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PROFISSIONAL ros utilizam a classificação elaborada por Crites,' que agrupa as teo-
rias na área de orientação profissional em três grandes blocos, de-
nominadas por ete: 1) teorias não-psicológicas; 2) teorias psicológi
A abordagem sócio-histórica cas, e; 3) teorias gerais. Será apresentada uma breve abordagem dos
três grupos para, posteriormente, apontar por que não se utiliza
essa classificação.
2 edição
Teorias não-psicológicas
3. Citado por Pimenta (1979: 26), por Ferreti (1988a: 27) e por Silva (1996: 25).
GcORTEz
EDITOR
2
PROFISSIONAL
seu roteiro profissional ou a possibilidade de algum auxílio profis- Teoria traço e fator
sional para ajudar no processo. As forças, quer das contingências, inicio à área da orientação pro-
A teoria traço efatoréa que dá ra-
das leis do mercado (oferta e procura) ou do padrão cultural das um procedimento
fissional e, como diz Ferretti (1988a), sugere
definem invariavelmente
familias,
víduo na sociedade.
a posição e a ocupação do indi-
cional e objetivo para a escolha, pois pressupõe que:
habilidades
entre si e m termos de
Segundo Pimenta (1979), as teorias não-psicológicas, embora
"a) os indivíduos diferenciam-se
reconheçam determinantes não-individuais na escolha, acabariam físicas, aptidões,interesses e características pessoais;
Getúlio
pelos técricos do Instituto de Seleção e Orientação Profissional (Isop) Fundação
da
teorias de decisão. Vargas, em 1955.
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AS TEORIAS EM ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL
ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL
por ter-
duo (mediante treinamento) pode adquirir conhecimentos, destre- seadoem Cattel, ele elabora a seguinte lista, que éexpressa
1974:
zas; conjuntos e reações usualmente de uma escala (Santos, 67):
especificadas, como a habili- mos que seriam os opostos
dade de falar um idioma
estrangeiro, de compor música" (Bennet,
Seashore & Wesman, s/d: 5). Neste manual, critica-se a idéia de Quadro 1
que as aptidões sejam entendidas unicamente como inatas, mas Traços de personalidade
conclui-se que, para o teste, não gênese de tais caracterís-
importa a I-Ciclotimia VS. Esquisotomia
ticas, pois o fundamental émensurá-las. Retraído, mal-humorado, inflexivel
Adaptável, bem humorado, sociável
Já Oswaldo de Barros Santos, um dos pioneiros da orientaço
VS. Rudeza intelectual
profissional no Brasil, define a aptidão como "a habilidade natural II- Inteligência
Vivo, decidido, compreensivo Estúpido, preguiçoso, impulsivo
para determinado gênero de atividade e que depende de muitos
fatores para transformar-se em capacidade real e efetiva" (Santos, III- Estabilidade emocional VS Emotividade neurótica
Ambiguo, inconstante, excitável
1974: 54). A capacidade, segundo ele, é uma habilidade adquirida a Realista, estável, calmo
ocultas e apenas potenciais, quando fatores outros (orgânicos, psico- VS. Melancolia
V Elação (surgency)
lógicos e sociais) não favorecem sua manifestação. Podem, igualmen- Jovial, plácido, sociável
Infeliz, preocupado, isolado
butos físicos e psíquicos que caracterizam o indivíduo e que o dife- si mesmoo importante
renciam dos demais" (1974: 65). Entretanto, para fins de orientação e XII- Ciclotomia confiante VS. Paranóia
de escolha profissional, o autor diz ser mais operacional trabalhar Entusiasta, amigável, digno de confiança
Frustrado, hostil, indigno de coniança
Segundo autores como Pimenta (1979) e Silva (1996), os repre- Ferreti (1988a),
pro- autor considera que o
especificação. Segundo o
sentantes destas teorias realizavam uma aproximaç ão de certo modo cesso termina quando há compatibilidade entre interesses, capaci-
mecanicista das concepções de Freud e seguidores, ao estabelece- dades, valores e oportunidades ocupacionais.
rem padrões de personalidade em função das relações afetivas mais representativo e influente autor dessa vi-
Super (1976), o
mantidas no começo da vida com as profissões. Pimenta, por exem- exerício, que o
são, acredita que "as ocupações exigem, para seu
plo, citando Meadow, aponta a formulação da relação de certos ti- indivíduo tenha certas características. Isto permite certa variedade
pos de personalidade e escolha profissional: de indivíduos para cada ocupação". A tese fundamental de Super,
estágios por ele denominados de crescimento, exploração, estabe- quais se podem associar as ocupações;
rendimentos,
lecimento, manutenção e declínio. -
de habilidades e talentos;
Bujold (1977), que propõem a operacionalização do estágio de ex- de
-
dispor um
repertório diversificado de informações (flexibili- -
reconhecer que
questo de orientação
a se coloca e tem im-
que E, por fim, por realização:
portância (sensibilidade aos problemas);
"-rever as etapas da decisão e rever sua estabilidade e certeza;
operacionalizar e planejar as etapas da decisão;
6. Citado por Pelletier et al.
(1977: 45). antecipar as dificuldades;
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PROFISSIONAL
6 ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL AS TEORIAS EM ORIENTAÇÃO
(ldem: 59)
profissional deve ajudar
a
orientador
O modelo propõe que o bases ade-
O enfoque operatório acredita na educabilidade das habi- dados capazes de constituírem
analisar os
lidades que são necessárias ao desenvolvimento de um boa es- pessoa: "a) a
decisão; b) a coligir informações
quadas para se estabelecer
uma
colha. determinar empirica-
sugerir novas alternativas; c)
a
que possam
"Na perspectiva desenvolvimental [...], os problemas de escolha es- mente a utilidade de cada decisão".
colar ou visão não for-
profissional podem ser considerados como problemas a longo Pelletier, Noiseux e Bujold (1977), tal
Como diz
prazo, cuja solução implica um certo número de tarefas. O êxito em não aponta os
mula exatamente uma teoria de escolha profissional,
uma dada tarefa
pode, é lógico, facilitar o êxito na tarefa seguinte, o elementos que fazem parte desse processo e não oferece
uma expli-
que capacita o indivíduo a passar sem demasiada dificuldade por Tais teorias estão
seus diferentes estádios de vida"
(ldem: 43). cação mais geral do comportamento vocacional.
mais preocupadas com o entendimento dos procedimentos da es-
O que se visa é a maturidade vocacional, isto é, saber colha, das etapas que necessariamente devem ser ultrapassadas para
a tomada da melhor, mais ponderada e racional decisão.
"fazer o inventário das possibilidades, colocar
questões pertinentes,
organizar os elementos do problema e esclarecer os objetivos, identi-
ficar suas necessidades e valores, avaliar os fatores de realidade e Teorias gerais
computar as probabilidades de materialização dos seus projetos, [sa-
ber] planejat e proteger sua decisão. Em suma, têm o imprescindível As teorias gerais tentam entender a escolha profissional deter-
para a autodeterminação, para se atualizarem no seio das condições minada ora por aspectos psicológicos, ora por aspectos
constringentes e facilitantes do meio." (ldem: 88)
socioeconômicos. Entretanto, não formulam novas abordagens, mas
justapõem as anteriores.
Teorias decisionais
Segundo Crites, as teorias gerais são as que dão ênfase não só
aos aspectos psicológicos da escolha ou no só aos aspectos estru
As teorias decisionais turais socioeconômicos, como explicação da inserção do indivíduo
importam seus pressupostos da admi
nistração de empresas e da economia visando à racionalidade das deternminada profissão
em ou ocupação.
escolhas. Assim, a decisão deve ser fruto de análise minuciosa dos Blau, citado como representante desta linha, elabora um es-
elementos que intervêm no
proceso. quema conceitual com aportes da psicologia, da economiae da socio-
A racionalidade
proposta prevê uma etapa chamada preditiva, logia. A questão que mobiliza sua análise é: "Por que será que as
em
que identificariam as possibilidades oferecidas e se analisari-
se pessoas abraçam diferentes profissões?" (Blau et al., 1976: 70).
am as
conseqüências de cada uma dessas possibilidades; prevê uma
segunda etapa, a avaliativa, onde se analisaria a "desejabilidade"
das conseqüências arroladas na 7. Cf. Ferretti, 1988a: 27.
etapa anterior e, por último, a 8. Citação de Pelletier, Noiseux e Bujold (1977:31), do modelo proposto por Gellat.
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AS TEORIUS EMORNENTAÇÃOPROFISSIONAL
ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL
máticas, que no seu caso não foram realizadas. Entende-se que Blau re sempre presente,
no determinada pela estrutura social do tempo
esforços de uma pessoa e suas
não traz inovações importantes para a compreensão do fenômeno, atual. "Os valores que orientam os