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NOMES DO SAMBA

APRESENTAÇÃO

Resolvi reunir alguns nomes de ícones do samba neste ebook. para


mostrar o quão rico é o universo do samba brasileiro.

20 Nomes de artistas renomados com uma relevância enorme para o


desenvolvimento e consolidação de um dos gêneros mais importantes do país,
mas com uma abordagem um pouco diferente, pois tento contar algum caso ou
curiosidade que está associada ao seu caminho musical.

Reuni fatos que, no meu ponto de vista, agregam e muito para a


identificação do samba com o povo brasileiro. O reconhecimento de alguns dos
maiores nomes como pessoas normais e que, na maioria das vezes, tiveram
envolvidas com atividades paralelas a música.

Assim como eles, muitos músicos atuais, ainda exercem algum tipo de
trabalho fora da área artistica e com este trabalho, pretendo mostrar que
independente do contexto / época, esta prática é muito comum, pois de um
modo geral, a arte e a cultura, não é e nem nunca foi uma área que tivesse
algum tipo de protagonismo para os governos.

Meu intuito com este trabalho é fazer com que além de conhecermos um
pouco de cada artista, fora do palco, consigamos reconhecer nossa história em
algum caso contado, pois assim conseguiremos ver que nossa história também
está sendo escrita.

Espero que gostem da leitura, assim como eu gostei de reunir e escrever


sobre esses artistas que tanto admiro.

Aproveitem!

Patrick Leonard

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ADONIRAN BARBOSA

Adoniran Barbosa, cujo verdadeiro nome era João Rubinato,


além de composições que viraram clássicos como: Trem das
onze, Saudosa maloca e Samba do Arnesto, ainda é um dos
principais responsáveis pela introdução da caixinha de
fósforo para batucar no samba.

ALCIONE

Alcione, natural do Maranhão e trompetista de mão cheia,


mudou-se para o Rio de Janeiro aos 25 anos e logo que
chegou, começou a cantar na noite carioca. Também
participou de vários programas de calouros. Em 76, se
apresentava em um projeto chamado “Seis e Meia” no Teatro
João Caetano, no centro da cidade. Foi onde explodiu com a
música NÃO DEIXE O SAMBA MORRER!

ARLINDO CRUZ

Arlindo Domingos da Cruz Filho, mais conhecido como


Arlindo Cruz, estudou na EPCAR no início da década de
70. Quando deixou a Aeronáutica, passou a frequentar a
roda de samba do Cacique de Ramos. Ia todas as quartas-
feiras, aprender ao lado de Jorge Aragão, Beth Carvalho,
Beto sem Braço, Ubirany e Almir Guineto. Outros jovens,
na época, seguiam o mesmo caminho, entre eles, Zeca Pagodinho e Sombrinha - que viria a
ser seu parceiro musical. Arlindo Cruz também participou do grupo Fundo de Quintal. A
partir de meados da década de 90, Arlindo passou a concorrer nas eliminatórias de samba
enredo de sua escola de samba do coração: o Império Serrano. Em 2017, o compositor
sofreu um acidente vascular cerebral. O estado de saúde do músico é grave, porém estável.

BETH CARVALHO

Um dos grandes nomes do universo do samba! Beth Carvalho


participou de uma série de festivais da música. Andança,
mesmo ficando em terceiro lugar, na edição de 1968, explode
e daí a Beth voa! Sua importância no samba é tão grande que
apadrinhou uma série de cantores e compositores iniciando
como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Jorge Aragão e o grupo
Fundo de Quintal, olha isso... Vocês têm noção?

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CANDEIA

Antônio Candeia Filho, mais conhecido como Candeia, era


filho de Antonio Candeia e Dona Maria. Seu pai, além
grande sambista e flautista, é conhecido como o idealizador
da comissão de frente da escola de samba. Desde pequeno
tocava violão e cavaquinho. Participou do núcleo original de
sambistas que fundou a Portela.

No início da década de 1960, Candeia ingressou na Polícia Civil, assumindo o cargo de


investigador. Em 1965, envolveu-se em um acidente de trânsito e foi surpreendido por um
motorista que disparou cinco tiros contra ele, deixando-o paralítico.

Foi forçado a se aposentar por invalidez e suas limitações físicas o fizeram cair em grande
depressão. Usou a música para se fortalecer e consolidou uma carreira musical no samba,
cantando sobre a desigualdade social e a cultura negra.

CARTOLA

Angenor de Oliveira, ganhou o apelido de Cartola, pois na


sua adolescência trabalhava como ajudante de obra e usava
um chapéu para que o cimento não caísse sobre seus
cabelos.

Nasceu no bairro carioca do Catete, onde também passou


parte de sua infância. depois se mudou para Laranjeiras,
onde ele se tornou torcedor do Fluminense. Mais tarde, por
dificuldades financeiras, se muda para o morro da Mangueira, onde ajuda a fundar a
Estação primeira de Mangueira.

Cartola, que tinha uma doença no nariz chamada rosácea, após operar, uma mancha negra
na região apareceu, sinal que se tornaria sua marca característica.

CLEMENTINA DE JESUS

Clementina de Jesus da Silva deixou um grande legado no


resgate dos cantos negros tradicionais e na popularização
do samba, além de ser vista como um importante elo entre
a cultura do Brasil e da África.

Nascida em Carambita, bairro da periferia de Valença,


mudou-se com a família aos oito anos de idade para Oswaldo Cruz, tendo estudado no
Orfanato Santo Antônio, onde desenvolveu crença católica, ao mesmo tempo que aprendia
com sua mãe rezas em jejê nagô e cantos em dialeto iorubá. Destas influências resultam

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um misticismo sincrético e uma musicalidade marcada pelo samba e cantos tradicionais de
escravizados do meio rural.

Participou de atividades da escola Mangueira e acompanhou de perto o surgimento e


desenvolvimento da escola Portela, frequentando desde cedo as rodas de samba da região.

Trabalhou como doméstica e lavadeira por mais de 20 anos, até ser "descoberta" na
Taberna da Glória pelo compositor Hermínio Bello de Carvalho em 1963, que a levou para
participar do projeto O Menestrel, apresentando-se com o violinista Turíbio Santos no
Teatro Jovem, que foi um grande sucesso.

DONGA

Ernesto Joaquim Maria dos Santos, conhecido como


Donga, apelido familiar atribuído desde menino,
consagrou a gravação de Pelo Telefone, considerado o
primeiro samba gravado na história.

Donga cresceu entre os bairros da Cidade Nova e da


Saúde onde, desde menino, frequentou as reuniões de
grupos de baianos que começaram a formar os
primeiros ranchos carnavalescos.

Fundador do conjunto Oito Batutas, criado com Pixinguinha em 1919 para tocar na sala de
espera do Cinema Palais. Donga atuou como violonista nas viagens que o grupo fez a Paris,
em 1922

Oficial de Justiça aposentado, habitou seus últimos dias na Casa dos Artistas.

DONA IVONE LARA

Dona Ivone Lara atuou na área da saúde com formação


em Enfermagem e Serviço Social, foi uma das fundadoras
do Império Serrano, foi a primeira mulher a gravar um
samba e também atuou como Tia Anastácia do Sítio do
Picapau Amarelo. Tá bom pra você?

ELZA SOARES

Elza Soares da Conceição foi um dos maiores nomes da MPB, Elza


recebeu ano 2000, em Londres, o título de "A Melhor Cantora do
Universo" dado pela emissora BBC.

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ISMAEL SILVA

Ismael Silva nasceu em Niterói e quando seu pai faleceu,


sua família se mudou para a cidade do Rio de Janeiro.

Na cidade do Rio, morou no bairro Rio Comprido e depois


no Estácio, onde, em 1928, ajuda a criar a primeira escola de
samba do Brasil, a "Deixa Falar".

As agremiações carnavalescas da época eram chamadas de bloco ou rancho, e o pessoal do


Estácio inovou com o nome Escola de Samba, cunhado pelo próprio Ismael.

A Escola de Samba Deixa Falar desfilou a primeira vez em 1929, na Praça Onze e deixou de
existir dois anos depois.

Ismael Silva tornou-se um dos parceiros mais recorrentes de Noel Rosa, teve várias músicas
gravados por Francisco Alves, Mário Reis e Ataulpho Alves. Um de seus maiores sucessos é
a música "Se você jurar".

JOÃO NOGUEIRA

Você sabia que a primeira apresentação do João


Nogueira como cantor foi no Teatro Opinião, em
Copacabana, após o trio Pixinguinha, João da baiana e
Donga desistirem de se apresentar em cima da hora.

A produção do teatro foi atrás de algum substituto e


descobriu que o compositor da música "Corrente de aço",
recém gravada por Elizeth Cardoso estava em um bar
perto.

Daí pra frente já sabemos o que aconteceu, né?

JORGE ARAGÃO

Carioca de ascendência amazonense, Jorge Aragão


começou sua carreira pelo samba na década de 70. Como
compositor, despontou em 1976, quando Elza Soares
gravou sua composição "Malandro".

Foi integrante do grupo Fundo de Quintal e um de seus


principais compositores e letristas. Algum tempo depois saiu do grupo para dedicar-se à
carreira solo.

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Em 97, a NASA manda sua composição "Coisinha do Pai" para a Lua como registro da
humanidade do planeta Terra! Demais, né?

LECI BRANDÃO

Leci Brandão da Silva, mais conhecida como Leci


Brandão começou sua carreira no início da década de
1970, tornando-se a primeira mulher a participar da ala
de compositores da Mangueira.

Já atuou como atriz na novela Xica da Silva, já foi


comentarista dos desfiles das Escolas de Samba,
também foi Conselheira da Secretaria Nacional de
Políticas de Promoção da Igualdade Racial e membro do Conselho Nacional dos Direitos da
Mulher.

Leci foi primeira cantora famosa do Brasil a se pronunciar como uma mulher lésbica e
atualmente é deputada estadual pelo estado de São Paulo defendendo as populações
indígena e quilombola, da juventude, das mulheres e do segmento LGBTQ+

MARTINHO DA VILA

Filho de lavradores, Martinho José Ferreira, mais


conhecido por Martinho da Vila, nasceu em Duas Barras,
interior do estado e mudou-se para o Rio de Janeiro com
apenas quatro anos.

Sua primeira profissão foi como auxiliar de químico


industrial, função aprendida no SENAI. Mais tarde, serviu
o Exército Brasileiro, tornando-se sargento. Nesta instituição ele começou na Escola de
Instrução Especializada, tornando-se escrevente e contador, profissões que abandonou em
1970, quando deu baixa para se tornar músico profissional

Entre os títulos recebidos por Martinho da Vila, estão os de Cidadão Carioca, Cidadão
Benemérito do Estado do Rio de Janeiro, Comendador da República, em grau de oficial e a
Ordem do Mérito Cultural, por seu trabalho em prol da cultura brasileira

A dedicação à escola de samba do coração, Unidos de Vila Isabel, iniciou em 1965. A


história da Unidos de Vila Isabel se confunde com a de Martinho. Desde essa época, assina
vários sambas-enredo da escola

Embora internacionalmente conhecido como sambista, com várias composições gravadas


no exterior, Martinho da Vila é um legítimo representante da MPB e compositor eclético,
tendo trabalhado com aspectos da cultura brasileira e criado músicas dos mais variados

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ritmos brasileiros, tais como ciranda, frevo, samba de roda, capoeira, bossa nova, calango,
samba-enredo, toada e sambas africanos.

MONARCO

Hildmar Diniz, o Monarco, Nasceu no bairro de Cavalcante,


mas ainda criança foi morar em Nova Iguaçu

Filho de José Filipe Diniz, aos dez anos de idade, mudou-se


para Oswaldo Cruz, subúrbio do Rio e bairro onde fica a
Portela. Nessa época que surgiu o apelido, Monarco, pois um
amigo leu em uma revista em quadrinhos.

Em sua homenagem, a prefeitura do Rio rebatizou o Parque Madureira como Parque


Madureira Mestre Monarco.

NOEL ROSA

Noel de Medeiros Rosa, nasceu em 1910 após um parto


muito complicado, que incluiu o uso de fórceps pelo
médico obstetra, como medida para salvar sua vida. Além
disso, nasceu com hipoplasia da mandíbula, o que lhe
marcou as feições por toda a vida e destacou sua
fisionomia bastante particular.

Nascido em Vila Isabel, Noel era de família de classe média, tendo estudado no tradicional
Colégio de São Bento. Em 1931 entrou para a Faculdade de Medicina, mas logo o projeto
de estudar mostrou-se pouco atraente diante da vida de artista, em meio ao samba e
noitadas regadas a cerveja. Noel foi integrante de vários grupos musicais.

Morreu prematuramente aos 26 anos por decorrência da tuberculose, deixou um conjunto


de canções que tornaram-se clássicas dentro da música popular brasileira.

PAULINHO DA VIOLA

Paulinho, portelense e vascaíno roxo, estudava contabilidade


e trabalhava numa agência bancária. Compositor de "Foi um
rio que passou em minha vida".

Depois de assinar um belo samba pra Mangueira, Paulinho


da Viola deixou o pessoal da Portela muito magoado. Não
tardou para que o sambista respondesse com todo o coração. Um rio azul, a cor da Portela.

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ROBERTO RIBEIRO

Dermeval Miranda Maciel, mais conhecido como Roberto


Ribeiro, foi jogador de futebol profissional em sua cidade
natal, Campo dos Goytacazes e chegou a treinar no
Fluminense, mas acabou desistindo da carreira e
começou a trabalhar com música, em 1965.
Roberto passou a frequentar as rodas de samba da
tradicional escola de Madureira, Império Serrano, sendo convidado para ser o Intérprete de
Samba-Enredo no Carnaval de 1971.

Sua carreira como cantor ganhou impulso a partir de 1972 com gravações de três
compactos em parceria com Elza Soares, sua madrinha musical. No ano seguinte, lança seu
primeiro trabalho solo... Daí pra frente foi só sucesso!

ZECA PAGODINHO

Jessé Gomes da Silva Filho nasceu em Irajá onde desde


pequeno passou a frequentar rodas de samba por
influência de sua família, foi feirante, camelô, office-boy
e até anotador de jogo do bicho, dando sempre um
jeito de estar envolvido com a música.

Junto com o flautista e compositor Cláudio


Camunguelo, Zeca Pagodinho teve sua primeira canção
gravada. A música “Amargura”, que entrou no
repertório do grupo Fundo de Quintal.

Em 1981, Beth Carvalho conheceu Zeca, no Cacique de Ramos, e o convidou para participar
do seu disco “Suor no Rosto” onde fizeram um dueto no samba “Camarão que Dorme a
Onda Leva”, de autoria de Zeca e de Arlindo Cruz e Beto Sem Braço.

Zeca sempre foi o cara simples e fiel aos seus costumes, ressaltando essa ideia de
simplicidade presente no samba de modo geral. Ele faz questão de exaltar a alegria e a
felicidade de manter as suas origens.

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Patrick Leonard, flautista e saxofonista,
começou a estudar piano aos seis anos de
idade. “Aos 8, preferi me afastar da
música e só recomecei aos 20, tocando
gaita, intuitivamente. Foi aos 24 que
comecei a estudar de verdade.”

Tão “de verdade” que a lista do que


estudou e dos professores que teve é
grande: Começou com a gaita em 2004.
Em 2009, passou a estudar flauta
transversal, com Fernando Trocado. Na
mesma época assistiu aulas de percepção
e teoria musical, no curso Cenart.

Ainda em 2009, passou a frequentar aulas na Escola Portátil de Música, oficina de choro
realizada pelo Instituto Casa do Choro na UNIRIO, onde estudou flauta transversal com
Antônio Rocha, Leonardo Miranda e Naomi Kumamoto até 2012. Também assistiu aulas de
harmonia, leitura e percepção musical com a professora Bia Paes Leme e Pedro Aragão, além
de oficinas com Luciana Rabello, Pedro Amorim, Cristovão Bastos e Mauricio Carrilho.

Neste meio tempo, teve aulas na escola de música Canto pra Viver, de harmonia, percepção e
teoria musical, com o professor Mário Pedro e de percussão na oficina Tambor Carioca, da
escola Maracatu Brasil, com mestre de bateria Odilon e Sérgio Conforti.

Entre 2011 e 2014, Patrick Leonard ainda teve aulas com Dirceu Leite, que foi muito
importante na sua formação. Em 2015 voltou a estudar na Escola Portátil, mas agora saxofone,
com o professor Rui Alvim. No mesmo ano, harmonia com Wando Carmo e percepção musical
no curso Mais que Música. Também esteve presente em workshops com Ivan Meyer, Celso
Woltzenlogel e Daniela Spielmann. Estudou harmonia e improvisação com Anderson Cardoso e
se formou pelo curso técnico da EMVL, tendo PC Castilho como professor. Atualmente, cursou
Licenciatura em Música pela Universidade Claretiano e possui uma Pós graduação em Estilos,
harmonia e improvisação para instrumentos da família das madeira pela FACEC.

Até então, Patrick Leonard já havia participado de alguns grupos onde teve a oportunidade de
tocar com vários ícones do samba, como: Monarco, Noca da Portela, Wilson Moreira e Ataulfo
Alves Junior, por exemplo.

Seu Repertório inspira-se principalmente na música brasileira, sempre com clara versatilidade
e criatividade. Além de seu trabalho solo, acompanha artistas e grupos, se apresenta em
casamentos, festas e eventos em geral.

Apresenta-se nas melhores casas do circuito carioca de samba de raiz acompanhando grandes
artistas da nova cena musical do RJ em seus shows, além de fazer parte do projeto social
Cultura de Direito para Todos, realizado pela prefeitura de Maricá, ministrando oficinas de
saxofone, gaita e flauta.

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www.patrickleonard.com.br

Facebook: Patrick Leonard

Instagram: @_patrickleonard_

YouTube: Patrick Leonard

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