A história do samba no Brasil remonta ao final do século XIX, no Rio de
Janeiro. Naquela época, o samba já era uma expressão musical e cultural presente nos terreiros das casas de candomblé e nas festas populares.
Com a abolição da escravidão em 1888 e o consequente deslocamento
de ex-escravos para as cidades em busca de melhores condições de vida, o samba ganhou novos espaços, principalmente nas favelas cariocas. Foi nas comunidades pobres, como o morro da Mangueira e o morro do Estácio, que o samba começou a se consolidar como uma manifestação artística e cultural.
As primeiras rodas de samba começaram a surgir nesse contexto, em
locais como os quintais das casas, botequins e espaços comunitários. Nessas rodas, negros e pobres se reuniam para tocar e cantar, promovendo a cultura afro-brasileira e a identidade dos moradores das favelas.
No início do século XX, o samba começou a ganhar maior visibilidade e
reconhecimento. O compositor Donga foi um dos pioneiros na gravação de músicas de samba, como "Pelo Telefone", considerado o primeiro samba gravado da história, em 1917. O samba também teve grande impulso com o surgimento das primeiras escolas de samba no Rio de Janeiro, como a Deixa Falar e a Estácio de Sá, ambas fundadas na década de 1920. Essas escolas contribuíram para a disseminação do samba como expressão cultural e se tornaram referências para as futuras escolas de samba.
Durante as décadas de 1930 e 1940, o samba se tornou uma das
principais manifestações populares do Brasil. Grandes compositores e intérpretes do gênero ganharam destaque, como Noel Rosa, Cartola, Ismael Silva, Ary Barroso, entre outros. Muitas das músicas compostas nessa época se tornaram clássicos do samba e são cantadas até hoje.
A partir da década de 1950, o samba começou a se diversificar em
diferentes estilos, como o samba-canção, samba-enredo, samba de breque, entre outros. A influência da bossa nova e da Jovem Guarda também trouxeram novos elementos ao gênero, tornando-o ainda mais popular.
Na década de 1980, surgiu o pagode, um estilo de samba mais
comercial e dançante, que fez grande sucesso nas rádios e nas festas. Grupos como Exaltasamba, Raça Negra, Fundo de Quintal e tantos outros se tornaram ícones dessa vertente do samba.
Atualmente, o samba continua sendo uma das principais
manifestações culturais do Brasil. Diversos artistas e compositores continuam a produzir e divulgar o gênero, mantendo a tradição e a originalidade do samba, ao mesmo tempo em que o renovam e o adaptam aos novos tempos. O samba é celebrado em festas populares, como o carnaval, e é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.