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Uma Breve História da

Música
Brasileira

A música do Brasil se formou a partir da mistura


de elementos europeus, africanos e indígenas,
trazidos respectivamente por
colonizadores portugueses, escravos e pelos
nativos que habitavam
o chamado Novo Mundo. Outras influências foram se
somando ao longo da história, estabelecendo uma
enorme variedade de estilos musicais.
Curiosidade:
Os primeiros professores de música no Brasil foram os
padres Jesuítas, responsáveis pela catequese dos indíg
enas. No sul do Brasil, os Jesuítas construíram as
chamadas Missões, onde além de aculturar os índios
guaranis, ensinando a religião católica e a agricultura,
ensinavam música vocal e instrumental, criando
orquestras inteiras só de guaranis. O mais famoso
padre jesuíta foi o padre Anchieta, criador de muitos “a
utos”, espécie de peças de teatro didáticas, que tinham
a função de ensinar a religião de uma forma criativa e
espetacular aos índios.
Chiquinha
Gonzaga
• Maior personalidade feminina da história da
música popular brasileira, nascia no dia 17 de
outubro de 1847, Chiquinha Gonzaga, primeira
maestrina e autora da primeira canção
carnavalesca. “O Abre Alas “.
• A estreia como compositora aconteceu em
1877, com a polca Atraente. Sofreu muito
preconceito na época por desafiar os padrões
vigentes. Também foi participante do
movimento pela abolição da escravatura,
vendendo suas partituras para obter fundos
para a Confederação Libertadora.
• Com o dinheiro arrecadado, comprou a alforria
de José Flauta, um escravo músico. Chiquinha
Gonzaga ainda participou da campanha
republicana e de todas as grandes causas
sociais do seu tempo.
https://www.youtube.com/watch?v=QGdGo2lQaNk
https://www.youtube.com/watch?v=4wfrA54BMZg
Os Primeiros
Ritmos
Brasileiros
O primeiro ritmo musical originalmente brasileiro foi o MAXIXE,
formado a partir de uma mistura entre o "lundu" (este termo
significa umbigada e é uma espécie de samba muito sensual
praticado nas rodas dos escravos) e a "modinha e polcas
portuguesa (composição suave, geralmente romântica, tocada na
viola e dançada em salões). Criação de Chiquinha Gonzaga
Por volta dos anos 1880 surgia um novo jeito de se
fazer música no Brasil, no subúrbio da então
capital Rio de Janeiro. Era uma forma mais
charmosa e chorosa de se tocar as canções
populares vindas da Europa, o que começou a ser
chamado de “choro”.

Os oito Batutas-Pixinguinha
https://www.youtube.com/watch?v=29JPPVQlr1A
Os primeiros encontros sociais para apreciação de música
aconteciam nas confeitarias, onde a alta sociedade se reunia
para tomar chá enquanto ouvia grandes músicos da época, por
um lado o samba como dança e festa coletiva explodia nos
quintais, tomava as ruas e se exibia nos desfiles de cordões,
por outro, o samba como música e composição autoral dava os
seus primeiros passos em casa de tia Ciata. O elemento comum
eram os estribilhos, cantados e dançados tanto num lugar
como no outro.
O Dia Nacional do Samba é comemorado no dia
2 de dezembro.

•Na década de 20, o samba consolidou-se com um formato mais


definido, nos morros e subúrbios cariocas, afastando-se de
gêneros como a marcha e o maxixe. Blocos carnavalescos
ganhavam nome e importância nos bairros, prenunciando as
escolas de samba que conhecemos hoje.

•“Ao contrário do que se imagina, o samba nasceu no asfalto; foi


galgando os morros à medida em que as classes pobres do Rio de
Janeiro foram empurradas do Centro em direção às favelas,
vítimas do processo de reurbanização provocado pela invasão da
classe média em seus antigos redutos.”
https://www.youtube.com/watch?v=yeB9oBsFLrU
A origem das escolas de samba “O estilo (antigo)
não dava para andar. O samba era assim: tan
tantan tan tantan. Não dava. Como é que um bloco
ia andar na rua assim? Aí a gente começou a fazer
um samba assim: bumbum
paticumbumpruburundum.” 27 A primeira escola
de samba nasceu no Estácio – portanto no asfalto
e não no morro – fez a sua primeira aparição
oficial no desfile da Praça Onze em 1929,
chamava-se Deixa falar e surgiu como um “ato de
malandragem”. 28 Até essa data o que se via nas
ruas durante o carnaval era o desfile das Grandes
Sociedades, dos ranchos carnavalescos (também
conhecidos como blocos de cordas, pois possuíam
um cordão de isolamento e proteção) e dos blocos
propriamente ditos (mais modestos em sua
administração).
o Rancho carnavalesco, derivado do Rancho de
Reis, existente em sua forma pagã desde 1873, foi
a grande fonte inspiradora para as primeiras
escolas de samba. Lembrando ainda as
procissões religiosas, a sua música, voltada para
as tradições folclóricas, principalmente o
maracatu, trazia um andamento dolente,
arrastado, nada adaptado para a euforia dos
primeiros sambistas que também despontavam
nesses mesmos espaços culturais:
“Essa lentidão, que permitia um
desfilar sem vibração, quase
monótono, causava irritação aos
carnavalescos da nova geração,
que se mostravam desejosos de
dançar com um ritmo mais alegre
e de acordo com a folia do
carnaval. Esse foi o motivo que
levou sambistas – como Ismael
Silva e seus companheiros –
• Com o crescimento da rádio e da gravação
elétrica no final dos anos 20, ser músico se
tornava oficialmente uma profissão. As
grandes rádios possuíam orquestras que
tocavam ao vivo durante os programas, que
eram apresentados em teatros e vistos por
plateias.
• Havia concursos que elegiam as melhores e
mais charmosas cantoras e acabaram criando
verdadeiros deuses e deusas da música
brasileira. Como primeiro meio de
comunicação midiático do país, o rádio se
tornou uma fonte universal de informações e
entretenimento. Nomes como Carmem
Miranda, Ary Barroso e Pixinguinha surgiram.
Samba-canção
Samba de
Samba carnavalesco gafieira
Sambalada
Samba de meio-de-ano

Samba raiado
Samba-enre
Samba de partido-alto do

Samba-batido
Sambalanço

Samba-jaz
Samba de terreiro
z
Samba de
embolada
As Rainhas Do Rádio.
mulheres que cantavam,
apresentavam programas, liam
os anúncios, entre outros, na
época em que o rádio era o
principal meio de
comunicação.
Foi a primeira
personalidade a
divulgar a cultura
brasileira nos
Estados Unidos da
América.

CARMEM
MIRANDA
https://www.youtube.com/watch?v=mDdeq3Sn1ZA
Mais de 50 canções, interpretadas ao
vivo, dão a nota do musical Emilinha e
Marlene - as rainhas do rádio , que
percorre a trajetória artística e o dia a
dia das duas maiores estrelas da música
brasileira, que em 1949 se tornaram
concorrentes, quando a novata Marlene
superou a favorita Emilinha Borba no
concurso “Rainha do Rádio”.
https://www.youtube.com/watch?v=JOL4PfGe-lk
Marle
ne
https://www.youtube.com/watch?v=7eCrMNfIvfE
Noel Rosa
Festivais da Canção
Os Festivais da Canção, que tiveram seu
auge no fim dos anos 60, foram eventos
musicais que possuíam um apelo similar a
uma final de Copa do Mundo dos dias de
hoje, tamanha a mobilização da
população que, literalmente, vestiu a
camisa de seu cantor e/ou música
preferida, comportando-se como um
verdadeiro torcedor.
ECom a popularização da televisão no Brasil na década
de 50, os artistas passaram a ser vistos, e não apenas
ouvidos, tornando o aspecto visual também um fator
importante para alcançar o sucesso. Nesse contexto, os
Festivais da Canção se destacaram durante a década
de 60 por projetar artistas de diversas regiões do país.

Os Festivais da Canção surgiram como uma plataforma


de exposição e valorização da música popular brasileira.
Eles foram responsáveis por revelar grandes talentos,
como Elis Regina, Chico Buarque, Gilberto Gil e
Caetano Veloso, entre outros.
Esses eventos proporcionaram uma oportunidade única
para artistas emergentes, pois permitiam que suas
canções fossem ouvidas por um grande público, tanto ao
vivo quanto através da transmissão televisiva. Além disso,
os festivais promoviam um ambiente de competição
saudável entre os compositores e intérpretes, o que
impulsionava a criatividade e a diversidade musical.

Os Festivais da Canção também foram palco de grandes


momentos de ruptura e resistência cultural. Durante a
ditadura militar, por exemplo, as canções apresentadas
nos festivais expressavam críticas e protestos velados,
utilizando metáforas e alegorias para driblar a censura
vigente.
Um exemplo emblemático dessa resistência foi a música
"Apesar de Você", de Chico Buarque, que venceu o
Festival Internacional da Canção de 1970. Mesmo com a
censura imposta pelo regime militar, a canção se tornou
um hino de resistência, utilizando uma letra
aparentemente inocente para criticar o autoritarismo do
governo.

Os Festivais da Canção tornaram-se marcos importantes


na história da música brasileira. Foram eventos que
impulsionaram a criação e a reflexão sobre a música
popular, além de proporcionar uma vitrine para o talento
nacional. Foi nesse contexto que a música se tornou não
apenas uma forma de entretenimento, mas também uma
forma de expressão e resistência política.
Censura
A ação da censura durante o regime militar foi a grande

responsável pelo declínio e fim dos festivais. Curiosamente,

iniciou-se um período muito fértil na música brasileira, já que

os compositores, diante da necessidade de “driblar” a censura,

criaram inúmeras letras de fundo político traduzidas em

metáforas poéticas. Mas logo no início do AI-5, a situação ficou

insustentável. Chico Buarque, depois de preso e interrogado,

exilou-se na Itália. Caetano e Gil não tiveram a mesma sorte.

Depois de presos um tempo, foram obrigados a abandonar o

país, estabelecendo-se em Londres até que pudessem voltar.


https://www.youtube.com/watch?v=ujCv9MODXao

https://www.youtube.com/watch?v=Imw9aOlZJRI
• Logo a televisão chegou ao país, enquanto ia
tomando o lugar do rádio nas casas das classes
sociais mais altas, na década de 50 um novo
movimento nascia no Rio de Janeiro.

• João Gilberto sai da Bahia e com seu violão


mistura samba e jazz e surge uma batida
sofisticada do samba, que recebeu o nome de
Bossa Nova.
Bossa Nova

Na década de 1950, o Brasil


vivenciou algumas transformações
que conseguiram aproximar
elementos de natureza política,
econômica, social e cultural
❑ Juscelino Kubitschek, promove a
modernização do país.
❑ o crescimento das classes médias.
❑ É nesse contexto que a Bossa Nova,
um gênero musical que marca esse
mesmo período, aparece como uma
manifestação que eficazmente
representou esse tipo de demanda
modernizante.
❑ a Bossa Nova reafirmava a tradição
musical brasileira ao ter o samba
como uma grande referência e
dialogava com o jazz
Com o passar das décadas, a Bossa
Nova acabou sendo um gênero
musical encampado pelo conjunto
de experiências musicais que
representam a Música Popular
Brasileira – mais comumente
conhecida pela sigla MPB. Por
fim, a Bossa Nova acabou sendo
um marco do hibridismo, da
mistura de diferentes referências
estéticas a serviço de uma
manifestação artística original.
JOÃO
GILBERTO
Primeira composição da Bossa
Nova.
https://www.youtube.com/watch?v=yUuJrpP0Mak
Estes artistas acreditavam que o
Brasil poderia influenciar o
mundo com sua cultura, por
isso, o novo movimento visava a
internacionalização da música
brasileira.
Tom Jobim foi um dos artistas
que foi profundamente
beneficiado com esse show,
vendeu muitas de suas
músicas para fazer versões em
inglês e acabou vivendo nos
Estados Unidos por bastante
tempo.
Garota de Ipanema

https://www.youtube.com/watch?v=KJzBxJ8ExRk

https://www.youtube.com/watch?v=NldPFVKYmiw
A Bossa Nova se tornou uma referência da
música nacional. Em 1962 um show intitulado
"New Brazilian Jazz Music" aconteceu em Nova
York, colocando os grandes nomes do gênero
em evidência em outros países. Tom Jobim foi
um dos artistas que foi profundamente
beneficiado com esse show, vendeu muitas de
suas músicas para fazer versões em inglês e
acabou vivendo nos Estados Unidos por bastante
tempo.
Mas a bossa era acima de tudo um movimento da
emergência urbana do país na fase
desenvolvimentista da presidência de Juscelino
Kubitschek (1955-60) e concentrou-se no Rio em
apartamentos da zona sul como o da futura
cantora Nara Leão. Ela sediava em Copacabana
encontros de jovens autores e músicos como
Carlos Lyra, Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli,
Sérgio Ricardo e Chico Feitosa, entre outros. Os
shows do grupo começaram no âmbito
universitário (foi o primeiro movimento musical
brasileiro a sair das faculdades) e agregaram
inúmeros outros inovadores.
• A Bossa Nova foi consagrada
internacionalmente no ano de 1962,
em um histórico concerto no Carnegie
Hall de Nova Iorque, no qual
participaram Tom Jobim, João Gilberto,
Oscar Castro Neves, Agostinho dos
Santos, Luiz Bonfá, Carlos Lyra, entre
outros artistas.
• A Bossa Nova tem como características
principais o desenvolvimento do
canto-falado, ao invés da valorização
da “grande voz”
Festival Internacional da Canção - MPB

https://www.youtube.com/watch?v=KfP7oVwHI7c

https://www.youtube.com/watch?v=Bbunwy0JrsI&t=696s

https://www.youtube.com/watch?v=TOCUntjNRTk

https://www.youtube.com/watch?v=fEY9Z8LJfMY

https://www.youtube.com/watch?v=Dy759_Y8E-c
https://www.youtube.com/watch?v=F2jTHH9W9LM

https://www.youtube.com/watch?v=gj0Rz-uP4Mk

https://www.youtube.com/watch?v=BHkJ3IBvFLg&t=278s
Tropicália
https://www.youtube.com/watch?v=75csUry_FI8
Caetano

https://www.youtube.com/watch?v=khJOaXXV_Jg

https://www.youtube.com/watch?v=T3Dfd3KHI30
Bethania

https://www.youtube.com/watch?v=gfs9DC4GNr0

https://www.youtube.com/watch?v=4Cq8qKk2aSM
https://www.youtube.com/watch?v=M_q6QS__UUE
O Tropicalismo foi um movimento de ruptura que
sacudiu o ambiente da música popular e da
cultura brasileira entre 1967 e 1969. Seus
participantes formaram um grande coletivo, cujos
destaques foram os cantores-compositores
Caetano Veloso e Gilberto Gil, além das
participações da cantora Gal Costa e do
cantor-compositor Tom Zé, da banda Mutantes, e
do maestro Rogério Duprat. A cantora Nara Leão
e os letristas José Carlos Capinan e Torquato
Neto completaram o grupo, que teve também o
artista gráfico, compositor e poeta Rogério
Duarte como um de seus principais mentores
intelectuais
Os tropicalistas deram um histórico passo à
frente no meio musical brasileiro. A música
brasileira pós-Bossa Nova e a definição da
“qualidade musical” no País estavam cada
vez mais dominadas pelas posições
tradicionais ou nacionalistas de movimentos
ligados à esquerda. Contra essas tendências,
o grupo baiano e seus colaboradores
procuram universalizar a linguagem da MPB,
incorporando elementos da cultura jovem
mundial, como o rock, a psicodélica e a
guitarra elétrica.
Sincrético e inovador, aberto e incorporador, o
Tropicalismo misturou rock mais Bossa Nova,
mais samba, mais rumba, mais bolero, mais
baião. Sua atuação quebrou as rígidas
barreiras que permaneciam no País. Pop x
folclore. Alta cultura x cultura de massas.
Tradição x vanguarda. Essa ruptura
estratégica aprofundou o contato com formas
populares ao mesmo tempo em que assumiu
atitudes experimentais para a época.
O movimento, libertário por excelência, durou
pouco mais de um ano e acabou reprimido
pelo governo militar. Seu fim começou com a
prisão de Gil e Caetano, em dezembro de
1968. A cultura do País, porém, já estava
marcada para sempre pela descoberta da
modernidade e dos trópicos.
Jovem Guarda
Cantores e bandas da Jovem Guarda

Erasmo Carlos, Roberto Carlos e


Wanderléia foram os principais
representantes do movimento, mas
outros cantores e bandas também
participaram da Jovem Guarda.
O movimento Jovem Guarda ditou moda durante os anos que
estava no auge. Os apresentadores influenciaram os jovens da
época com suas roupas coloridas e estampadas, casacos de
peles e com seus longos cabelos ao estilo Elves Presley.

O movimento também ajudou a difundir diversas gírias, frases e


expressões. Entre elas:

• Boca de sino: tipo de calça com barra alongada;


• Estar por fora: ignorar algo, não saber o que se passa no
momento;
• Ficar para tia: não casar;
• Ficar neném: não ter dinheiro;
• Gastar o latim: ficar horas tentando conquistar o “broto”.
• Broto: garota desejada.
https://www.youtube.com/watch?v=5rcnmZ-_Moc

https://www.youtube.com/watch?v=1i_buqQeJcI

Influência

https://www.youtube.com/watch?v=jenWdylTtzs
https://www.youtube.com/watch?v=-zLicyzaH5A

https://www.youtube.com/watch?v=4R1T6cF66Cs

Influência

https://www.youtube.com/watch?v=hW_WLxseq0o

https://www.youtube.com/watch?v=Ta54NMaLbxo

https://www.youtube.com/watch?v=mbj1RFaoyLk
Rock Brasil – Anos 80

A era de ouro

O Rock Brasileiro dos anos 80 surgiu


basicamente influenciado pelo Rock n’roll
americano, e
embalado pelos efervescentes anos 80, década
na qual o cenário político brasileiro passava por
importantes mudanças.
Nos anos 80, o fim da ditadura militar (e, consequentemente, o
fim da censura), o atentado do Riocentro (1981), o movimento de
democratização das “Diretas Já”, que clamava por eleições diretas
à presidência, a eleição de Tancredo Neves, o primeiro presidente
civil, eleito através do colégio eleitoral e sua morte, em 85, a
criação da nova Constituição Brasileira em 1988, ensejaram
mudanças radicais nos rumos políticos do país. O Rock Brasileiro,
ou BRock(apelido dado por Nelson Motta que usaremos daqui em
diante) ,estourou no país e trouxe à tona uma juventude que tinha
sido reprimida pela ditadura militar(que comandava o Brasil desde
64).Era hora de reaprender o que era “liberdade de expressão”.
Nesse contexto é que surgem os roqueiros brasileiros da década
de 80:inspirados nos americanos, esses músicos exprimem em
suas canções, as opiniões, os sentimentos e anseios de sua
geração.
O BRock foi o estilo musical que surgiu nesse contexto
político e embalado pelo Rock n’Roll americano, além
de também ter algumas influências do Soul, do New
Wave e outros .Nessa, a princípio, brincadeira de dizer
o que bem entendia, o BRock teve principalmente
duas vertentes: de um lado, bandas que faziam um
rock mais político, inspiradas principalmente no
Punk-Rock inglês; enquanto a outra vertente tinha um
rock mais alegre, brincalhão e sem grandes
preocupações políticas.
• Em 82 que outro marco do Rock brazuca carioca surgiu: a
Rádio Fluminense, uma das maiores divulgadoras das bandas
nacionais. Na época, ainda não existiam computadores nem
coisas do gênero, então a principal forma de divulgação de
músicas era por meio de rádios.
• Algumas bandas que lançaram suas primeiras fitas na
Fluminense foram os Paralamas do Sucesso, que fizeram
relativo sucesso com o disco “Cinema Mudo”. Mas o grande
sucesso desse ano foi um inglês chamado Ritchie, com o
sucesso “Menina Veneno”, que vendeu mais de 800 mil cópias,
levando-o a gravar um disco, “Vôo de Coração”, que vendeu
mais de 1 milhão de cópias, batendo o número de vendas de
Roberto Carlos, que era o grande recordista de vendas da
gravadora. O BRock estava ficando cada vez mais popular,
ganhando respeito e se espalhando pelo resto do Brasil. Foi
nessa época que surgiram:
1. Titãs
2. Ultraje a Rigor
3. Capital inicial
4. Legião Urbana
5. Barão Vermelho entre outros
https://www.youtube.com/watch?v=tI9kSZgMLsc

https://www.youtube.com/watch?v=T4zkb05tkms

https://www.youtube.com/watch?v=qxRRxN5Lx3o

https://www.youtube.com/watch?v=inqNm1PyfN8

https://www.youtube.com/watch?v=LMp7JRcuxXA

1. Titãs
2. Ultraje a Rigor
3. Capital inicial
4. Legião Urbana
5. Barão Vermelho entre
outros
Panorama da Música na
Década de 90.

A volta à democracia trouxe consigo a liberdade


de expressão e o direito de
contestar publicamente o governo vigente.
Exemplo disto foram as manifestações que
pediam o impeachment do então presidente
Fernando Collor de Mello, em 1992. A
partir dos governos de Fernando Henrique
Cardoso, percebe-se que houve a
consolidação dos direitos democráticos e a
estabilização política brasileira, havendo já
consolidada uma rotina democrática.
Chacrinha e Caetano

https://www.youtube.com/watch?v=XCHv32t4G8A
De um cenário marcado pela censura à imprensa e
a produção artística, passamos a uma situação de
liberdade de expressão garantida pelo
fortalecimento das franquias democráticas.
Acrescente-se a isso o papel cada vez maior que a
mídia assume na sociedade, oferecendo espaço às
múltiplas manifesta na década de 90
considerando-a “como um tipo de produção
simbólica contextualizada, ou seja, que carrega
traços de contextos culturais, políticos e
econômicos em que foi produzida”.
A partir da década de 80, as concepções classistas
baseadas no marxismo, cederam lugar a outras
mais pluralistas de identidade social, expressando
assim a já noção fragmentada da sociedade, que
busca atender a todos os grupos, como: negros,
homossexuais, analfabetos, sindicalistas,
mulheres, dentre outros. Esta questão é verificada
na música, existindo vários estilos musicais, a fim
de representar esses diversos setores. Dentre
estes estilos, podem ser citados, por exemplo, o
rap (dos subúrbios), o sertanejo (do interior), o
axé (da Bahia), ou cordel (do sertão de
Pernambuco).
Cobra-se muito da década de 90 uma música típica da MPB
dos anos 70, com temas de protesto, engajada
politicamente, em contraponto ao “lixo musical” desta
década: axé, pagode, rap, etc. Criticada por sua
superficialidade, não se percebe que esta é reflexo de seu
momento político, caracterizado por uma situação de
afirmação das liberdades individuais e da democracia. No
único momento na década de 90, em que houve
oportunidade de mobilização política da massa –
Impeachment do Presidente Fernando Collor de Mello, no
ano de 1992 – esta acontece. Expressão disto é a música
In(dig)nação da banda Skank, ainda em processo de
emergência neste período, que foi apropriada como hino
das manifestações pró-impeachment e da campanha do
candidato à prefeitura de Belo Horizonte, Patrus Ananias
(PT).
O pagode, teve seu momento auge, na década de
90, sendo uma adaptação do samba de raiz ao
pop, incorporando neste novas características em
relação ao tradicional samba. Ficou conhecido
como um estilo musical em que se toca em um
churrasco, com pessoas íntimas e bebidas.
Inicialmente atingia as classes menos abastadas,
mas com o tempo foi entrando também no gosto
da elite. Nos anos 90, este teve dois momentos.
Um primeiro, no qual o samba de raiz foi
adequado a um estilo pop, com grupos que
possuíam um número grande de integrantes,
usando roupa da moda, e fazendo as mesmas
coreografias, ficando conhecidos também por
mauriçolas.
Na década de 90, a MTV se volta para esses
movimentos independentes, e as gravadoras
começam a ficar de olho na música do Recife. Nação
Zumbi foi lançado por uma etiqueta da Sony
(Chãos), mas acabou não tendo uma vendagem
significativa (30 mil cópias). Mundo Livre S/A foi
lançado também por um selo independente
(Banguela), mas também não foi feliz em suas
vendas. Outros grupos dentro deste estilo híbrido
maior são: Raimundos, O Rappa, Charlie Brown Jr,
Los Hermanos, Cordel do Fogo Encantado, etc.
A música é uma expressão cultural de um
determinado momento, podendo
também ser transformada em objeto de
consumo. Na década de 90, tal artefato
cultural refletiu a multiplicidade da
sociedade brasileira, a liberdade advinda
com o regime democrático, e a imposição
expansionista do mercado fonográfico.
Ano
2000 -
No Brasil, volta a ser popular o funk
carioca, reggae, sertanejo, pagode, pop
(internacionalizado), rock, forró com certa
inovação nos instrumentos e melodias. O
pagode, por exemplo, ganhou uma vertente
mais romântica, perdendo o característico
sacolejo de rodinha.
Os ritmos que mais declinaram foi o Axé
(sucesso somente na Bahia), o HipHop e o
Rap que permaneceram até o inicio da
década, mas caiu fortemente com a volta
do Funk.

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