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3ªSÉRIE - SOCIOLOGIA

CONTEÚDO: Conceito antropológico de cultura: a


desnaturalização dos costumes.
OBJETIVO: Compreender as diferenças culturais existentes em
nossa sociedade brasileira e no mundo.
ANTROPO = HOMEM
LÓGICO = ESTUDO
CULTURA = HÁBITOS E COSTUMES
DESNATURALIZAR = NÃO NATURAL

O que quer dizer desnaturalização dos costumes da cultura?


A desnaturalização significa, justamente, o oposto daquela atitude de achar que tudo
na vida é “natural”, como se a “realidade” correspondesse exatamente às representações
que fazemos dela; ou seja, o procedimento da desnaturalização consiste em interpretar e
reinterpretar o mundo, construir novas explicações.

CONTEÚDO: Relativismo Cultural


OBJETIVOS: Evidenciar as necessidades sociais dentro do
processo de cada uma o cultural.
Vídeo aulas:
https://www.youtube.com/watch?v=bFq2aDME57s
https://www.youtube.com/watch?v=rzzX_PR9tmc
https://www.youtube.com/watch?v=XuBktCcpi84
O Relativismo Cultural busca entender os valores culturais de uma sociedade a partir
dos padrões vigentes neste grupo social.
Desde a Antiguidade, com o filósofo Protágoras de Abdera, havia uma escola
filosófica que defendia essa visão.
No final do século XIX, a fim de rechaçar o etnocentrismo e o positivismo, a ideia de
relativismo cultural ganhou força, através das obras de Franz Boas (1858-1942).
Definição de Relativismo Cultural
Para certos povos, a pele branca e o cabelo loiro causam estranheza
Antes de compreender o que é relativismo cultural é preciso
definir relativismo e cultura.
Relativismo
O relativismo entende que não há nenhuma verdade absoluta, nem no âmbito moral e
no campo cultural. Por isso, propõe uma abordagem cultural e moral sem julgamentos
pré-concebidos.
Cultura
Por sua parte, a cultura pode ser entendida como o conjunto de elementos materiais
ou imateriais que pertencem a uma mesma comunidade.
É importante lembrar que não estamos falando somente das artes e sim dos costumes
e tradições de um povo.
Relativismo Cultural: o que é?
Assim sendo, o relativismo cultural propõe o entendimento de povos e culturas
diferentes através de suas próprias crenças.
Ao invés de utilizar termos como “superior” ou “inferior”, o relativismo cultural
busca compreender certos comportamentos de acordo com a dinâmica social daquela
população.
Por conseguinte, ninguém teria direito a emitir juízos de valores sobre essas práticas e
classificá-las como imorais ou amorais, certas ou erradas.
Uma frase do filósofo e historiador alemão Oswald Spengler (1880-1936) resume
esta ideia:
Toda cultura tem seu próprio critério, no qual começa e termina sua validade. Não
existe moral universal de nenhuma natureza.
Relativismo Cultural e Etnocentrismo
O relativismo cultural foi uma reação à escola positivista criada por Auguste Comte,
que defendia que a história humana era um caminho contínuo ao progresso científico,
aos moldes europeus.
Aqueles povos que não estivessem no mesmo estágio que a Europa Ocidental eram
julgados inferiores.
Por isso, as noções como "culturas superiores", "culturas inferiores" e
"evolucionismo" são rejeitadas pelos relativistas culturais.
O relativismo cultural traz a reflexão na qual a humanidade não deve,
necessariamente, atingir o mesmo patamar tecnológico de outro povo para ser "melhor"
ou "pior". Igualmente, se afasta da noção positivista que uma sociedade está em
permanente mudança e nega o progresso moral.
Enquanto o etnocentrismo traz uma ideia de julgamento e hierarquia de civilizações,
o relativismo cultural procura considerar costumes e tradições como frutos de uma
cultura específica.
Igualmente, não leva em conta critérios morais de certo e errado ao estudar essas
culturas.
Críticas ao Relativismo Cultural
O relativismo cultural é criticado por sua própria contradição interna. Se "tudo é
relativo", esta afirmação também é relativa.
Vários argumentos usados no relativismo cultural como o apelos à tradição - sempre
foi assim - na verdade, podem ser desmontados quando conhecemos a definição
de falácia.
Se concordamos com o relativismo cultural, não poderemos julgar ou intervir numa
cultura que comete atos contra a dignidade humana. Por isso, é preciso ter atenção sobre
o que é um costume e o que é uma agressão.
A frase da advogada iraniana Shirin Ebadi (1947) sintetiza esta questão:
A ideia de relativismo cultural é apenas uma desculpa para violar os Direitos
Humanos.
Exemplos de Relativismo Cultural
Existem vários exemplos de costumes que são considerados normais numa sociedade
e que parecem exóticos em outra.
Selecionamos quatro casos que abarcam diferentes aspectos do cotidiano e que
podem nos parecer bem estranhos aos nossos hábitos e valores.
Sexo dos Bebês
Na Índia, os bebês do sexo feminino são menos desejados que os do sexo masculino
e muitas meninas recém-nascidas são abandonadas à morte.
Higiene
Em países árabes, a mão direita é usada para comer, dar e receber objetos e a
esquerda, para a higiene pessoal. Por isso é considerada uma falta grave utilizar a mão
esquerda para tomar alimentos.
Este costume está consagrado na Suna, conjunto de normas deixadas pelo fundador
do Islamismo, Maomé.
Canibalismo Ritual
Em certas tribos indígenas, os prisioneiros de guerra eram mortos e depois suas
cinzas eram consumidas com banana amassada ou outros alimentos.
Os índios acreditavam que, desta maneira, estariam honrando ao adversário e
incorporando a força do inimigo.
Alimentação
No Brasil, costuma-se dar caldo de feijão ou os grãos amassados aos bebês. Como o
feijão é abundante e barato, o costume é largamente difundido.
Porém, em certos países europeus, só é recomendável a ingestão deste alimento a
partir dos dois anos.

ATIVIDADES e CORREÇÃO:
1 - O que é desnaturalização na sociologia? Significa compreender as regras, as normas,
os valores, as instituições sociais no seu processo histórico e dinâmico.
2 – O que busca entender o relativismo cultural na sociologia?
Busca entender os valores culturais de uma sociedade a partir dos padrões vigentes
3 – Quem era o filósofo que defendia o relativismo cultural?
Protágoras de Abdera
4 - O que é o etnocentrismo cultural?
O etnocentrismo é a visão preconceituosa e unilateralmente formada sobre outros povos,
culturas, religiões e etnias.

5 – O que entende o relativismo cultural?


Entende que não há nenhuma verdade absoluta, nem no âmbito moral e no campo
cultural..

6 – O que podemos entender como cultura?


Por sua parte, a cultura pode ser entendida como o conjunto de elementos materiais ou
imateriais que pertencem a uma mesma comunidade.
7 – Quais críticas o relativismo cultural recebe?
Se é relativo, significa que não existe verdade absoluta. Portanto o relativismo cultural
na atualidade é criticado por essa questão, que para muitos, torna-se contraditória, por
ser relativa.

Conteúdo: Cultura de massa


Objetivo: Compreender os aspectos relacionados a cultura de
massa e cultura popular.
VÍDEO AULA: https://www.youtube.com/watch?v=XuBktCcpi84

O termo cultura de massa foi cunhado pelos filósofos e sociólogos da Escola de


Frankfurt (considerados pensadores da teoria crítica): Theodor Adorno e Max
Horkheimer. A ideia de cultura de massa perfaz uma noção de que existe um tipo
de produção cultural industrial para satisfazer as necessidades de uma
indústria capitalista, que vende os seus produtos culturais como se fossem algo que se
compra em um supermercado.
Nesse sentido, a indústria cultural apropria-se da arte e faz dela um subproduto
produzido em massa para render lucros a uma indústria, que pode ser cinematográfica,
televisiva, musical ou das artes plásticas.
Características
A cultura de massa é um objeto da indústria cultural. O conceito de cultura de massa diz
respeito a uma cultura que não é autêntica. Segundo Walter Benjamin, filósofo e
teórico literário alemão do século XX, a cultura tornou-se um elemento de mercado.
Para Benjamin, o cinema e a fotografia representaram o ápice do desenvolvimento
tecnológico que levou à cultura de massa.

O cinema hollywoodiano é um exemplo de produto da cultura de massa.


Benjamin entendia que a arte, quando reproduzida por alguma técnica, tende a
perder a sua autenticidade. Se pensarmos que até o século XIX qualquer forma de arte
era reproduzida na hora (a música era tocada na hora, a pintura era feita na hora e a
atuação teatral era feita ao vivo), no início do século XX, a reprodução da obra de arte
pela tecnologia era uma novidade.
A cultura de massa tornou-se, no vocabulário da teoria crítica, uma manifestação
cultural inautêntica, pois é fruto de um movimento de massificação da cultura, ou seja,
de produção de elementos culturais para satisfazer os anseios de um mercado
capitalista de vender tais produtos e utilizá-los para a propagação de um ideal de vida
capitalista e consumista.
Para funcionar corretamente, a indústria cultural criou uma fórmula específica: pegar
elementos da cultura erudita (a cultura de elite) e misturá-los à cultura popular (a cultura
produzida pelo povo, nas periferias e fora da elite). Quando tal mistura reproduz-se com
as técnicas de reprodutibilidade, temos os elementos da indústria cultural.
A cultura de massa atende à lógica mercadológica capitalista. Por isso, ela não faz
distinção da individualidade e do gosto estético de cada pessoa e de cada cultura. A ideia
é, para a indústria cultural, tornar todos os cidadãos uma única massa, que não tem rosto
e nem individualidade e anseia o simples consumo do que a mídia lhe impõe.
Cultura de massa e consumo
A cultura de massa está estreitamente ligada ao consumo. As propagandas que são
veiculadas na televisão e na internet têm o propósito de levar o espectador a consumir
os produtos propagados. Não obstante, às propagandas também são veiculados ideais de
vida. Do mesmo modo que as propagandas passam tais ideais, a cultura de massa
também é utilizada com tal objetivo. Filmes, novelas, músicas, séries e estampas
comerciais são exemplos desse tipo de cultura.
A indústria de bens de consumo aliou-se à indústria cultural para propagar os seus
ideais. Nesse sentido, a indústria cultura virou uma maneira vender os produtos do
mercado, além de propagar os ideais de vida burgueses do capitalismo. Nesse sentido, a
cultura de massa é uma espécie de propaganda daquilo que é vendido como padrão de
vida, além de ser uma espécie de produto autônomo, que sustenta a lógica do consumo
capitalista.
Cultura de massa e cultura popular
Ao contrário do que o senso comum pensa, a cultura de massa e a cultura popular
não são sinônimos. Cultura popular é uma manifestação autêntica de um povo, sem
interferências externas e sem qualquer lógica de mercado e venda. Como exemplos de
cultura popular brasileiras, podemos elencar o samba, a música sertaneja de raiz,
a literatura de cordel, o axé e o funk carioca. Todos esses elementos são frutos de uma
cultura popular autêntica e representam as pessoas que os originaram.
A cultura popular é autêntica por representar a vida, os hábitos e os costumes de uma
população. Ela não é reprodução e não é uma tentativa de massificação das pessoas. A
cultura popular, ao contrário da cultura de massa, visa atender a simples criação e não a
busca dos padrões de venda de um mercado capitalista.
Cultura de massa e filosofia
Os filósofos e sociólogos alemães da Escola de Frankfurt (representantes da teoria
crítica) Theodor Adorno e Max Horkheimer foram os primeiros a falar de uma cultura
de massa. Para os teóricos, a indústria cultural foi um meio de propagar-se o capitalismo
e os seus ideais via arte e cultura.

Adorno (na frente, à esquerda) cumprimentando Horkheimer (na frente, à direita).


A influência marxista dos teóricos da Escola de Frankfurt fê-los enxergar as
armadilhas do capitalismo liberal da primeira metade do século XX como um todo
capaz de utilizar-se de vários subterfúgios para manter a população magnetizada pelos
domínios consumistas. Nesse sentido, várias distorções sociais foram provocadas
concomitantemente à indústria cultural, e esta fez com que tais distorções fossem
normalizadas. Um exemplo dessas distorções foi o holocausto judeu.
Como alemães judeus, Adorno e Horkheimer analisaram o ideal de
esclarecimento iluminista à luz do que aconteceu na Alemanha nazista. Para os
filósofos, não havia qualquer traço de emancipação numa sociedade que evoluiu muito
tecnologicamente, mas usou essa evolução apenas para a promoção do capitalismo e a
serviço de governos sanguinários, como o governo nazista.
Para criticar o ideal iluminista não concretizado e questionar a lógica capitalista e as
aberrações produzidas por essa no século XX, Adorno e Horkheimer escreveram o
livro Dialética do esclarecimento. Nesse escrito, os filósofos tentaram compreender o
que falhou para que a lógica iluminista de emancipação e melhoramento social da
humanidade não fosse comprovada no século XX.
A resposta, segundo os teóricos da Escola de Frankfurt, estava na utilização da razão
como instrumento para algo (no caso o capitalismo) sem reflexão e pensando apenas no
lucro. Como meio de propagar as ideologias desse sistema, a indústria cultural surgiu
para levar à população as ideias de consumo importantes para a manutenção da ordem
vigente.

SOCIOLOGIA
1 - As artes foram submetidas a uma nova servidão: as regras do mercado capitalista e a
ideologia da indústria cultural, baseada na ideia e na prática do consumo de “produtos
culturais” fabricados em série. As obras de arte são mercadorias, como tudo o que existe
no capitalismo. Marilena Chauí, Convite à Filosofia.
Segundo o texto, uma das características da indústria cultural é:
Xa)exploração comercial das obras de arte.
b) a valorização do artista e de sua obra de arte.
c) censura a obras com conteúdo crítico.
d) liberdade de criação artística.

4 - (Unitins/2018) Para os filósofos e sociólogos alemães Theodor Adorno e Max


Horkheimer, a indústria cultural tem como único objetivo a dependência e a alienação
dos homens. Ao maquiar o mundo nos anúncios que divulga, ela seduz as massas para o
consumo das mercadorias culturais, a fim de que se esqueçam da exploração que sofrem
nas relações de produção
ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. A indústria cultural – o iluminismo como
mistificação das massas. In: Indústria cultural e sociedade. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
Considerando o texto dado, e segundo o pensamento de Adorno e Horkheimer, é correto
afirmar que:
I. A indústria cultural se utiliza de padrões que se repetem com o propósito de formar
uma estética voltada ao consumismo e à alienação.
II. A indústria cultural promove nos indivíduos uma pseudossatisfação que impede o
desenvolvimento de uma visão crítica.
III. A indústria cultural faz dos indivíduos seu objeto, distanciando-os de uma
autonomia consciente.
IV. A indústria cultural incentiva necessidades próprias do sistema vigente, levando os
indivíduos a praticar o consumo incessante.
É correto o que se afirma em:
Xa) I, II, III e IV.
b) III e IV apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) I e IV apenas.
5 - Assim, a indústria cultural, os meios de comunicação, de massa e a cultura de massa
surgem como funções do fenômeno da industrialização. É esta, através das alterações
que produz no modo de produção e na forma do trabalho humano, que determina um
tipo particular de indústria (a cultural) e de cultura (a de massa), implantando numa e
noutra os mesmos princípios em vigor na produção econômica em geral: o uso crescente
da máquina e a submissão do ritmo humano de trabalho ao ritmo da máquina; a
exploração do trabalhador; a divisão do trabalho. Teixeira Coelho. O que é indústria
cultural. São Paulo: Brasiliense, 1980.
Para o autor, a indústria cultural e a cultura de massas está diretamente ligado ao modo
de produção:
a)Tecnicista
b) Cientificista
Xc) Capitalista
d) Socialista

10 - (Enem/2016) Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da


democracia de pioneiros e empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza de
sentido para os desvios espirituais. Todos são livres para dançar e para se divertir, do
mesmo modo que, desde a neutralização histórica da religião, são livres para entrar em
qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete
sempre a coerção econômica, revela-se em todos os setores como a liberdade de
escolher o que é sempre a mesma coisa.
ADORNO, T HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos.
Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é
um(a)
a) legado social.
b) patrimônio político.
c) produto da moralidade.
d) conquista da humanidade.
Xe) ilusão da contemporaneidade.
11 - O antropólogo inglês Edward Tylor (1832-1917) foi responsável por criar a primeira
definição de cultura. Segundo o estudioso, ela representa:

(...) todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou
qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma
sociedade.

(TYLOR, E. Primitive culture. Londres: John Mursay & Co, 1871).

Sobre o conceito de cultura, é correto afirmar:

a) a cultura é universal e definida pela política, economia e educação das sociedades em


que se desenvolve.
b) a cultura é sinônimo de educação e envolve o saber sobre a arte, as leis e a moral.
xc) a cultura é conjunto de tradições, crenças e costumes de determinado grupo social.
d) a cultura representa uma rede de significados que foi imposta pelos povos da
antiguidade.
e) a cultura gera determinados padrões que são considerados corretos e utilizados por
todos.
12 - Sobre a cultura popular e erudita é incorreto afirmar:

a) a cultura popular é espontânea e criada de forma orgânica por diversos povos.


b) a cultura erudita é fruto de estudos acadêmicos e está à disposição da elite social.
c) a cultura popular surge da interação de diversos saberes associados à linguagem
popular e oral.
xd) A cultura erudita é considerada superior à cultura popular sendo acessível à todas as
pessoas.
e) a cultura erudita é eleita como a mais “culta” sendo produzida e apreciada por
pessoas com maior poder aquisitivo.
13 - Segundo o antropólogo brasileiro Everardo Rocha:

“______ é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de
tudo, e todos os outros são pensados e sentidos por meio dos nossos valores, modelos e
definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade
de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo,
hostilidade, etc.” (ROCHA, 1988, p. 5).

O conceito que preenche corretamente a lacuna é denominado de:

a) relativismo
b) antropocentrismo
c) apropriação
d) aculturação
xe) etnocentrismo
14 - “Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e índios supliciados.
Todos nós brasileiros somos, por igual, a mão possessa que os supliciou. A doçura mais
terna e a crueldade mais atroz aqui se conjugaram para fazer de nós a gente sentida e
sofrida que somos e a gente insensível e brutal, que também somos. Descendentes de
escravos e de senhores de escravos seremos sempre servos da malignidade destilada e
instalada em nós, tanto pelo sentimento da dor intencionalmente produzida para doer
mais, quanto pelo exercício da brutalidade sobre homens, sobre mulheres, sobre
crianças convertidas em pasto de nossa fúria. A mais terrível de nossas heranças é esta
de levar sempre conosco a cicatriz de torturador impressa na alma e pronta a explodir
na brutalidade racista e classista.”

(RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.)

O trecho do texto acima aborda sobre a mistura étnica na formação da identidade


brasileira. No olhar do antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro:

a) a mistura étnica do Brasil é considerada positiva e vem se adaptando com o tempo.


xb) a mistura étnica do Brasil resultou numa ambiguidade entre características positivas
e negativas que coexistem.
c) a mistura étnica do Brasil foi fruto da violência e isso está refletido na cultura
brasileira.
d) a mistura étnica do Brasil contribuiu para a criação de uma identidade brasileira
negativa que se perpetua na violência.
e) a mistura étnica do Brasil é formada pela pluralidade de etnias e, por isso, é
considerada negativa.
15 - “(...) transmitido de geração em geração, é constantemente recriado pelas
comunidades e grupos em função do seu meio envolvente, da sua interacção com a
natureza e da sua história, e confere-lhes um sentido de identidade e de continuidade,
contribuindo assim para promover o respeito da diversidade cultural e a criatividade
humana.”

(Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, Paris, 2003)

São exemplos de patrimônio cultural imaterial, exceto:

a) danças e rituais
b) feiras e festas
c) linguagem e literatura
xd) vestimentas e utensílios
e) culinária e lendas
16 - “Homens de culturas diferentes usam lentes diversas e, portanto, têm visões
desencontradas das coisas. Por exemplo, a floresta amazônica não passa para o
antropólogo – desprovido de um razoável conhecimento de botânica – de um
amontoado confuso de árvores e arbustos, dos mais diversos tamanhos e com uma
imensa variedade de tonalidades verdes. A visão que um índio Tupi tem deste mesmo
cenário é totalmente diversa: cada um desses vegetais tem um significado qualitativo e
uma referência espacial. Ao invés de dizer como nós: “encontro-lhe na esquina junto ao
edifício X”, eles frequentemente usam determinadas árvores como ponto de referência.
Assim, ao contrário da visão de um mundo vegetal amorfo, a floresta é vista como um
conjunto ordenado, constituído de formas vegetais bem definidas.”

(LARAIA, R. de B. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008)

O trecho acima foi escrito pelo antropólogo Roque de Barros Laraia e está relacionado
com o conceito de:

a) aculturação
b) etnocentrismo
c) eurocentrismo
xd) relativismo
e) xenofobia
17 - “Eu estava na estação com o turbante toda linda, me sentindo diva. E eu comecei a
reparar que tinha bastante mulheres negras, lindas aliás, que tavam me olhando torto
(...) enfim, veio uma falar comigo e dizer que eu não deveria usar turbante porque eu
era branca. Tirei o turbante e falei ‘tá vendo essa careca, isso se chama câncer, então
eu uso o que eu quero! Adeus’. Peguei e saí e ela ficou com cara de tacho’. Desde então,
Thauane, você deu entrevistas, foi xingada e foi elogiada nas redes sociais.”

(BRUM, E. De uma branca para outra: o turbante e o conceito de existir violentamente. El País, 20 fev. 2017. Disponível em: . Acesso em: 23 out.
2017.)

A polêmica gerada pela situação descrita acima traz à tona o debate sobre:

xa) apropriação cultural


b) aculturação
c) etnocentrismo
d) miscigenação
e) relativismo cultural
18 - “Os xamãs yanomami não trabalham por dinheiro, como os médicos dos brancos.
Trabalham unicamente para o céu ficar no lugar, para podermos caçar, plantar nossas
roças e viver com saúde. Nossos maiores não conheciam o dinheiro. (...) O dinheiro não
nos protege, não enche o estômago, não faz nossa alegria. Para os brancos, é
diferente. Eles não sabem sonhar com os espíritos como nós. Preferem não saber que o
trabalho dos xamãs é proteger a terra, tanto para nós e nossos filhos como para eles e
os seus.”

(KOPENAWA, D. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.)

As diferenças culturais existentes entre brancos e indígenas é notória. Sobre isso, é


correto afirmar:

a) a religião indígena é monoteísta tendo a floresta como ser superior.


b) a organização social dos indígenas é muito similar a dos brancos, sendo hierárquica e
individual.
c) os brancos e os índios possuem uma relação harmônica e compartilham saberes
medicinais e religiosos.
xd) os xamãs, também chamados de pajés, representam os líderes espirituais e
curandeiros dos indígenas.
e) na cultura indígena, o dinheiro é somente utilizado para pagar os processos de cura
realizados pelo xamã.

GABARITO
11 – C/12 – D/13 – E/14 – B/15 – D
16 – D/17 – A/18 – D/19 – A/20 - B

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