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CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL RENATO RAMOS DA SILVA

“CEDUP”

2° ANO 02 – BIOTECNOLOGIA

ANA FLÁVIA ANDRADE DOS SANTOS

JAQUELINE VERDI DE SOUZA

ESCOLA DE FRANKFURT

LAGES

2022
1. INTRODUÇÃO

A escola de Frankfurt foi uma escola de pensamento que surgiu sob o nome de Instituto
de Pesquisas Sociais na Universidade de Frankfurt, na Alemanha. Desde o princípio, foi criada
com a finalidade de destruir a cultura ocidental, atacando o capitalismo, a dimensão religiosa
da vida e a tradição clássica (PARALELO, 2021).

Horkheimer, junto com Jürgen Habermas, Theodor W. Adorno, Herbert


Marcuse e Erich Fromm, criaram a Escola de Frankfurt e seu Instituto para Pesquisa Social
tendo como seu principal objetivo criar uma plataforma teórica e ideológica para uma revolução
cultural (GRASS, 2016)

Os teóricos mais famosos da Escola de Frankfurt, para além do marxismo, falaram sobre
cultura, sobre totalitarismo e sobre política em geral. A filosofia foi o principal viés teórico
usado por eles para procurarem soluções para os conflitos de origem política e social
(PORFÍRIO, 2022c).

A Teoria Crítica e o conceito de Indústria Cultural estão entre as principais


contribuições oferecidas pelos teóricos da Escola de Frankfurt. A primeira recebe esse nome
porque apresenta uma postura crítica à construção cartesiana do pensamento presente nas
teorias positivas e também pela leitura crítica que ela propõe ao pensamento de Karl Marx. A
Indústria Cultural diz respeito à padronização de produtos da cultura (SENA, 2020)

Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo esclarecer as contribuições da


Escola de Frankfurt para a filosofia, através de seu contexto histórico, teoria crítica e indústria
social, assim como os feitos dos pensadores que analisaram e denunciaram algumas estruturas
de dominação política, econômica, cultural e psicológica da sociedade moderna.

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2. O QUE FOI?

A Escola de Frankfurt foi uma das instituições mais importantes para a cultura e a
sociedade. Ela surgiu no início do século XX e seus pensadores desenvolveram reflexões
filosóficas e sociológicas que orientam a realização de estudos e de reflexões críticas até os dias
de hoje. A escola era formada por pensadores marxistas do Instituto para Pesquisa Social,
vinculado à Universidade de Frankfurt, na Alemanha (SENA, 2020)

A teoria estabelecida pelos intelectuais da escola é chamada de teoria crítica por dois
motivos: primeiro, porque faz uma crítica social do desenvolvimento intelectual da sociedade
que incide sobre as teorias iluministas; e, em segundo lugar, porque propõe uma leitura crítica
do marxismo, com novas propostas para além dele sem perder de vista os principais ideais da
esquerda (PORFÍRIO, 2022c).

Desde o princípio, foi criada com a finalidade de destruir a cultura ocidental, atacando
o capitalismo, a dimensão religiosa da vida e a tradição clássica. O marxismo original foi
adaptado para que influenciasse o Ocidente e mudasse a cultura por meio das ideias e da
linguagem, alterando os hábitos das pessoas (PARALELO, 2021).

3. CONTEXTO HISTÓRICO

No início do século XX, em 1920, acontece a Primeira Guerra Mundial e, ao final da


década, o mundo irá sucumbir à crise de 1929. Nesse período, as discussões em torno da
implementação de regimes socialistas ganhavam força, ainda que houvesse diferentes
perspectivas acerca de como deveria ser feito (SENA, 2020).

Em geral, os filósofos da Escola de Frankfurt defenderam que as teorias iluminista e


positivista não se sustentaram, tendo-se em vista os fenômenos ocorridos no século XX. Em
primeiro lugar, os pensadores vivenciaram a primeira grande guerra. Em seguida, eles, que
eram judeus, vivenciaram a perseguição nazista contra seu povo. Entre eles, o filósofo e crítico
literário Walter Benjamin morreu sob domínio dos nazistas, e os filósofos Theodor Adorno,
Herbert Marcuse e Max Horkheimer tiveram que se refugiar nos Estados Unidos para
escaparem da perseguição (PORFÍRIO, 2022c).

Na reflexão empreendida pelos teóricos da Escola de Frankfurt após a Segunda Guerra


Mundial, a barbárie da perseguição nazista e da criação da câmara de gás (uma invenção feita

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para matar de maneira mais eficaz, com menos gasto) era a maior comprovação de que não
havia um progresso, mas sim um regresso social (PORFÍRIO, 2022c).

Uma das perspectivas era a defendida pelos intelectuais que, mais tarde, iriam integrar
a Escola de Frankfurt. Para eles, era importante que as ideias de Marx foram implementadas
tendo em vista o cenário observado no século XX. Essa foi uma das questões discutidas
na Primeira Semana de Trabalho Marxista, que resultou na criação do Instituto de Pesquisa
Social (SENA, 2020).

Os frankfurtianos colocaram em xeque a ideia de que o avanço moral da sociedade


caminharia lado a lado com o avanço científico que deveria ser compartilhado pela
escolarização (SENA, 2020).

Essa perspectiva era defendida por iluministas,


como Voltaire, Montesquieu, Diderot e D’Allambert, e estava presente no pensamento
positivista, que prega a ideia de que o avanço social somente acontece com a criação e
disseminação científica, que possibilitaria a reorganização social tendo como foco o
desenvolvimento europeu, em especial o francês (SENA, 2020).

O conceito de Industria Cultural é uma das grandes contribuições dada pela Escola de
Frankfurt. Ele denuncia a existência de uma lógica de produção padronizada, como a existente
nos contextos industriais de fabricação seriada, no fazer artístico e cultural. Esse fenômeno teria
se tornado possível em virtude das mudanças ocorridas nas formas de trabalho e pela
emergência dos meios de comunicação (SENA, 2020).

Em 1930, foi criado um escritório do instituto em Genebra, que passou a abrigar a sede
da instituição após a perseguição e o fechamento da escola pelos nazistas em 1933. Somente
em 1950, com a efetiva retomada das atividades do instituto, é que ele passou a chamar-se
Escola de Frankfurt (PORFÍRIO, 2022c).

Como a Escola de Frankfurt perdura desde a década de 1930, vários


pensadores formaram-se lá e produziram suas teorias com bases parecidas. No entanto,
a diferença entre gerações é um traço marcante das teorias produzidas por eles (PORFÍRIO,
2022c).

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4. PENSADORES DE ACORDO COM AS SUAS GERAÇÕES

4.1 Primeira geração

Composta pelos filósofos e sociólogos Theodor Adorno, Max Horkheimer, Herbert


Marcuse, Erich Fromm, Otto Kirchheimer, Friedrich Pollock e Leo Löwenthal. Esses
pensadores compuseram as primeiras bases do pensamento frankfurtiano e da teoria crítica,
além de receberem importantes contribuições de teóricos associados ao Instituto de Pesquisa
Social, como Walter Benjamin e Ernst Bloch (PORFÍRIO, 2022c).

4.2 Segunda geração

Formada pelos filósofos e sociólogos Axel Honneth, Albrecht Wellmer, Jürgen


Habermas, Oskar Negt, Franz Neuman e Alfred Schmidt (PORFÍRIO, 2022c).

5. OBJETIVO DA ESCOLA DE FRANKFURT

Apesar da gama de diferentes pensadores e diferentes gerações formada pela Escola de


Frankfurt, o que une a produção intelectual de todos é a teoria crítica. Todos eles se dedicaram
a construir teorias críticas contra o capitalismo e a atualizar as leituras sobre o marxismo,
criando novas alternativas ao socialismo marxista que se encaixassem no século XX
(PORFÍRIO, 2022c).

O aspecto cultural foi um dos mais debatidos pelos pensadores da instituição. Seria
necessário, segundo uma visão geral da teoria crítica, olhar para a cultura a fim de perceber que
as bases da sociedade capitalista somente eram tão sólidas por conta da disseminação de uma
cultura que favorecia o capitalismo. Nesse sentido, todos os autores da Escola de Frankfurt
partiram da leitura marxista, mas atualizaram-na, criando interpretações condizentes com a
realidade vivida pelo século XX, que era diferente da enfrentada pelas pessoas no século XIX
(PORFÍRIO, 2022c).

Os principais pensadores da escola de Frankfurt reconheceram que a teoria marxista


tradicional não podia explicar o desenvolvimento das novas sociedades capitalistas, nem as
impedir (PARALELO, 2021).

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Por considerarem os seguidores de Marx apenas repetidores de ideias, buscaram ir além
da defesa do partido e do comunismo (PARALELO, 2021).

Somou-se a isso a percepção que tiveram: a revolução não iria atingir o sucesso pleno e
mundial que Marx descrevera. Ao menos, não conseguiria pela violência, se fosse causada por
guerrilhas ou por governos ditatoriais (PARALELO, 2021).

O marxismo original foi complementado com a psicanálise freudiana, a filosofia


existencialista e a filosofia da linguagem (PARALELO, 2021).

A própria ideia positivista foi desacreditada. De acordo com os positivistas, o avanço


moral da sociedade caminharia lado a lado com o avanço da ciência e da escolarização. Apesar
disso, o aumento das tecnologias, do conhecimento e da educação não foi capaz de impedir as
guerras (PARALELO, 2021).

Os estudos filosóficos da Escola de Frankfurt ficaram conhecidos como teoria crítica,


opondo-se à teoria tradicional. A tradicional foi criada para ser neutra, a crítica para destruir a
realidade e reconstruí-la segundo a ideologia marxista (PARALELO, 2021).

6. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ESCOLA DE FRANKFURT

• Influência marxista com reformulações da psicanálise, linguística e existencialismo;


• Inspiração de teóricos marxistas como Marx, Gramsci, Sartre, Hegel, Freud, Lukács, Kant
e Weber;
• Finalidade de destruição da cultura ocidental;
• Oposição ao sistema capitalista, ao Cristianismo, à filosofia grega e ao direito romano;
• Instrumentalização da ciência para uso ideológico;
• Relativismo;
• Difusão do pensamento crítico pelas mídias, livros, escolas e universidades;
• Adoção do hegelianismo, que busca o poder criativo do mal;
• Libertação do ser humano pelo prazer, educação, arte, militância e revolução cultural;
• Adesão ao antipositivismo, anticonservadorismo, teoria crítica e indústria cultural;
• Tática de alteração da cultura de forma não imediata, mas lenta e gradativa ao longo de
gerações (PARALELO, 2021).

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7. TEORIA CRÍTICA

Os estudos filosóficos da Escola de Frankfurt ficaram conhecidos como teoria crítica,


opondo-se à teoria tradicional. A tradicional foi criada para ser neutra, a crítica para destruir a
realidade e reconstruí-la segundo a ideologia marxista (PARALELO, 2021).

Tradicionalmente, estudavam-se os conceitos e apenas depois de entender a realidade


de forma objetiva e verdadeira, analisava-se quais ações eram necessárias para gerar alguma
mudança. A teoria crítica, ao contrário, critica o máximo possível as condições sociopolíticas e
econômicas, focando não a análise da realidade, mas a crítica em primeiro lugar (PARALELO,
2021).

O importante é criticar o máximo possível, desconstruir, rejeitar, ridicularizar e ocultar


o máximo possível dos valores ocidentais. O modo de operar frankfurtiano não é construtivo, é
sempre destrutivo (PARALELO, 2021).

Uma das principais e mais controversas discussões diz respeito à animosidade da Escola
de Frankfurt em relação à religião e à espiritualidade. Para os frankfurtianos, o cristianismo
representa o ressurgimento institucional da filosofia pagã, e Deus seria uma mera ficção. A
religião leva as pessoas a projetarem seu sofrimento em uma entidade divina; ela serve como
distração da miséria causada pelo capitalismo; em seu núcleo, não há nada mais do que a pura
imaginação (GRASS, 2016).

A teoria crítica é a politização da lógica. Horkheimer declarava que a lógica não é


independente do conteúdo, mas sim que é um instrumento político. Este raciocínio aplicado
significa dizer que um argumento lógico apoia a destruição das bases culturais do Ocidente. Por
outro lado, se as defende, é ilógico (PARALELO, 2021).

Surgiu também a noção do politicamente correto, que despreza o debate aberto e sem
censura. Quanto mais o discurso for censurado e impedido de chegar às pessoas, mais
facilmente se distorce a realidade para fins ideológicos (PARALELO, 2021).

Os principais pensadores da Escola de Frankfurt consideravam que a verdade é algo


impossível de ser encontrado. Sendo assim, ensinaram que as ideias precisam sempre estar em
choque, como explicado na filosofia de Hegel (PARALELO, 2021).

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A teoria crítica é ensinada principalmente nas universidades, para que os estudantes
aprendam a rejeitar a civilização ocidental e tudo o que ela representa. Acreditam que somente
assim o homem será livre e o mundo, um lugar melhor (PARALELO, 2021).

Para Horkheimer, o objetivo da teoria crítica era:

“…libertar os seres humanos das circunstâncias que os escravizam”


(PARALELO, 2021).

8. INDÚSTRIA CULTURAL

De acordo com a teoria formulada na Escola de Frankfurt, a sociedade está permeada


de uma lógica proposital, que cria um padrão artístico e cultural da mesma forma que uma
fábrica produz seus bens em uma esteira de produção (PARALELO, 2021).

O conceito de Indústria Cultural foi um dos mais importantes produzidos pelos teóricos
da Escola de Frankfurt, Theodor Adorno e Max Horkheimer. Segundo os pensadores, há um
fenômeno cultural mundial em curso desde o início do século XX, o capitalismo industrial, que
entrou em curso com a Revolução Industrial, necessitava de uma força de propaganda
ideológica para ser assimilado pelas pessoas (PORFÍRIO, 2022c).

Para que as indústrias produzam muito, é necessário que se venda muito. Para vender-
se muito, as pessoas precisam comprar muito. A ideologia do consumismo (excesso de consumo
sem necessidade) é veiculada por formas de arte também produzidas em escala industrial
(PORFÍRIO, 2022c).

Tudo isso, a indústria cultural é uma forma do capitalismo manter as pessoas alienadas,
produzindo uma cultura que não resolve as injustiças sociais entre as classes.

Para Adorno e Horkheimer, o capitalismo não só utilizou a Indústria Cultural para criar
um movimento de consumismo, como utilizou a própria arte como forma de produto para ser
consumido. Dessa maneira, o cinema, a música e até as artes plásticas passaram a ter uma
produção baseada em uma fórmula que agrada aos espectadores pela facilidade de assimilar-se
o conteúdo da obra. O espectador médio da indústria cultural é alguém que não pretende
encontrar na obra de arte nada além do entretenimento, caindo numa massificação absoluta dos
produtos culturais (PORFÍRIO, 2022c).

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A cultura erudita é produzida por uma elite cultural, refinada, com alto valor estético e
mais elaborada. Para os pensadores de Frankfurt, deveria ser preservada e usada como meio
para atingir as camadas intelectuais com ideias marxistas (PARALELO, 2021).

A cultura popular também é considerada autêntica. Está vinculada às culturas


tradicionais intuitivas, vividas pelo povo, sem refinamento técnico. Igualmente, é um meio para
garantir que a desconstrução ocidental alcance as camadas populares (PARALELO, 2021).

A cultura de massa, aquela produzida pela Indústria Cultural, segue a seguinte fórmula:
pega elementos da cultura erudita (segundo Adorno, essa é a cultura autêntica e bem elaborada),
junta aos elementos da cultura popular (produzida originariamente por um povo) e lança sobre
a junção elementos que agradem ao público. O resultado é a obra de arte produzida em escala
industrial (PORFÍRIO, 2022c).

Escola de Frankfurt, considera-se que os trabalhadores não se uniram contra aqueles


que os oprimiam porque estavam embebidos da cultura de massa, que os impediu de lutar. A
conclusão a que esses pensadores chegaram é que a militância, a revolução cultural e uma nova
educação artística seriam fundamentais para a libertação da opressão que atinge a sociedade
(PARALELO, 2021).

Ao mesmo tempo ela cria um sistema autorreflexivo que explique os meios de


dominação e aponte os modos de superá-lo. O intuito é alcançar uma sociedade racional,
humana e naturalmente livre (MATÉRIA, 2022c)

9. PRINCIPAIS PENSADORES

Os principais pensadores da Escola de Frankfurt demonstraram de forma explícita a


capacidade destrutiva do capitalismo, principal responsável pela estagnação da consciência
política, crítica e revolucionária (MATÉRIA, 2022c)

9.1 THEODOR W. ADORNO (1903-1969)

Pensador alemão que se dedicou a entender a problemática moral e social do século XX


frente ao capitalismo. Por ser judeu e comunista, foi perseguido pelo nazismo e refugiou-se nos
Estados Unidos (PORFÍRIO, 2022c).

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9.2 MAX HORKHEIMER (1895-1973)

Foi um dos diretores do Instituto de Pesquisa Social e também foi perseguido pelo
nazismo e refugiou-se nos Estados Unidos. O filósofo e sociólogo foi responsável, junto a
Adorno, por elaborar o conceito de Indústria Cultural, no livro Dialética do esclarecimento
(PORFÍRIO, 2022c).

Horkheimer e Adorno se empenharam em convencer os americanos de que eles próprios


eram os grandes fascistas da história. Juntos, escreveram o livro A Personalidade Autoritária.
A intenção da obra era atrelar a civilização ocidental ao fascismo, fazendo crer que o
capitalismo, a civilização ocidental e o Cristianismo eram a fonte do mal (PARALELO, 2021).

Os americanos eram fervorosos defensores da liberdade e fortemente contrários ao


fascismo. Por esta razão, levá-los a crer que tinham atitudes fascistas na própria cultura era o
caminho para mudar seus pensamentos e hábitos (PARALELO, 2021).

A América começou a ver em seus valores mais ricos, os mesmos que os fortaleciam
diante do mundo, símbolos de autoritarismo que deveriam acabar (PARALELO, 2021).

9.3 FRIEDRICH POLLOCK (1894-1970)

Pollock elaborou a vertente econômica do projeto da teoria crítica e ficou conhecido por
seus estudos sobre o capitalismo de Estado (PARALELO, 2021).

Em 1941, em seu livro “State Capitalism: Its Possibilities and Limitations”, defendeu
que vários países da Europa e os Estados Unidos estavam transitando do capitalismo privado
para o capitalismo de Estado (PARALELO, 2021).

Neste novo modelo, o mercado foi retirado de sua função de coordenador da produção
e da distribuição. O substituto foi o Estado. Por esta razão, os meios econômicos foram
substituídos pelos meios políticos (PARALELO, 2021).

O capitalismo de Estado, segundo Pollock, pode ser totalitário, como o nacional-


socialismo; ou democrático, como na América. De qualquer forma, o poder político sobrepõe-
se à economia (PARALELO, 2021).

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Philipp Lenhard, editor das obras reunidas de Pollock na Alemanha, considera que “a
teoria do ‘capitalismo de Estado’, também chamada mais tarde de ‘mundo administrado’ ou
‘capitalismo tardio’, marca o verdadeiro início da teoria crítica” (PARALELO, 2021).

De acordo com Pollock, abandona-se, assim, uma era predominantemente econômica


para se alcançar uma era predominantemente política (PARALELO, 2021).

9.4 HERBERT MARCUSE (1898-1979)

Sendo um dos mais polêmicos pensadores da Escola de Frankfurt, dedicou-se a entender


a relação entre sexualidade e capitalismo, além de estudar as problemáticas envolvendo raça e
exclusão social. Seus estudos englobavam o marxismo e a psicanálise freudiana. (PORFÍRIO,
2022c).

Alcançou, como conclusão, a tese de que o americano é agressivo porque reprime o


sexo. Ora, a solução proposta por Marcuse, diante desse resultado, foi abandonar os tabus
sexuais (PARALELO, 2021).

Marcuse escreveu que a repressão sexual era um instrumento de manutenção do


capitalismo. Com os jovens vivendo os prazeres de forma livre e sem impedimentos, seriam
mais pacíficos e não fariam guerras, levando o sistema capitalista à ruína (PARALELO, 2021).

A Escola de Frankfurt buscou realizar a revolução marxista alterando a forma das


pessoas lidarem com sua sexualidade. O problema era o pressuposto de que, com o fim da moral
sexual, o que surgiria seria melhor (PARALELO, 2021).

A transgressão dos jovens foi acompanhada pelo uso de drogas, em altas doses. A
realidade foi a da doença e da depressão, do vício, do hedonismo e, no pior dos casos, a perda
do sentido da vida (PARALELO, 2021).

9.5 ERICH FROMM (1900-1980)

A partir do final da década de 1920, ele representou um socialismo democrático e


humanista influenciado principalmente por Freud e Marx. Suas contribuições foram maiores no
que ficou conhecido como psicanálise humanística. Abordou o que considerava ser as
necessidades básicas do ser humano: a de liberdade e a de pertencimento (PARALELO, 2021).

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Também influenciado pelo marxismo e pela psicanálise freudiana, une elementos
psicanalíticos para estabelecer o papel do ser humano na sociedade como fator de mudança
social. Ele analisou fatores da formação da pessoa, como a família e as relações sociais, numa
vertente crítica do marxismo (PORFÍRIO, 2022c).

Outro tema sobre o qual escreveu foi sobre o fardo da liberdade, que vem carregada de
limitações, dores e sofrimento. Dissertando sobre os dilemas humanos, explicou que as pessoas
sofrem por pensarem sobre a morte, por buscarem uma autorrealização impossível e por se
sentirem isoladas (PARALELO, 2021).

Como humanista socialista, apresentou um trabalho menos sofisticado entre os colegas


participantes da Escola de Frankfurt. A tudo isso chamou de dicotomias existenciais, que muitos
resolvem pensando que existe uma vida após a morte, como forma de significar a vida
(PARALELO, 2021).

9.6 JÜRGEN HABERMAS

Jürgen Habermas é um filósofo e sociólogo alemão vinculado à teoria crítica, corrente


de pensamento desenvolvida pela Escola de Frankfurt, e ao pragmatismo contemporâneo.
Habermas trabalhou como assistente de ensino do professor Theodor Adorno no Instituto de
Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt, o que o colocou como um representante da
chamada “segunda geração” da Escola de Frankfurt e é o mais influente dela. Os estudos de
Habermas centram-se na ação comunicativa como forma de entender-se a ética e a política. Ele
ainda está vivo e dedica-se a entender a ética e a política em meio às extensas possibilidades do
discurso na atualidade (PORFÍRIO², 2022c)

As ideias desses teóricos permanecem vivas nos dias de hoje, sobretudo nas
universidades e nas grandes mídias de comunicação. A partir do ensino acadêmico e da
formação de novos profissionais, as ideias frankfurtianas permeiam a cultura (PARALELO,
2021).

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8. CONCLUSÃO

A Escola de Frankfurt é um marco importante do pensamento crítico que permitiu o


desenvolvimento das teorias sociais, levando em consideração o contexto histórico e social do
século XX.

Grande parte das ideias produzidas pelos integrantes da Escola de Frankfurt teve
influência nas ciências humanas, desta forma, conclui-se que a mesma foi uma instituição de
extrema importância por desenvolver análises, pensamentos e reflexões filosóficas e
sociológicas que perduram até os dias atuais, orientando de forma significativa estudos e
observações realizadas décadas após seu surgimento. Ou seja, as ideias realmente penetraram a
nossa cultura e a nossa educação.

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REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

GLASS, Cláudio. “A Escola de Frankfurt, o marxismo cultural, e o politicamente correto como


ferramenta de controle”; Misses Brasil, Disponível em:
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2401. Acesso em 25 de setembro de 2022

MATÉRIA, Toda. “Escola de Frankfurt”. Disponível em:


https://www.todamateria.com.br/escola-de-frankfurt/amp/. Acesso em 25 de setembro de 2022.

PARALELO, Brasil Redação. “O que foi a Escola de Frankfurt? Entenda o papel da indústria
cultural e da teoria crítica”. Disponível em: https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/o-que-
foi-escola-de-frankfurt. Acesso em 25 de setembro de 2022.

PORFÍRIO, Francisco. "Escola de Frankfurt"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/a-escola-frankfurt.htm. Acesso em 25 de setembro de
2022

PORFÍRIO², Francisco. "Jürgen Habermas"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/jurgen-habermas.htm. Acesso em 25 de setembro de
2022.

SENA, Ailton. “Escola de Frankfurt”. Educa Mais Brasil. Disponível em:


https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/filosofia/escola-de-frankfurt. Acesso em 25 de
setembro de 2022.

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