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GIOVANNA, LUIZA, MELYSA, LUÍS OTAVIO

SEMINÁRIO DE ARTES

Cartola

SÃO PAULO- SP

2023
GIOVANNA, LUIZA, MELYSA, LUÍS OTAVIO

SEMINÁRIO DE ARTES

Cartola

Trabalho para o ensino


fundamental ||

Colégio Costa Aguiar

Professor: Fernando

SÃO PAULO

2023
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...............................................................................4

BIOGRAFIA...................................................................................5

ESTAÇÃO PRIMEIRA DA MANGUEIRA......................................5

CARREIRA MUSICAL...................................................................6

CARTOLA E NOEL ROSA............................................................6

ZICARTOLA...................................................................................7

SEU PRIMEIRO DISCO.................................................................9

CURIOSIDADES...........................................................................10

DOENÇA E FALECIMENTO.........................................................11

BIBLIOGRAFIA.............................................................................12
Introdução

O objetivo dessa pesquisa é informar um pouco sobre a vida do sambista


Cartola, contar sobre sua infância, inicio e fim de sua carreira musical, sobre os
seus discos, parcerias e também sobre o seu falecimento.
Biografia

Agenor de Oliveira, conhecido como Cartola, nasceu no Catete, no Rio de


Janeiro, no dia 11 de outubro de 1908. Era filho de Sebastião Joaquim de
Oliveira e de Ada Gomes. Compositor, cantor.

Ao completar oito anos ele já integrava blocos de carnaval, e neste período sua
família se transferiu para Laranjeiras, quando aprendeu a tocar cavaquinho
com o pai, no rancho conhecido como Arrepiados, bem como ao lado das
irmãs, participando das Festas de Reis, quando elas se vestiam de
‘pastorinhas’.

Aos onze anos, por problemas financeiros, sua família foi obrigada a fixar
residência no Morro da Mangueira. Ele conseguiu estudar até o primário, mas
aos 15 anos, com a perda da mãe, o cantor abandonou tanto a família quanto
os estudos, dando impulso à sua vida de boemia. Mesmo assim, Cartola foi
fértil na sua produção poética, mas jamais se enquadrou profissionalmente.
Passou a vida em empregos temporários, como pedreiro, pintor de paredes,
lavador de carros, vigia de prédio e contínuo em uma repartição pública.

No ofício de pedreiro ele ganhou o apelido que o consagraria, pois ele usava
um chapéu para trabalhar, já que sua vaidade o deixava nervoso sempre que
sujava os cabelos com a manipulação do cimento. A morte prematura de Dona
Ada e o rigor paterno levaram a sua saída de casa. Ao se ver sem ninguém, ele
mergulhou nos casos amorosos, ficou enfermo e foi obrigado a deixar o
trabalho.

Chegando a um passo da morte, ele se reanimou com o auxílio dos


companheiros. Para sobreviver ele vendia, a princípio, os sambas por ele
compostos. A primeira dessas canções foi que infeliz sorte, de 1927, negociado
por trezentos contos de réis e lançado por Francisco Alves.

Estação Primeira da Mangueira

Seu envolvimento com o Carnaval, desde pequeno, o levou a participar da


fundação da escola de samba Estação Primeira da Mangueira, a segunda a ser
criada em solo carioca, no ano de 1928. Em 1925, ao lado de seu amigo Carlos
Cachaça, ele instituiu o Bloco dos Arengueiros, o qual alguns anos depois, no
dia 28 de abril de 1928, foi expandido e se transformou na Mangueira.

O nome da Escola e suas cores, verde e rosa, foram escolhas de Cartola,


inspirado no colorido de seu time de futebol, o Fluminense. Logo no desfile
inicial, o samba enredo da Escola foi composo por Cartola, Chega de
Demanda, responsável pelo primeiro prêmio da Mangueira, só gravado por ele
em 1974, no disco História das escolas de samba: Mangueira, pela Marcus
Pereira.

Entre muitos outros integrantes da escola destacavam-se


Saturnino Gonçalves, Marcelino José Cláudio, Francisco Ribeiro
e Pedro Caymmi. “Chega de Demanda” foi o samba de abertura
da Estação Primeira.

No início da escola, os instrumentos eram apenas tamborim,


pandeiro, violão, cavaquinho. Surdo, reco-reco e cuíca vieram
depois.

Carreira musical
Cartola sempre foi cantor e músico, mas sem muito prestígio. Durante parte da
sua vida ele ajudou a fundar a estação primeira da Mangueira, uma das
escolas de samba mais popular do Brasil.

No ano de 1929, um ano depois da fundação da escola, Cartola conheceu


Mário Reis, um cantor que se interessava nos Sambas do compositor. Mesmo
tendo desconfiança, Cartola vendeu a canção “Que Infeliz Sorte”, que no ano
de 1930 foi gravada por Mário e sua dupla.

Foi alí que a sua carreira musical dava seus primeiros passos. No ano de 1933
ele formou um conjunto com Wilson Batista e Oliveira da Cuíca, mas o trio
acabou acabando cedo e Cartola seguiu sozinho.

Ele seguiu solo e, em 1940, Villa-Lobos procurou Cartola para uma gravação
que seria realizada a bordo do Uruguai ancorado no cais da Praça Mauá.
Nessa gravação também participou Pixinguinha, Donga e outros lendários
músicos.

Nesse período, Cartola passou a cantar suas músicas em diversas estações de


rádio. Ele fez, junto a Paulo Portela, o programa “A Voz do Morro”, onde
apresentavam todos os meses um samba para os ouvintes batizarem.

O sucesso foi chegando na vida de Cartola, mas as consequências de sua vida


boêmia também. Ainda na década de 50 ele adoeceu, tendo uma meningite
que acabou o afastando da Mangueira. Logo depois de se recuperar, a sua
amada Deolinda acabou falecendo.

Cartola e Noel Rosa

Em 1935, em um botequim de bilhar, nas proximidades do atual Estádio do


Maracanã, Cartola conheceu Noel Rosa. Ficaram tomando cerveja e batendo
papo.
Com a chegada de Francisco Alves os dois resolveram pedir dinheiro ao
cantor, que explodiu de raiva com os pedidos. Cartola e Noel resolveram ir
embora e ameaçaram não fazer mais negócios com o cantor.

Chico Alves resolveu ceder e impôs que eles fizessem um samba na hora.
Inspirados na situação, Cartola compôs “Qual Foi o Mal Que Eu Te Fiz?” e
Noel compôs “Estamos Esperando”.

Zicartola

É no início da década de 50 também que Cartola reencontra Euzébia Silva de

Oliveira, conhecida como Dona Zica, e que havia sido sua companheira de

infância no mesmo morro da Mangueira.

Zica foi a responsável por levar Cartola de volta a Mangueira, que não ficou

muito feliz com o que encontrou, ainda que o sentimento pela Mangueira não

fosse algo fácil assim de deixar para trás.

Durante os anos seguintes além de ainda compor algumas canções Cartola se

virava fazendo bicos onde surgisse uma oportunidade.

Até que no ano de 1956 o radialista, escritor e compositor Sérgio Porto (que

escrevia também com o pseudônimo Stanislaw Ponte Preta) ao caminhar por

Ipanema encontra Cartola lavando carros e se espanta com o ocorrido,

perguntando meio incrédulo:

- Você não é o Cartola?

- Sou sim! (responde o sambista, calmo e sem surpresa)

Assustado pela calma de Cartola e por reconhecer nele um grande compositor

e peça fundamental para o samba nacional, Sérgio começa a ajudá-lo levando

Cartola para apresentações de samba, colocando-o em contato com outros

artistas e escrevendo matérias sobre ele em jornais de grande circulação.


“Cartola e eu nos conhecíamos desde crianças, vivíamos ali no morro. Ele saía

num bloco carnavalesco e eu em outro. Depois ele fundou a Mangueira e eu

comecei a sair nela. Cartola casou-se com uma moça e eu também casei com

outro rapaz. Saí do morro e ficamos muito tempo longe um do outro. Mais tarde

eu fiquei viúva, ele também. Um dia nos reencontramos na casa da minha irmã.

Ele jogou aquele papinho dele, eu também estava à toa, e daí estamos juntos

até hoje” (Dona Zica em 1973)

Poucos anos após esse ocorrido e com Cartola, casado com Zica, voltando

timidamente aos palcos, surge a oportunidade de o casal abrir no centro da

cidade (Rua da Carioca nº53) um empreendimento próprio e que seria

responsável por uma importante agitada cultural na ocasião.

Surge o restaurante ZICARTOLA que além de servir boa comida por preço

justo (Zica era cozinheira de mão cheia e ficava a frente da cozinha) também

era responsável pela parte cultural envolvendo animadas rodas de samba.

Foi lá que Paulo César Batista de Faria ganhou seu primeiro cachê como

músico e ganhou também o apelido de Paulinho da Viola.

E também foi lá que Cartola foi desafiado pelo amigo Renato Agostini a fazer

um samba ‘na hora’, e ele então junto a Elton Medeiros escreveu o sucesso ‘O

Sol Nascerá’, canção sua que talvez seja a mais importante, ainda que não a

mais famosa, e que foi regravada mais de 600 vezes.

O local era paradoxalmente um ponto de resistência a cultura negra endossada

pelo samba, assim como atraía a classe média branca cansada da

‘bundamolice’ musical que existia na época (eu poderia falar que era a Bossa

Nova, mas não vou) e buscando novidades.

Nos curtos 2 anos em que existiu, o restaurante ZICARTOLA recebeu Nelson


Cavaquinho, Zé Keti, Sergio Cabral (o pai), Élton Medeiros, Nara Leão, Ismael

Silva, Elisete Cardoso e outras importantes figuras musicais.

E foi então que aos 65 anos de idade, já após o fim do negócio que havia aberto

com Zica, porém ainda colhendo os frutos da agitação, curiosidade e admiração

que o ZICARTOLA mantinha em torno do negócio e de seus frequentadores,

que Cartola grava o seu primeiro disco.

Seu primeiro disco

Esse LP já continha os clássicos que o tornariam sucesso imediato:

Lado A

1. Disfarça e Chora 2:06 (Cartola — Dalmo Castello)

2. Sim 3:38 (Cartola — Oswaldo Martins)

3. Corra e Olhe o Céu 2:23 (Cartola — Dalmo Castello)

4. Acontece 1:17 (Cartola)

5. Tive Sim 2:09 (Cartola)

6. O Sol Nascerá 1:42 (Cartola — Elton Medeiros)

Lado B

1. Alvorada 2:40 (Cartola — Carlos Cachaça — Hermínio B. de

Carvalho)

2. Festa da Vinda 1:59 (Cartola — Nuno Veloso)

3. Quem Me Vê Sorrindo 2:07 (Cartola — Carlos Cachaça)

4. Amor Proibido 2:37 (Cartola)


5. Ordenes e Farei 2:21 (Cartola — Aluízio)

6. Alegria 2:44 (Cartola)

Enquanto a classe artística digeria tamanha beleza exposta de forma tão

simples, direta e verdadeira, Cartola lança 2 anos após seu primeiro

disco (isso aos 67 anos de idade) o seu álbum que o faria mais famoso e

reconhecido de norte a sul do país.

Algumas delas não precisam de apresentações, pois são reconhecidas

até pelas mais novas gerações, e imortalizaram-se na voz de intérpretes

como Cazuza, Chico Buarque, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Emílio

Santiago, Fagner, Nelson Gonçalves e outros mais.

Curiosidades

Época em que Cartola passou a fazer inúmeros shows, parcerias, fez

uma série de apresentações no Sesc, participou do Projeto

Pixinguinha junto a João Nogueira e viajou o Brasil inteiro numa turnê

nacional que se prolongaria por pelo menos 4 meses.

Nesse período ele foi jurado de concursos de samba e foi homenageado

de diversas formas, incluindo um especial transmitido pela Rede Globo.

Ainda sobre essa época próspera onde o maior gênio mangueirense teve a

oportunidade de ver seus trabalhos sendo regravados, lançar discos e gravar

com amigos, o humilde sambista disse:

“Essa fase, eu estou achando a fase mais importante da minha vida. Hoje sou

rodeado de amigos, mas amigos que eu fiz. Plantei e agora estou colhendo,

porque eu sou um sujeito muito humilde, não tenho vaidade.


E não há quem não goste de uma pessoa que não seja vaidosa. Porque a

vaidade prejudica muito. Sobe à cabeça e a gente perde tudo que pode ganhar.

Então, eu trato todos com humildade, considero os meus amigos, sou

considerado por eles, e acho que tudo que eu faço não é nada.” (Cartola)

Doença e falecimento

Cartola descobriu seu problema de saúde sozinho, ao encontrar um caroço na

garganta durante o Projeto Pixinguinha, e ao ser avaliado por um médico teve a

infeliz confirmação de que era um câncer e que pouco poderia se fazer.

Ele escondeu essa informação de todos o quanto pode e na angústia de não

poder falar abertamente sobre o assunto (talvez para não preocupar os

amigos) lhe restava apenas a música para aliviar do peito a dor que sentia,

justamente por muito em breve não poder mais fazê-la.

Ficou dois anos lutando contra o câncer e já em seus últimos dias de vida,

internado e com breves momentos de maior lucidez, Cartola pressentindo a

proximidade do fim faz uma exigência a Zica:

“Quando for enterrado, quero que Waldemiro toque o bumbo.”

Exigência foi atendida em um cortejo fúnebre e silencioso ao toque apenas do

bumbo de Waldemiro e acompanhado por centenas de fãs do sambista, dos

amigos da Estação Primeira de Mangueira e de dezenas de artistas, sobretudo

músicos, que foram prestar suas últimas homenagens ao gênio mangueirense,

que dessa vez se despedia para ganhar ares de eterno.


Bibliografia

Cartola - InfoEscola

Cartola | Enciclopédia Itaú Cultural (itaucultural.org.br)

Cartola - O Gênio da Estação Primeira de Mangueira | by NaEscuta | NEW ORDER | Medium

Biografia de Cartola - eBiografia

Biografia de Cartola - LETRAS

A vida e carreira do mestre Cartola — Beco das Palavras

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