Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Vanderlei Dorneles
Casa Publicadora Brasileira
Armagedom: Natureza e Tempo do Conflito
Ap 16:12-16
“E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas
águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do
lado do nascimento do sol.
Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as
suas roupas, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha.
Na história adventista
1) A partir de 1870s: Armagedom é uma guerra política e militar entre as nações pelo
domínio do território sagrado da Palestina (Uriah Smith).
O ajuntamento das nações é um “processo gradativo” que se inicia “antes das pragas”.
A “batalha do Armagedom começa quando os poderes religiosos e políticos da Terra
iniciam seu ataque final ao povo remanescente de Deus”.
Hans K. LaRondelle
Ranko Stefanovic
Jon Paulien
Jacques Doukhan
Implicações
1) Durante a sexta praga, sob influência dos “espíritos”, os ímpios se preparam para a
última batalha.
2) Por ocasião da segunda vinda, os ímpios lutam contra os santos e contra Cristo.
4) De modo geral, o Armagedom é caracterizado como crítico para os santos, que são
passivos na batalha vencida por Cristo na segunda vinda.
Armagedom: Natureza e Tempo do Conflito
Problema:
Se a praga é mais uma “taça” da ira de Deus (Ap 16:12; cf. Sl 75:8; Jr 25:15; Is 51:17,
22; Jr 49:12), qual é o resultado desse flagelo sobre os ímpios?
Se a retirada das águas do Eufrates determina a queda final da Babilônia, por que ela
ainda seria castigada após essa praga?
Objetivos:
Intertextualidade:
Resultado:
1) O significado do texto anterior é incorporado ou aplicado ao novo texto.
2) A intertextualidade amplia o contexto interpretativo.
Armagedom: Natureza do Conflito
Premissas
A aliança entre os “espíritos” e os “reis da terra” (Ap 16:14; 17:1) faz alusão ao Salmo 83
que canta a vitória de Débora e Baraque sobre o exército de Sísera (Jz 4:4–5:31).
“Ó Deus, ... os teus inimigos se alvoroçam ... tramam astutamente contra o teu povo e
conspiram contra os teus protegidos. Dizem: Vinde, risquemo-los de entre as nações; e
não haja mais memória do nome de Israel. Pois tramam concordemente e firmam
aliança contra ti. [...] Faze-lhes como fizeste a Midiã [Gideão], como a Sísera” (v. 1-5, 9).
O Salmo retrata a batalha com a linguagem do grande conflito: uma coalizão de infiéis
se ergue contra os eleitos de Deus; contudo, são destruídos (Sl 83:10; cf. Ap 19:18).
A alusão a Baraque e Gideão pode sugerir um papel ativo dos santos na batalha final.
Armagedom: Natureza do Conflito
Tendo o relato do Carmelo como seu texto de fundo, João prevê a batalha do
Armagedom em termos de um confronto entre a verdadeira e a falsa religião.
A alusão a Elias reforça papel ativo dos santos que restauram a verdade na Terra.
A palavra “pranto” (gr. penthos) ocorre seis vezes em Ap 18 (v. 7, 8, 11, 15, 19).
Esse “pranto” faz alusão a Zc 12:11, que menciona o choro de Hadade-Rimom por seu
primogênito, e relaciona o Armagedom com a décima praga do Egito (Êx 12:29-36).
“Pelo que haverá grande clamor em toda a terra do Egito, como nunca houve” (Êx 11:6).
Também alude ao “pranto” por Josias. Neco matou Josias em 609 a.C., no vale de
Jezreel. Essa morte deu início ao fim de Judá e foi motivo de “grande lamento” (2 Cr
35:24, 25). Isso seria um prenúncio de um grande lamento por Babilônia.
A LXX traduz “Megido” pelo verbo ekkopto (“ser cortado”, Zc 12:11). “Isso indica que o
termo simbólico Harmagedon (Ap 16:16) pode derivar do radical gadad (‘cortar’), de
modo que o sentido literal pode ser ‘monte da matança’” (LaRondelle, 382).
Armagedom: Natureza do Conflito
“Sobre todos os deuses do Egito executarei juízos: Eu sou o Senhor” (Êx 12:12).
“Armagedom evoca mais do que um campo de batalha. Sugere o desfecho dela. ... A
morte dos primogênitos egípcios ocasionou mais do que a perda de um filho único ou o
fim do nome da família. Foi a morte da religião deles” (Doukhan, 156, 158).
O “lamento” pela morte do primogênito sugere que o Armagedom será crítico para os
ímpios. O pranto será despertado na primeira praga e se intensificará na sexta.
Alguns relacionam os “reis que vêm do lado do nascimento do sol” com a segunda vinda
de Cristo com seus anjos para a libertação de seu povo do cativeiro do pecado.
Mas a expressão pode ser uma alusão a Cristo e seus santos. Eles “reinarão” com
Cristo (Dn 7:18, 27; Ap 3:21; 5:10; 20:6; 22:5). Anjos não são referidos como reis.
Armagedom: Natureza do Conflito
Os “exércitos que há no céu” seguem a Cristo (Ap 19:14). O “chifre pequeno” faz guerra
contra o “exército do céu” (Dn 8:10; Dt 17:3: “sol, lua e estrelas”; Ap 12:1).
As vestes do “exército” e as dos santos (cf. Ap 19:14, 8): “linho finíssimo, branco e puro”.
Os “exércitos que há no céu” seguem a Cristo (Ap 19:14). O “chifre pequeno” faz guerra
contra o “exército do céu” (Dn 8:10; Dt 17:3: “sol, lua e estrelas”; Ap 12:1).
As vestes do “exército” e as dos santos (cf. Ap 19:14, 8): “linho finíssimo, branco e puro”.
O falso profeta é um bajulador conivente com o poder político (1Rs 18:19; 22:6, 8, 10).
Os “espíritos” se dirigem aos “reis da terra” (poder político). Isso sugere que no tempo
indicado em Ap 16:14, os poderes religiosos estão separados do poder político.
Armagedom: Tempo do Conflito
Implicações
Os “sinais” operados pela segunda besta (13:14) e os “sinais” dos três espíritos
(16:14) criam um paralelo entre as duas visões, destacando o fascínio do poder
religioso como o elemento catalisador dos “reis da terra” para o Armagedom.
Assim, a ação dos espíritos em ajuntar “os reis do mundo inteiro” (Ap 16:14) pode
ser um parêntese na narrativa da sexta praga. Revela como a sustentação política
da Babilônia foi construída, antes das pragas.
A ação da segunda besta, o mais poderoso dos “reis da terra”, em impor a marca da
besta e um boicote econômico global contra os que não têm o selo da besta (Ap
13:15-16) pode marcar o início do Armagedom.
A campanha dessa besta para os que “habitam sobre a terra para que façam uma
imagem à besta” (13:14) indica o momento crucial da adesão dos reis da Terra.
Armagedom: Natureza e Tempo do Conflito
Ap 16:12-16 Estrutura
“E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates, A sexta praga
cujas águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que Queda da Babilônia
vêm do lado do nascimento do sol.
Então, vi sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso Parêntese (flashback)
profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs; porque são Alusão à formação da
espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do coalisão perseguidora, a ser
mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para peleja do grande dia do fragmentada na sexta praga
Deus Todo-Poderoso.
Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e Advertência
guarda as suas roupas, para que não ande nu, e não se vejam a sua Jesus não tarda a vir
vergonha.
2) Duas bestas pelejam (polemeo) contra “os que não têm a marca” (Ap 13:4, 7, 16).
3) Reis e espíritos fazem “peleja” (polemos) contra os que “guardam e vigiam” (16:14).
5) Besta e os reis fazem peleja (polemos) contra o Cavaleiro e seu “exército” (Ap 19:19).
“A palavra grega mache significa ‘batalha’, enquanto polemos indica ‘guerra’. O sentido é
parecido, mas o escopo é diferente. Uma ‘batalha’ é um conflito isolado entre dois exércitos,
que, mesmo intenso, é limitado no tempo e no espaço; enquanto polemos indica uma série de
confrontações por um período longo” (Richard. C. Trench, New Testament Synonymos, 301-2).
Armagedom: Natureza e Tempo do Conflito
2) Duas bestas pelejam (polemeo) contra “os que não têm a marca” (Ap 13:4, 7, 16).
3) Reis e espíritos fazem “peleja” (polemos) contra os que “guardam e vigiam” (16:14).
5) Besta e os reis fazem peleja (polemos) contra o Cavaleiro e seu “exército” (Ap 19:19).
“A palavra grega mache significa ‘batalha’, enquanto polemos indica ‘guerra’. O sentido é
parecido, mas o escopo é diferente. Uma ‘batalha’ é um conflito isolado entre dois exércitos,
que, mesmo intenso, é limitado no tempo e no espaço; enquanto polemos indica uma série de
confrontações por um período longo” (Richard. C. Trench, New Testament Synonymos, 301-2).
Armagedom: Natureza e Tempo do Conflito
Sexto selo:
“abertura do céu”:
os “reis, grandes,
comandantes,
Remanescente ricos e
Espíritos poderosos” se
escondem nas
1844 Alto clamor Início do Pragas 6ª Praga “cavernas”
Chuva serôdia Armagedom Proteção Vindicação (Ap 6:14, 15;
Decreto Is 34:4).
Angústia
Armagedom: Natureza e Tempo do Conflito
Ellen White
“Esta passagem indica um tempo em que o anúncio da queda de Babilônia, feito pelo
segundo anjo de Apocalipse 14, deve se repetir com a menção adicional das
corrupções que têm estado a se introduzir nas várias organizações que constituem
Babilônia” (GC, 603).
Armagedom: Natureza e Tempo do Conflito
Ellen White
Conclusões
1) Com a imagem da secagem das águas, a sexta praga prevê a retirada do apoio dos
reis à meretriz, não o ajuntamento deles para uma batalha.
2) O Armagedom pode começar antes das pragas com a emergência da segunda besta
e deve se estender até a segunda vinda.
3) As pragas legitimam a pregação do remanescente e, na sexta praga, a confederação
dos inimigos de Cristo e seu povo sofre uma fragmentação insuperável.
4) Não parece haver perspectivas de a confederação religiosa (dragão, besta, falso
profeta) se organizar para unir os reis e guerrear, na iminência da segunda vinda.
5) Os santos têm um papel ativo no Armagedom. Eles restauram a verdade na Terra,
desmascaram a Babilônia, preparando o caminho para sua queda, na sexta praga.
6) O final do Armagedom é extremamente crítico para os ímpios, sendo previsto um
lamento sem precedentes em decorrência da sexta praga.
Armagedom: Natureza e Tempo do Conflito
Is 63:1-6
“Quem é este que vem de Edom, de Bozra, com vestes de vivas cores, que é glorioso
em sua vestidura, que marcha na plenitude da sua força? Sou Eu que falo em justiça,
poderoso para salvar. Por que está vermelho o traje, e as tuas vestes, como as daquele
que pisa uvas no lagar? O lagar, Eu o pisei sozinho, e dos povos nenhum homem se
achava comigo; pisei as uvas na minha ira; no meu furor, as esmaguei, e o seu sangue
me salpicou as vestes e me manchou o traje todo. Porque o dia da vingança me estava
no coração, e o ano dos meus redimidos é chegado. ... Na minha ira, pisei os povos, no
meu furor, embriaguei-os, derramando por terra o seu sangue.”
Armagedom: Natureza e Tempo do Conflito
Ellen White
Ellen White