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ATAQUES DO MAL
© 2016 de Carlito Paes
Publicado anteriormente sob o título de Cobertura Espiritual: Como proteger
sua casa do Inimigo
Paes, Carlito.
P126c
Cobertura espiritual da família [recurso eletrônico] : proteja
sua casa dos ataques do mal / Carlito Paes. – 2. ed. – São
José dos Campos, SP: Inspire, 2020.
Formato: ePUB
Requisitos de sistema: Adobe Digital Editions
Modo de acesso: World Wide Web
ISBN 978-65-86516-04-3
Capa
Folha de rosto
Ficha catalográfica
Dedicatória
Agradecimentos
Prefácio
Introdução
1. Casa de luz ou de trevas?
2. A ação das trevas espirituais
3. A Batalha no lar.
4. Desenvolva o discernimento espiritual
5. Elimine pontos de apoio da ação maligna
6. Protegendo seus filhos das trevas espirituais
7. Chaves para a proteção espiritual do seu lar
Palavras finais
Referências bibliográficas
Colofão
Notas
PREFÁCIO
Paulo Mazoni
Pastor Sênior da Igreja Batista Central de Belo Horizonte (MG)
INTRODUÇÃO
S
ob a inspiração de Deus, Paulo escreveu aos cristãos de
Éfeso que iríamos enfrentar tempos difíceis e que, diante
disso, nossa melhor resposta deve ser uma vida de
sabedoria. “Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que
não seja como insensatos, mas como sábios, aproveitando ao
máximo cada oportunidade, porque os dias são maus” (Efésios
5.15-16). Creio ser esta uma referência aos últimos dias. A grande
necessidade atual é de que, para viver em tempos como estes e
estarmos protegidos espiritualmente, precisamos mais do que,
simplesmente, ir à igreja. Precisamos de conhecimento, sabedoria e
discernimento, pois vivemos dias de intensa batalha espiritual.
Se você recebeu o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador, então
também declarou rebelião contra Satanás. Talvez você não perceba
ou não saiba que a Bíblia ensina que ele é o príncipe da potestade
do ar: “Quando seguiam a presente ordem deste mundo e o príncipe
do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na
desobediência” (Efésios 2.2). Ele é citado como o deus deste
século: “O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes,
para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a
imagem de Deus” (2 Coríntios 4.4). Antes de você ser salvo,
Satanás trabalhava em sua vida, pois, antes de Cristo, todos
éramos filhos da desobediência.
Uma vez salvo, porém, você se tornou um soldado importante na
maior guerra a ser combatida: a guerra espiritual que se estabelece
entre o poder de Deus, o poder da luz, e as forças de Satanás, o
poder das trevas. Como descobriremos nas próximas páginas, a
Bíblia claramente ensina todas essas verdades. Além disso, aponta
que cada cristão tem que aprender como guerrear e vencer essa
batalha, inclusive, livrando o seu lar da interferência maligna.
A Bíblia é nosso manual de combate, no qual encontramos as
instruções vitais de que precisamos para combater Satanás e seus
dois grandes aliados, o sistema mundano e a natureza pecaminosa.
A ignorância espiritual será uma forte arma usada contra as famílias.
Portanto, para guerrear e vencer, é necessário conhecer as
estratégias que Satanás poderá usar, de forma que você esteja
sempre alerta, como bom soldado de Cristo.
Hoje, muitos crentes estão perdendo a batalha na guerra espiritual
porque não têm um conhecimento adequado da Palavra de Deus.
Isso tem levado alguns às práticas ocultas e enganosas, habilmente
disfarçadas como técnicas neutras ou mesmo de autoajuda. Outros
não refletem em suas atitudes o compromisso com a Bíblia e não
conseguem entender porque princípios bíblicos não funcionam para
eles. A derrota é comum porque suas vidas não estão
fundamentadas em princípios verdadeiramente bíblicos, mas sim no
alicerce movediço da experiência humana.
À medida que observamos boa parte da literatura contemporânea
voltada para cristãos, encontramos argumentações que parecem
boas a respeito do assunto guerra espiritual, mas que, na verdade,
não têm base bíblica sólida. Como descobrir nosso caminho nesse
labirinto de ideias e encontrar verdades eternas sobre as quais
poderemos construir nossas vidas?
Em minha experiência de vida cristã e ministério pastoral, estudos
da Palavra e de materiais sobre o assunto, cheguei a algumas
conclusões e experiências que desejo compartilhar com você por
meio desta obra. Creio que Deus usará este livro para esclarecer
verdades bíblicas que protegem sua vida e sua casa das terríveis e
sutis estratégias que Satanás tem usado para destruir famílias. Você
entenderá o que é uma casa cheia de luz ou cheia de trevas e
perceberá de forma clara como acontece a ação maligna nesses
meios. Também fortalecerá sua consciência sobre os ataques
malignos à família, aprenderá como ela ficará protegida por meio do
discernimento espiritual, saberá eliminar os pontos de apoio da ação
maligna na sua vida e na sua casa e poderá proteger seus filhos das
trevas espirituais. Por fim, poderá se apropriar das chaves
espirituais para a proteção espiritual do seu lar.
Creio que a Bíblia é nossa autoridade suprema e que só Deus tem
conhecimento e entendimento suficientes, tanto dos nossos inimigos
quanto da nossa natureza humana. Só Ele poderá nos informar
corretamente acerca do conflito espiritual e o que fazer a respeito
dele. O cristão deve sempre ser como os homens e mulheres de
Bereia, que receberam o mais alto elogio do apóstolo Paulo, pois
não apenas receberam sua palavra, mas examinaram as Escrituras
diariamente a fim de verificar seu ensino: “Os bereanos eram mais
nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem
com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para
ver se tudo era assim mesmo” (Atos 17.11).
Muitos erros infiltrados nas igrejas, alguns muito populares, são
baseados na má compreensão e na pobre interpretação das
Escrituras. Por vezes, isso resulta da falta de consideração ou do
mau uso das línguas utilizadas nos originais da Bíblia. Portanto, é
importante que, ocasionalmente, consultemos os originais grego e
hebraico das Escrituras para interpretar mais corretamente a
Palavra de Deus e aplicá-la ao contexto contemporâneo.
Antes de termos qualquer esperança de vitória sobre o pecado e
sobre o Maligno, temos que entender primeiramente o papel da
Palavra de Deus e ficarmos muito atentos à realidade do mundo
espiritual ao nosso redor. Muito do que é ensinado hoje contém
testemunhos de experiências individuais ou de terceiros que podem
ou não conter ensinamentos saudáveis. Temos que descobrir como
considerar esses testemunhos e determinar continuamente uma
maneira verdadeira e bíblica de encarar a batalha espiritual. A
negligência em fazer isso é uma razão pela qual tantos cristãos são
impotentes na batalha: ou perderam o firme fundamento da Palavra
de Deus, ou enfraqueceram-no drasticamente, por confiar em
interpretações de experiências que são contrárias ao que a Bíblia
claramente ensina.
Deixemos a religiosidade, que não nos fortalece na fé bíblica, e
prossigamos com bom senso e equilíbrio, rompendo com o
tradicionalismo que ignora em muitos casos a realidade do mundo
espiritual e, ao mesmo tempo, refutando as atitudes exageradas de
algumas correntes evangélicas. Vamos nos firmar na Palavra; ela é
a rocha e a luz que nos conduz ao caminho certo!
Cresçamos em conhecer o Senhor e Sua Palavra e assim
resistiremos firmes contra todos os intentos do Inimigo contra nós.
Vivendo em santidade com Jesus, já vencemos!
1
CASA DE LUZ
OU DE TREVAS?
Veio, enfim, trazer uma vida de miséria para todas as pessoas que
habitam neste mundo. Certamente, você e membros da sua família
já presenciaram, ou estão presenciando, fatos e situações
incontestáveis que comprovam a ação das trevas no seu dia a dia.
Não será exatamente esta a razão pela qual tantas famílias,
incluindo as cristãs, vivem sofrendo em consequência da angústia,
da opressão, da desesperança, da frustração, do desânimo, do
medo, da violência doméstica, do divórcio, do abuso e da tirania de
pensamentos e comportamentos incontroláveis? Você consegue
identificar a influência desse reino obscuro nessas situações?
ESTRATÉGIAS SUTIS
Tudo o que diz respeito ao mundo espiritual que não está sob o
domínio direto de Deus, está, consequentemente, debaixo da
influência do Maligno. O Diabo joga sujo e fará de tudo para
conseguir abrir esses espaços.
Apesar de todas as tentativas, você pode adotar uma postura que
demonstre consciência e discernimento em relação ao Inimigo. Você
tem a marca da promessa: o sangue de Jesus em sua vida e a
presença do Espírito Santo em você. Isto lhe permite militar contra
essas forças, fornecer o abrigo que sua família necessita e caminhar
para a vitória.
A palavra de Deus declara: “Filhinhos, vocês são de Deus e os
venceram, porque aquele que está em vocês é maior do que aquele
que está no mundo” (1 João 4.4).
O poder do Maligno está no mundo, mas o poder do Espírito Santo
está em você. Deus habita em você por meio do Espírito Santo, por
isso, somos vencedores!
Além dos sonhos, existem também visões, que são dadas por
Deus. Foi o que aconteceu com Pedro, conforme narrativa de Atos:
“E, saindo, Pedro o seguiu, não sabendo que era real o que se fazia
por meio do anjo; tudo lhe parecia uma visão” (Atos 12.9). A Palavra
também mostra o exemplo de Paulo:
Seja qual for a forma pela qual Deus escolher falar com você, Ele
sempre confirmará a Sua palavra. Ele não fala apenas por meio de
uma profecia, ou apenas por meio de sonhos, por exemplo. Pelo
contrário, Ele cuida para que Sua Palavra de revelação, de
exortação ou de encorajamento seja bem clara. Somos nós quem
devemos aprender a ouvi-Lo e desfrutar do discernimento espiritual
em nossos dias. Ele tem palavras de conselho para você: “Eu louvo
a Deus, o Senhor, pois ele é o meu conselheiro” (Salmo 16.7a –
NTLH). Portanto, recebamos tudo aquilo que Deus tem a nos
ensinar.
Para que você intensifique sua conexão com Deus, você deve
lembrar-se dos seguintes fatores:
ATITUDE DE VITÓRIA
Satanás fará uso dos espaços que encontrar em sua casa. Não
tenha dúvidas disso. Ele fará com o único intuito de prejudicar não
somente você, mas as pessoas da sua casa e o Reino de Deus
como um todo. E ele contenta-se com pouco! Se você não viver
100% de sua vida em Deus – ou seja, se não render todas as áreas
de sua vida a Ele – já é algo excelente para o Inimigo. Fomos
chamados para viver integralmente, conectados em nossa totalidade
em Deus, agarrando-nos firmemente a tudo o que Ele tem para nós.
A expressão “ponto de apoio”, em linguagem militar, refere-se a
uma posição segura em território inimigo. Ela fornece uma base de
ações a partir da qual é possível realizar avanços e progressos
contra aquele oponente.
Quando lemos em Efésios 4.27, “não deem lugar ao Diabo”,
podemos observar que é possível que pessoas façam exatamente
isso: forneçam uma base, um ponto a partir do qual o Diabo possa
agir em suas vidas. Existem situações em que o Inimigo ocupa
determinado espaço, seja no casamento, nos negócios ou mesmo
um espaço geográfico.
EXEMPLOS PRÁTICOS
A seguir, citaremos de forma mais específica alguns pontos de
apoio muito comuns que podem ser encontrados nas casas e nas
famílias. É importante que os conheçamos, que vejamos exemplos
práticos e que, a partir do discernimento espiritual e da orientação
de Deus, possamos destruí-los, protegendo nossa vida e família
contra este tipo de abertura espiritual.
1. Pecados não confessados
O pecado é o seu maior inimigo. Nem mesmo Satanás é maior do
que ele, pois o pecado é o que permite a ação maligna em sua vida.
Se houver espaço, o Inimigo o ocupará. Se houver santidade, ele
não terá por onde agir e você estará caminhando para a vitória. Mas
quando você peca, está ferindo o coração de Deus, pois Jesus
morreu na cruz justamente pelos seus pecados.
Quando não há a confissão dos seus pecados a Deus, está aberto
um convite para ação do Inimigo em sua vida. Está aberto um
espaço para que um ponto de apoio seja estabelecido a partir
daquela iniquidade, abrindo uma oportunidade para que você e
todos aqueles que estão em aliança com você sejam prejudicados.
Uma verdadeira brecha por onde o mal instala-se e aprofunda-se.
Peça perdão e arrependa-se de seus pecados. Caso contrário,
você estará comprometendo não somente a sua vida, mas também
a sua posteridade.
Os pais devem atentar-se seriamente para esse ponto. Se você
tem filhos, saiba que suas escolhas em relação ao pecado afetarão
direta e profundamente a vida deles, nas esferas física, emocional e
espiritual. Quando você acerta como pai ou como mãe, todos em
sua casa ganham. Mas quando você erra, todos ao seu redor
perdem, e muito. A escolha pela infidelidade no casamento,
negligência na educação dos filhos, desonestidade nos negócios,
entre outras, têm trazido consequências desastrosas na vida de
muitos filhos e filhas.
2. Objetos consagrados
Objetos também podem ser um ponto de apoio para a ação
maligna em sua casa: objetos consagrados a demônios ou objetos
que representam algo associado a uma prática pecaminosa pessoal
ou de terceiros.
Certa ocasião, tivemos a oportunidade de evangelizar uma moça
que estava passando por muitos dilemas pessoais. Ela tinha um
vocabulário bastante esotérico, algo que, desde o início, nos
chamou a atenção. Certo dia, fomos com outros irmãos à sua casa
para lhe fazer uma visita. Ao entrarmos na sala, deparamo-nos com
uma imensidão de objetos espiritualistas: bruxinhas penduradas,
cristais, incensos, livros esotéricos e muitos outros objetos. Aquele
provavelmente foi o metro quadrado mais infestado de objetos
consagrados espiritualmente em que já pisei.
A mãe havia percebido que sua filha, nosso alvo principal para
alcançar aquela família, já tinha passado por muitas mudanças em
sua vida. A senhora fazia questão de posicionar-se contra qualquer
abordagem cristã, mas a filha continuava firme em buscar suas
respostas sobre Deus. Um tempo depois, fui procurado por essa
moça, agora já uma irmã em Cristo. Ela entrou em contato,
desesperada, contando que sua mãe estava desacordada em casa.
Creio que, nessa situação específica, Deus fez com que aquela
moça procurasse uma ajuda espiritual, antes mesmo de uma ajuda
médica. Fomos imediatamente à sua casa, orando e repreendendo
a atuação maligna sobre aquela vida.
Quando vi a senhora desmaiada, rapidamente tive o discernimento
de que se tratava de uma opressão maligna. Começamos a orar e
buscar contato com ela. Quando recobrou os sentidos,
perguntamos: “Você sabe o que está acontecendo?” Ela respondeu:
“Sim!”. Logo em seguida, sugeri: “Podemos retirar todos estes
objetos consagrados a entidades e jogá-los fora?” Ela não tinha
forças para desfazer-se deles com as suas próprias mãos, mas
autorizou sua filha a começar aquela limpeza, que durou cerca de
quatro horas.
Foi impressionante notar que a cada saco de lixo cheio daquelas
coisas que saía da casa, melhor a mulher se sentia. Ao final daquele
processo, demos as mãos e ela confessou Jesus como o seu
Senhor e Salvador pessoal. Os objetos consagrados certamente
eram um forte ponto de apoio naquela casa. Objetos que tenham
esse significado espiritual sempre trazem danos à pessoa que os
possui.
Em Josué 7, vemos um exemplo claro de como objetos
consagrados trouxeram prejuízos ao povo de Israel. Conforme narra
o texto bíblico, os israelitas passaram a guardar em suas casas
ídolos e objetos ligados à idolatria a deuses pagãos. A presença
daqueles objetos abomináveis para Deus deu espaço para que o
povo de Israel perdesse a condição de vencer suas batalhas,
passando a enfrentar terríveis derrotas. Veja o que Deus disse a
Josué, líder de Israel na ocasião, acerca dessa atitude:
“Israel pecou. Violou a aliança que eu lhe ordenei. Apossou-se
de coisas consagradas, roubou-as, escondeu-as e as colocou
junto de seus bens. Por isso, os israelitas não conseguem
resistir aos inimigos; fogem deles porque se tornaram
merecedores da sua destruição. Não estarei mais com vocês,
se não destruírem do meio de vocês o que foi consagrado à
destruição. Vá, santifique o povo! Diga-lhes: Santifiquem-se
para amanhã, pois assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Há
coisas consagradas à destruição no meio de vocês, ó Israel.
Vocês não conseguirão resistir aos seus inimigos enquanto não
as retirarem.” Josué 7.11-13
3. Locais físicos
Como lemos anteriormente em Marcos 5.1-15, acerca do caso do
endemoninhado de Gadara, existe também uma esfera geográfica
associada à ação maligna. Os demônios relatados nesse trecho das
Escrituras pediram a Jesus que continuassem naquela região, pois
claramente estavam associados àquele lugar. Quando lemos em
Efésios 4.27 “não deem lugar ao Diabo”, a palavra lugar é traduzida
do grego topos, referente a um lugar geográfico, um território ou
uma localização específica.
Assim como espíritos demoníacos podem agir por meio de objetos
consagrados, fazendo desta presença um ponto de apoio para
opressão e ação perniciosa, espíritos demoníacos podem agir em
determinados locais físicos.
O princípio é o mesmo. Quando um determinado local é
consagrado ao Inimigo, surge um espaço para a ação demoníaca.
Quando um espaço físico traz em seu contexto uma realidade de
pecado, também haverá implicações.
Pense, por exemplo, em um terreno onde se pratica rituais de
invocação de espíritos ou outras práticas consagradas a demônios.
Ali, certamente existe uma legalidade para que a ação demoníaca
tome lugar. Como cristão, talvez você já tenha tido a sensação de
entrar em um lugar e sentir-se incomodado, mal e opresso. Isso tem
a ver com a ação maligna que domina no local, que age em aberta
oposição ao Espírito de Luz que habita em você. Não é à toa que
você sente-se mal.
Por isso, ao entrar em um quarto de hotel, ao alugar ou adquirir
uma casa ou apartamento ou ao alojar-se em determinado espaço
físico, tenha o discernimento para perceber se aquele lugar é ou já
foi consagrado ao Inimigo.
Na história de nossa igreja, passamos por uma experiência muito
interessante nesse sentido. Sempre tivemos em nosso coração
alcançar determinado bairro de nossa cidade, mas não tínhamos
encontrado, até então, a oportunidade certa. Em uma ocasião, fui
procurado pelo dono de um estabelecimento localizado em um
ponto estratégico do bairro, fazendo uma oferta para que a igreja
alugasse o local. O único detalhe era que o estabelecimento fora,
durante o último ano, usado como o mais famoso prostíbulo de luxo
da cidade, palco para o pecado, o adultério, a prostituição e tantas
outras coisas malignas.
Entramos em oração e jejum para discernirmos o que fazer. Deus
confirmou que era de Sua vontade que alugássemos o local,
transformando por completo aquele ambiente. Fechamos o contrato
e passamos a ocupar aquele espaço que fora construído com tanto
zelo e requinte inicialmente para o pecado, mas que agora seria
consagrado a Deus. Antes de ocuparmos o local, reformamos tudo o
que pudemos internamente. Desfizemo-nos de todos os objetos que
remetiam à boate, transformamos a iluminação, a pintura e outros
detalhes. Sobretudo, fizemos uma verdadeira faxina espiritual,
ungindo o local e realizando vigílias de oração com nossa equipe de
intercessão e liderança da igreja.
Um tempo depois, recebi o testemunho da primeira proprietária do
local, responsável por sua construção, inicialmente como um espaço
de eventos. Contou-nos que era cristã e que havia consagrado há
muitos anos aquele lugar a Deus. Mas, por conta de problemas nos
negócios, ela e sua sócia tiveram que desfazer-se do
estabelecimento, o qual veio a ficar nas mãos de outros
proprietários, sob cuja direção foi instalado o prostíbulo. Ela então
contou-me com lágrimas nos olhos a alegria de ver que aquele local
estava sendo usado para a glória de Deus.
O local foi usado durante alguns anos com programações
semanais e celebrações, um local de bênção e não de maldição. Há
alguns anos, deixamos de ocupá-lo devido à construção de nosso
campus e o espaço passou a ser usado por um novo proprietário
para celebrações de casamentos.
Em todas as situações, aja com intencionalidade e discernimento
ao ocupar qualquer espaço físico, a começar por sua própria casa,
local onde você dorme, come e descansa. Consagre-o inteiramente
a Deus.
4. Alianças
Como seres humanos, nós interagimos com muitas pessoas.
Somos seres sociais e relacionais. Amamos estar perto e conviver
com pessoas. Mesmo nos dias em que essa ênfase não é dada,
naturalmente atrelamo-nos a relacionamentos e em comunidade.
Por isso, envolvemo-nos naturalmente.
Somos assim, pois fomos criados à imagem e semelhança de
Deus. Ele é um ser relacional, fato especialmente expresso na
Trindade, na qual três pessoas interagem em perfeição: Pai, Filho e
Espírito Santo. Um relacionamento tão profundo que a ele foi dado o
nome de aliança.
Servimos a um Deus de aliança, cuja essência relacional está
ligada às alianças que Ele estabelece conosco. O Pai enviou Seu
Filho para morrer por nossos pecados e esse sacrifício com sangue
inclui-nos em Sua nova aliança como Seus filhos.
As alianças são acordos solenes, que ligam as partes em relações
permanentes, definidas, com promessas específicas e com
reivindicações e obrigações de ambos os lados.
1. Renuncie
Um princípio importante nesse processo é o de renunciar em voz
alta toda e qualquer aliança firmada com forças demoníacas, seja
através do pecado, de objetos, de lugares ou de relacionamentos.
Orar em voz alta, declarando a sua renúncia àquela aliança, tem
um peso espiritual relevante. De fato, algumas pessoas até
encontram dificuldade em fazê-lo, por conta de uma opressão
maligna. Se encontrar dificuldades, você pode procurar ajuda.
O importante é aprendermos a desligar o que antes estava ligado
e que era canal para a ação maligna em nossas vidas. Esse
princípio é revelado nas Escrituras, em Mateus 16.19: “Eu lhe darei
as chaves do Reino dos céus; o que você ligar na terra terá sido
ligado nos céus, e o que você desligar na terra terá sido desligado
nos céus”.
Creia que da mesma forma será com a sua casa. Creia que apesar
das trevas espirituais tentarem atingi-lo, você terá luz no local em
que habita. Deus também prometeu:
“Se alguém amaldiçoar seu pai ou sua mãe, a luz de sua vida
se extinguirá na mais profunda escuridão.” Provérbios 20.20
Existe uma prática antiga, que quase não vemos mais, que é a dos
filhos pedirem a bênção dos pais. Muito além de um ritual ou uma
tradição religiosa, este costume lembra-nos um princípio claro: pais
são responsáveis pela existência das bênçãos de Deus para os
seus filhos.
2. A porta da emoção
Você deve oferecer uma cobertura espiritual sobre as emoções de
seu filho, guardando-as e protegendo-as. A época da adolescência
deve ganhar atenção especial. Segundo estudos da psicologia, as
meninas, nessa idade, passam por um processo de desprendimento
emocional em relação à sua mãe, buscando definir sua própria
identidade. Os meninos, da mesma forma, passam por
transformações profundas, buscando sua própria afirmação e
identidade. As emoções são novas e intensas, influenciadas
também por mudanças físicas e hormonais.
As emoções dos filhos precisam ser tratadas com carinho pelos
pais. Emoções feridas são portas abertas para todo tipo de ação
maligna por meio de desilusões, tristeza, traumas e frustrações. Não
negligencie, ignore, zombe ou menospreze as emoções de seus
filhos.
É preciso aprender a enxergar o coração deles. Temos a tendência
de focar no comportamento e não no coração. É muito comum que
pais punam seus filhos em função do comportamento: pelo leite
derramado, pelas roupas jogadas e por aí afora. No entanto,
devemos cuidar para que não construamos pesos sobre nossos
filhos, de forma que passemos a punir e a ferir as emoções. Isso
acontece quando não levamos em consideração seus sentimentos e
emoções em nosso processo de disciplinar e de educar. Cuidado
com o abuso emocional!
Trate as emoções de seu filho com cuidado. Permita que ele fale e
expresse seus sentimentos. Crie um ambiente propício para isso.
Quem tem aconselhado o seu filho? Quem ele tem procurado para
expressar seus sentimentos? A quem ele recorre quando lida com
os contratempos da vida? Você é alguém com quem ele pode contar
nesse sentido?
3. A porta da vontade
Como pais, precisamos aprender a proteger o âmbito da vontade
de nossos filhos. Todos os atos de decisão que refletem o livre
arbítrio representam a nossa vontade. Dessa forma, as memórias
daquilo que anteriormente decidimos ou desejamos determinam em
que cremos, o que gostamos e o que queremos.
Por conta da amplitude e profundidade da vontade humana sobre
o caráter de um indivíduo, é preciso ensinar nossos filhos, desde
pequenos, a decidirem pelo que é correto. Proteger a sua vontade é
como domar um cavalo selvagem. É esse tipo de atitude que
determinará se, no futuro, aquele filho escolherá cometer um crime
ou não.
O cuidado da porta da vontade de seu filho acontecerá por meio
daquilo que você ensinará a ele. Por conseguinte, lembre-se de
incutir em sua vontade três princípios fundamentais: sujeição à
autoridade, respeito aos limites e obediência para desviar-se do
pecado.
Sujeitar-se à autoridade ensinará a eles sobre lealdade e retidão
de caráter. Ao entenderem o sentido de autoridade, seus filhos
mostrarão submissão e, inclusive, submissão espiritual a vocês, o
que será uma proteção sobre a vida deles.
Da mesma forma, ensine seus filhos o respeito aos limites. A falta
de limites na educação de crianças é algo desastroso para toda a
família. Ensine quais são os limites em todas as áreas de suas
vidas. Assim, eles aprenderão a ser responsáveis e a lidar com as
mais diversas situações.
É muito importante ensinar nossos filhos sobre a obediência que o
desviará do pecado. Faça da obediência um princípio em sua casa,
algo presente na vida de seus filhos. Muitos casos de rebeldia não
têm relação com a ação de demônios, mas sim com a falta do
princípio da obediência. Muitos filhos rebeldes simplesmente
precisam de uma boa conversa e de disciplina. Comece enquanto
seus filhos ainda são pequenos.
Por isso, seja qual for a idade de seu filho, tenha muito cuidado
com algumas atitudes suas que podem feri-los. Observe algumas
atitudes como:
Rigidez na avaliação de tarefas.
Críticas constantes.
Perfeccionismo.
Falta de elogios.
Não cumprimento de promessas.
Pressão emocional.
Acusações.
Intolerância.
Ausência de perdão.
É preciso educar em amor. Muitas vezes, as próprias palavras e
atitudes dos pais abrem espaços para feridas emocionais e a ação
maligna sobre suas vidas. Infelizmente, é comum ouvirmos
expressões de pais a seus filhos como: “Você é burro demais!”, “Por
que você não é como sua irmã?”, “Você é um chato desde o dia em
que nasceu!”, “Eu queria oferecer você para adoção!” ou “Como
alguém poderia amar um gordo e relaxado como você?”. Todas
essas palavras ficam gravadas na alma de nossos filhos. Podem
ecoar dentro deles e magoá-los pelos próximos cinquenta anos, se
não forem retiradas.
Muitos casos de rebeldia não têm relação
com a ação de demônios, mas sim com a
falta do princípio da obediência.
Talvez você não tenha chegado a dizer essas palavras para seus
filhos, mas pode ter ouvido de seus pais. Se isso dói na sua alma,
então precisa liberar seu perdão e livrar-se disso. Esse passo é
necessário para que você possa estar apto a ministrar na vida de
seus filhos.
Como retirar uma palavra mal dita? Simplesmente peça perdão ao
seu filho, verbalize isso no nome de Jesus e peça perdão ao Senhor
também. Será uma lição preciosa para você e para a sua
descendência.
1. Crescimento espiritual
É preciso que os pais estejam dispostos a buscar o crescimento
espiritual, como constatamos no testemunho anterior. No exemplo
do pai relatado em Marcos 9, vemos que aquele homem até tinha fé,
mas uma fé nula.
Jesus indagou aquele pai e ele pediu para que Ele fortalecesse a
sua fé. Só então a criança passou por uma libertação.
No caso de libertação familiar relatado em Marcos 7, é
interessante notar que aquela mãe era uma mulher de origem
grega: “A mulher era grega, siro-fenícia de origem, e rogava a Jesus
que expulsasse de sua filha o demônio” (Marcos 7.26). Esta
nacionalidade, na época, tinha fortes ligações com estruturas de
orgulho intelectual, cultural e espiritual. Por ser grega, da elite
cultural vigente, era provavelmente culta, talvez rica e bem
posicionada na sociedade. Assim, ao tratar aquela mulher de forma
aparentemente preconceituosa (Marcos 7.27), Jesus estava
claramente confrontando o complexo de superioridade que os
gregos mostravam em relação ao resto do mundo.
Assim como fez com aquela mulher, Jesus confrontará seu pecado
e o levará ao arrependimento, antes que traga libertação a seus
filhos. Como também vemos no testemunho a seguir:
2. Fé e quebrantamento
Uma das principais atitudes para opor-se aos ataques malignos
contra seus filhos é saber a quem recorrer. Nestes exemplos
bíblicos, estes pais recorreram à pessoa certa: Jesus! Muitos pais
lutam para proteger e suprir seus filhos com meios materiais, as
melhores escolas, os mais diferentes cursos, a ajuda profissional de
ponta etc. Você pode até fazer todas essas coisas no intuito de
ajudar seus filhos, porém, na hora de educá-los, precisa da
presença de Jesus. Não há outra pessoa a recorrer.
A libertação dos filhos sempre está ligada à
fé e à posição espiritual dos pais.
3. Intercessão
Entenda a importância da intercessão dos pais sobre a vida de
seus filhos. Nenhuma oração que é gerada pelos pais cai por terra.
Talvez você não veja os resultados na hora, mas a resposta
chegará.
Interceder é levar Deus à vida de seus filhos. Ambos os pais
citados no Evangelho de Marcos fizeram isso: “Mestre, eu te trouxe
o meu filho” (Marcos 9.17). “Por causa desta tua resposta você pode
ir, o demônio já saiu da sua filha” (Marcos 7.29).
A libertação de seus filhos da opressão e de ataques espirituais
passará necessariamente por sua intercessão como pai ou mãe.
Não há caso de libertação e ministração de filhos sem essa
presença. Ela acontecerá com base na oração do justo.
Quando temos consciência da batalha que estamos travando,
estamos prontos a começar o processo de libertação que nos é
necessário; prontos a crescer espiritualmente e a buscar a Jesus
com fé e quebrantamento. É dessa forma que podemos nos achegar
em intercessão por nossos filhos, gerando uma cobertura espiritual
íntegra e repleta de alegria sobre a vida deles.
NOSSAS ARMAS
1. O cinturão da verdade
Com o cinturão, devemos cingir nossos lombos. A verdade é
absoluta e Jesus é a verdade. Não há relativismo moral quando
existe a verdade. Se a verdade existe e ela aponta o nosso erro,
não interessa o que pensamos ou deixemos de pensar a respeito.
Não pretenda ser o dono da verdade. Deixe que Jesus o seja!
2. A couraça da justiça
É fundamental entendermos que a justiça vem de Deus. Ele
justifica-nos e faz-nos justos mediante o sangue de Jesus
derramado na cruz. Por nós mesmos, não podemos alcançar a
plena justiça. Mas Jesus, amorosamente, permite-nos comparecer
diante do Pai, justifica-nos e aprova-nos diante Dele. Acobertados
pela justiça que Jesus concede, não podemos ser acusados ou
culpados. Arrependa-se do seu erro e rejeite o inútil sentimento de
culpa. Use a couraça da justiça!
4. O capacete da salvação
O Diabo tentará colocar dúvidas na mente das pessoas, em
especial quanto à certeza de sua salvação. Essa é uma grande
mentira. A pessoa que confiou na Palavra de Jesus e nos Seus
ombros colocou o peso de sua vida, está, definitivamente salvo.
Como Jesus afirmou acerca de Suas ovelhas: “Eu lhes dou a vida
eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da
minha mão” (João 10.28). Esteja certo desta realidade espiritual!
5. A espada do Espírito, a Palavra
As demais armas citadas são defensivas, esta arma, porém, é de
ataque. Quando invocamos a Palavra de Deus, colocamos o Diabo
“para correr”. Jesus venceu o Diabo usando a Palavra do Senhor,
como claramente vemos no episódio de Sua tentação no deserto.
Em uma situação de cilada do Diabo, use a Palavra do Senhor
contra o Inimigo. Distinga-o e repreenda-o, usando a Espada do
Espírito. Não preste atenção no que ele vier a dizer. Não dialogue
com ele. Faça como Ezequias diante de Senaqueribe (2 Reis 19.9-
37); coloque diante do Pai o que ele disse e o Senhor concederá a
palavra contra o Inimigo, humilhando-o e fazendo-o voltar pelo
caminho por onde veio (Isaías 37.29).
6. O escudo da fé
O escudo da fé apaga os dardos inflamados do Diabo. A fé não é
o que você sente ou pensa, mas a certeza na Palavra do Pai.
Mesmo que você tenha dúvidas no coração, sustente-se no que
Deus diz, pela simples razão de que foi Ele quem disse. É contra a
nossa fé que o Diabo lança a maioria das ciladas. Muitas vezes, a
astúcia do Diabo não está em tirar a fé que você tem em Jesus, mas
em colocar outro objetivo ou pessoa como centro e alvo de sua fé.
O exercício da batalha espiritual passa por todos esses princípios.
Esses seis componentes da armadura feita para nós são
complementados pela prontidão de um soldado, que é a sua
perseverança. É também complementada pelo sentido de corpo, a
intercessão pelos santos, sem os quais nenhum exército subsiste.
Permaneça em prontidão para a batalha!
BÍBLIAS
Bíblia Almeida Revista e Atualizada (ARA). Barueri: Sociedade
Bíblica do Brasil, 1993.
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[ 2 ] WAGNER, Peter C. Oração de Guerra. São Paulo: Bompastor,
2001.
[ 3 ] Apocalipse 12.4
[ 4 ] Mateus 16.18
[ 5 ] O Estado da Criança no Mundo, divulgado pela Unicef (Fundo
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[ 6 ] http://www.redebrasilatual.com.br/mundo/2015/07/acoes-para-
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4812.html. Acesso em março de 2016.
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Disponível em http://veja.abril.com.br/290709/misterios-entre-ceu-
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[ 11 ] TOZER, A.W. We Travel an Appointed Way: Making Spiritual
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http://francisfrangipanemessages.blogspot.com.br/2012/05/the-gift-
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[ 13 ] 2 Coríntios 11.3; Mateus 6.13; João 12.31; Efésios 2.2
[ 14 ] KRAFT, Charles H.. Defeating dark angels. Ann Arbor, MI:
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[ 15 ] NEE, Watchman. Autoridade Espiritual. São Paulo: Vida, 2013.
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