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HISTÓRIA DA MÚSICA INTRODUÇÃO

Antes de nos debruçar sobre a história da música, começaremos por contextualizar


o próprio termo história. Isso porque a história como objeto de estudo é uma
característica da modernidade e, em se tratando de material musical e o seu
contexto (que é o que a história da música trata), nem sempre, ou melhor, quase
nunca, os comporitores, cantores ou instrumentistas tinham um tratamento histórico
em relação ao material musical da forma com que os compositores, cantores e
instrumentistas começaram a ter pelo menos até meados do século XX.
Em primeiro lugar, quando falamos de história da música, na maioria das vezes,
pensamos na história da forma musical em relação a um determinado período, de
forma que quando se pensa em música medieval, vamos nos debruçar
primordialmente sobre algumas características por exemplo, socio-políticas que
"justifiquem" ou que nos expliquem os "porquês" da música daquele período ser
como era.
De forma que quase nunca nos debruçamos sobre a possibilidade de que o modo
como nos debruçamos sobre àquela música, no presente, será quase que
invariavelmente diferente da forma com que os personagens daquele período
histórico se debruçavam sobre o mesmo tema naquele período.
Portanto, existe um espaço perdido no tempo que é a propria realidade do passado,
no qual não podemos apreender na sua totalidade, e nesse sentido, a história da
música, subordinada ao que seja história, não pode dessa forma ser objeto que
difere das próprias lacunas que a visão histórica nos deixa.
A perspectiva de que é impossível conhecer o passado senão por meio do olhar no
presente, não configura um aspecto negativo. Ao contrário, torna a história um
objeto que não pretende ser conclusivo, mas ao contrário, procura refletir
constantemente sobre fatos e conceitos no presente.
Não obstante, a importância da música, ao longo de sua existência no mundo
ocidental, nos parece ter sofrido pouquíssimas variações pelo menos no que diz
respeito à sua função.
A importância da música parece coincidir com a própria história da teoria musical
ocidental com suas origens na Grécia Antiga, onde o sistema musical foi construído
em conjunto com a ideia de que a música educava o espírito.
Esse é o conceito que perpassa os séculos mesmo com todas as variações sobre esse
tema quais sejam, por exemplo: educa, imita, expressa ou cura. Por isso, a
perspectiva histórica nesta aula, se dará sobre os aspectos históricos que ilustrem
sobre a importância da música e não apenas sobre a história dos seus personagens
ou apenas sobre a forma musical.

É comum afirmarem que a Música é tão velha quanto o homem, porém talvez
seja mais acertado falar que, como Arte, tenha sido ela, entre as artes, a que
mais tardiamente se caracterizou. O nocionamento do valor decorativo de
qualquer criação humana, seja o objeto, o gesto, a frase, o canto, muito
provavelmente derivou do tecnicamente mais benfeito. Um machado de pedra
mais bem lascado, uma lança mais bem polida, o próprio gesto mais bem
realizado, ao mesmo tempo que mais úteis e eficazes, tornam-se naturalmente
mais agradáveis. Já o canto, a música, porém, para reunir à sua manifestação
o valor estético do agradável, do decorativo, parece exigir mais que a
ocasionalidade do apenas mais benfeito. Este valor estético do decorativo
exige nela maior organização da técnica, sons fixos, determinação de escalas,
etc. E pela sua própria função mágico-social, a música primitiva se via impedida
de nocionar o agradável sonoro (ANDRADE, 2015, documento eletrônico).

A música, como qualquer outro campo da produção humana, iniciou-se de modo


rudimentar, tendo seus desdobramentos assimilado maior complexidade com o
passar do tempo. Muitos são os períodos com suas respectivas características que os
distinguem.

Cite ao menos dois músicos importantes para o


período Clássico
Respostaesperada:
Franz Liszt e Frédéric Chopin são dois grandes nomes deste período, porém,
inúmeros outros poderiam ser mencionados.
Título – Desenvolvimento da música
Idade Média: Canto Gregoriano
Classicismo: Piano
Renascimento: Thomas Weekes
Romantismo: Beethoven
Barroco: Ópera ou orquestra
Atualidade

É sabido que os fundamentos da cultura ocidental são greco-romanas, e


sobretudo grega quando se trata de música. A importância do pensamento
e da ciência da antiguidade grega para a formação da música ocidental
reside não apenas no que diz respeito a estrutura musical, mas também no
que diz respeito à sua função para educação.
Os conceitos gerais característicos da Grécia Antiga que direcionaram a
forma com que se pensava sobre música, eram os conceitos sobre o Bem,
sobre o Belo e sobre o Justo. Não havia o conceito de arte como
atualmente, de forma que a filosofia era a Arte, e a arte (como a definimos
hoje), era uma imitação da natureza, e os artistas, imitadores; pois, para os
gregos a representação do sublime e do perfeito residiria na forma
puramente pensada.
Para os gregos, a função da música era educar o espírito por meio do uso
dos modos, onde cada qual possuia um humor inerente, capaz de
influenciar o comportamento. O sentido místico dado à música na Grécia
Antiga advinha da forte relação entre música e ciência, no sentido de que a
expressão máxima da natureza eram os números, e a partir do momento
em que se pôde medir o som, a música passou a compartilhar com os
números essa expressão.
Foi em meados do século V a.C que a música foi tomada pelo viés científico (muito
embora, não havia o conceito de música como arte como hoje), ao ter suas
propriedades sonoras calculadas por Pitágoras. A partir desse estudo todo o sistema
musical foi construído nos primórdios do cristianismo medieval, que tomaram o
conhecimento grego sobre a música.

Monocórdio
O monocórdio é um instrumento criado por Pitágoras para as suas
experiências acústicas. Consiste em uma tábua de madeira com uma corda
esticada e presa sobre dois pregos cravados de ponta a ponta do
monocórdio.
Com base nos estudos de Pitágoras no monocórdio, elaborou-se o sistema
de intervalos que conhecemos hoje. Esse estudo serviu de apoio para o que
Pitágoras acreditava ser a música das esferas, atribindo aos intervalos
consonantes uma importância mística similar a perfeição, de forma que já
naquele tempo acreditava-se de que música tinha poderes para curar
doenças, purificar o corpo e o espírito e operar milagres na Natureza.

Não, por Aquele que tenha entregado às nossas almas a Tretraktis, uma
fonte que contem as raízes da natureza eterna - Pitágoras.

Tetrakis representava os 4 sons da perfeição e eram representados pelas


consonâncias perfeitas dos intervalos de 4ª, de 5ª e de 8ª. A ideia de que a
música pudesse representar/expressar/conter emoções de fato teve a sua
ressonância no período Barroco com a teoria dos afetos, já que neste
período houve uma retomada dos pensamentos da antiguidade clássica
para uma transformação na estrutura musical, que veremos mais adiante.
Não obstante, a importância do monocordio é a praticamente a invenção de
todo o sistema musical ocidental que conhecemos hoje. Inclusive, algumas
nomenclaturas da teoria musical remontam aos estudos de Pitágoras como
é o caso do tetracorde (tetrakis).

Instrumentos e forma musicais


Os instrumentos mais usados na época eram o aulos (flauta dupla), e a lira (pequena
harpa). A forma musical era geralmente um monodia cantada e acompanhada pelo
aulos e pela lira em uníssono.

Escalas
As escalas gregas eram uma sucessão de 4 sons (tetracordes), que posteriormente
foram agrupadas de maneira a formar uma sucessão de 8 sons, sendo a última uma
oitava acima da primeira.
Inicialmente, a lira, possuia 4 cordas de forma a realizar o tetracorde de forma
perfeita. Com a adição de outro tetracorde foi acrescentada à lira mais cordas para
expandir as suas possibilidades.
As escalas gregas eram em modo menor natural classificadas como Dórico(Dm),
Lídio(F#m), Frígio(Em), Mixolidio(Gm), Hipodórico(Am), Hipofrígio(Bm) e
Hipolídio(C#m).
Embora na Idade Média a igreja tenha tomado emprestado o sistema modal dos
gregos, houveram algumas modificações que veremos mais adiante.

Notação
A notação musical era feita por meio das letras do alfabeto para a parte instrumental
que ficava acima da letra a ser interpretada pela parte vocal.

Harmonia e melodia
A concepção grega de harmonia não se assemelha a concepção de harmonia atual.
Ela se assemelhava ao que conhecemos hoje como melodia. A melodia, estava mais
relacionada a parte vocal, seja cantada ou falada. Sons diferentes tocados ao mesmo
tempo eram conhecidos como sinfonia e o canto em oitavas era chamado de
antifonia.

CANTO GREGORIANO

Um dos principais legados do início da Idade Média para a música, foi a


notação musical. O sistema de pautas e símbolos para o ritmo e para a
melodia, foi desenvolvido nesse período. Entretanto, a pauta musical
consistia de 4 linhas e notas musicais eram chamadas de neumas e eram
em forma de losango.
Isso se deve aos recursos de impressão que não permitiam a impressão de
formas redondas.
A interpretação rítmica também era bastante diferente da forma como
conhecemos atualmente. Raramente se usava semicolcheias, fusas. As
barras de compasso não eram usadas da forma estrita como hoje, elas
poderiam ser usadas apenas como marcação do fim de um frase.
Nesse período é comum encontrar partituras em que a primeira voz possui
um compasso em local diferente do compasso marcado na segunda voz,
por exemplo, de modo a definir graficamente os finais de frase.
Um dos principais nomes para o início do desenvolvimento de uma notação
musical foi o monge Guido d' Arezzo, que passou a escrever os neumas de
forma horizontal com suas posições mais abaixo ou mais acima de
determinadas linhas para sugerir sons mais graves ou mais agudos.

Foi somente mais ou menos 800 anos depois que uma notação ritmica
apareceu de uma forma mais consistente.
Influências
A Idade Média é um período muito extenso, e o seu início data de mais ou
menos 300 anos depois de Cristo. Conhecida como Idade das Trevas, é um
perído rodeado por misticismo e crença no sobrenatural.
A Igreja cumpria não somente um papel político, mas também o único lugar
na Terra onde se poderia encontrar salvação e refúgio dos seres
sobrenaturais que permeavam o imaginário do homem medieval.
A música ocidental em seus primórdios tem as suas influências nas culturas
judaico-greco-romanas. A exemplo dessas influências temos os psalmos, as
canções sacras e os hinos que foram encontrados no livro hebreu de
psalmos.

Em meados de 300 d.C. as várias formas de se cantar os textos bíblicos foram


expressas em diversas ramificaçãos da Igreja em sua fase inicial, começando com a
Igreja Bizantina (oriental), que em sua época herdaram da tradição judaica de
proferir os textos litúrgicos por meio de melodias que seguiam a entonação natural
das palavras.
Diferentemente dos textos litúrgicos, os hinos e os salmos possuiam maior
liberdade melódica, onde podia-se desenvolver uma melodia de forma completa.
Na parte ocidental Cristã temos o desenvolvimento de cantos similares em Roma,
parte influenciados por Milão e parte influenciados pelos Francos que dominavam
parte da Itália naquele tempo.
Os Francos eram de origem alemã, como conhecemos hoje e foram responsáveis
pela divisão dos ritos litúrgicos em canto Ambrosiano (representativo de Milão), e
no canto Gregoriano (representativo da disastia dos Franco).
Um exemplo da influência dos Francos para o desenvolvimento da música litúrigica
não somente em relação à sua forma, mas também em relação à sua prática é a
Escola de Cantores (Schola Cantorum), que serviam ao Papa Gregório I e
contribuiram para uma padronização do canto por volta do século VII d.C.
A importância dessa padronização deve-se ao fato de que por meio do canto pode-
se obter uma unificação da Igreja, o que permitia maior controle e poder.

Missa
A principal forma musical, que permaneceu por mais de um milênio foram as
Missas. A partir delas forma desenvolvidas certas técnicas de composição
conhecidas como cantos silábicos, cantos neumáticos e cantos melismáticos.
Canto Silábico: Cada sílaba do texto corresponde a um neuma.

Canto Nemático: Um a seis neumas poderiam corresponder a uma sílaba


do texto.
Canto Melismático: Longas passagens melódicas poderiam corresponder
a uma única sílaba do texto litúrgico.

Mais adiante no tempo, entre 1050 e 1300, a forma de se cantar aos textos litúrgicos
foi se desenvolvendo a partir das três formas de canto, a saber silábico, neumático e
melismático, e de uma estudo mais aprofundado dos modos gregos, de forma que
foram adicionadas mais possibilidades melódicas e ritmicas para o canto litúrgico.
Essas mudanças resultaram no organum originário da Catedral de Notre Dame em
Paris, França. Seus principais expoentes foram Léonin e Pérotin, dois compositores
responsáveis pelo surgimento da polifonia por meio do organum.
Organum: Consiste em uma melodia principal sob a qual outras melodias se
desenvolviam a partir do movimento entre as vozes.

Organum 'Florido' ou Melismático: Consiste em uma melodia principal que se


desenvolvia por meio de melismas ou ornamentos que não eram improvisados.

Nesse período, a notaçao rítmica começou a surgir por meio do uso de ligaduras
que definiam notas mais curtas chamadas de breve e notas mais longas chamadas
de longa.

Moteto
Uma das pricipais formas musicais do início da polifonia foi o moteto por volta do
século XIII. Uma de suas carecterísticas principais foi a introdução de textos
seculares e da lingua francesa ao invés do Latim.
Dessa forma, pôde-se obter maior liberdade rítmica e uma certa confusão na letra,
pois era comum que as vozes cantassem diferentes letras ao mesmo tempo sobre
uma voz principal que se desenvolvia a partir de notas longas que era cantada pela
parte do tenor e conhecida como cantus firmus.
Foi nesse período, que o sistema rítimico foi criado com
uma notação rítmica que especificava a duração das notas:
super longa, longa, breve e semibreve.
Note que atualmente a semibreve é a nota mais longa que temos no nosso sistema
de notação rítmica, sendo que a breve, a longa e superlonga, caíram em desuso.
A notação rítmica possibilitou maior inovação nas composições do período,
contribuindo significativamente para o desenvolvimento dos estilos musicais que
seguiram.

Ars Nova
Encabeçada por Philippe de Vitry, o movimento inovador chamado de Arte Nova.
representava o estilo Francês dominante na época.
O turbulento período político e sanitário que a Europa se encontrava pedia por uma
maior liberdade nas composições musicais com inovações nas melodias vocais, no
rítmo e na métrica fazendo surgir as canções na França e os madrigais na Itália.
O Ars Nova introduziu símbolos para representar a métrica de uma
determinada composição que atualmente conhecemos como fórmula de
compasso. Foi também nesse período que se começou a anotar na partitura
o nome do compositor, que geralmente eram designados como anônimos.

Um dos primeiros a assinar uma composição, pelo menos até onde se tem notícia
foi o compositor francês Guillaume de Machaut. Surgiram também composições
seculares de forma escrita, além das sacras, começando a aparecer a ideia de
músicos com artistas.
As canções derivavam de danças populares com formas fixas, onde predominavam
melodias e rítmos com repetições.
Outro compositor importante para o final da Idade Média foi o inglês John
Dunstable com o uso do fabordão - sequência melódica de intervelos de terças e
sextas dando uma característica mais suave para o seu estilo polifônico.

Trecento
O Trecento foi um movimento que caracterizou o estilo italiano a despeito da
massiva influência francesa por toda a Europa, e servia como entretenimento para a
aristrocacia. O seu principal expoente é o madrigal, que consiste no canto a duas ou
três vozes à capella (sem o acompanhamento de instrumentos), com refrões
ou ritornellos.
A principal diferença entre as canções francesas e os madrigais italianos é que nos
madrigais, todas as vozes desempenhavam a mesma importância no contexto da
composição, enquando nas canções havia o cantus firmus, ou a voz principal.
Os madrigais eram sacros em sua maioria, mas assim como na França, a Itália
também começo a desenvolver a música secular, mais conhecida como balada. Seu
principal expoente foi Francesco Landini.

Musica Ficta
A musica ficta faz parte do espectro teórico musical do período medieval pós século
XII, que se contrapõe as regras teóricas de Guido d'Arezzo, mais precisamente em
relação ao escopo modal.
Consiste da adição de acidentes musicais em locais específicos da composição
musical, que visava evitar o trítono (a quarta aumentada - diabulus in musica), e
também de dar uma resolução mais agradável aos ouvidos, geralmente nos finais de
frase. Esses acidentes não eram escritos, e por isso eram 'fictícios', daí o nome
musica ficta.

A música ficta é um dos embriões da música tonal que veio a surgir alguns séculos
depois.

Trovadores
Trovadores (buscadores, inventores), eram poetas músicos, considerados os
inventores do amor romântico, compunham canções e danças ao estilo monofônico
dirante os séculos XII e XIII.
Estampie ou dança estampada, e saltarello ou dança pulada, são construídas em
seções cada uma repetida. A primeira seção termina de forma aberta, inconclusiva,
e a segunda de forma fechada ou conclusiva. A dança deve ser tocada inteira por
dois ou mais instrumentos, sendo que um dois solistas começam cada seção.

Instrumentos
Os instrumentos medievais somente são usados em reconstruções musicais daquele
período e raramente são usados em composições atuais.
Os instrumentos de sopro possuem sonoridade estridente, exceto a flauta doce. Era
comum o uso de percussão, fiddle, rabeca entre outros.

Renascença
A Renascença pode ser considerada com a era da polifonia. Um de seus principais
legados foi o surgimento da música instrumental, do treinamento musical, do
mecenato e do trabalho de músico especialmente nas igrejas.
A música era muito valorizada tanto nos serviços eclesiásticos quanto nos
entretenimentos da corte, além da música secular, popular ou folclórica das
tavernas.

Humanismo
Se em termos de narrativa histórica a Antiguidade Clássica nos parece bem presente
em termos de sua influência no desenvolvimento da música ocidental, em termos
temporais, levou mais de 1 milênio para que a influência Grega na tradição
Europeia voltasse aparecer como uma característica que marcou o pensamento
humanista da Renascença.
O conceito de Belo, de estrutura e o naturalismo, além do estudo de filosofia e
retórica, foram um dos aspectos que influenciaram de forma significativa as artes,
não somente a música, mas também a arquitetura e a literatura.
Foi também o período da descoberta do Novo Mundo, com especial interesse nos
mistérios do espírito, das emoções e de uma maior conscientização a respeito do 'eu'
e do mundo.
Outro fator de grande importância para o desenvolvimento do pensamento
renascentista, bem como para a modificação de estruturas político-religiosas foi a
Reforma liderada pelo monge alemão Martinho Lutero.

Missas e Motetos
Como dito anteriormente, as missas e motetos ainda iriam perdurar como principal
forma de estilo musical da igreja por muitos séculos.
A música continuava com suas bases no sistema modal, mas a diferença entre as
consturções melódicas da Renascença em relação à Idade Média, era em relação a
textura.
A adição de várias vozes, e a inserção de consorts de instrumentos musicais
possibilitaram um maior apreço pela liberdade na construção das vozes em relação
ao cantus firmus.
A parte instrumental geralmente era realizada de forma alternada com a parte vocal,
e a melodia instrumental era a mesma que a melodia vocal.
Uma das técnicas marcantes da Renascença, relevantes para distinção da textura
musical em relação ao estilo medieval, era a imitação.
Imitação: consiste em um tema melódico apresentado na primeiramente pela voz
principal, e sendo repetido pelas outras vozes uma após a outra, até que o fluxo
melódico se quebre e seja apresentado outro tema melódico, dando início a outra
sequência de imitações do motivo melódico principal.

Embora os principais centros musicais da Renascença fosses a Inglaterra e a Itália,


foram os Holandeses que realmente levaram as inovações para aqueles países.
Josquin des Prez, Palestrina, Orlando de Lassus, William Byrd, Thomas Morley,
Bull, John Dowland, Giovanni Gabrieli, Gibbons e Monteverdi, foram os mais
expressivos compositores Renascentistas.
O excesso de liberdade na polifonia Renascentista começou a produzir grandes
blocos sonoros que passaram a modificar a percepção musical de uma justaposição
de melodias para uma verticalização do som que hoje conhecemos como harmonia,
que veia a se consolidar somente no período Barroco.

Música secular
A música não religiosa floresceu na Renascença e alguns estilos mais conhecidos
são a frottola e o madrigal (Itála), o Lied (Alemanha), o vilancico(Espanha), e a
chanson(França).

Contraponto
O contraponto foi a mais importante técnica de composição usada na polifonia.
Consiste no movimento das vozes de forma que obter controle absoluto das
dissonâncias e das consonâncias, evitando intervalos de 5ª e 8ª paralelas, quartas
aumentadas.

Madrigal Proper, Ballet, Aria


Ambos madrigal proper, ballet e ária são tipos de madrigal específicos do período
Elizabetano, na Inglaterra.
Surgiu de uma 'impotação' do madrigal italiano onde letras em inglês foram
colocadas em melodias de madrigais italianos de forma a influenciar diversos
compositores ingleses.
Madrigal Proper: É um estilo de madrigal mais sério, com muito uso de
contraponto e imitação. As vozes possuem igual importância e letra e música
convergem.
O Ballet: Dançado ou cantado, de estilo mais leve, com uso de estrofes.

Ária: Canções geralmente acompanhadas por instrumento que poderiam ser alaúde
ou violas, mas também poderia ser interpretadas sem acompanhamento.

Música Instrumental e Instrumentos


O uso do órgão embora não muito disseminado pela Europa, permitiu, ao menos em
Veneza, na Itália, uma maior ampliação do coral, ou seja o uso de dois corais ou
mais, conhecido como policoral.
Já na Inglaterra o clavicórdio era bastante usado pelos compositores permitindo que
uma técnica e um estilo se desenvolvesse para instrumentos de teclado.

ATENÇÃO
Na Renascença os instrumentos eram ainda considerados com menos importância
do que as vozes e quando eram usados tocavam as mesmas partes melódicas que as
vozes. Entretanto, haviam conjuntos instrumentais que geralmente eram usados para
entretenimento. Não havia ainda o conceito de solista ou virtuoso, e improvisações
eram realizadas de forma a tornar a música menos entediante.
Os consorts eram grupos instrumentais de uma mesma família que podiam ser
formadas apenas por flautas doce, violas, crumhorns, por exemplo. Outros estilos
de música instrumental, eram a Canzona, o Ricercar, a Toccata, as Variações sobre
uma melodia e o baixo ostinato, e a Fantasia
Os instrumentos característicos são o crumhorn, o trompete, a
sacabucha(trombone), o alaúde, e a viola da gamba.
É bom ressaltar que instrumentos como o trompete e a sacabucha possuem uma
sonoridade e uma construção diferentes dos instrumentos de hoje em dia.

Barroco
Foi no período Barroco que a teoria musical se consolidou de forma que suas bases
teóricas são usadas até os dias de hoje na música tradicional, seja ela erudita ou
popular. Um dos seus principais legados foi a harmonia, a tonalidade, a música
instrumental para ser "ouvida" e não dançada.
Muito embora a forma musical da música instrumental ainda mantivessem
referências nas danças, elas estavam longe de serem dançadas de fato. Estabeleceu
formas como a sonata, o concerto, a ópera e a cantata, além de dar atenção especial
à performance musical.
Desenvolveu técnicas de performance por meio de tratados (similar aos métodos
musicais de hoje em dia), e aperfeiçoando instrumentos musicais. Entretanto, a
referência com as danças informavam a forma com que as músicas instrumentais
deveriam ser interpretadas.
SAIBA MAIS
O termo Barroco, tem sua origem no Português, dignifica pérola defeituosa e surgiu
no século XIX a partir do estranhamento que a música desse período causou a
historiadores da música que consideravam que a música daquele período 'carecia de
coerência melódica, com o uso de muitas dissonâncias, com mudanças constantes
de tonalidade e métrica, e muito rápida'(Palisca, 2001).

Influências
No fim da Renascença a polifonia atingiu um grau de liberdade que apontava para
novas tendências nas artes. Músicos, poetas, humanistas e intlectuais começaram a
se reunir para debater sobre essas novas tendências.
Esse grupo ficou conehecido como Camerata Fiorentina, que financiados pelo
Conde Giovanni de Bardi, continuaram a se inspirar na Grécia Antiga, em especial
no que diz repeito ao discurso e a oratória, ao drama musical, a música
instrumental, e à monodia.
Já na Renascença, a música instrumental começou a ter uma maior importância e
aos poucos começou a se distanciar da música sacra, e a percepção musical
começou a perceber sons simultâneos, e não apenas melódicos.
Em relação à teoria musical, essas modificações, fizeram aparecer o baixo figurado,
baixo contínuio ou baixo cifrado, que representou um grande desenvolvimento para
a harmonia, em contraposição à polifonia.
Baixo Cifrado: Consiste em uma linha melódica realizada pelo baixo, seja ele
violoncelo, viola da gamba, ou instrumento de teclado, sob o qual sons simultâneos
(harmonia), se desenvolvem para acompanhar a melodia principal (instrumento ou
voz).
O baixo cifrado ainda seguia muito da tradição do contraponto para a construção do
acompanhamento em relação à melodia. Uma das características importantes para a
notação musical do período barroco foi a inserção de números na linha do baixo que
representavam os acordes que deveriam ser tocados de forma improvisada.
Dessa forma, se desenvolveu um senso de progressão harmônica, de harmonia
funcional, com maior liberdade no uso do trítono nos acordes de 7ª e os acordes
diminutos, conferindo maior sensação mais clara de começo e fim de música,
findamentais para o que veio a ser chamado de tonalidade.
As composições passaram a ser escritas tanto no modo maior como no modo menor,
e as escalas musicais passaram a ter sua referência no modo menor grego (dórico,
correspondente ao Am).
Até hoje as leitura das notas musicais baseada nas letras do alfabeto, ou as cifras na
música popular, seguem a sequência grega onde A representava o primeiro modo
menor dórico.
Atualmente a primeira nota da escala é dó, que sua representação é em letras é o C.
Por isso, muitas pessoas se confundem, sem entender porque a nota dó não
corresponde a primeira nota do alfabeto.
Prima Pratica e Seconda Pratica
Esses novos aspectos da composição musical, que envolviam tanto contraponto,
polifonia (prima pratica) e baixo cifrado(seconda proatica), forma muito bem
catalizados pelas composições de Claudio Monteverdi que concentrou o novo estilo
no gênero musical chamado de Ópera.
O nascimento da ópera marca essa intersecção de técnicas de composição aliado à
influencia grega de monodia acompanhada, retórica e oratória, que marca
definitivamente o fim da Renascença.
Outra característica do Barroco bastante relacionada com a seconda pratica foi
a doutrina dos afetos que desde a Grécia Antiga, permeia a música como sendo
capaz de expressar, representar, transmitir e educar as emoções humanas, ou o
espírito.
Dessa forma a tradição Grega continuou a se perpetuar na forma em que os
compositores se debruçavam sobre o tema em relação à estrutura musical. Os afetos
iam de tristeza, para a alegria, ou a raiva, entre outras emoções, e a harmonia em
especial tinha a função de incorporar essas emoções de forma a trazer saúde física e
psicológica.
O contraste dos afetos na música significa um balanço entre as emoções de forma a
tornarem-se um 'remédio' para o espírito.
Os afetos não eram expressos como emoções do compositor, ou de um indivíduo
em especial, mas sim, eram representadas como emoções universais, próprias do
espírito. A ideia de expressão das emoções em um contexto psicológico, interno do
ser, veio a se realizar apenas no período Romântico.
As caracteristicas mais importantes da prima pratica e da seconda pratica é que a
primeira tinha o seu modelo baseado na música(melodia), dominando o texto, a a
segunda dava mais importância à convergência entre emoção(harmonia), e texto.

Ornamentação
Ornamentos eram uma forma de improvisação para demosntrar virtuosismo do
músico, além de ressaltar as emoções na música. Usada na Renascença de forma
esporádica, tornou-se regra no período Barroco.
Embora possamos considerar a ornamentação como uma forma de improvisação,
ela estava sujeita a determinadas regras que variavam de acordo com o estilo da
música. E como era improvisada, então não havia uma notação para a
ornamentação, exceto com relação à música francesa, e à alguns símbolos onde o
compositor definia trinados, apojaturas, mordentes, entre outros símbolos de
embelezamento.
A ornamentação, por meio da cadência, tinha também uma especial função de
alertar que a música estava chegando ao fim, com um 'grand finale' , reforçando os
aspectos tonais do então novo sistema musical.

Notação Musical
Muito embora no período Barrco a notação musical já
estivesse muito bem desenvolvida, de forma a representar
um sistema rítmico, melódico e harmônico, as intenções do
compositor, e outras formas de representação das emoções
como notação musical ainda não eram comuns de se anotar
na partitura. Por exemplo, crescendo e decrescendo,
ralentando, entre outras figuras que representam dinânima
e expressão musical.

A dinâmica e a expressão estavam muito relacionadas à retórica e sua relação com a


harmonia, ou seja uma tonalidade expressava um determinado tipo de afeto. O
ritmo e a fórmula de compasso, também representavam uma importante fonte de
decisão no modo de se tocar a música, que ia além de apenas a divisão do ritmo e
da definição dos tempos fortes.
De forma que ao se deparar com a música Barroca nos tempos atuais, há que se
debruçar sobre o que aquela música quer dizer que está além do que está escrito.
Como é uma música muito distante do nosso tempo, e a forma de tocar não está
totalmente descrita na partitura, então no fim do século XIX, muitos musicólogos e
músicos começaram a estudar os tratados antigos para se aproximarem de forma
mais verdadeira do real significado da música Barroca.

Concerto e Música de Câmara


O concerto nasceu da ideia de contraste, de forma harmoniosa em uma peça
musical, que apenas no fim do século XVII teve a sua forma definida como sendo
uma peça escrita para solista e orquestra.
A música de câmara passou a caracterizar a música secular, realizada tanto por
músicos amadores quanto por músicos profissionais, e era designada para pequenas
platéias.

Música Instrumental
A música instrumental veio se desenvolvendo desde a Renascença e no período
Barroco tornou-se igual em importância em relação à música vocal.
Estilos renascentistas ainda eram bastante populares como as danças (suites), a
canzona, a toccata, a fantasia e as variaçães. O contraponto ainda era usado como
na fuga, muito embora estava à serviço da harmonia.
Suite: Conjunto de danças para um ou mais instrumentos. Consiste em allemande,
courante/corrente, sarabande, gigue, minueto, bourré/passapied, rondeau/rondó,
bransle.

Sonata: Em oposição à cantata, significa peças estritamente instrumentais.

Trio Sonatas: Literalmente para serem tocadas por um trio de instrumentos.


Poderiam ser tocadas por 4 instrumentos, sendo adicionado um para o baixo
contínuo, de forma que geralmente a parte do baixo era tocada por um
violoncelo/viola e o cravo/alaúde/teorba.
Sonata da Camera: Significava uma peça a ser tocada em pequenos slões.

Sonata da Chiesa: Significava uma peça a ser tocada na igreja, com o baixo
contínuo realizado pelo órgão ou as vezes pelo fagote.
Por vezes as sonatas também eram escritas para instrumento solo, como no caso do
cravo.
Concerto: Significa 'estar junto' ou 'disputa'. Como dito anteriormente, esse gênero
musical se desenvolveu no Barroco e tomando as seguintes formas:

Concerto Grosso: Se desenvolveu a partir do conceito de contraste com dois


grupos de instrumentos. Um pequno grupo de solistas (concertino) em contraste
com uma orquestra de cordas (ripieno ou tutti), com o cravo desempenhando um
importante papel de suporte à harmonia.

Concerto Solo: Um único instrumento solo em contraste com uma orquestra de


cordas, alternando partes solo (geralmente virtuosas), com partes orquestrais.
Dessa forma, foi no período Barroco que as peças orquestrais começaram a se
desenvolver e o uso de instrumentos para trabalhar de forma mais rebuscada com
timbres e diferentes texturas, com dinâmicas como forte/fraco, trazendo a ideia de
cores para o som como claro/escuro. e mudanças bruscas e repentinas entre um
modo e outro.

Música Vocal
Monodia: Melodia acompanhada, geralmente metade cantada e metade recitada e
baixo contínuo.

Ópera: Corais e orquestra, cravo ou pequenos grupos instrumentais, danças e


drama.

Overture (Abertura): O estilo italiano de ópera ainda adicionava uma abertura


(overture), que teve grande importância para o desenvolvimento da sinfonia no
classicismo. Já os estilo de abertura francesa, incluia o ballet, com o uso de ritmos
pontuados e imitação, com característica mais majestosa.

Recitativo e Ária: O recitativo consiste em descrever uma estória e a ária (cantada)


consiste em descrever um pensamento ou uma emoção. O recitativo usa o ritmo do
texto, se aproximando da fala, enquanto a ária consiste em coro instrumental ou
vocal podendo acompanhar uma parte melódica vocal solista, com seus ritmos
baseados nas danças.

Oratório: Similar à ópera, com a diferença de se tratar de textos litúrgicos.

Cantata: Similar à um pequeno oratório, construído para solista e coro


acompanhado de pequena orquestra e baixo contínuo.

Música Sacra
A música sacra continuou a desempenhar um papel extremamente importante nas
obras de Bach e Handel. Bach compôs exclusivamente cantatas sacras, à exceção da
Cantata do Café, a sua única obra com tema secular.

Literalmente, o termo Clássico, referencia ao cidadão da alta classe. Muito desse


termo é ainda percebido ao se referir à música clássica em oposição à música
popular, como sendo uma música elitistas, ao invés de se referir à música de um
determinado período.
O perído Clássico foi um desenvolvimento das formas instrumentais barrocas, da
ópera e da sinfonia, além de uma consolidação da harmonia.
O uso do contraponto ainda era bastante comum no período barroco e considerado
no início do classicismo ou ainda na épo ca de Bach, como um estilo antigo de
composição, porque remetia à polifonia.
No classicismo a harmonia não era tão improvisada por meio do baixo contínuo, ela
passou a ser escrita com todas as partes definidas na partitura. Muito embora o
contraponto era presente como base para um estrutura harmônica mais definida para
um acompanhamento mais elegante, surgindo assim o estilo galante característico
do início do classicismo.
Pequenas orquestras começaram a se consolidar, e o cravo desempenhava uma
função mais de proporcionar textura e cor à música, ao invés de desempenhar um
papel fundamental na construção da harmonia, como era o caso do baixo contínuo
no período Barroco.

Afetos
O desenvolvimento das emoções na música continuou a ter a sua influência de
forma que no período clássico, ao invés de contraste, as emoções eram fluidas por
meio dos movimentos de forma que mudanças de humor poderiam ser expressas em
um único movimento.
A música vocal voltou a ter uma importância significativa, mas a música
instrumental encontrou seu lugar no drama, nas melodias tonais e formas bem
defenidas, frases regulares, texturas e estilos constrastantes.
A música instrumental pode se desenvolver de forma sinificativa a partir de
elementos da música vocal o que paradoxalmente, contribuiu para se distinguir da
mesma sem diminuir a sua importância.
A música comeceu a exigir mais possibilidades expressivas dos instrumentos
fazendo com que muitos deles começassem a cair em desuso, como é o caso do
cravo que foi aos poucos sendo substituídos pelo pianoforte (nome dado as
possibilidades de expressão de piano ou forte_fraco ou forte), e mais adiante a
clarineta em lugar da flauta doce.

Quarteto de Cordas
No Barroco, um dos estilos de música câmara eram representados pelo trio sonata,
que por vezes poderia ser tocado por quatro instrumentos. No período clássico, o
quarteto de cordas se tornou um estilo característico desse período, e consistia de 2
violinos, 1 viola e 1 violoncelo.
As formas populares do período barroco caíram em desuso, como a suíte,
desenvolvendo a forma sonata no estilo galante.
Dessa forma o estilo sonata desenvolveu a forma sonata que era uma técnica de
composição usada em uma variedade de gêneros musicais.
Forma Sonata: Consiste na exposição de dois temas diferentes na primeira parte.
Na segunda parte tem-se o desenvolvimento, onde aspectos do tema são
desenvolvidos, retrabalhados em e uma variedade de tonalidades. E por fim, a
recapitulação, prepara para o retorno ao tema relembrando aspectos da exposição e
preparando para o fim da música. Bach e Scarlatti foram expoentes fundamentais
para o desenvolvimento da forma sonata.

Sinfonia
Assim como a ópera foi característica do período Barroco, e apesar disso,
não caiu em desuso no classicismo (à exemplo da ópera Buffa), foi a
sinfonia que ocupou os palcos de destaque da época com seus expoentes
sendo Mozart, Haydn e Beethoven.
Com a exploração de texturas sonoras, a inclusão de novos instrumentos
como a clarineta, e a expansão da orquestra e da dinâmica musical, a
sinfonia se destacou como sendo o principal gênero instrumental e
contraposição ao concerto, quando houve uma maior distinção entre esses
dois gêneros musicais, sendo este último característico de peça para
instrumento solo e orquestra.
Como dito anteriormente, o termo sinfonia tem a sua origem nas aberturas
(overture), das óperas, que costumavam não ter relação com a música que
se seguia durante a ópera. Desta forma encontramos as múltiplas
influências que contribuiram para o desenvolvimento da sinfonia, a saber a
ópera e a sonata.

Assim sendo, as principais formas ou gêneros musicais característicos do


período Clássico foram, a sonata, o quarteto de cordas e a sinfonia.

A sinfonia, em especial as sinfonias de Beethoven, desenvolveu a harmonia a


textura até o seu limite culminando na harmonia expandida característica do
período Romântico.
A sinfonia era um gênero musical muito popular, realizado para além das parades
da corte, com muito apelo para a identidade de um povo e com sentimento de
unificação, que caracterizou a burgesia no período anterior a Revolução Francesa.
Muito embora as sinfonias de Beethoven tenham as suas bases nas sinfonias de
Mozart e Haydn, ele desenvolveu um estilo próprio que catalisou os ideais
burgueses da revolução tornando-se o símbolo do sentimento burguês que dominou
o Romantismo.
Ópera
A ópera continuou a obter o seu espaço por intermédio de Gluck e Mozart. Assim
como Beethoven expandiu a sinfonia, Mozart expandiu a ópera. E assim como a
sinfonia, a ópera de Mozart também destinava-se ao público em geral para além das
paredes da corte.
Na verdade já a partor da segunda metade do classicismo o sentimento dos
compositores de se libertarem da patronagem da corte era forte, e o desejo de
atingir as massas dominava tanto a ópera quanto a sinfonia.

ROMANTISMO

O período Romântico se desenvolveu a partir dos conceitos de individualidade,


melodia e emoção em uma perspectiva interna da emoções. Ou seja, as emoções
não eram representadas de forma figurativa, mas eram expressas de acordo com a
internalidade do sujeito.
A música passou a ser uma profissão, um entretenimento da classe média não
mais restrita aos nobres e ricos.
Com seus conceitos advindos da literatura e da pintura, o período Romântico estava
mais focado na expressão e na identidade individuais.

Romantismo foi uma reação direta à cultura e sociedade da Europa


naquele Tempo. Ciência e tecnologia foram a força motriz nas
sociedades e suas economias, e o Romantismo procurou escapar desta
realidade mundana para lugares que eram míticos, oníricos ou
sobrenaturais. Conforme as pessoas começaram a se mudar do campo e
em grandes municípios, o Romantismo abraçou o rural vida e buscou
refúgio e inspiração na Mãe Natureza. A revolução trouxe a produção
em massa e a uniformidade; Românticos considerados
altamente o individual, a novidade, o ilimitado e o exótico. A arte não
era mais simplesmente um meio de ganhar a vida; era uma forma de
escapar das realidades da vida e acessar um "reino superior". (Endris
Ryan R., 2014)

Os conceitos em música começaram a se desenvolver além de estilos, gêneros e


formas musicais. Exemplos dessa nova abordagem do material musical, mais
conceitual encontra-se na música absoluta e na música programática.
Música Absoluta: Representa a música por si mesma em concordância com o
conceito de Are pela Arte. Ou seja, dissociada de qualquer função, seja ele de
entretenimento, de religião, e de referências externas (palavras e imagens)

Música Programática: Representa um programa ou uma narrativa que conta uma


história geralmente burguesa. Entretanto, o programa ou a estória deveria ser
desenvolvida no imaginário do ouvinte, melhor expressa na sua forma orquestral.

Sinfonia Programática: Beethoven (Sinfonia Pastoral), Berlioz (Sonfonia


Fantástica)

Concerto Overture: Um único movimento na forma sonata. Mendelssohn The


Hebrides, Dvorak Carnival Overture, Tchaickovsky Romeu e Julieta.

Poema Sinfônico: Similar ao concert overture com a diferença de que o tema é


constantemente modificado, a extensão da peça como um todo é maior e há mais
liberdade na harmonia. Seu expoente é Liszt, que categorizou o poema sinfônico
como uma transformação do tema. Exemplos desse gênero é Hamlet de Liszt,
Dança Macabra de Sains-Sains, Don Juan de Strauss entre outros.

Música Incidental: Com o propósito de ser ouvida ocasionalmente, ou até como


música de fundo, ou como música de fundo para uma cena, ou para introduzir um
determinado humor ou sentimento noinício de uma cena. Atualmente, podemos
ilustrar como sendo música incidental a música para cinema, por exemplo.

Suites: As suites, como vimos anteriormente, remontam às danças medievais e


estão intimamente relacionadas com a cultura europeia no geral. No período
Romântico, as suites eram um conjunto de peças com a intenção de serem tocadas
em um palco de concerto como os Ballé Lago dos Cisnes de Tchaikovsy, e Sonhos
de Uma Noite de Verão inspirada na obra de Sheaskspeare e música de
Mendelssohn.

Primeira Escola de Viena


Devido a consolidação da estrutura, dos gêneros e formas musicais por meio das
sinfonias, oratórios e quarteto de cordas , Handel, Haydn, Mozart, Beethoven (o
legado musical), passaram a ser denominados de primeira escola de Viena.
Isso significa que os seus sucessores estavam estritamente ligados ao estilo/técnica
de composição de seus antecessores.

Maestro
Devido a crescente orquestra, e a mudança de importância da música instrumental,
em especial sinfônica, a figura do maestro passou a ter uma importância
significativa a partir da segunda metade do século XIX.
Anteriormente, os grupos maiores tinham um responsável para organizar o tempo
musical, de forma que todos pudessem tocar mais confortavelmente juntos. Esse
papel era desempenhado geralmente pelo violinista ou pelo cravista do grupo.

Canção
A canção foi um expoente na música alemã (Lied), uma inovação para voz e piano e
se tornou símbolo da forma musical Romântica combinando elementos da poesia,
da música, da expressão, e do folclore.

Baladas
Assim como a suíte era um conjunto de danças, as baladas eram um conjunto
de Lieder (plural de Lied), ou um conjunto de canções que eram tocadas uma após a
outra sem interrupçãoes, assim como os movimentos de uma sonata ou de uma
sinfonia. Seus expoentes são Brahms, Strauss, Schubert e Schumman.

Piano
O piano foi um instrumento identitário do período Romântico, com seus expoentes
sendo Chopin e Liszt. As peças inseriam temas folclóricos (valsas, mazurkas, polkas,
polonesas, rapsodias), em atenção a sentimento nacionalista característico do fim do
Romantismo, além de servirem como estudos, contibuindo para um tipo específico de
composição para piano chamado de études. Além destes, Brahms e Schumann.
As peças eram compostas visando a dificuldade técnica, o virtuosismo com o intuito de
impressionar a plateia.

Concerto
As cadências passaram a ser escritas ao invés de improvisadas e eram colocadas antes
da recapitualção do tema ao invés de no final. A dupla exposição do tema fui substituída
pela simples exposição tema dada pelo solista. Os concertos poderia ter 4 movimentos
ao invés de 3, com a inserção do scherzo antes do 3º movimento lento.
A orquestra tornou-se maior e ideia de disputa original do concerto, manteve-se aqui de
forma mais incisiva, uma luta entre os solistas virtuosos e a força orquestral.

Ópera
A ópera romântica teve especial contribuição expecialmente para a harmonia, por meio
do uso do cromatismo transcendendo a armadura de clave, o que originou o conceito de
harmonia expandida (em especial a ópera Alemã),que influenciou fortemente a
Segunda Escola de Viena característico do período seguinte, o Modernismo.
Bel Canto: Representativo da ópera Italiana, representava elegância,
fluidez, lirismo e a voz com maior importância do que outros elementos da
ópera, orquestra, estória e visual. Como expoentes temos Bellini, rssini,
Donizetti, e mais tarde Puccini e Verdi.

Drama Musical: Representativo da ópera alemã, tinha o seu foco na vida


diária das pessoas comuns, com tópicos sobre o supernatural, o mundo
selvagem e seus mistérios. Seu expoente foi Weber, e mais adiante
Wagner, que levou a música para o posto de religião por ela mesma e de
fato consolidou o Drama Musical, um conceito criado por suas próprias
concepções musicais. O seu desenvolvimento levou os músicos
modernistas a abondonarem completamente o sistema tonal.

Leitmotiv: Consiste em um tema recorrente associado a um personagem ou


assunto.

Nacionalismo
No fim do Romantismo houve um movimento que enaltecia o sentimento de
pertencimento, de união, de identidade, onde indivíduos poderia se identificar como
nação por meio da música. Dessa forma, elementos do folclore foram inseridos nos
temas das composições, e estudos sobre folclore foram de grande importância nesse
período.

Revival ou Ressurgimento da Música Antiga


Por volta da segunda metade do século XIX, um movimento paralelo surigiu com a
descoberta e regência de Mendelsshn da Paixão Segundo São Mateus de Bach. Até
então, o hábito de se tocar músicas do passado era uma prática extremamente
incomum. As músicas eram tocadas e ouvidas por compositores, intérpretes e
ouvintes do tempo em que elas eram compostas.
Essa descoberta abriu um nova perspectiva musical, não
somente em relação ao estilo, mas principalmente em
relação à performance. O interesse pela música do passado
se desenvolveu de forma que no século XX houve uma
separação entre performance e composição musical, de
maneira que instrumentistas nem sempre estavam conectados
com a música do presente, ocasionando um distanciamento
da composição musical com o aumento do interesse das
músicas de compositores como Bach, Beethoven e Mozart, no
século XX.

Além disso, instrumentos Renascentistas,, Medievais e Barrocos, começaram a ser


reconstruídos e diversos grupos musicais surgiram com a especialidade de tocar
Música Antiga ou música anterior ao período Romântico.
Várias discussões a respeito de autenticidade na performance, criatividade,
começaram a florescer dando origem a um estilo de performance totalmente
original conhecida como Performance Historicamente Informada que se consolidou
em meados do século XX.
Entretanto, uma das características do período Romântico foi o uso da História
como elemento para conhecer o homem e suas referências, tornando esse elemento
uma das principais influências do Romantismo no século XX.
Dessa forma o Romantismo foi uma época repleta de dicotomias como música
absoluta versus música programátiva, convensão versus novidade, composição
versus performance.
Concluindo, podemos definir que Wagner e Mendelssohn foram responsáveis pelas
diretrizes musicais que culmiram no modernismo do século XX, e também
Beethoven extendendo a sua influência por mais de um século.
Modernismo
Assim como no fim do classicismo podemos perceber um borrão na sua fronteira
com o Romantismo por meio de Beethoven, no Romantismo tardio com Mahler,
Debussy, Rachmaninov, Manual de Falla, Janácek, Sibelius, Ravel, Strauss entre
outros, prepararam o terreno, serviram de ponte para os verdadeiros compositores
modernistas a saber, Schonberg, Alban Berg e Anton Webern que formariam no
início do século XX, a Segunda Escola de Viena.
Uma das principais características do modernismo foi a quebra da tonalidade. A
descontrução tonal fez aparecer uma nova mudança na teoria musical relacionada
com o uso da escala cromática que significava a utilização das doze notas da escola
cromática de modo a não repetir nenhuma nota no motivo principal, desconstruindo
assim a tonalidade, e fazendo surgir o sistema atonal sistema dodecafônico (doze
sons), ou música serial.
As formas dodecafônicas ou atonais usavam o leitmotivs, a forma sonata entre
outros. Embora a forma musical ainda estivesse presente nas composições, elas
eram imperceptíveis devido ao fato da desconsturção da tonalidade se distanciar de
elementos característicos do sistema tonal como o sentido de finalização e de
começo. Uma das características da música atonal era de ser não prazeroza, ou feia.

Música Experimental
É uma combinação de gêneros musicais, como uma colagem, sejam eles as
sinfonias, as sonatas e outros gêneros, como os da música popular e religiosa. Um
de seus expoentes é Charles Ives.

Neoclassicismo
O neoclassicismo foi um estilo musical inspirado nos movimentos de música antiga,
onde se usava formas e gêneros e técnicas musicais anteriores ao período
Romântico, para a criação de novas composições. Seus expoentes são Igor
Strawinsky e Paul Hindemith. Um exemplo de uso do passado pelo Neoclassicismo
é a Sinfonia dos Psalmos de Strawinsky.
Composições começaram a ser feitas para instrumentos em desuso como a flauta
doce, o cravo , a viola da gamba entre outros.
Havia uma disputa, ou melhor dizendo, uma guerra entre os seguidores do estilo
atonal e os seguidores do estilo neoclássico, em meio às discussões sobre
originalidade. Originalidade, foi um conceito bastante explorado no início do século
XX, de forma que qualquer referência passado era considerado não original, naõ
autêntico, ou até mesmo sem merecimento artístico.
Essa discussão reflete os resquícios do pensamento Romântico no século XX,
principalmente oriundos dos conceitos da música absoluta e da individualização
extrema, a super valorização das emoções como elemento essencial para
originalidade, além como a expressão do artista como agente transmissor do
transcedental, e o subjetivo como expressão do valor na música, ou até mesmo a
delimitação de uma moral musical, subjetiva e sublime.
Educação Musical
A importância dada a música na formação do indivíduo que, como vimos, remonta
a Grécia Antiga, ganhou espaço na educação nas escolas. A flauta doce, teve um
papel essencial nesse ínterim, o que ocasionou a sua 'má' reputação de ser associada
a um instrumento para crianças.
Muitos compositores renomados foram responsáveis pela disseminação da educação
musical, amplamente conhecida atualmente como musicalização infantil. Alguns
expoentes são Bartok, Orff, Kodaly, e no Brasil, Villa - Lobos.
Recurso lista interativa:
• VOCÊ SABIA?
Conteúdo
você sabia?:
A característica da educação musical é o uso do folclore para a educação musical e
se contrapunha à formação do instrumentista/solista, com vistas à uma formação
mais humanista, respeitando as etapas do desenvolvimento psico-motor da criança,
levando em conta diversos elementos musicais como o corpo e o movimento, o
canto, a banda rítmica, o xilofone, a flauta doce entre outros.
Voltar para a navegação do recurso lista interativa

Tecnologia
O período entre Guerras foi essencial para o desenvolvimento de tecnologias, de
liguagens de programação, do computador, do rádio, de forma a contribuir para o
desenvolvimento de outras formas de concepção musical, seja com relação aos
instrumentos musicais, seja com relação à notação, seja com relação ao som.
O ruído passou a ter especial importância estética e o tratamento do som passou de
uma representação simbólica para a sua manipulação como objeto sonoro. Ou seja,
sons transformados em seus aspectos físico-acústicos por meio da manipulação das
ondas sonoras primeiramente usando técnicas de cortar as fitas de cassetes, depois
usando softwares de manipulação sonora, e mais recentemente, usando liguagens de
programação.
Essas características influenciaram não somente a composição musical, mas
também a performance, onde o instrumentista pode manipular e modificar o som do
seu instrumento por meio de conexões com o computador, executando
performances improvisadas.
Com esses recursos, a industria musical se desenvolveu rapidamente no século XX,
com os estúdios de gravação tornando o artista um pop star.
Além disso, muitos estilos musicais completamente novos, sem relação com a
música tradicional, surgiram da tecnologia. Na música popular como a
technomusic, eletronic music, os DJs, entre outros. Na música erudita temos a
música eletroacustic, acusmatic music, arte sonora entre outras.
Dessa forma, podemos ver atualmente uma interseção cada vez maior entre as artes,
que chamamos de arte multimídia que converge elementos do drama, da pintura e
da música pelo uso da tecnologia
Muitos projetos sociais têm transformado a vida de crianças e adolescentes
que residem em áreas perigosas e de vulnerabilidade social. Um destes
projetos, dedicado especialmente à formação musical, é o promovido pelo
Instituto Baccarelli na comunidade Heliópolis, em São Paulo. Conforme o site
do projeto:

Despontando como grupos principais estão a Orquestra Sinfônica Heliópolis e o


Coral Heliópolis, que são resultados diretos do trabalho de base do Instituto
Baccarelli e figuram entre os principais grupos jovens do país. O
reconhecimento no cenário musical é comprovado pela relação constante com
grandes solistas e maestros do Brasil e do mundo, tanto em masterclasses que
acontecem na sede, como em concertos, atuando lado a lado. Coroando esse
mérito, o maestro indiano Zubin Mehta, um dos maiores maestros do mundo,
aceitou ser patrono da instituição em 2005.

Caro estudante, estamos finalizando mais uma unidade de aprendizagem.


Até aqui foi possível aprender sobre os principais tópicos que dizem
respeito à história e o desenvolvimento da música.
Até aqui vimos definições importantes sobre a música na Grécia Antiga, na
Idade Média, no Período conhecido como Classicismo e no Período
Romântico.
Ficamos por aqui, na expectativa de que este conteúdo tenha sido
transformador em sua vida!

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