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1.

(Enem 2016) A sociologia ainda não ultrapassou a era das construções e das sínteses
filosóficas. Em vez de assumir a tarefa de lançar luz sobre uma parcela restrita do campo
social, ela prefere buscar as brilhantes generalidades em que todas as questões são
levantadas sem que nenhuma seja expressamente tratada. Não é com exames sumários e por
meio de intuições rápidas que se pode chegar a descobrir as leis de uma realidade tão
complexa. Sobretudo, generalizações às vezes tão amplas e tão apressadas não são
suscetíveis de nenhum tipo de prova.

DURKHEIM, E. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

O texto expressa o esforço de Émile Durkheim em construir uma sociologia com base na
a) vinculação com a filosofia como saber unificado.
b) reunião de percepções intuitivas para demonstração.
c) formulação de hipóteses subjetivas sobre a vida social.
d) adesão aos padrões de investigação típicos das ciências naturais.
e) incorporação de um conhecimento alimentado pelo engajamento político.

2. (Enem 2015) A crescente intelectualização e racionalização não indicam um conhecimento


maior e geral das condições sob as quais vivemos. Significa a crença em que, se quiséssemos,
poderíamos ter esse conhecimento a qualquer momento. Não há forças misteriosas
incalculáveis; podemos dominar todas as coisas pelo cálculo.

WEBER, M. A ciência como vocação. In: GERTH, H., MILLS, W. (Org.). Max Weber: ensaios
de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado).

Tal como apresentada no texto, a proposição de Max Weber a respeito do processo de


desencantamento do mundo evidencia o(a)
a) progresso civilizatório como decorrência da expansão do industrialismo.
b) extinção do pensamento mítico como um desdobramento do capitalismo.
c) emancipação como consequência do processo de racionalização da vida.
d) afastamento de crenças tradicionais como uma característica da modernidade.
e) fim do monoteísmo como condição para a consolidação da ciência.

3. (Enem 2013) Na produção social que os homens realizam, eles entram em determinadas
relações indispensáveis e independentes de sua vontade; tais relações de produção
correspondem a um estágio definido de desenvolvimento das suas forças materiais de
produção. A totalidade dessas relações constitui a estrutura econômica da sociedade —
fundamento real, sobre o qual se erguem as superestruturas política e jurídica, e ao qual
correspondem determinadas formas de consciência social.

MARX, K. “Prefácio à Crítica da economia política.” In: MARX, K.; ENGELS, F. Textos 3. São
Paulo: Edições Sociais, 1977 (adaptado).

Para o autor, a relação entre economia e política estabelecida no sistema capitalista faz com
que
a) o proletariado seja contemplado pelo processo de mais-valia.
b) o trabalho se constitua como o fundamento real da produção material.
c) a consolidação das forças produtivas seja compatível com o progresso humano.
d) a autonomia da sociedade civil seja proporcional ao desenvolvimento econômico.
e) a burguesia revolucione o processo social de formação da consciência de classe.

4. (Enem 2013)
O cartum faz uma crítica social. A figura destacada está em oposição às outras e representa a
a) opressão das minorias sociais.
b) carência de recursos tecnológicos.
c) falta de liberdade de expressão.
d) defesa da qualificação profissional.
e) reação ao controle do pensamento coletivo.

5. (Enem 2016) Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da democracia de


pioneiros e empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza de sentido para os desvios
espirituais. Todos são livres para dançar e para se divertir, do mesmo modo que, desde a
neutralização histórica da religião, são livres para entrar em qualquer uma das inúmeras seitas.
Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se
em todos os setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa.

ADORNO, T HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de


Janeiro: Zahar, 1985.

A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a)


a) legado social.
b) patrimônio político.
c) produto da moralidade.
d) conquista da humanidade.
e) ilusão da contemporaneidade.

6. (Enem 2013) Um trabalhador em tempo flexível controla o local do trabalho, mas não
adquire maior controle sobre o processo em si. A essa altura, vários estudos sugerem que a
supervisão do trabalho é muitas vezes maior para os ausentes do escritório do que para os
presentes. O trabalho é fisicamente descentralizado e o poder sobre o trabalhador, mais direto.

SENNETT, R. A corrosão do caráter: consequências pessoais do novo capitalismo. Rio de


Janeiro: Record, 1999 (adaptado).

Comparada à organização do trabalho característica do taylorismo e do fordismo, a concepção


de tempo analisada no texto pressupõe que
a) as tecnologias de informação sejam usadas para democratizar as relações laborais.
b) as estruturas burocráticas sejam transferidas da empresa para o espaço doméstico.
c) os procedimentos de terceirização sejam aprimorados pela qualificação profissional.
d) as organizações sindicais sejam fortalecidas com a valorização da especialização funcional.
e) os mecanismos de controle sejam deslocados dos processos para os resultados do trabalho.

7. (Enem 2015) Em sociedade de origens tão nitidamente personalistas como a nossa, é


compreensível que os simples vínculos de pessoa a pessoa, independentes e até exclusivos
de qualquer tendência para a cooperação autêntica entre os indivíduos, tenham sido quase
sempre os mais decisivos. As agregações e relações pessoais, embora por vezes precárias, e,
de outro lado, as lutas entre facções, entre famílias, entre regionalismos, faziam dela um todo
incoerente e amorfo. O peculiar da vida brasileira parece ter sido, por essa época, uma
acentuação singularmente enérgica do afetivo, do irracional, do passional e uma estagnação
ou antes uma atrofia correspondente das qualidades ordenadoras, disciplinadoras,
racionalizadoras.

HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.

Um traço formador da vida pública brasileira expressa-se,segundo a análise do historiador, na


a) rigidez das normas jurídicas.
b) prevalência dos interesses privados.
c) solidez da organização institucional.
d) legitimidade das ações burocráticas.
e) estabilidade das estruturas políticas.

8. (Enem 2017) Uma sociedade é uma associação mais ou menos autossuficiente de pessoas
que em suas relações mútuas reconhecem certas regras de conduta como obrigatórias e que,
na maioria das vezes, agem de acordo com elas. Uma sociedade é bem ordenada não apenas
quando está planejada para promover o bem de seus membros, mas quando é também
efetivamente regulada por uma concepção pública de justiça. Isto é, trata-se de uma sociedade
na qual todos aceitam, e sabem que os outros aceitam, o mesmo princípio de justiça.

RAWLS, J. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 1997 (adaptado).

A visão expressa nesse texto do século XX remete a qual aspecto do pensamento moderno?
a) A relação entre liberdade e autonomia do Liberalismo.
b) A independência entre poder e moral do Racionalismo.
c) A convenção entre cidadãos e soberano de Absolutismo.
d) A dialética entre indivíduo e governo autocrata do idealismo.
e) A contraposição entre bondade e condição selvagem do Naturalismo.

9. (Enem 2016) Quanto mais complicada se tornou a produção industrial, mais numerosos
passaram a ser os elementos da indústria que exigiam garantia de fornecimento. Três deles
eram de importância fundamental: o trabalho, a terra e o dinheiro. Numa sociedade comercial,
esse fornecimento só poderia ser organizado de uma forma: tornando-os disponíveis a compra.
Agora eles tinham que ser organizados para a venda no mercado. Isso estava de acordo com a
exigência de um sistema de mercado. Sabemos que em um sistema como esse, os lucros só
podem ser assegurados se se garante a autorregulação por meio de mercados competitivos
interdependentes.

POLANYI, K. A grande transformação: as origens de nossa época.


Rio de Janeiro: Campus, 2000 (adaptado).

A consequência do processo de transformação socioeconômica abordado no texto é a


a) expansão das terras comunais.
b) limitação do mercado como meio de especulação.
c) consolidação da força de trabalho como mercadoria.
d) diminuição do comércio como efeito da industrialização.
e) adequação do dinheiro como elemento padrão das transações.

10. (Enem 2014)


Considerando-se a dinâmica entre tecnologia e organização do trabalho, a representação
contida no cartum é caracterizada pelo pessimismo em relação à
a) ideia de progresso.
b) concentração do capital.
c) noção de sustentabilidade.
d) organização dos sindicatos.
e) obsolescência dos equipamentos.

11. (Unicamp 2021) Como justificar que somos uma humanidade, se mais de 70% estão
totalmente alienados do mínimo exercício de ser? A modernização jogou essa gente do campo
e da floresta para viver em favelas e em periferias, para virar mão de obra em centros urbanos.
Essas pessoas foram arrancadas de seus coletivos, de seus lugares de origem, e jogadas
nesse liquidificador chamado humanidade. Se as pessoas não tiverem vínculos profundos com
sua memória ancestral, com as referências que dão sustentação a uma identidade, vão ficar
loucas neste mundo maluco que compartilhamos.

(Adaptado de Ailton Krenak, Ideias para adiar o fim do mundo. Apple Books, 2018, p. 10.)

Com base no texto e em seus conhecimentos, assinale a alternativa que apresenta


corretamente os conceitos de “alienação” e “identidade”, respectivamente,
a) dissociação dos seres humanos de algum aspecto essencial de sua natureza; interações
coletivas construídas sobre heranças espaciais e temporalidades vividas.
b) associação dos seres humanos com a natureza fundamental das sociedades; enraizamentos
em espaços e temporalidades herdados que constroem nexos coletivos.
c) falta de controle sobre processos sociais capitais para a vida das pessoas; apagamento dos
tempos e temporalidades precedentes como forma de vínculo coletivo.
d) consciência e controle plenos das transformações nas relações sociais; estranhamento com
relação aos espaços herdados e projetos de futuro das coletividades.

12. (Unesp 2021) Os meios de transporte e comunicação em massa, as mercadorias, casa,


alimento e roupa, a produção irresistível da indústria de diversões e informação trazem consigo
atitudes e hábitos prescritos, certas reações intelectuais e emocionais que prendem os
consumidores mais ou menos agradavelmente aos produtores e, através destes, ao todo. Os
produtos doutrinam e manipulam; […] E, ao ficarem esses produtos benéficos à disposição de
maior número de indivíduos e de classes sociais, a doutrinação que eles portam deixa de ser
publicidade; torna-se um estilo de vida.

(Herbert Marcuse. A ideologia da sociedade industrial: o homem unidimensional, 1973.)

Marcuse critica o modelo de produção da sociedade industrial, que, segundo o texto, se


expressa na
a) manipulação, pela propaganda, de consumidores e produtores.
b) defesa, pela publicidade, de valores masculinos e patriarcais.
c) substituição da pureza do artesanato pela ganância da fábrica.
d) alienação do trabalhador provocada pelo trabalho fabril.
e) imposição cultural de hábitos e atitudes individuais.

13. (Unicamp 2020) Da perspectiva do senso comum, dizer que uma ideia ou uma declaração
é “ideológica” implica sugerir sua falsidade, o que logicamente leva à conclusão de que seu
oposto é a verdade. Esse binarismo é uma forma de construir visões de mundo simplistas e
manipuláveis, que ocultam interesses sociais.

Sobre o conceito de ideologia, é correto afirmar:


a) desde o seu nascimento, ele se mantém inalterado, e tem o mesmo significado para as
diferentes classes sociais.
b) o aspecto útil do conceito é que ele permite associar ideias e produtos ao exercício do
poder.
c) a neutralidade é a chave de sua definição, já que, entre o falso e o verdadeiro, está o
posicionamento social neutro.
d) a tendência é o seu fim como instrumento de análise social, privilegiando a objetividade no
tratamento da realidade.

14. (Unesp 2015) Texto 1

Com o desenvolvimento industrial, o proletariado não cresce unicamente em número;


concentra-se em massas cada vez maiores, fortalece-se e toma consciência disso. A partir daí
os trabalhadores começam a formar sindicatos contra os burgueses, atuando em conjunto na
defesa dos salários. De todas as classes que hoje se defrontam com a burguesia, apenas o
proletariado é uma classe verdadeiramente revolucionária. Todos os movimentos históricos
precedentes foram movimentos minoritários, ou em proveito de minorias. O movimento
proletário é o movimento consciente e independente, da imensa maioria, em proveito da
imensa maioria. Proletários de todos os países, uni-vos!

Marx e Engels. Manifesto comunista, 1982. Adaptado.

Texto 2

Só pelo fato de pertencer a uma multidão, o homem desce vários graus na escala da
civilização. Isolado seria talvez um indivíduo culto; em multidão é um ser instintivo, por
consequência, um bárbaro. Possui a espontaneidade, a violência, a ferocidade e também o
entusiasmo e o heroísmo dos seres primitivos e a eles se assemelha ainda pela facilidade com
que se deixa impressionar pelas palavras e pelas imagens e se deixa arrastar a atos contrários
aos seus interesses mais elementares. O indivíduo em multidão é um grão de areia no meio de
outros grãos que o vento arrasta a seu bel-prazer.

BON, Gustave Le. Psicologia das multidões, 1980.

Descreva duas diferenças entre os dois textos, quanto às suas concepções sobre o papel das
multidões na história.

15. (Unesp 2012) Leia os textos.

Texto 1

Ora, a propriedade privada atual, a propriedade burguesa, é a última e mais perfeita expressão
do modo de produção e de apropriação baseado nos antagonismos de classes, na exploração
de uns pelos outros. Neste sentido, os comunistas podem resumir sua teoria nesta fórmula
única: a abolição da propriedade privada. (…)
(…)
A ação comum do proletariado, pelo menos nos países civilizados, é uma das primeiras
condições para sua emancipação. Suprimi a exploração do homem pelo homem e tereis
suprimido a exploração de uma nação por outra. Quando os antagonismos de classes, no
interior das nações, tiverem desaparecido, desaparecerá a hostilidade entre as próprias
nações.

(Marx e Engels. Manifesto comunista, 1848.)

Texto 2

Os comunistas acreditam ter descoberto o caminho para nos livrar de nossos males. Segundo
eles, o homem é inteiramente bom e bem disposto para com seu próximo, mas a instituição da
propriedade privada corrompeu-lhe a natureza. (…) Se a propriedade privada fosse abolida,
possuída em comum toda a riqueza e permitida a todos a partilha de sua fruição, a má vontade
e a hostilidade desapareceriam entre os homens. (…) Mas sou capaz de reconhecer que as
premissas psicológicas em que o sistema se baseia são uma ilusão insustentável. (…) A
agressividade não foi criada pela propriedade. (…) Certamente (…) existirá uma objeção muito
óbvia a ser feita: a de que a natureza, por dotar os indivíduos com atributos físicos e
capacidades mentais extremamente desiguais, introduziu injustiças contra as quais não há
remédio.

(Sigmund Freud. Mal-estar na civilização, 1930. Adaptado.)

Qual a diferença que os dois textos estabelecem sobre a relação entre a propriedade privada e
as tendências de hostilidade e agressividade entre os homens e as nações? Explicite, também,
a diferença entre os métodos ou pontos de vista empregados pelos autores dos textos para
analisar a realidade.
Gabarito:

Resposta da questão 1:
[D]

A sociologia durkheimiana pega emprestado das ciências naturais seu modelo de análise
científica. Assim é que Durkheim procura tornar a sociologia uma ciência objetiva, com um
objeto de análise (fato social) e um método (método sociológico).

Resposta da questão 2:
[D]

A possibilidade de conhecimento racional da realidade revela que a modernidade pode


questionar forças que, anteriormente, poderiam ser consideradas misteriosas. Tais forças
correspondem a crenças tradicionais que, com o processo de desencantamento do mundo,
deixaram de funcionar como baliza para a compreensão da realidade.

Resposta da questão 3:
[B]

Para Marx, a sociedade existe a partir das relações materiais de produção, que são
fundamentadas no trabalho humano. Sendo assim, somente a alternativa [B] está correta.

Resposta da questão 4:
[E]

Diferentemente de todas as outras personagens, a figura em preto não é um “boneco de


corda”, além de estar voltada para uma direção inversa das demais. Isso demonstra sua
autonomia de ação e pensamento, fugindo dos mecanismos de manipulação aos quais todos
os outros são submetidos.

Resposta da questão 5:
[E]

Na contemporaneidade, a indústria cultural, ao padronizar a produção cultural, produz a ilusão


de que os indivíduos estão escolhendo o que vão consumir. No entanto, isso é um efeito da
ideologia, uma vez que todos os produtos são massificados e extremamente parecidos entre si.

Resposta da questão 6:
[E]

O texto do enunciado apresenta uma importante constatação a respeito da organização do


trabalho contemporâneo: a de que o trabalho descentralizado e flexível na verdade favorece
ainda mais a produção. Se observarmos as empresas de tecnologia, observaremos
exatamente esse processo: por desenvolverem uma forma de controle não sobre o processo,
mas sobre os resultados de trabalho, elas se tornam extremamente produtivas.

Resposta da questão 7:
[B]

O texto remete à constituição do “homem cordial” na sociedade brasileira, caracterizado, entre


outras coisas, por confundir as esferas pública e privada da vida em sociedade. Assim, tal
homem cordial agiria segundo a lógica privada nos negócios públicos. Esse tipo de atuação
política é, segundo Sérgio Buarque de Holanda, característica fundante do comportamento
político brasileiro.

Resposta da questão 8:
[A]
John Rawls é um dos expoentes pensadores do liberalismo do século XX. Sua concepção de
justiça de fato apresenta uma relação entre liberdade e autonomia, como bem apresenta a
alternativa [A].

Resposta da questão 9:
[C]

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia]


A consolidação do capitalismo industrial provocou mudanças importantes na organização da
sociedade, a exemplo da divisão social em classes (burguesia e proletariado), a acumulação
de capital através da elevação dos lucros, a propriedade privada dos meios de produção e a
difusão do trabalho assalariado.

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia]


Em um sistema capitalista consolidado, tudo se torna mercadoria. Assim, não só o produto do
trabalho humano, mas a própria força de trabalho é considerada como mercadoria. Não por
acaso, é nesse momento que se formou aquilo que é denominado mercado de trabalho.

Resposta da questão 10:


[A]

A alternativa [A] é a única que pode ser correta. O cartum projeta uma inversão na relação
entre o homem e as máquinas. Ali, são os homens (na figura do engraxate) que servem as
máquinas, sendo estas que compõem a classe trabalhadora. Essa é uma perspectiva futurista,
que critica a noção de progresso como desenvolvimento tecnológico e industrial, considerando
que isso nada vale se não há a garantia de melhores condições de vida e de trabalho para os
seres humanos.

Resposta da questão 11:


[A]

A alienação corresponde ao processo de separação dos indivíduos em relação aos outros e a


si mesmos. Um indivíduo alienado acaba também por perder sua identidade, que corresponde
ao atributo de pertencimento a determinado grupo social.

O conceito de “ideologia”, no campo da filosofia, é objeto de discussões amplas e, por isso,


encontra mais de uma definição, a partir de diferentes perspectivas teóricas. De um modo
geral, entretanto, pode-se pensar a ideologia como o processo a partir do qual o indivíduo, no
âmbito da sua consciência, está alheio a si mesmo, no sentido da sua natureza, e ao mundo no
qual está inserido, incluindo o seu próprio papel nesse mundo. Já o conceito de “identidade”
designa a relação do indivíduo consigo mesmo e, concomitantemente, também pode incluir a
relação indivíduo-coletividade. Tal relação se fundamenta em reconhecimento, que pode se dar
a partir de aspectos constitutivos individuais, territoriais, culturais, etc.

Resposta da questão 12:


[E]

O modelo de produção de uma sociedade industrializada vai muito além das relações de
trabalho, gerando formas de vida e hábitos culturais que, no contexto capitalista, favorecem
ações individualistas e consumistas.

Resposta da questão 13:


[B]

A ideologia pode ser definida como uma ideia que oculta formas de dominação e de exploração
na sociedade. Assim, esse conceito está diretamente relacionado a formas de exercício de
poder, exatamente como descrito na alternativa [B].
Resposta da questão 14:
Os textos apresentam concepções antagônicas no que diz respeito à relação entre indivíduo e
sociedade. Para Marx, a plena existência do indivíduo somente se dá quando ele está inserido
dentro da coletividade, ou seja, dentro de sua classe social, que age politicamente. Já o
segundo texto, enxerga que os indivíduos em coletividade perdem o seu caráter subjetivo,
agindo somente instintivamente. Além disso, vale pensar considerar a ideologia que está
embutida em cada um dos pensamentos: enquanto a primeira é mais coletivista, a segunda é
individualista.

Resposta da questão 15:


A diferença entre a abordagem marxista e a freudiana exemplifica a oposição clássica entre
sociologia e psicologia acerca da análise sobre a realidade. Enquanto Marx e Engels extraem
da estrutura social a explicação para a hostilidade, Freud faz sua análise a partir dos atributos
psicológicos dos homens. Nesse sentido, Marx e Engels consideram como sendo a
propriedade privada a expressão dos antagonismos de classe e a origem da hostilidade entre
as nações. Freud, em contrapartida, considera que ainda que seja abolida a propriedade
privada, persistirão as injustiças, a má vontade e a hostilidade entre os homens, dado que o
homem é naturalmente agressivo.

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