Você está na página 1de 6

NEAD – Núcleo de Educação a Distância

ROTAS DE APRENDIZAGEM

Pensamento Crítico e AULA

Filosofia
02

Escola de Frankfurt II

Onde Chegar
• Elencar os motivos históricos para as transferências de localidade da Escola de
Frankfurt
• Conhecer os principais filósofos e as principais obras da Escola de Frankfurt
• Identificar os principais eixos da Teoria Crítica
• Compreender a importância da Teoria Crítica na formação do pensamento
humano

O que Aprender
• Contexto da imigração do Instituto para os Estados Unidos
• O pensamento e obras desenvolvidos durante o período de imigração
• O retorno do Instituto à Frankfurt
• O desenvolvimento de uma nova geração de teóricos críticos

Pensamento Crítico e Filosofia | Escola de Frankfurt II | Aula 02


1
NEAD – Núcleo de Educação a Distância

ROTAS DE APRENDIZAGEM

Desenvolvimento
Bem-vindos (as) a nossa segunda aula da disciplina Pensamento Crítico e Filosofia.
Daremos continuidade ao percurso histórico da Escola de Frankfurt, seu processo
emigratório e de retorno, bem como a importância deste movimento na formulação da
Teoria Crítica.

EMIGRAÇÃO DO INSTITUTO

Com a crise política na Alemanha e a ascensão do Nazismo e sua política antissemita,


anticomunista e anticientífica, Horkheimer cria a partir de 1931, filiais do Instituto em
outros países. No combate aos comunistas pelo Estado Alemão, o Instituto em Frankfurt
foi fechado e concedido à liga estudantil nacional-socialista em 1933, sob alegação do
Instituto promover “atividades hostis ao Estado”. Horkheimer tentou defender a
neutralidade política do instituto, seu caráter científico e pesquisador, destacando a
importância da teoria socialista, na formação das teorias do instituto e na formação da
consciência estudantil, que possibilitava a reflexão e o debate. Apesar de todos os
esforços, sua defesa foi em vão.

No mesmo ano transfere o Instituto para Genebra, Suíça, sob o nome de “Societé
Internationale de Recherches Sociales”, estão filiados a ele intelectuais como: Pollock,
Tillich, Beard, Lynd, Saussure, Fromm, Neumann e outros. A redação da revista de
Pesquisa Social foi transferida para Paris até a invasão alemã, depois passou para os
Estados Unidos.

Em 1934, com a transferência da Revista para os Estados Unidos, Horkheimer incentivado


por Nicholas Murray Butler, transfere o Instituto para o país, que passa a se chamar
Institute os Social Research. O Instituto se filia com a Universidade de Columbia, garante
a continuidade de sua autonomia, devido ao incentivo financeiro da família Weil, e tem
como filiados: Walter Benjamin (que junto do intelectual Maurice Halbwachs, morre
devido à perseguição do regime nazista), Ernst Bloch, Marcuse, Pollock e Fromm. Em
1940, com a chegada de Horkheimer e Adorno aos Estados Unidos, presenciam Marcuse,
Pollock e Fromm se afastarem da Escola de Frankfurt e iniciarem um processo de
produção e atividades autônomas.

Pensamento Crítico e Filosofia | Escola de Frankfurt II | Aula 02


2
NEAD – Núcleo de Educação a Distância

ROTAS DE APRENDIZAGEM

Neste período, o Instituto pôde aprofundar a sua reflexão, dando origem à “Teoria
Crítica” e a produção de duas obras significativas: A Dialética do Esclarecimento (1947)
e A Personalidade Autoritária (The Autoritarian Personality) (1950), a primeira uma
colaboração entre Horkheimer e Adorno, a segunda uma obra coletiva entre cientistas
americanos e alemães. Estes trabalhos refletem a cultura estadunidense, marcada pelo
capitalismo moderno e o processo de massificação.

A obra “a Dialética do Esclarecimento” reflete a atitude crítica, que se deve ter ao analisar
as culturas de massas. Esta obra marca uma nova fase dos dois autores, na qual abordam
como o capitalismo moderno rompe as consciências individuais e as assimila ao sistema
econômico estabelecido, retirando as esperanças de uma reação crítica.

A obra “a Personalidade Autoritária”, relaciona as condições psíquicas do indivíduo com


as condições sociais e políticas da sociedade na qual vive, uma análise marcadamente
fundamentada em Horkheimer e Fromm. Porém, nesta obra americana, foi Adorno o
responsável por manter a unidade teórica freudiana-marxista entre este trabalho e o
pensamento dos dois intelectuais alemães, mas agora de uma forma original que aplica
essa realidade teórica sobre uma base empírica do contexto americano.

RETORNO A FRANKFURT

O retorno do Instituto para Frankfurt se dá com a libertação da Alemanha do Nazismo, o


convite de Frankfurt em 1946 e o retorno de Horkheimer à Alemanha em 1948.
Horkheimer concorda com o retorno marcando-o para o ano de 1950.

No ano previsto, o Instituto retorna à Frankfurt, ao lado dos prédios da universidade sob
a direção de Horkheimer e a codireção de Adorno, que assumira em 1967 a função de
Diretor titular do Instituto. Apesar do retorno, a relação com os Estados Unidos foi
mantida, pois foi a emigração do Instituto que impulsionou o mesmo a se tornar a Escola
de Pensamento de Frankfurt.

Houve grande desfalque no número de intelectuais vinculados ao Instituto logo no


retorno à Frankfurt, só na década de 1960 alguns jovens filósofos se vincularam a “Escola
de Frankfurt”, eram eles: Alfred Schmidt, Juergen Habermas, Ludwig von Friedeburg, Rolf
Tiedemann, Helge Pross e Christoph Oehler.

Pensamento Crítico e Filosofia | Escola de Frankfurt II | Aula 02


3
NEAD – Núcleo de Educação a Distância

ROTAS DE APRENDIZAGEM

Dentre estes, Habermas se destacou com sua pesquisa entre os estudantes das
universidades de Frankfurt e Berlim, que propunha investigar o potencial autoritário ou
democrático da nova geração estudantil em uma Alemanha em reconstrução, sendo que
o processo educacional destes jovens, estava atrelado aos seus pais que foram nazistas
ou simpatizantes do movimento. O estudo concluiu uma síndrome latente de
autoritarismo.

Neste período, eclode movimentos estudantis ligados à Organização Estudantil, em


centro acadêmicos, que fundamentavam este processo nas teorias críticas dos filósofos
da escola de Frankfurt e tinham como objetivo lutar contra as estruturas autoritárias.
Este processo violento e radical assustou os frankfurtianos, que identificaram traços
fascistas neste processo, o qual só viu seu fim com a desilusão dos estudantes com seus
“ídolos”.

Horkheimer se mudou para a Suíça, Adorno falecera e Marcuse desenvolveu uma crítica
sobre a formação da “Nova esquerda”. Com os ânimos acalmados, a Escola de Frankfurt
retomou as suas publicações. Filósofos como Tiedemann, Habermas, Schmidt e Wellmer
retomam o pensamento dos teóricos críticos de primeira geração publicando obras
inéditas e reeditando obras esgotadas ou inacessíveis.

O trabalho da escola se distinguira em duas tendências: na primeira, Tiedemann e


Schmidt preservam o pensamento dos teóricos através de um trabalho minucioso de
reedição, comentário e interpretação. Na segunda, Habermas, Wellmer e Buerger
prosseguem o pensamento dos teóricos, criticando-os e superando-os, na tentativa de
uma produção original. Porém é Habermas quem se destaca entre os teóricos deste
período, pois sua pesquisa tenta preservar o cunho crítico frankfurtiano e propor uma
inovação teórica, que possa sair dos impasses obtidos pela primeira geração.

Retomando o processo histórico da Escola de Frankfurt, a teoria crítica foi concebida em


três momentos distintos: primeiro por Horkheimer produzindo os fundamentos da
teoria; segundo por Adorno, que introduz o tema da cultura e estética, dentro da teoria
crítica; terceiro por Habermas, que com sua teoria da ação comunicativa propõe saídas
para os impasses criados por Horkheimer e Adorno dentro da teoria crítica. Importante

Pensamento Crítico e Filosofia | Escola de Frankfurt II | Aula 02


4
NEAD – Núcleo de Educação a Distância

ROTAS DE APRENDIZAGEM

ressaltar, que o processo de teorização crítica permitiu à Escola de Frankfurt abranger


temas e áreas do conhecimento, para além do seu objetivo inicial, isto possibilitou às
gerações de filósofos, sociólogos, pedagogos e críticos literários aplicarem a teorização
frankfurtiana sobre os objetos de pesquisa e fundamentar discursos sobre eles. O que
resultou em uma teoria crítica, base da formação do pensamento crítico do homem
contemporâneo e possibilidade emancipatória da opressão exercida pelas estruturas.

Vá mais Longe
Capítulo Norteador: Seções 1.3 e 1.4 do Capítulo 1: Escola de Frankfurt (Páginas 39 a 51).
RAMOS, Viviane Rodrigues; ALMEIDA Darif Saldanhas de. Teoria crítica e Escola de
Frankfurt: uma análise interdisciplinar da sociedade. Curitiba: Editora Intersaberes, 2019.
Biblioteca virtual: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/177815

Assista: Vídeo – Youtube: Cultura e a Queima de Livros na Alemanha Nazista. Canal


História para contar. https://www.youtube.com/watch?v=hKLMbPvU-rw

Agora é sua Vez!


Interação

No Fórum da Disciplina, discutam sobre o vídeo, “Cultura e a queima de Livros na


Alemanha Nazista”, indicado na seção “vá mais longe”. Reflitam sobre como o
autoritarismo dos regimes influência na consciência crítica de um povo.

Questão para simulado

1 – Com o retorno da Escola de Frankfurt para seu local original, houve adesão de jovens
filósofos ao Instituto, entre eles Habermas, que se destacou por seu trabalho de pesquisa
entre os estudantes de Frankfurt e Berlim. Com sua pesquisa Habermas buscava:

a) investigar como se dava o processo de redemocratização na Alemanha pós Guerra

b) Investigar o potencial autoritário ou democrático da nova geração estudantil

Pensamento Crítico e Filosofia | Escola de Frankfurt II | Aula 02


5
NEAD – Núcleo de Educação a Distância

ROTAS DE APRENDIZAGEM

c) Investigar as causas do fascismo na Alemanha

d) Investigar apenas o potencial autoritário da nova geração estudantil

e) Investigar o processo educacional dos estudantes universitários

Resposta: Letra B

Comentário: Habermas se destacou com sua pesquisa entre os estudantes das


universidades de Frankfurt e Berlim, pois investigava o potencial autoritário ou
democrático da nova geração estudantil em uma Alemanha em reconstrução, associando
o indivíduo atual com o processo educacional destes jovens, que nasceram em uma
época que seus pais foram nazistas ou simpatizantes do movimento.

Organize-se: Procure filmes, que ambientalize a Segunda Guerra Mundial e o modo de


consumo americano, baseado na indústria cultural e o processo de massificação.
Relacionando ambos os contextos com o desenvolvimento do pensamento frankfurtiano.

REFERÊNCIAS
BENJAMIN, Walter. Linguagem, tradução, literatura Filosofia, teoria e crítica. Editora
Autêntica .2018.

FIORAVANTI, Raphael Hardy Antropologia da política. Editora Intersaberes. 2019.

GHIRALDELLI JR, Paulo. A Aventura da Filosofia: de Heidegger a Danto. Porto Alegre:


Editora Manole, 2011

RAMOS, Viviane Rodrigues; ALMEIDA Darif Saldanhas de. Teoria crítica e Escola de
Frankfurt: uma análise interdisciplinar da sociedade. Curitiba: Editora Intersaberes,
2019.

Pensamento Crítico e Filosofia | Escola de Frankfurt II | Aula 02


6

Você também pode gostar