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Manaus-Amazonas
2022
Instituto de Educação El Shaday
Manaus-Amazonas
2022
Introdução
Devido ao grande impacto e importância desta escola para a filosofia e sociologia, além
da contribuição que seus principais pensadores tiveram, o objetivo do presente trabalho é
abordar melhor sobre esta corrente de pensamento.
TEORIA CRÍTICA E A ESCOLA DE FRANKFURT
1. A Escola de Frankfurt:
Fundada em 1924, a Escola de Frankfurt foi uma escola de análise e pensamento, com
valores filosóficos e sociológicos que buscavam uma nova análise social. Filiada ao Instituto
de Pesquisa Social, nasceu como um projeto de intelectuais marxistas vinculados à
Universidade de Frankfurt.
Esta escola de teoria social interdisciplinar além de tudo também foi um movimento
filosófico social e político. Nela, pode-se ver uma das mais famosas tradições do marxismo.
Uma das principais finalidades do instituto foi estudar a dinâmica das mudanças sociais, sendo
a responsável pela criação do pensamento filosófico conhecido como a teoria crítica.
Mais tarde, com a ascensão do nazismo, o instituto é transferido para Genebra e Paris.
Em 1935, foi transferido para Nova Iorque, Estados Unidos. Mais tarde, com a ascensão do
nazismo, o instituto é transferido para Genebra e Paris. Em 1935, foi transferido para Nova
Iorque, Estados Unidos. Ali, será acolhido pela Universidade de Colúmbia, até 1953, quando o
Instituto para Pesquisa Social retorna à Frankfurt definitivamente.
Além disso, o aspecto cultural foi um dos mais debatidos pelos pensadores da
instituição. Seria necessário, segundo uma visão geral da teoria crítica, olhar para a cultura a
fim de perceber que as bases da sociedade capitalista somente eram tão sólidas por conta da
disseminação de uma cultura que favorecia o capitalismo. Nesse sentido, todos os autores da
Escola de Frankfurt partiram da leitura marxista, mas atualizaram-na, criando interpretações
condizentes com a realidade vivida pelo século XX, que era diferente da enfrentada pelas
pessoas no século XIX.
Os assuntos mais recentes e que têm dominado os estudos da Escola de Frankfurt são:
as novas configurações da razão libertadora; a emancipação do ser humano pela arte e o prazer;
a ciência e a técnica enquanto ideologia.
2. A Teoria Crítica:
A Teoria Crítica foi o elo conceitual que uniu os intelectuais da Escola de Frankfurt,
criando uma nova interpretação do marxismo, da sociologia e da política no início do século
XX. Participaram da Escola de Frankfurt intelectuais como Theodor Adorno, Max Horkheimer,
Herbert Marcuse, Erich Fromm, Walter Benjamin e Jürgen Habermas.
A teoria crítica, neste sentido, entendia que o contexto econômico, político e social
vigente naquela época, era diferente daquela prevista pelo marxismo. Por isso, ofereceu-se para
reinterpretar a teoria original, evidenciando que o conhecimento se constitui na realidade e não
através da reprodução de conceitos. É importante mencionar que a Escola de Frankfurt tinha
como propósito explicar de modo histórico como era organizado o modo de trabalho dos
trabalhadores nas indústrias, como era o processo deles nesse ambiente.
Mas não demorou muito para que as hipóteses da Escola de Frankfurt, uma instituição
de teoria social e filosofia, abrangessem também outras áreas como o direito, a psicologia, a
psicanálise, comunicação social, entre outras.
É importante dizer, no entanto, que a Escola de Frankfurt, assim como o conceito de
teoria crítica, apenas conseguiu se estabelecer no fim da década de 40, depois do término da
Segunda Guerra Mundial.
Por fim, cabe destacar que a teoria crítica se distingue da sociologia americana, a qual,
na mesma época, encontrava-se em desenvolvimento através da Escola de Chicago.
O conceito de Indústria Cultural foi um dos mais importantes produzidos pelos teóricos
da Escola de Frankfurt, mais especificamente no livro Dialética do esclarecimento, escrito pelos
filósofos da primeira geração Theodor Adorno e Max Horkheimer. Segundo os pensadores, há
um fenômeno cultural mundial em curso desde o início do século XX, o de que o capitalismo
industrial, que entrou em curso com a Revolução Industrial, necessitava de uma força de
propaganda ideológica para ser assimilado pelas pessoas.
Para que as indústrias produzam muito, é necessário que se venda muito. Para vender-
se muito, as pessoas precisam comprar muito. A ideologia do consumismo (excesso de consumo
sem necessidade) é veiculada por formas de arte também produzidas em escala industrial.
Para eles, uma das maneiras de dominação capitalista se daria pela cultura. Adorno e
Horkheimer entenderam que havia dois tipos de cultura autêntica: a cultura erudita e a cultura
popular.
A cultura erudita é aquela produzida por uma elite intelectual, mais refinada e menos
intuitiva. Essa cultura teria um valor estético maior, visto que é mais elaborada. A cultura
erudita seria o escape para que a intelectualidade se desenvolvesse plenamente, e, na visão dos
autores, ela deveria ser ampliada.
A cultura popular é uma forma autêntica de fazer-se arte e cultura vinculadas às culturas
tradicionais dos povos. Ela é autêntica, mas composta por menor refinamento técnico e
intelectual, sendo mais intuitiva.
Por último, tem-se a cultura de massa. Diferente dos outros dois tipos, esta é inautêntica.
Fruto de uma fusão de elementos da cultura erudita e da popular e da possibilidade de alta
reprodutibilidade técnica, a cultura de massa seria um recurso capitalista para vender uma forma
inferior de arte que, ao mesmo tempo, manteria a população sob controle. A indústria cultural
se limitaria a levar o entretenimento como se fosse arte ao consumidor, que se sentiria satisfeito
ao deparar-se com elementos aparentemente agradáveis e de fácil consumo.
Para Adorno e Horkheimer, o capitalismo não só utilizou a Indústria Cultural para criar
um movimento de consumismo, como utilizou a própria arte como forma de produto para ser
consumido. Dessa maneira, o cinema, a música e até as artes plásticas passaram a ter uma
produção baseada em uma fórmula que agrada aos espectadores pela facilidade de assimilar-se
o conteúdo da obra. O espectador médio da indústria cultural é alguém que não pretende
encontrar na obra de arte nada além do entretenimento, caindo numa massificação absoluta dos
produtos culturais.
A diferença entre gerações é um traço marcante das teorias produzidas por eles. Por
isso, dividiu-se os pensadores de acordo com as suas gerações, sabendo que existem duas delas
notáveis e uma terceira em curso.
A primeira geração é composta pelos filósofos e sociólogos Theodor Adorno, Max
Horkheimer, Herbert Marcuse, Erich Fromm, Otto Kirchheimer, Friedrich Pollock e Leo
Löwenthal. Esses pensadores compuseram as primeiras bases do pensamento frankfurtiano e
da teoria crítica, além de receberem importantes contribuições de teóricos associados ao
Instituto de Pesquisa Social, como Walter Benjamin e Ernst Bloch.
Walter Benjamin, apesar de não ter vínculo direto com o Instituto de Pesquisa Social e
de morrer antes da sua reformulação como Escola de Frankfurt nos anos de 1950, Benjamin
colaborou com textos para a Revista do Instituto de Pesquisa Social vinculada à Universidade
de Frankfurt. Dedicou-se à crítica literária e da arte em geral.
A segunda geração, por sua vez, era formada pelos filósofos e sociólogos Axel Honneth,
Albrecht Wellmer, Jürgen Habermas, Oskar Negt, Franz Neuman e Alfred Schmidt.
Dentre as obras que mais se destacaram, estão: Teoria Tradicional e Teoria Crítica
(1937); Cultura e Sociedade (1938); Dialética do Esclarecimento (1944); Minima Moralia
(1951).
CONCLUSÃO
Com base no que foi escrito, entende-se bastante a importância da Escola de Frankfurt
para a compreensão do pensamento filosófico e sociológico do século XX, sobretudo nos países
da Europa. A Teoria Crítica, que buscou compreender o contexto econômico, político e social
vigente naquela época, criou uma nova interpretação do marxismo e fez duras críticas ao
capitalismo.
Vale ressaltar que, devido aos pensadores que compuseram a Escola serem de maioria
alemã e judaica, o movimento social produzido pela Escola de Frankfurt não buscou oposição
apenas ao capitalismo, mas se opôs fortemente ao nazismo e fascismo durante sua atuação na
Segunda Guerra Mundial.
CABRAL, João Francisco Pereira. "Teoria Crítica e seus principais pensadores". Brasil Escola.
Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/teoria-critica-seus-principais-
pensadores.htm>. Acesso em 14 de setembro de 2022.
Max Horkheimer (à esquerda) e Theodor Adorno (à direita) são dois dos principais
pensadores da Escola de Frankfurt. Disponível em:
<https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/a-escola-frankfurt.htm>