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“CEDUP”
2° ANO 02 – BIOTECNOLOGIA
ESCOLA DE FRANKFURT
LAGES
2022
1. INTRODUÇÃO
A escola de Frankfurt foi uma escola de pensamento que surgiu sob o nome de Instituto
de Pesquisas Sociais na Universidade de Frankfurt, na Alemanha. Desde o princípio, foi criada
com a finalidade de destruir a cultura ocidental, atacando o capitalismo, a dimensão religiosa
da vida e a tradição clássica (PARALELO, 2021).
Os teóricos mais famosos da Escola de Frankfurt, para além do marxismo, falaram sobre
cultura, sobre totalitarismo e sobre política em geral. A filosofia foi o principal viés teórico
usado por eles para procurarem soluções para os conflitos de origem política e social
(PORFÍRIO, 2022c).
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2. O QUE FOI?
A Escola de Frankfurt foi uma das instituições mais importantes para a cultura e a
sociedade. Ela surgiu no início do século XX e seus pensadores desenvolveram reflexões
filosóficas e sociológicas que orientam a realização de estudos e de reflexões críticas até os dias
de hoje. A escola era formada por pensadores marxistas do Instituto para Pesquisa Social,
vinculado à Universidade de Frankfurt, na Alemanha (SENA, 2020)
A teoria estabelecida pelos intelectuais da escola é chamada de teoria crítica por dois
motivos: primeiro, porque faz uma crítica social do desenvolvimento intelectual da sociedade
que incide sobre as teorias iluministas; e, em segundo lugar, porque propõe uma leitura crítica
do marxismo, com novas propostas para além dele sem perder de vista os principais ideais da
esquerda (PORFÍRIO, 2022c).
Desde o princípio, foi criada com a finalidade de destruir a cultura ocidental, atacando
o capitalismo, a dimensão religiosa da vida e a tradição clássica. O marxismo original foi
adaptado para que influenciasse o Ocidente e mudasse a cultura por meio das ideias e da
linguagem, alterando os hábitos das pessoas (PARALELO, 2021).
3. CONTEXTO HISTÓRICO
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para matar de maneira mais eficaz, com menos gasto) era a maior comprovação de que não
havia um progresso, mas sim um regresso social (PORFÍRIO, 2022c).
Uma das perspectivas era a defendida pelos intelectuais que, mais tarde, iriam integrar
a Escola de Frankfurt. Para eles, era importante que as ideias de Marx foram implementadas
tendo em vista o cenário observado no século XX. Essa foi uma das questões discutidas
na Primeira Semana de Trabalho Marxista, que resultou na criação do Instituto de Pesquisa
Social (SENA, 2020).
O conceito de Industria Cultural é uma das grandes contribuições dada pela Escola de
Frankfurt. Ele denuncia a existência de uma lógica de produção padronizada, como a existente
nos contextos industriais de fabricação seriada, no fazer artístico e cultural. Esse fenômeno teria
se tornado possível em virtude das mudanças ocorridas nas formas de trabalho e pela
emergência dos meios de comunicação (SENA, 2020).
Em 1930, foi criado um escritório do instituto em Genebra, que passou a abrigar a sede
da instituição após a perseguição e o fechamento da escola pelos nazistas em 1933. Somente
em 1950, com a efetiva retomada das atividades do instituto, é que ele passou a chamar-se
Escola de Frankfurt (PORFÍRIO, 2022c).
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4. PENSADORES DE ACORDO COM AS SUAS GERAÇÕES
O aspecto cultural foi um dos mais debatidos pelos pensadores da instituição. Seria
necessário, segundo uma visão geral da teoria crítica, olhar para a cultura a fim de perceber que
as bases da sociedade capitalista somente eram tão sólidas por conta da disseminação de uma
cultura que favorecia o capitalismo. Nesse sentido, todos os autores da Escola de Frankfurt
partiram da leitura marxista, mas atualizaram-na, criando interpretações condizentes com a
realidade vivida pelo século XX, que era diferente da enfrentada pelas pessoas no século XIX
(PORFÍRIO, 2022c).
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Por considerarem os seguidores de Marx apenas repetidores de ideias, buscaram ir além
da defesa do partido e do comunismo (PARALELO, 2021).
Somou-se a isso a percepção que tiveram: a revolução não iria atingir o sucesso pleno e
mundial que Marx descrevera. Ao menos, não conseguiria pela violência, se fosse causada por
guerrilhas ou por governos ditatoriais (PARALELO, 2021).
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7. TEORIA CRÍTICA
Uma das principais e mais controversas discussões diz respeito à animosidade da Escola
de Frankfurt em relação à religião e à espiritualidade. Para os frankfurtianos, o cristianismo
representa o ressurgimento institucional da filosofia pagã, e Deus seria uma mera ficção. A
religião leva as pessoas a projetarem seu sofrimento em uma entidade divina; ela serve como
distração da miséria causada pelo capitalismo; em seu núcleo, não há nada mais do que a pura
imaginação (GRASS, 2016).
Surgiu também a noção do politicamente correto, que despreza o debate aberto e sem
censura. Quanto mais o discurso for censurado e impedido de chegar às pessoas, mais
facilmente se distorce a realidade para fins ideológicos (PARALELO, 2021).
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A teoria crítica é ensinada principalmente nas universidades, para que os estudantes
aprendam a rejeitar a civilização ocidental e tudo o que ela representa. Acreditam que somente
assim o homem será livre e o mundo, um lugar melhor (PARALELO, 2021).
8. INDÚSTRIA CULTURAL
O conceito de Indústria Cultural foi um dos mais importantes produzidos pelos teóricos
da Escola de Frankfurt, Theodor Adorno e Max Horkheimer. Segundo os pensadores, há um
fenômeno cultural mundial em curso desde o início do século XX, o capitalismo industrial, que
entrou em curso com a Revolução Industrial, necessitava de uma força de propaganda
ideológica para ser assimilado pelas pessoas (PORFÍRIO, 2022c).
Para que as indústrias produzam muito, é necessário que se venda muito. Para vender-
se muito, as pessoas precisam comprar muito. A ideologia do consumismo (excesso de consumo
sem necessidade) é veiculada por formas de arte também produzidas em escala industrial
(PORFÍRIO, 2022c).
Tudo isso, a indústria cultural é uma forma do capitalismo manter as pessoas alienadas,
produzindo uma cultura que não resolve as injustiças sociais entre as classes.
Para Adorno e Horkheimer, o capitalismo não só utilizou a Indústria Cultural para criar
um movimento de consumismo, como utilizou a própria arte como forma de produto para ser
consumido. Dessa maneira, o cinema, a música e até as artes plásticas passaram a ter uma
produção baseada em uma fórmula que agrada aos espectadores pela facilidade de assimilar-se
o conteúdo da obra. O espectador médio da indústria cultural é alguém que não pretende
encontrar na obra de arte nada além do entretenimento, caindo numa massificação absoluta dos
produtos culturais (PORFÍRIO, 2022c).
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A cultura erudita é produzida por uma elite cultural, refinada, com alto valor estético e
mais elaborada. Para os pensadores de Frankfurt, deveria ser preservada e usada como meio
para atingir as camadas intelectuais com ideias marxistas (PARALELO, 2021).
A cultura de massa, aquela produzida pela Indústria Cultural, segue a seguinte fórmula:
pega elementos da cultura erudita (segundo Adorno, essa é a cultura autêntica e bem elaborada),
junta aos elementos da cultura popular (produzida originariamente por um povo) e lança sobre
a junção elementos que agradem ao público. O resultado é a obra de arte produzida em escala
industrial (PORFÍRIO, 2022c).
9. PRINCIPAIS PENSADORES
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9.2 MAX HORKHEIMER (1895-1973)
Foi um dos diretores do Instituto de Pesquisa Social e também foi perseguido pelo
nazismo e refugiou-se nos Estados Unidos. O filósofo e sociólogo foi responsável, junto a
Adorno, por elaborar o conceito de Indústria Cultural, no livro Dialética do esclarecimento
(PORFÍRIO, 2022c).
A América começou a ver em seus valores mais ricos, os mesmos que os fortaleciam
diante do mundo, símbolos de autoritarismo que deveriam acabar (PARALELO, 2021).
Pollock elaborou a vertente econômica do projeto da teoria crítica e ficou conhecido por
seus estudos sobre o capitalismo de Estado (PARALELO, 2021).
Em 1941, em seu livro “State Capitalism: Its Possibilities and Limitations”, defendeu
que vários países da Europa e os Estados Unidos estavam transitando do capitalismo privado
para o capitalismo de Estado (PARALELO, 2021).
Neste novo modelo, o mercado foi retirado de sua função de coordenador da produção
e da distribuição. O substituto foi o Estado. Por esta razão, os meios econômicos foram
substituídos pelos meios políticos (PARALELO, 2021).
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Philipp Lenhard, editor das obras reunidas de Pollock na Alemanha, considera que “a
teoria do ‘capitalismo de Estado’, também chamada mais tarde de ‘mundo administrado’ ou
‘capitalismo tardio’, marca o verdadeiro início da teoria crítica” (PARALELO, 2021).
A transgressão dos jovens foi acompanhada pelo uso de drogas, em altas doses. A
realidade foi a da doença e da depressão, do vício, do hedonismo e, no pior dos casos, a perda
do sentido da vida (PARALELO, 2021).
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Também influenciado pelo marxismo e pela psicanálise freudiana, une elementos
psicanalíticos para estabelecer o papel do ser humano na sociedade como fator de mudança
social. Ele analisou fatores da formação da pessoa, como a família e as relações sociais, numa
vertente crítica do marxismo (PORFÍRIO, 2022c).
Outro tema sobre o qual escreveu foi sobre o fardo da liberdade, que vem carregada de
limitações, dores e sofrimento. Dissertando sobre os dilemas humanos, explicou que as pessoas
sofrem por pensarem sobre a morte, por buscarem uma autorrealização impossível e por se
sentirem isoladas (PARALELO, 2021).
As ideias desses teóricos permanecem vivas nos dias de hoje, sobretudo nas
universidades e nas grandes mídias de comunicação. A partir do ensino acadêmico e da
formação de novos profissionais, as ideias frankfurtianas permeiam a cultura (PARALELO,
2021).
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8. CONCLUSÃO
Grande parte das ideias produzidas pelos integrantes da Escola de Frankfurt teve
influência nas ciências humanas, desta forma, conclui-se que a mesma foi uma instituição de
extrema importância por desenvolver análises, pensamentos e reflexões filosóficas e
sociológicas que perduram até os dias atuais, orientando de forma significativa estudos e
observações realizadas décadas após seu surgimento. Ou seja, as ideias realmente penetraram a
nossa cultura e a nossa educação.
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REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
PARALELO, Brasil Redação. “O que foi a Escola de Frankfurt? Entenda o papel da indústria
cultural e da teoria crítica”. Disponível em: https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/o-que-
foi-escola-de-frankfurt. Acesso em 25 de setembro de 2022.
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