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ESCOLA DE REFERÊNCIA EM ENSINO MÉDIO NÓBREGA

SOCIOLOGIA

Profº. Alex Andrews F. de Oliveira

IV BIMESTRE
Bauman e Hall
ATIVIDADE 1 – Sociologia

1. (3. Uece 2023) Atente para o trecho a seguir.

“Tornamo-nos conscientes de que o ‘pertencimento’ e a ‘identidade’ não têm a solidez de uma


rocha, não são garantidos para toda a vida, são bastante negociáveis e revogáveis, e de que
as decisões que o próprio indivíduo toma, os caminhos que percorre, a maneira como age – e a
determinação de se manter firme a tudo isso – são fatores cruciais tanto para o ‘pertencimento’
quanto para a ‘identidade’. Em outras palavras, a ideia de ‘ter uma identidade’ não vai ocorrer
às pessoas enquanto o ‘pertencimento’ continua sendo o seu destino, uma condição sem
alternativa. Só começarão a ter essa ideia na forma de uma tarefa a ser realizada, e realizada
vezes e vezes sem conta, e não de uma só.
Essa concepção sobre “identidade” se refere a qual dos seguintes sociólogos e das teorias?
a) O trecho está se referindo à teoria da Alienação de Karl Marx, a qual aponta como os
indivíduos se perdem de si mesmos nas sociedades capitalistas.
b) O texto trata da Sociologia Formal, de Georg Simmel, que sugere como as relações sociais são
duráveis e irredutíveis às realidades intersubjetivas.
c) O fragmento de texto indica a teoria da Ação Social, de Max Weber, a qual diz que as
identidades são orientadas subjetivamente por sentidos sociais.
d) O enunciado se refere à teoria da Modernidade Líquida, de Zygmunt Bauman, que faz com que
tudo, inclusive as identidades, se reconstitua continuamente.
e) A passagem é retirada da obra de E. Morin, a qual aborda a questão da Inteligência da
complexidade.

2. (21. Uel 2008) As relações amorosas, após os anos de 1960/1980, tenderam a facilitar os
contatos feitos e desfeitos imediatamente, gerando uma gama de possibilidades de parceiros e
experimentos de prazer. Essa forma de contato amoroso tem sido denominada pelos jovens
como “ficar”. Assim, em uma festa pode-se “ficar” com vários parceiros ou durante um tempo “ir
ficando” em diferentes situações, sem que isso se configure em compromisso, namoro ou outra
modalidade institucional de relação. Os processos sociais que provocaram as mudanças nas
relações amorosas, bem como suas consequências para o indivíduo e para a sociedade, têm
sido problematizados por vários cientistas sociais.
Assinale a alternativa em que o texto explica os sentidos das relações amorosas descritas
acima.
a) “Hoje as artes de expressão não são as únicas que se propõem às mulheres; muitas delas
tentam atividades criadoras. A situação da mulher predispõe-na a procurar uma salvação na
literatura e na arte. Vivendo à margem do mundo masculino, não o apreende em sua figura
universal e sim através de uma visão singular; ele é para ela, não um conjunto de utensílios e
conceitos e sim uma fonte de sensações e emoções; ela interessa-se pelas qualidades das
coisas no que têm de gratuito e secreto [...]”.
(BEAUVOIR, S. O segundo sexo. 5 ed. São Paulo: Nova Fronteira, 1980. p. 473.)
b) “Hoje, no entanto, existe uma renovação, o que significa dizer que os cientistas, quando
chegam através do seu conhecimento a esses problemas fundamentais, tentam por si próprios
compreendê-los e fazem um apelo à sua própria reflexão. Nos próximos anos, por exemplo,
após as experiências do Aspecto, a discussão sobre o espaço e sobre o tempo – problemas
filosóficos – vai ser retomada”.
(MORIN, E. A inteligência da complexidade. 2. ed. São Paulo: Peirópolis, 2000. p. 37.)
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c) “Nova era demográfica de declínio populacional não catastrófico pode estar alvorecendo.
Fome, epidemias, enchentes, vulcões e guerras cobraram seu preço no passado, mas que
grandes populações não se reproduzam por escolha individual é uma mudança histórica
notável. Na Europa Ocidental, esse padrão está se estabelecendo em tempos de paz, sob
condições de grande prosperidade, embora, sejam ainda visíveis oscilações conjunturais,
significativas na depressão escandinava do início dos anos de 1990.”
(THERBORN, G. Sexo e poder. São Paulo: Contexto, 2006. p. 446).
d) “É assim numa cultura consumista como a nossa, que favorece o produto para o uso imediato,
o prazer passageiro, a satisfação instantânea, resultados que não exijam esforços prolongados,
receitas testadas, garantias de seguro total e devolução do dinheiro. A promessa de aprender a
arte de amar é a oferta (falsa, enganosa, mas que se deseja ardentemente que seja
verdadeira) de construir a ’experiência amorosa’ à semelhança de outras mercadorias, que
fascinam e seduzem exibindo todas essas características e prometem desejo sem ansiedade,
esforço sem suor e resultados sem esforço.
(BAUMAN, Z. Amor líquido. Rio de Janeiro: Zahar, 2004. p.21-22).
e) “Viver na grande metrópole significa enfrentar a violência que ela produz, expande e exalta, no
mesmo pacote em que gera e acalenta as criações mais sublimes da cultura.[...] Nesse sentido,
talvez a primeira violência de que somos vítima, já no início do dia, é o jornalismo, sempre
muito sequioso de retratar e reportar, nos mínimos detalhes, o que de mais contundente e
chocante a humanidade produziu no dia anterior [...]”.
(NAFFAH NETO, A. Violência e ressentimento.
In: CARDOSO, I. et al (Orgs). Utopia e mal-estar na cultura. São Paulo: Hucitec, 1997. p. 99.).

3. (15. Enem PPL 2016) Tendo se livrado do entulho do maquinário volumoso e das enormes
equipes de fábrica, o capital viaja leve, apenas com a bagagem de mão, pasta, computador
portátil e telefone celular. O novo atributo da volatilidade fez de todo compromisso,
especialmente do compromisso estável, algo ao mesmo tempo redundante e pouco inteligente:
seu estabelecimento paralisaria o movimento e fugiria da desejada competitividade, reduzindo
a priori as opções que poderiam levar ao aumento da produtividade.
BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
No texto, faz-se referência a um processo de transformação do mundo produtivo cuja
consequência é o(a)
a) regulamentação de leis trabalhistas mais rígidas.
b) fragilização das relações hierárquicas de trabalho.
c) decréscimo do número de funcionários das empresas.
d) incentivo ao investimento de longos planos de carreiras.
e) desvalorização dos postos de gerenciamento corporativo.

4. (1. Enem PPL 2019) Quanto mais a vida social se torna mediada pelo mercado global de
estilos, lugares e imagens, pelas viagens internacionais, pelas imagens da mídia e pelos
sistemas de comunicação interligados, mais as identidades se tornam desvinculadas –
desalojadas – de tempos, lugares, histórias e tradições específicos e parecem “flutuar
livremente”. Somos confrontados por uma gama de diferentes identidades (cada qual nos
fazendo apelos, ou melhor, fazendo apelos a diferentes partes de nós), dentre as quais parece
possível fazer uma escolha.
HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
Do ponto de vista conceitual, a transformação identitária descrita resulta na constituição de um
sujeito
a) altruísta.
b) dependente.
c) nacionalista.
d) multifacetado.
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e) territorializado.

5. identidades não são unificadas e, nos tempos modernos tardios, elas são cada vez mais
fragmentadas e fraturadas; nunca são singulares, mas, sim, construções discursivas múltiplas
que cruzam posições e práticas diferentes, por vezes interseccionadas e antagônicas. Elas
estão sujeitas a uma historicização radical e estão constantemente em processo de mudança e
transformação [...] Identidades são, então, constituídas dentro, e não fora das representações
discursivas.
Hall, S. Questões de Identidade Cultural
Em referência as identidades dos sujeitos, Hall teoriza três tipos de sujeitos
a) Moderno, contemporâneo e pós-moderno.
b) Do iluminismo, patriótico e sociológico.
c) Do renascimento, sociológico e pós-moderno.
d) Pós-moderno, sociológico e moderno.
e) Do iluminismo, sociológico e pós-moderno.

6. Os ingleses não são racistas porque eles odeiam negros, mas porque eles não
sabem quem são sem os negros. Eles têm de saber quem eles não são para
manterem-se sabendo quem são.”– Hall, S. Questões de Identidade Cultural
O fragmento acima deseja focalizar o fenômeno recente de retorno das ideologias
nacionais
a) do racismo autorizado por líderes políticos e a xenofobia contra imigrantes.
b) do direito ao cidadão nutrir amor à pátria de forma incondicional
c) o racismo e a xenofobia são fenômenos de menor impacto, considerando sua
simples complexidade.
d) o diferente não gera incomodo na vida prática das pessoas envolvidas na
relação cultural
e) brota mais em função de que o diferente parece colocar um espelho em frente
a alguém que reconhece a própria identidade em diferença do outro.

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