contam a história da lenda de Catirina e Francisco e
reúnem vários estilos brasileiros (aboios, toadas, repente, canções pastoris e cantigas). São utilizados
instrumentos de percussão e de cordas.
PASTORIL
Os Pastoris são danças e cantos que por ocasião das
festas de Natal se realizam diante do presépio, em homenagem
ao Deus Menino. Essas representações foram introduzidas no
Brasil pelos jesuítas.
É o único bailado cujos componentes em sua maioria, são
moças. As pastorinhas divididas em dois cordões com vestidos
Disponível em <http://www.cultura.al.gov.br/gestores-
de cores diferentes (azul e encarnado – vermelho) representam
municipais/matriz-de-camaragibe/>
autos. O cordão encarnado é dirigido pela Mestra e o azul pela
Contramestra. É o festivo teatro popular, alegre, mas cheio de
ensinamentos morais. As músicas são cheias de ternura. Os únicos instrumentos que
acompanham o canto são maracás e pandeiros.
MARACATU
O Maracatu tem grande vida ativa em Pernambuco,
especialmente em Recife, embora tenha sido assinalado
também nos estados da Paraíba e Alagoas.
Os Maracatus do Recife se exibiam antigamente por
ocasião de festas religiosas, cívicas ou populares. Hoje se
limitam quase apenas ao carnaval. Não possuindo parte
representada, constitui em essência um cortejo real, meio
religioso, meio
profano.
Disponível em
<http://www.old.diariodepernambuco.com.br/viver/nota.asp?materia=200901291249
14&assunto=76&onde=Viver>
É caracterizada
principalmente pela percussão
forte, em ritmo frenético, que
teve origem nas congadas,
cerimônias de coroação dos reis
e rainhas da Nação negra.
A percussão é feita com
os tambores grandes, chamados
alfaias, caixas, Agbê, ganzás e
um gonguê.
Instrumentos usados no Maracatu
Dama do Passo Disponível em
<http://maracatualmirantedoforte.blogspot.com.br/2009/01/origemhistria-do-
Disponível em maracatu-maracatu-de.html>
<http://folcloredonordeste.blogspot.com.br/2007/10/maracatu-nao.html>
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 73
BAIÃO
Não há uma certeza em relação às origens da dança Baião. Alguns estudiosos acreditam
que suas origens estejam no tipo de lundu (dança de origem africana) denominado “baiano”.
Como gênero musical, tornou-se popular nos anos 1940, pelo talento do compositor Luiz Gonzaga,
que era uma virtuose do acordeão, chamado também de “sanfona” pelo povo nordestino.
A música Baião de Luiz Gonzaga explica bem “como se dança o baião”.
Baião
Luiz Gonzaga
Eu vou mostrar pra vocês Quem quiser é só dizer
Como se dança o baião Pois eu com satisfação
E quem quiser aprender Vou dançar cantando o baião
É favor prestar atenção Eu já cantei no Pará
CURIOSIDADE
A origem do termo FORRÓ tem algumas variantes. Alguns pesquisadores o termo acham
que vem da palavra FORROBODÓ, denominação dos bailes no século XIX. Segundo os estudiosos,
talvez esse termo tenha origem no termo galego-português forbodó, que significa um baile onde
as pessoas dançam sob a marcação do bumbo.
Outra versão diz respeito à expressão inglesa for all, que significa “para todos”. No início
do século XX, em Pernambuco, engenheiros ingleses que participavam da construção de uma
ferrovia, organizavam bailes que eram “for all”, que os nordestinos pronunciavam “forró”.
Atualmente o termo FORRÓ está generalizado é engloba geralmente vários tipos de danças
tradicionais nordestinas, tais como: baião, xaxado (nome dado em virtude do barulho das
sandálias de couro ao arrastar no chão), xote e quadrilha.
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 74
Pezinho
Você já ouviu a música Pezinho? É muito popular em Portugal e na Ilha dos Açores. Utiliza em sua
coreografia os movimentos dos pés, que seguem a letra da música.
Pezinho
Ai bota aqui ai bota ali o seu pezinho
O teu pezinho bem juntinho com o meu
Chula
Dança de sapateado só para homens. É o gaúcho que desafia o próximo
dançarino a passos cada vez mais difíceis, em forma de desafio, a partir de
uma vara de madeira de aproximadamente 4m que é colocada no chão.
Balaio
Embora tenha sua origem no Nordeste do país, a dança Balaio se incorporou às tradições gaúchas,
É uma dança de conjunto, com sapateado, onde as “prendas” arrastam as saias no chão em seus
volteios no momento do refrão:
Balaio
REFRÃO
Balaio meu bem
Balaio sinhá
Balaio do coração
Moça que não tem balaio sinhá
Bota a costura no chão
EXERCÍCIOS
Disponível em <http://www.alagoas24horas.com.br/conteudo/?vCod=94930>
Disponível em <http://oxentebahia.com/projeto-leva-frevo-eletrizado-para-o-pelourinho-neste-carnaval/>
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Disponível em <http://arteevidacapoeira.blogspot.com.br/2012/11/danca-do-jongo.html>
Disponível em <http://maracatuleaonazareno.blogspot.com.br/2006_07_01_archive.htm>
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Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 76
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Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 77
HINÁRIO CÍVICO
HINO NACIONAL BRASILEIRO
HISTÓRICO
O Hino Nacional foi composto por volta de 1822/1823, na época da proclamação da
Independência do Brasil. A letra foi escrita por Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva em 1831, quando
da abdicação de D. Pedro II.
O Hino recebeu diversas denominações: Hino 7 de abril, Marcha Triunfal e finalmente Hino
Nacional Brasileiro, ainda que não oficializado.
O Hino foi mantido, mas não se cogitou em mudar a letra que era monarquista. Vários
escritores, entre os quais Coelho Neto, chamaram a atenção para a necessidade de se escrever
uma nova letra, capaz de traduzir com graça e maestria, o sentimento de brasilidade do povo.
Em 1909, a bela música de Francisco Manuel da Silva, receberia a letra desejada pelos
escritores e que foi aceita pelo povo como o seu verdadeiro poema: eram os versos de Joaquim
Osório Duque Estrada, que cantamos até hoje.
Esta letra somente foi oficializada em 6 de setembro de 1922.
O manuscrito original da partitura do Hino Nacional Brasileiro encontra-se na Escola Nacional
de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
AUTORES
JOAQUIM OSÓRIO DUQUE ESTRADA
(1870 – 1927)
Jornalista e literato brasileiro nasceu em Pati do Alferes (Estado do Rio) em
1870 e faleceu na cidade do Rio de Janeiro em 1927.
Estudou no Colégio Pedro II, onde se bacharelou em letras. Como
diplomata, exerceu a função de secretário da Legação Brasileira no Paraguai. Foi
Disponível em <
redator do Correio da Manhã, tendo publicado várias obras.
http://www.geneall.net/
P/per_page.php?id=3411 Foi abolicionista, republicano e membro da Academia Brasileira de Letras
47>
sucedendo a seu ilustre mestre Sílvio Romero, que lhe prefaciou Alvéolos, o seu
primeiro livro de poesias.
I II
Ouviram do Ipiranga às margens plácidas Deitado eternamente em berço esplêndido,
De um povo heroico o brado retumbante, Ao som do mar e à luz do céu profundo,
E o sol da Liberdade em raios fúlgidos, Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante. Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido. Brasil, de amor eterno seja símbolo.
De amor e de esperança à terra desce, O lábaro que ostentas estrelado,
Se em teu formoso céu risonho e límpido, E diga o verde-louro desta flâmula
A imagem do Cruzeiro resplandece. - Paz no futuro e glória no passado.
Dos filhos deste solo és mãe gentil, Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil! Pátria amada, Brasil!
VOCABULÁRIO:
brado → exclamação, grito, clamor idolatrada → amada, adorada
clava → arma de guerra impávido → destemido, corajoso
colosso → enorme, agigantado lábaro → pendão, bandeira
Esplêndido → grandioso, admirável límpido → transparente, nítido
florão → ornato, ornamento de feitio de plácidas → serenas, tranquilas
flor clamas
fúlgidos → brilhantes, cintilantes penhor → prova, garantia, sinal
fulguras → relampejas, cintilas, realças resplandece → brilha muito, sobressai
garrida → vistosa, alegre, elegante retumbante → ecoante, forte
heroico → enérgico, valoroso vívido → ardente, luminoso
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 79
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 80
PEQUENO HISTÓRICO
FONTE:
ANDRADE, Vera Lúcia Cabana de Queiroz. Colégio Pedro II: Um lugar de memória. Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Tese (Doutorado) em História. Rio de Janeiro, 1999. 157 p. (P.
107 e 108)
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 81
ATIVIDADES EXTRAS
Siga as orientações abaixo para a realização das atividades das páginas seguintes:
2) Móbile Musical
- Recorte e pinte os retângulos
- Perfure os pontinhos
- Com um barbante ou corda monte seu móbile respeitando os valores corretos das notas
3) Dominó musical
- Recorte as figuras
- Como no dominó comum, as peças contendo figuras de som são distribuídas entre os
jogadores
- O jogo inicia-se com um jogador colocando a primeira peça sobre a mesa, com a figura
voltada para cima
- O outro jogador coloca ao lado desta, caso possua, uma peça com uma figura semelhante
- Caso não possua, deve passar a sua vez de jogar.
- O jogo termina quando o primeiro jogador arriar todas as peças sobre a mesa
Obs.: Antes de começar a recortar seu jogo, recorte a página na linha pontilhada da lateral
esquerda da folha. Se você quiser seu jogo mais resistente, antes de cortar os retângulos, cole a
folha em uma cartolina ou papelão.
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 84
Dó 3 Dó 4 Sol 3
Fá 3 Ré 3 Mi 3
Ré 4 Lá 3 Si 3
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 85
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 86
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 87
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 88
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 89
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 90
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 91
Apostila de Educação Musical – 6º ano / 2021 / Colégio Pedro II – Campus Tijuca II 92
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10:18h