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NEAD – Núcleo de Educação a Distância

ROTAS DE APRENDIZAGEM

Pensamento Crítico e AULA

Filosofia
05

Herbert Marcuse

Onde Chegar
• Conhecer a vida de um intelectual da Escola de Frankfurt
• Compreender como o percurso histórico está ligado ao desenvolvimento do
seu pensamento
• Refletir sobre os principais pontos da filosofia do Intelectual Frankfurtiano
• Relacionar a filosofia do pensador com a formação da Teoria Crítica e seu
desenvolvimento

O que Aprender
• A formação do Filósofo
• Sua contribuição e importância para a Escola de Frankfurt
• O seu pensamento filosófico

Pensamento Crítico e Filosofia|Herbert Marcuse| Aula 05


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Desenvolvimento
Caros alunos(as), concluindo os filósofos relevantes à Escola de Frankfurt,
apresentamos a vida e o pensamento de Herbert Marcuse. Assim como Horkheimer e
Adorno, Marcuse será um ponto de referência dentro da escola frankfurtiana, sendo o
terceiro grande expoente e marcando uma terceira linha de pensamento filosófico,
tendo como base a teoria crítica.

HERBERT MARCUSE

De família judaica abastada, Marcuseteve uma vida de privilégios e opulência, nascido


em Berlim em 19 de julho de 1898, se tornou um dos mais importantes teóricos do
século XX. Mesmo pertencendo a uma família burguesa e às classe social mais alta,
Marcuse se tornou membro do Partido Social-Democrata Alemão. Prestou serviço
militar, sendo chamado a participar de conselhos politicamente articulados na
Alemanha pós revolução berlinense. Vendo os rumos errôneos do partido, decidiu
abandoná-lo.

A partir dessa mudança pessoal, buscou estudar literatura alemã, filosofia e economia
política. Neste período, conheceu Heidegger e Husserl e em 1922, defendeu sua tese
com base nos filósofos Lukács e Hegel. Estes filósofos e professores foram a base de
inspiração e pensamento de Marcuse. Uma das conclusões da sua Tese sobre literatura
alemã foi que o romance estava inserido em um período no qual vida e arte estavam
rompidas, um período de artistas solitários.

Morando em Berlim, após seus estudos, Marcuse pode construir um salão literário de
esquerda, onde realizavam-se discussões sobre filosofia, política, sociologia, psicologia,
arte, entre outros assuntos pertinentes ao grupo. Marcuse discutia, por exemplo, a
obra “ser e tempo” de Heidegger como um complemento existencial da teoria marxista,
desenvolvendo o caráter da existência humana autêntica e os modos alienação
cotidiana.

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Em 1928, ao retornar a Freiburg, decidiu pela carreirauniversitária de filósofo. Com a


ajuda de Heidegger, desenvolveu sua nova tese e incorporou na vida docente a qual
segundo os comentadores, implicava em um pensamento teológico sem os temas da de
salvação, redenção ou reconciliação. Em 1933, após um desentendimento com
Heidegger, conheceu Horkheimer, ingressando assim no Instituto de Pesquisa Social.

Iniciada as perseguições nazistas aos judeus, Marcuse se mudou para Genebra e mais
tarde, para Paris, onde se tornou responsável pela revista Pesquisa Social.
Posteriormente buscou exílio nos Estados Unidos, onde se tornou docente na
Universidade de Columbia e na Universidade de San Diego. Ficou associado ao Instituto
de Pesquisa Social até 1941, quando ganhou sua cidadania estadunidense e se manteve
dando aulas na Universidade de Columbia, além do Instituto Russo da Universidade de
Harvard.

Em 1954, leciona Ciências Políticas e filosofia na Universidade de Boston. Neste período


ganhou notoriedade com suas obras: “Eros e civilização” e “O homem unidimensional:
estudos da ideologia da sociedade industrial avançada”, criticando as formas de
dominação presentes na sociedade; “O marxismo soviético: uma análise crítica”, tornou
referência para os movimentos revolucionários do fim do século XX.

Foi após seu afastamento da Escola que seu trabalho alcançou visibilidade e
importância, tornando-se crítico da globalização. Tornou-se referência dos intelectuais
ativistas ficando então, conhecido como o filosofo da libertação e da revolução.

PENSAMENTO MARCUSIANO

Herbert Marcuse influenciado tanto por Heidegger como por Hegel, desenvolve o seu
pensamento muito centrado na teoria crítica de Horkheimer. Ambos, movidos por uma
base de pensamento marxista, desenvolveram a teoria crítica frankfurtiana, porém
Marcuse se difere postulando em seu pensamento três pontos essenciais:

• A distinção entre essência e aparência;


• Razão e Imaginação como capacidade críticas centrais;
• Conexão do trabalho não alienado com a felicidade e o prazer.

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Marcuse definia que uma organização social tem em si uma aparência, que difere da
essência, pois esta última é formal, ou seja, é o resultado do processo total social,
composto por sua organização em um determinado tempo e lugar. Assim, a aparência
se torna o elemento individual deste todo, que é a essência. Interessante destacar, que
os agentes inseridos dentro de um elemento aparente, dificilmente perceberam via
reflexão tal realidade individual, devido as formas alienantes presentes.

O trabalho da Teoria Crítica é refletir sobre aquilo que está na organização social
revelando o potencial de mudança cabível em cada uma das organizações. Para o
filósofo, a essência não deve ser vista como imutável e determinante do ser. Pelo
contrário, ela é um constitutivo mutável de acordo com o tempo.

Assim, a definição de essência, necessita de imaginação. Nas palavras de Marcuse,


imaginação como possibilidade de ser, não como algo fantasioso, mas algo existencial.
O teórico deve por meio da razão estabelecer uma crítica acerca da realidade presente,
teorizando uma imaginação preocupada com as realidades presentes e que venham a
dar conta da essência almejada. Em outras palavras, a imaginação é um dos recursos
filosóficos para mudarmos a essência e, em consequência, a realidade que nos cerca.

A esta realização da essência possível, Marcuse insere o status da felicidade e do


prazer. Distanciando-se do pensamento de Horkheimer, Marcuse postula a felicidade
como a realização das potencialidades individuais dentro da liberdade existente para
aquele indivíduo. Felicidade e trabalho não devem ser oposições para o teórico, mas o
capitalismo aliena o trabalho, o que dificulta a possibilidade da felicidade neste sistema
de produção. O teórico diz que na organização essencial a produção e a distribuição
estão a serviço das necessidades humanas, o que tornaria o trabalho algo prazeroso.

Vá mais Longe
Capítulo Norteador: Seção 5.3 do Capítulo 5: Theodor Adorno, Max Horkheimer e
Herbert Marcuse (Páginas 166 a 172). RAMOS, Viviane Rodrigues; ALMEIDA Darif
Saldanhas de. Teoria crítica e Escola de Frankfurt: uma análise interdisciplinar da

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sociedade. Curitiba: Editora Intersaberes, 2019. Biblioteca virtual:


https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/177815

Assista: Vídeo – Youtube: A teoria crítica de Herbert Marcuse | Franklin Leopoldo e


Silva. Canal Casa do Saber. https://www.youtube.com/watch?v=KrFuihZXgQU

Agora é sua Vez!


Interação

No Fórum da Disciplina, discutam sobre o conceito de felicidade, prazer e trabalho,


tendo como princípio da discussão a obra “Os Operários” de Tarsila do Amaral. Reflitam
sobre os sentimentos que a obra passa, se há possibilidade de um trabalho não
alienante, se é possível a felicidade e o prazer dentro da lógica de trabalho capitalista,
ou se apenas o trabalho visa um prazer de consumo.

Questão para simulado

1 –A Teoria de Herbert Marcuse teve vários influenciadores, uma teoria de cunho


fortemente marxista, mas que desenvolveu sua estrutura a partir do pensamento de se
professor e mais tarde filósofo:

a) Horkheimer
b) Heidegger
c) Hegel
d) Adorno
e) Lukács

Resposta: Letra B

Comentário:Heidegger e Husserl; em 1922 defendeu sua tese com base nos filósofos
Lukács e Hegel Quatro filósofos inspiraram a teoria de Herbert, foram eles: Hegel,
Heidegger, Husserl e Lukács. Porém foi Heidegger o principal e mais próximo de

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Herbert, apesar de em 1933 Marcuse conhecer Horkheimer após um desentendimento


com Heidegger, ingressando assim no Instituto de Pesquisa Social.

Organize-se: Assista filmes ou vídeos, que retratem a realidade do mundo


contemporâneo marcado pelo consumismo e pela cultura de massa, busquem nestes
filmes pontos, que indiquem o conteúdo estudado até aqui e tomem nota do que for
relevante. Indico alguns filmes como: “Tempos Modernos” de Charlie Chaplin; “Muito
Além do Cidadão Kane” de Simon Hartog; “Adeus Lênin” de Wolfgang Becker.

REFERÊNCIAS
FIORAVANTI, Raphael Hardy Antropologia da política. Editora Intersaberes. 2019.

GHIRALDELLI JR, Paulo. A Aventura da Filosofia: de Heidegger a Danto. Porto Alegre:


Editora Manole, 2011

RAMOS, Viviane Rodrigues; ALMEIDA Darif Saldanhas de. Teoria crítica e Escola de
Frankfurt: uma análise interdisciplinar da sociedade. Curitiba: Editora Intersaberes,
2019.

TRIGO, Luiz Gonzaga Godoi. Pensamento Filosófico: um enfoque educacional. Editora


Intersaberes, 2012.

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