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29/08/2010 - 17h56
Chiquinha Gonzaga foi declarada "morta" pelos pais
após separação com primeiro marido

BENEDITO TEIXEIRA
Colaboração para a Livraria da Folha

Divulgação

Ser mulher e artista nos século 19


era praticamente inconciliável. Mas
Francisca Edwiges Neves Gonzaga,
nascida no Rio em 17 de outubro
de 1847, nunca se deu por vencida.
Viveu muito, 87 anos, deixando um
legado de aproximadamente 300 Com 60 páginas, livro em capa dura traz tudo
sobre a compositora Chiquinha Gonzaga
composições e contribuindo para a
formação do que é, hoje, a música
popular brasileira. Foi a primeira mulher a reger uma
orquestra no Brasil e participou dos movimentos
abolicionista e republicano, que mudaram os rumos do
país. Foi defensora dos direitos autorais dos
compositores, sendo uma das fundadoras da SBAT
(Sociedade Brasileira de Autores Teatrais).
Aos 11 anos, compôs sua primeira música para uma
festa de Natal. Cinco anos depois, casou, por pressão da
família - o pai, José Basileu Gonzaga, era militar, e a
mãe, Maria Rosa, era filha de uma escrava alforriada -
com Jacinto Ribeiro do Amaral, rico proprietário de
terras. Não foi possível conciliar o casamento com o
piano, pois o marido tinha ciúmes de sua dedicação à
música. Entre 1863 e 1868, após ter três filhos, João
Gualberto, Maria do Patrocínio e Hilário, abandonou o
casamento que a prendia. Enfrentou a família e a
sociedade. Pai e mãe a declararam "morta". Levando
consigo só o filho mais velho, deixou Maria com os avós,
e Hilário com tios do ex-marido.
Sem a pressão familiar, passou a conhecer os músicos
populares do Rio da época imperial. O compositor e
flautista Joaquim Antônio da Silva Callado, um dos
precursores do choro no Brasil, virou seu amigo e
parceiro na música. A polca "Querida por Todos" foi
dedicada por ele a Chiquinha. As aulas particulares de
piano garantiam, com muita dificuldade, o sustento dela
e do filho.
Nessa época, se apaixonou pelo engenheiro João Batista
de Carvalho Jr., com quem foi morar na Serra da
Mantiqueira, em Minas Gerais, aproveitando para fugir da
hostilidade com que era tratada pela sociedade, por ter
abandonado o marido. Voltou ao Rio em 1875 e, em
1876, teve sua quarta filha, Alice. Por causa das traições
de João Batista, ela o abandonou, deixando também a
filha.
A partir daí, decidiu embarcar de vez no ambiente
musical do Rio. Com seu piano, entrou para o grupo
"Choro Carioca", do amigo Callado. Juntamente com o
maxixe, o choro é apontando por estudiosos como início
da nacionalização da música brasileira. O primeiro
sucesso veio em 1877 com a polca "Atraente", tendo 15
edições publicadas. "Sultana", outra polca de sua
autoria, também fez sucesso em 1878. O grupo de
chorões, as aulas de piano, as edições de composições
passaram a ser complementadas pelo trabalho de
musicar peças para o teatro de revista.
Em 1885, apesar do preconceito de um espetáculo ser
musicado e conduzido por uma mulher - duas tentativas
suas já haviam sido rejeitadas -, passou atuar como
maestrina na peça "A Corte na Roça", de Palhares
Ribeiro. Um artigo da época declarou: "Verdadeiro primor
de graça, elegância e frescura - uma composição dessa
ordem faria a reputação de um compositor em qualquer
país que se apresentasse". Apelidada de Offenbach de
saias (um referência ao alemão Jacques Offenbach,
precursor do teatro musical moderno), ganhou
popularidade e respeito no meio artístico e na sociedade
carioca.
"A Corte na Roça" foi apenas a primeira de
quase 80 produções para o teatro musicado.
Nessa mesma época, liderou uma campanha
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para revitalizar o violão e promoveu reuniões
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com os violinistas da cidade, culminando com
um concerto para 100 violões, promovido por
ela no Teatro São Pedro.. Seu choro "Sabiá na Mata" foi
composto especialmente para o evento.
Já morando no bairro do Andaraí, onde saía o cordão
Rosa de Ouro, recebeu a proposta dos organizadores do
grupo para compor um hino que seria cantado no
Carnaval. Em 1899, nasceu "Ó Abre Alas", primeira
marchinha de Carnaval, cantada até hoje nas festas
carnavalescas de todo o país. A autora do livro
"Chiquinha Gonzaga", Edinha Diniz, comenta o que "Ó
Abre Alas" significa: "a primeira música feita
especialmente para a festa, o que não apenas cria um
estilo (a marcha rancho), mas também dá origem a uma
tradição que se estende por mais de um século". Neste
mesmo ano, conheceu aquele que viria a ser seu terceiro
e último marido, o português João Batista Fernandes
Lage. Devido à diferença de idade - ele era 36 anos mais
novo - Chiquinha o apresentava como filho.
Em 1912, a peça "Forrobodó" foi musicada pela
maestrina, se transformando em sucesso do teatro de
revista. As primeiras gravações de suas composições
também datam desse período, com o grupo que levava
seu nome.. "Atraente" foi a primeira música gravada.
"Chiquinha Gonzaga foi a primeira grande compositora
que o Brasil produziu. Sua atividade era extraordinária
em todos os setores", afirma Ricardo Cravo Albin,
estudioso da MPB.
Outros sucessos vieram no início do século 20, como o
tango "Gaúcho" (que ficou conhecido como "Corta-
Jaca"). Este foi motivo de polêmica no Rio de janeiro em
1914. A música foi executada pela primeira-dama Nair
de Tefé, esposa do presidente Hermes da Fonseca,
durante um sarau para a alta sociedade, no Palácio do
Catete. O nome de Chiquinha Gonzaga virou tema de
notícias de jornal, que criticavam a execução daquele
tipo de música em meio às músicas eruditas e europeias.
Na primeira década do novo século, ela fez viagens à
Europa, passando por Portugal, Itália, Alemanha, França,
Inglaterra, Espanha, Bélgica e Escócia. Em Portugal,
também regeu orquestras no teatro musicado.
Engajada
Neta de uma escrava alforriada, Chiquinha Gonzaga teve
ativa participação no Movimento Abolicionista, que
culminou com a libertação dos escravos no Brasil em
1888. Estava ao lado de nomes históricos do movimento,
como Paula Nei, Lopes Trovão e José do Patrocínio.
Chiquinha se engajou também no Movimento
Republicano, que lutava pela queda da monarquia. Fato
conquistado em 1889. Mas logo se decepcionou com o
novo governo. Em 1893, durante a Revolta da Armada,
sua música "Aperte o Botão" foi considerada ofensiva
pelo então presidente Floriano Peixoto. A partitura foi
apreendida e ela chegou a receber ordem de prisão, que
não se concretizou por ter pessoas influentes na família.
Outra de suas bandeiras foi a defesa dos direitos
autorais, sendo uma das pioneiras nessa luta. Segundo o
Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, ela
atentou para o problema quando viu suas composições
serem reproduzidas na Europa com crédito de um
estrangeiro, Fred Figner, que, na época, era proprietário
da Casa Edison, no Rio. Fundou a SBAT (Sociedade
Brasileira de Autores Teatrais) em 1917, entidade que
frequentou até o fim da vida.
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