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NEAD – Núcleo de Educação a Distância

ROTAS DE APRENDIZAGEM

Pensamento Crítico e AULA

Filosofia
03

Max Horkheimer

Onde Chegar
• Conhecer a vida de um intelectual da Escola de Frankfurt
• Compreender como o percurso histórico está ligado com o desenvolvimento do
seu pensamento
• Refletir sobre os principais pontos da filosofia do Intelectual Frankfurtiano
• Relacionar a filosofia do pensador com a formação da Teoria Crítica e seu
desenvolvimento

O que Aprender
• A vida e formação do Filósofo
• Sua contribuição e importância para a Escola de Frankfurt
• O seu pensamento filosófico

Pensamento Crítico e Filosofia | Max Horkheimer | Aula 03


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Desenvolvimento
Os intelectuais da Escola de Frankfurt conceberam uma teoria social com base na teoria
marxista. Porém, ao darem ênfase aos vários âmbitos da sociedade e estabelecendo
críticas sobre a mesma, os frankfurtianos também se inspiraram em filósofos como: Kant,
Hegel, Freud, Weber e Lukács. Para nossa terceira aula e as seguintes, vamos analisar
mais de perto a bibliografia e o pensamento dos principais pensadores frankfurtianos,
como conceberam a teoria crítica e como desenvolveram sua pesquisa sobre a
sociedade.

MAX HORKHEIMER

Max Horkheimer, um dos principais teóricos críticos frankfurtianos, nasceu em 14 de


fevereiro de 1895, na cidade alemã de Stuttgart. Formado em sociologia e filosofia, se
aproximou da literatura e da crítica literária. Era filho de Moritz Horkheimer, comerciante
proprietário de indústrias têxteis e importante financiador de artistas e intelectuais, além
de grande filantropo especialmente durante as Guerras Mundiais. A família de Max era
judia, de seguimento rígido, mas não ortodoxa. Assim, via em Max Horkheimer a
continuidade do legado dos empreendimentos familiares, tanto que, após sair da escola
em 1910, se tornou aprendiz na fábrica da família.

Max conheceu Pollock em 1911 e a partir de então construíram uma amizade, que durou
a vida toda, pois se identificavam com as histórias de vida e construção familiar. Ambos
tinham interesses de leitura parecidos, como críticos naturalistas da sociedade burguesa,
social-revolucionários baseados na ascese e no amor universal, além de obras filosóficas
como de Schopenhauer, Espinoza, Kraus. Pollock foi quem contribuiu para que
Horkheimer se libertasse da relação política conservadora de sua família e ampliasse sua
visão rumo à teoria crítica da sociedade.

Quando eclodiu a Primeira Guerra Mundial, Horkheimer foi poupado de servir, pois se
tornou chefe de serviço da indústria familiar. Isto lhe permitiu refletir sobre a condição
miserável do trabalho operário e da vivência dos soldados, o que resultou em sua
desaprovação ao processo da Primeira Guerra Mundial. Em 1919, Max deu início aos seus
estudos de psicologia, filosofia e economia política; no ano seguinte se mudou para

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Frankfurt onde na universidade foi orientado por Adhemar Gelb, teórico da Gestalt, que
o atraiu para o pensamento da psicologia. Mais tarde, Horkheimer se interessou pela
filosofia, defendendo sua tese baseada no pensamento de Kant em 1922, sob orientação
de Cornelius.

Após a defesa de seu doutorado, foi convidado por Pollock para integrar os teóricos do
Instituto de Pesquisa Social. A partir de então, sua pesquisa e pensamento se
desenvolveram com base em uma crítica sociológica de base filosófica, tendo como
teoria um marxismo não ortodoxo. Sua pesquisa também tendeu para o campo da
história e da psicologia, bases de sua formação acadêmica. O intelectual foi tão promissor
que em 1932, assumiu a diretoria do Instituto, editorando uma nova revista.

Quando o Instituto foi fechado devido a política de Hitler, Horkheimer já se encontrava


exilado em uma das filiais do Instituto, em Genebra. Ele foi responsável pela criação desta
e de outras filiais do Instituto, estando elas em Londres e Paris. Durante seu exílio,
Horkheimer publicou artigos sobre o pseudônimo de Heinrich Regius. Esta ocasião atípica
trazida pelo nazismo, fez com que o teórico trabalhasse com mais empenho a reflexão
crítica, ganhando até mesmo um tom revolucionário. Marca deste período, foi o ensaio-
manifesto “Teoria Tradicional e teoria crítica”. Passado algum tempo, junto da
colaboração de Adorno, publicou a obra “Dialética do esclarecimento”.

Tendo transcorridos três anos do fim da Segunda Guerra Mundial e o fim do nazismo,
Horkheimer regressou à Frankfurt, e ali lecionou a matéria de metafísica materialista. Em
1950, ao retornar com Instituto de Pesquisa Social, assume como diretor; se aposentando
em 1958, e mudando, junto da companhia de Pollock, para Lugano, Suíça, faleceu em 7
de julho de 1973, em Nuremberg, Alemanha.

TEORIA CRÍTICA

Ao assumir a diretoria do Instituto, Horkheimer pretende criar uma ciência social


interdisciplinar, sendo filosoficamente orientada. A base filosófica possibilitaria os
pesquisadores do instituto a identificar e explorar questões levantadas, dentro da teoria
social; esta orientação filosófica é que torna a teoria crítica. A terminologia crítica tem

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como base a teoria marxista em instigar na realidade social, mudanças e transformações


a partir do conhecimento das forças de desigualdade social. Contudo, a Teoria Crítica só
é crítica, pois tenta responder a indagação marxista “Os filósofos têm interpretado o
mundo de diferentes maneiras; a questão é mudá-lo.”

Ao mesmo tempo, ser uma Teoria Crítica retoma o legado kantiano de uma filosofia onde
a criticidade define o objeto de estudo e ao mesmo tempo fornece uma compreensão
sobre o sujeito da crítica, esta estrutura kantiana revela o caráter autocrítico deste
processo de indagação sobre o processo racional humano. A Teoria Crítica formulada por
Horkheimer tende a se orientar por estes pensamentos, se embasando em uma
autorreflexão, que não exclui o processo empírico e a produção racional. O fim da Teoria
Crítica de Horkheimer, na qual deixa vago seu pensamento é a postulação sobre uma
verdade, não absoluta, mas de uma verdade para uma realidade histórica e conceitual,
própria, quase como um relativismo.

Vá mais Longe
Capítulo Norteador: Seção 5.2 do Capítulo 5: Theodor Adorno, Max Horkheimer e
Herbert Marcuse (Páginas 157 a 166). RAMOS, Viviane Rodrigues; ALMEIDA Darif
Saldanhas de. Teoria crítica e Escola de Frankfurt: uma análise interdisciplinar da
sociedade. Curitiba: Editora Intersaberes, 2019. Biblioteca virtual:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/177815

Assista: Vídeo – Youtube: Teoria tradicional e teoria crítica em Max Horkheimer. Canal
Mateus Salvadori. https://www.youtube.com/watch?v=Dsn-VTlJCKw

Agora é sua Vez!


Interação

No Fórum da Disciplina, discutam sobre como há uma ligação entre psicologia e a


construção da sociedade e dos ambientes a sua volta. Reflitam sobre como a sociedade

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atual se organiza, qual o pensamento vigente nos grupos, qual o nível crítico das pessoas,
tentem refletir se há um maior processo de massificação ou de criticidade.

Questão para simulado

1 – Horkheimer foi quem denominou a produção e o trabalho da escola de Frankfurt


como Teoria Crítica, esta pesquisa está baseada muito mais em seus estudos e
concepções. Para a formulação deste termo “Crítica”, Horkheimer se embasou em qual
teoria?

a) Marxista

b) Hegeliana

c) Heideggeriana

d) Freudiana

e) Aristotélica

Resposta: Letra A

Comentário: A terminologia crítica tem como base a teoria marxista em instigar na


realidade social, mudanças e transformações a partir do conhecimento das forças de
desigualdade social.

Organize-se: Procure outros textos, como artigos, pesquisas, análises, que falem mais
sobre a teoria crítica desenvolvida por Max Horkheimer. Faça uma pequena síntese do
que encontrar e reflita sobre como a teoria pode encontrar espaço em nosso cotidiano.

REFERÊNCIAS
FERREIRA. Luiz Antonio. Artimanhas do dizer: retórica, oratória e eloquência. Editora
Blucher, 2017.

FIORAVANTI, Raphael Hardy Antropologia da política. Editora Intersaberes. 2019.

GHIRALDELLI JR, Paulo. A Aventura da Filosofia: de Heidegger a Danto. Porto Alegre:


Editora Manole, 2011

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RAMOS, Viviane Rodrigues; ALMEIDA Darif Saldanhas de. Teoria crítica e Escola de
Frankfurt: uma análise interdisciplinar da sociedade. Curitiba: Editora Intersaberes,
2019.

SAWAIA, Bader. As artimanhas da exclusão. Editora Vozes,.2014

TRIGO, Luiz Gonzaga Godoi. Pensamento Filosófico: um enfoque educacional. Editora


Intersaberes, 2012.

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