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TÓPICOS EM EXEGESE DO N.

T
Aluno: Fabiano Feitosa
Professor: Carlos Olivares
Disciplina: Tópicos em exegese

I. TEXTO GREGO

O termo (anastasin) ressurreição aparece quatro vezes na em Mateus 22:23-33


com duas ideias. (1) A de ressurreição de forma pontual, a ressurreição de um morto e
(2) a ressurreição como um evento geral, uma ressurreição geral escatológica. A
palavra (anastasin) é a mesma para se referir as duas ideias, assim como no
português.
Na mesma pericope a raiz da palavra (anastasin) aparece duas vezes; a
primeira no verso 24 (anastasei) “levantar” – quando um homem morria sem deixar
descendência , seu irmão casa com a viúva para (anastesei) “levantar” a descendência
do morto. No verso 31 aparece a palavra (anegnote) “lido”. Jesus ao confrontar os
saduceus lhes pergunta “ não tendes “lido” nas escrituras.
Em todo o Novo Testamento (anastasin) mantém as duas ideias principais, a
de ressureição de morto (Lucas 20:27, 36; João 11:24) e de um evento escatológico
(Luc 14:14; 20:33, 35; João 5:29). Entretanto, em Lucas 2:34 (anastasin) é traduzido
por “levantar”. Ao abençoar o recém nascido Jesus Simeão declara que ele
(anastasin)“levantará” a muitos em Israel. Na Bíblia, as palavras têm os sentidos
gerais, “Levantar”, “despertar”, “instituir”, “deportar”, “montar”, “reparar”.

II. FLUXO DE PENSAMENTO


Os saduceus se aproximam de Jesus com o desejo de questioná-lo o narrador
nos informa que eles “diziam não haver ressurreição”. Até aqui a ação é apresentada
como se houvesse um interesse dos Saduceus de entrar em disputa com Jesus. Eles se
dirigem a Jesus lhe chamando de “Mestre” e seu questionamento esta embasado nos
escritos Moises: se alguém casar e morrer não tendo filhos , seu irmão casara com a
viúva e suscitara descendência ao falecido. Em paralelo com a referencia usada é
apresentado uma realidade. “entre nós havia sete irmão. O primeiro tendo casado,
morreu e não tendo deixado descendência, deixou sua mulher a seu irmão” a historia
contatada informa que o segundo casou e também morreu sem deixar descendência e
com o terceiro ate o sétimo. Depois que todos morreram a mulher também morreu.
Pergunta dos saduceus. Na ressurreição de quem ela será esposa? É importante notar
que os saduceus foram apresentados pelo narrador com aqueles que diziam não haver
ressureição.
Jesus os censura diretamente ao afirmar “errais não conhecendo as escrituras”
que esta em paralelo com os escrito de Moises. Nesta censura é denunciado o não
saber conhecer as escrituras consequentemente não conhecer o poder de Deus. Par5a
o questionamento dos saduceus jesus explica que na ressurreição não há casamento
são como os anjos. Na primeira parte da narrativa o fluxo do pensamento é casar com
a viúva para suscitar a descendência do falecido. Mas resposta de jesus ele informa
que na ressurreição não ha necessidade de casamento pois serão como anjos. Jesus
novamente apresenta as escrituras como sua fonte e cesura novamente os saduceus
“não tendes lido” , basicamente jesus esta denunciando a ignorância dos interpretes
das escrituras de não conhecer. Jesus apresenta Deus como o EU SOU e apresenta o
que Deus Não é. Que estar relacionado com vivos e mortos. Toda disputa ocorre em
meio a multidão o que ouve e se maravilha de tais ensinos.

III. CRITICA TEXTUAL


Na investigação feita em torno da critica textual, não encontrei dificuldades
significativas que comprometesse o texto. O aparato classifica a disputa em torno do
estabelecimento do texto e em de Mateus 22:23-33 os encontramos nos versos 23, 30,
32 que apresentam algum tipo de variação abordado pelo aparato e os classificada em
(B, B e C, respectivamente) o que significa que os versos 23 e 30 foi debatido entre o
comitê mas foi aceito no final como esta no texto. Já o verso 32 a divisão entre o
comitê é maior contudo, sempre atento mas com a qualidades não somente com a
quantidade, das testemunhas para determinar a variante do texto.
No primeiro caso o debate estar na ausência do οι após o substantivo
σαδδυχευσ, Metzger sugere a possibilidade de haver uma confusão com o final da
palavra σαδυχεσσυσ. Embora as variantes dentro das testemunhas sejam pequenas
foi preferido a ausência do οι o que não altera o sentido do texto..
No segundo caso a discursão transita no que vem após a palavra ανγγελοι nas
testemunhas aparece uma variação maior que no caso anterior, na inserção do του
θεον. A disputa não altera a resposta que Jesus deu aos Saduceus, apenas seria um
acréscimo ao fato de serem “anjos de Deus” no céu.
No terceiro e último caso a discursão é em cima da presença de ο que se
apresenta no texto dento de um colchete e da adição de um segundo θεοσ. Metzger
comenta que pelo interesse de uma maior precisão testemunhas posteriores insere um
segundo θεοσ (pois Deus não é um Deus de pessoas mostra mas de vivos) por isso
não se sabe se a omissão do ο é por causa do paralelo com Marcos 12:27 ou se por
causa da inserção desse segundo θεοσ.

IV. CRITICA LITERARIA


O texto apresenta seis vezes a raiz da palavra (anastesiv) – “ressurreição,
suscitar, ler”. E por seis vez há referencias a morte. Assim, tendo as palavras que mais
se repetem e com o apoio do contexto posso sugerir que a pericope analisada de
Mateus 22:23-33 tem como tema principal a ressurreição. Duas realidades são
apresentadas como pano de fundo. A primeira é a do casamento levirato “alguém
morreu sem deixar descendência seu irmão casou com a viúva para (anasatsin)
“suscitar” descendência contudo morreu e não teve filho” e assim sucedeu com os
sete irmãos e por fim morreu também a mulher. Note que suscitar descendência é um
meio de perpetuar o nome, do morto que morreu sem filhos. A outra realidade
apresentada por Jesus é que (anasatasin) - ressurreição (evento escatológico) não
haverá casamentos e serão como anjos.
Esta narrativa esta inserida dentro de um grupo de narrativas que apresentam
estruturas semelhantes. Em Mateus 22:15-22 nos diz “os fariseus se consultaram entre
si como o surpreenderiam em alguma palavra” o texto tem como pano de fundo o
tributo a César e Jesus prontamente responde e lhes apresenta uma censura “porque
me experimentais hipócritas” e o narrador encerra informando que “ouvindo isto se
admiraram”. Na narrativa posterior em Mateus 22:34-40 o narrador nos diz “ os
fariseus sabendo que ele [Jesus] fizera calar os saduceus reuniram-se em conselho. E
um deles intérprete da lei experimentando-o perguntou”. O pano de fundo desta vez é
sobre a lei e o grande mandamento, Jesus com texto do A.T responde a pergunta do
intérprete da lei.
No terceiro contexto Mateus 2:41-45 o narrador nos apresenta Jesus
interrogando os fariseus “ quem pensais vós do Cristo? de quem é filho?” o pano de
fundo é a identidade do messias os fariseus apresentaram texto do A.T mas não
sabiam interpretar. Jesus apresenta a interpretação correta e o nos é informado “é
ninguém lhe podia responder a palavra, nem ousou alguém a partir daquele dia, fazer-
lhe perguntas”.
Tendo em mente tudo isto, na passagem analisada de Mateus 22:23-33 é nítida
a intenção dos Saduceus em experimentar Jesus em sua forma de interpretar a bíblia.
Isso fica claro na informação dada sobre quem eram os Saduceus “eles diziam não
haver ressurreição” Mateus 22:23. Os Saduceus apresenta sua questão com base na lei
de Moises em Deuteronômio 25:5. Entretanto, Jesus os censura “errais não
conhecendo as escrituras e nem o poder de Deus” e Jesus apresenta uma interpretação
bíblica da lei , usando texto mosaico. Apresentando a realidade da ressurreição com
base em Êxodo 3:6,15,16. Os repreende na afirmação “não tendes lido o que Deus vos
declarou” Mateus 22:31. O relato termina como a informação “as multidões se
maravilhavam de sua doutrina”

V. HISTORICA
O AT narra restaurações individuais à vida (1Rs 17: 17ss) e prepara o terreno
para a esperança de uma ressurreição escatológica geral (cf. Ez. 37: 1ss; Is 53:10; Jó
19: 25ss; Sl 73), mas isso se torna específico apenas em, por exemplo, Is. 26:19; Dan
12: 2 Os samaritanos e os saduceus rejeitaram a esperança, mas ela foi solidamente
estabelecida no judaísmo posterior, sendo espiritualizada por Josefo (imortalidade) e
Filo (liberação mística), embora nenhum deles use a palavra (anástase).

VI. TEOLOGIA DO TEXTO


O narrador do relato nos apresenta Jesus como interprete da palavra usando
como método de interpretação a própria palavra. A ressurreição provida por meios
humanos como o sistema do levirato tem seu proposito mas pode, não conseguir seu
objetivo que e é suscitar o nome, a vida de um falecido por meio de descendentes
mas, que o meio provido por Deus a ressurreição, não pode falhar, ficando assim
obsoleto o sistema de casamentos. Os que estiveram na ressurreição não necessitaram
de outro meio para se perpetuar a vida, pelo motivo evidente que Deus é quem
perpetuará as vidas. Jesus deixa claro que mesmo Abraão, Isaque e Jacó, patriarcas da
nação judaica estando mortos fisicamente eles não estão mortos eternamente. Pois
Deus não é Deus de mortos e sim de vivos, eles vivem por meio da descendência
deles e também aguardam a promessa da ressurreição oferecida por Deus.

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