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NEAD – Núcleo de Educação a Distância

ROTAS DE APRENDIZAGEM

Pensamento Crítico e AULA

Filosofia
08

Indústria Cultural e Cultura de Massa

Onde Chegar
• Compreender as transformações da Teoria Crítica
• Reconhecer a importância do conceito de Indústria Cultural
• Perceber na atualidade a atualização deste pensamento

O que Aprender
• Os conceitos de Cultura e Civilização e seu desenvolvimento na história
• O surgimento da Indústria Cultural e seus fundamentos
• O porquê a Indústria Cultural é importante para o entendimento de um
pensamento crítico

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Desenvolvimento
Caros(as) alunos(as), damos continuidade ao pensamento da Escola de Frankfurt, agora
aplicando os conceitos da Teoria Estética e da Teoria Crítica sobre a sociedade
contemporânea. A análise desenvolvida pela escola de Frankfurt, denominada Indústria
Cultural e Cultura de Massa, será o trabalho primordial desta escola de pensamento.

INDÚSTRIA CULTURAL

O Conceitos de Indústria Cultural e Cultura de Massa aparece pela primeira vez dentro
da obra Dialética do Esclarecimento e seu desenvolvimento atinge os três principais
filósofos da escola frankfurtiana: Horkheimer, Adorno e Marcuse, porém a maior
contribuição se deve a Adorno e todo trabalho posterior desenvolvido.

O primeiro conceito trabalhado pelos teóricos será o da diferenciação entre civilização


e cultura, onde no primeiro, há um mundo de reproduções materiais e no segundo, um
mundo de ideias e sentimentos elevados. Esta distinção nasce com o surgimento dos
meios de produção, no qual se separa a opressão e a obrigação da repetição do
trabalho, da liberdade e felicidade almejada pela cultura e suas expressões.

Surgem antítese trabalho-lazer, necessidade-liberdade, matéria-espírito, exterioridade-


interioridade, que marca a realidade social na qual os detentores dos meios de
produção são capazes de obter a cultura, enquanto a população é alimentada com um
espírito de possível felicidade material. Assim, surgem dois mundos, o da cultura e da
civilização, dos bens espirituais e dos bens materiais, porém de ambos a população é
excluída. Desta realidade segregatória nasce o discurso de dominação da burguesia
sobre a população, justificando a exploração e a alienação.

Os teóricos perceberam que em decorrência da alienação da sociedade, os bens


culturais transmitiam uma realidade futura, mesmo a arte não sendo alienada, que
fortalecia a visão alienante da população. Em outras palavras, a felicidade almejada
nunca é alcançável.

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A cultura foi aos poucos se adequando e se tornando um instrumento de forma a


contribuir na disciplinarização dos indivíduos, tornando-os dóceis e submissos ao
sistema. Assim os bens culturais, que alimentavam uma burguesia passam a ser bens
culturais de massa, seguindo a lógica do consumo. Nasce o conceito da obra de arte na
era da sua reprodutibilidade técnica, em outras palavras, a obra de arte atende o
mercado de produção, sendo produzida em série, transformada produto do mercado.

A reconciliação entre cultura e civilização se torna uma falsa reconciliação, pois não se
busca a felicidade contida no espírito da cultura, mas almeja-se os interesses de
produção da civilização. Esta a definição de Indústria cultural, ou seja, a cultura que é
produzida para o consumo da massa, atendendo as necessidades do valor de troca e do
valor de uso, perde qualquer valor cultural tornando-se valor de consumo.

Atribuir valor à Arte contribui para a manutenção do sistema de acumulação do capital,


vivendo sobre a lógica das relações mediadas pelo mercado. A arte vai perdendo seu
caráter único e genial, para ser um bem de consumo destinado à todos, avaliada
segundo o lucro dos meios de produção.

Ao mesmo tempo a indústria cultural tem um primeiro propósito social, ocupar o lazer
dos operários e assalariados, a fim de vender um sentimento de tranquilidade após sua
jornada exaustiva de trabalho, ocupando sua vida com uma felicidade presente, não
mais futura, além de eliminar qualquer dimensão crítica sobre a realidade miserável na
qual vive. A indústria cultural fornece à realidade a segurança de que os indivíduos se
manterão em suas relações alienantes de exploração.

Os indivíduos da cultura de massa são levados a verem no consumo a sua realização


pessoal, perdendo qualquer tempo para reflexão ou esperança, impossibilitando
posições críticas. Concluindo, é uma indústria cultural que se caracteriza pela dimensão
anticultural.

Vá mais Longe

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Capítulo Norteador:Seção 4.2 doCapítulo 4: Esclarecimento, Emancipação e Barbárie


(Páginas 130 a 134). RAMOS, Viviane Rodrigues; ALMEIDA DarifSaldanhas de. Teoria
crítica e Escola de Frankfurt: uma análise interdisciplinar da sociedade. Curitiba: Editora
Intersaberes, 2019. Biblioteca virtual:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/177815

Escute:Escute o podcast “Filosofia #26: Indústria cultural e cultura de massa” do Brasil


Escola. Disponível em:
https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9icmFzaWxlc2NvbGEudW9sLmNvbS5ic
i9yc3MtcG9kY2FzdHM/episode/MTI3OTk0

Agora é sua Vez!


Interação

No Fórum da Disciplina, analisem a obra “Mona Cat” do Romero Britto, refletindo


sobre como a indústria cultural e o pensamento mercadológico entra dentro da
realidade artística. Analisem os componentes da obra, a intenção do autor, aquilo que a
obra lhe produz e compartilhe com os amigos.

Questão para simulado

1 –O processo construído pela Indústria Cultural possibilita a falsa reconciliação entre


duas realidades, antes separadas, quais são tais realidade:

a) Massa e Espírito
b) Civilização e Cultura
c) Cultura e Mercado
d) Civilização e Consumo
e) Música e Filosofia

Resposta: Letra B

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Comentário:A reconciliação entre cultura e civilização se torna uma falsa reconciliação,


pois não buscou a felicidade contida no espírito da cultura, mas almejou os interesses
de produção da civilização; o que se denominara como Indústria cultural.

Organize-se: Durante a semana pesquise outras obras de artes, que tentaram refletir
sobre este conceito da Indústria Cultural e Cultura de Massa; deem enfoque ao
movimento pop art, pesquisando seu surgimento, desejos e intuitos, bem como os
principais nomes e obras.

REFERÊNCIAS
FIORAVANTI, Raphael HardyAntropologia da política. Editora Intersaberes. 2019.

GHIRALDELLI JR, Paulo. A Aventura da Filosofia: de Heidegger aDanto. Porto Alegre:


Editora Manole, 2011

PONDÉ, Luiz Felipe. Filosofia do Cotidiano: um pequeno tratado sobre questões


menores. Editora Contexto, 2019.

RAMOS, Viviane Rodrigues; ALMEIDA DarifSaldanhas de. Teoria crítica e Escola de


Frankfurt: uma análise interdisciplinar da sociedade. Curitiba: Editora Intersaberes,
2019.

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