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Exercícios – Filosofia UFU

@GABINAMEDUFU
Exercícios
Atenção: Os seguintes temas foram retirados do edital no ano de 2020: Pré-socráticos;
silogismo de Aristóteles; Problema dos universais; juízo analítico e sintético de Kant;
Locke (do eixo dos contratualistas); Hegel. Portanto, caso encontre algum exercício que
envolva os temas citados, desconsidere.

Origem da filosofia
1- (UFU 2013)
A atividade intelectual que se instalou na Grécia a partir do séc. VI a.C. está
substancialmente ancorada num exercício especulativo-racional. De fato, “[...]
não é mais uma atividade mítica
(porquanto o mito ainda lhe serve), mas filosófica; e isso quer dizer uma
atividade regrada a partir de um comportamento
epistêmico de tipo próprio: empírico e racional”.
SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-socráticos. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1998,
p. 32.
Sobre a passagem da atividade mítica para a filosófica, na Grécia, assinale a
alternativa correta.
a)A mentalidade pré-filosófica grega é expressão típica de um intelecto
primitivo, próprio de sociedades selvagens.
b) A filosofia racionalizou o mito, mantendo-o como base da sua especulação
teórica, o que na prática significa que a
filosofia não passa também de uma mitologia.
c) Apesar de muitos filósofos terem influência da religião da qual faziam parte, a
filosofia se caracteriza pela importância
do uso da razão e da observação na elaboração de suas teorias, diferindo nesse
sentido do mito.
d) A Ilíada e a Odisseia de Homero que compõem a mitologia grega são
expressões culturais típicas de uma mentalidade
filosófica elaborada, crítica e radical, baseada no logos.

2- (UFU-2020) “[...] em lugar de querer apresentar a filosofia como inovação


radical, como queria Burnet; e também, em lugar de apresentar a filosofia como
pura continuação do herdado, como queria Conford quando afirma que a
filosofia era continuação racional do que os mitos narravam, Vernant apresenta
as condições históricas, culturais e políticas que marcaram o surgimento da
filosofia. ” CHAUÍ, Marilena. Introdução à Filosofia: dos pré-socráticos a
Aristóteles. São Paulo: Cia das Letras, 2002. p. 36. (Adaptado) De acordo com o
excerto acima, a terceira corrente compreende o surgimento da Filosofia de um
modo diferente de suas antecessoras, pois considera que a origem da Filosofia
foi
A) promovida pela influência oriental e pelo fenômeno do milagre grego.
B) impulsionada pela genialidade do povo grego sem influência externa.
C) decorrente da história e não do súbito despertar do espírito helênico.
D) provocada pela expansão do domínio grego sobre os povos bárbaros

Gabarito:
1-C 2-C

Sócrates

1) UFU 2018- Considere o seguinte trecho “No diálogo Mênon, Platão faz Sócrates
sustentar que a virtude não pode ser ensinada, consistindo-se em algo que
trazemos conosco desde o nascimento, defendendo uma concepção, segundo a
qual temos em nós um conhecimento inato que se encontra obscurecido desde
que a alma encarnou-se. no corpo. O papel da filosofia é fazer-nos recordar deste
conhecimento” MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. p. 31. Nesse trecho, o autor descreve o que
ficou conhecido como
A) A teoria das ideias de Platão.
B) A doutrina da reminiscência de Platão.
C) A ironia socrática.
D) A dialética platônica.

2) UFU 2017 -A respeito do método de Sócrates, assinale a alternativa que


apresenta a definição correta de maiêutica.
A) Um método sintético, que ignora a argumentação dos interlocutores e
prontamente define o que é o objeto em discussão.
B) Uma estratégia sofística, que é empregada para educar a juventude na prática
da retórica, visando apenas ao ornamento do discurso.
C) Um método analítico, que interroga a respeito daquilo que é tido como a
verdadeira justiça, o verdadeiro belo, o verdadeiro bem
D) Uma iluminação divina, que deposita na mente do filósofo o conhecimento
profundo das coisas da natureza.

3) “Todos os homens são mortais.


Sócrates é homem.
Logo, Sócrates é mortal.”

Sobre o silogismo em geral e, sobre este em particular, é correto afirmar que:


I. é um raciocínio indutivo, pois parte de duas premissas verdadeiras e chega a uma
conclusão também verdadeira.
II. o termo médio homem liga os extremos e, por isso, não pode estar presente na
conclusão.
III. é um raciocínio válido, porque é constituído por proposições verdadeiras, não
importando a relação de inclusão (ou de exclusão) estabelecida entre seus termos.
IV. as premissas, desde que uma delas seja universal, devem tornar necessária a
conclusão.
Marque a alternativa que contém todas as afirmações corretas.

A- II E IV

B- I E II

C- II E III

D- III E IV

4) (UFU-MG) Sócrates é tradicionalmente considerado um marco divisório da


filosofia grega. Os filósofos que o antecederam são chamados de pré-socráticos.
Seu método, que parte do pressuposto “só sei que nada sei”, é a maiêutica que
tem como objetivo:

I – “dar luz a ideias novas, buscando o conceito”.


II – partir da ironia, reconhecendo a ignorância até chegar ao conhecimento.
III – encontrar as contradições das ideias para chegar ao conhecimento.
IV – trazer as ideias do céu a terra.

Assinale:
a)Se apenas I e II estiverem corretas.
b)Se apenas I e III estiverem corretas.
c)Se apenas II, III e IV estiverem corretas.
d)Se III e IV estiverem corretas.
e)Se I e IV estiverem corretas.

5- (UFU 2020) “Tenho isto em comum com as parteiras: sou estéril em sabedoria; e
aquilo que há anos muitos censuram em mim, que interrogo os outros, mas nunca
respondo por mim porque não tenho pensamentos sábios a expor, é censura justa”.
(Teeteto, 15c).
O trecho acima é do livro Teeteto, de Platão, no qual Sócrates (469 – 399 a.C.) descreve
sua arte chamada de maiêutica, em grego, o parto, sendo que, pelo que se entende pelo
excerto, a principal caracterização da maiêutica é a aporia, que pode ser entendida como
um método de refletir filosoficamente que

A) reforça as hipóteses sem fundamentação.


B) desvela a ignorância dos interlocutores.
C) valoriza os pensamentos intransigentes.
D) aceita a opinião comum como sabedoria

GABARITO

1-C 2-B 3-C 4-A 5-B

Platão
1- UFU 2018 -Considere o seguinte trecho
“No diálogo Mênon, Platão faz Sócrates sustentar que a virtude não pode ser
ensinada, consistindo-se em algo que trazemos conosco desde o nascimento,
defendendo uma concepção, segundo a qual temos em nós um conhecimento
inato que se encontra obscurecido desde que a alma encarnou-se no corpo. O
papel da filosofia é fazer-nos recordar deste conhecimento”
MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Editora, 2000. p. 31.
Nesse trecho, o autor descreve o que ficou conhecido como
A) a teoria das ideias de Platão.
B) a doutrina da reminiscência de Platão.
C) a ironia socrática.
D) a dialética platônica.

2- UFU 2015 - Em Platão, as questões metafísicas mais importantes – e a


possibilidade de serem solucionadas – estão vinculadas aos grandes
problemas da geração, da corrupção e do ser das coisas. Para Platão,
A) O dualismo ontológico é uma impossibilidade, enquanto o mundo
sensível traz em si a causa da sua própria existência.
B) A Ideia é um ente puro de razão, uma representação mental: não um ser
dotado de realidade ontológica ou de potência causal.
C) Há inteligibilidade e, então, possibilidade de se produzir ciência
(episteme) no mundo da sensibilidade, do corpóreo, do múltiplo
D) As coisas sensíveis não se explicam com elementos físicos (cor, figura,
extensão), mas em função de uma causa-em-si, verdadeira e não física.

3- O diálogo socrático de Platão é obra baseada em um sucesso histórico: no


fato de Sócrates ministrar os seus ensinamentos sob a forma de perguntas e
respostas. Sócrates considerava o diálogo como a forma por excelência do
exercício filosófico e o único caminho para chegarmos a alguma verdade
legítima. De acordo com a doutrina socrática,
A) a busca pela essência do bem está vinculada a uma visão antropocêntrica
da filosofia.
B) é a natureza, o cosmos, a base firme da especulação filosófica.
C) o exame antropológico deriva da impossibilidade do autoconhecimento e
é, portanto, de natureza sofística.
D) a impossibilidade de responder (aporia) aos dilemas humanos é sanada
pelo homem, medida de todas as coisas.

4- (UFU 2020) A Alegoria da Caverna expõe, em forma de imagem, alguns dos


conceitos mais importantes do pensamento platônico, dentre eles os
conceitos de doxa e episteme. Assinale a alternativa que apresenta a
descrição correta desses dois conceitos.
A) Conhecimento falso, limitado às aparências e aos sentidos, baseado na
multiplicidade; conhecimento verdadeiro, alcançado pela dialética, busca
conhecer o que é uno e imutável.
B) Conhecimento verdadeiro, baseado nas aparências e nos sentidos, busca a
multiplicidade dos seres; conhecimento falso, baseado na dialética, busca
conhecer o uno e o múltiplo.
C) Conhecimento falso, baseado na dialética, busca atingir sempre a unidade
da essência para superar as aparências; conhecimento verdadeiro, baseado só
nos sentidos do corpo.
D) Conhecimento relativo, nem verdadeiro, nem falso, baseado na
sensibilidade e na dialética; concebe que a verdade emerge do múltiplo para
o uno, a saber: as aparências.
Gabarito
1-B 2- D 3-A 4-A

Aristóteles
1-“O filósofo natural e o dialético darão definições diferentes para cada uma
dessas afecções. Por exemplo, no caso da pergunta “O que é a raiva? ”, o
dialético dirá que se trata de um desejo de vingança, ou algo deste tipo; o
filósofo natural dirá que se trata de um aquecimento do sangue ou de fluidos
quentes do coração. Um explica segundo a matéria, o outro, segundo a forma e a
definição. A definição é o “o que é” da coisa, mas, para existir, esta precisa da
matéria.”
Aristóteles. Sobre a alma, I,1 403a 25-32. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da
Moeda, 2010.
Considerando-se o trecho acima, extraído da obra Sobre a Alma, de Aristóteles
(384-322 a.C.), assinale a alternativa que nomeia corretamente a doutrina
aristotélica em questão.
A) Teoria das categorias.
B) Teoria do ato-potência.
C) Teoria das causas.
D) Teoria do eudaimonismo.

2- Segundo Giovanni Reale, ―a metafísica aristotélica é inteiramente


constituída por termos e conceitos pluridimensionais e polivalentes, e isso
vale a começar pelo próprio conceito que define ‗metafísica‘ ou ‗filosofia
primeira‘, que constantemente, ao longo dos catorze livros, é determinado de
quatro modos diferentes‖. REALE, G. Aristóteles: Metafísica. Ensaio
Introdutório, Vol 1. Trad. Marcelo Perine. São Paulo: Ed. Loyola, 2001, p.
37.

Sobre os quatro modos diferentes, assinale a alternativa INCORRETA.

A) Trata-se de ciência do ser enquanto ser e do que compete ao ser enquanto ser,
isto é, ciência das causas e dos princípios supremos.
B) Trata-se de ciência da percepção sensível e, então, ancorada em constatações
empíricas que buscam no ―o quê‖ as coisas que são a sua razão de ser.
C) O ser tem múltiplos significados, então, a metafísica é ciência das causas e dos
princípios da substância, fundamento de todos os outros significados.
D) A metafísica é ciência teológica ou relativa às coisas divinas, pois se dedica a
uma substância primeira, transfísica ou suprafísica.

3- De fato, os homens começaram a filosofar, agora como na origem, por causa


da admiração, na medida em que, inicialmente, ficavam perplexos diante das
dificuldades mais simples; em seguida, progredindo pouco a pouco,
chegaram a enfrentar problemas sempre maiores [...]. ARISTÓTELES.
Metafísica, v. I. São Paulo: Edições Loyola, 2002. p. 11 [982b].
Admiração ou espanto, essa é a atitude que Aristóteles considerava como o
princípio do filosofar. Assinale a alternativa que justifica o raciocínio do
filósofo grego.
A) O espanto é a atitude de êxtase em face da revelação da verdade eterna
assinalada por um saber divino que abarca toda a realidade, pois dispensa
qualquer uso do pensamento ou da experiência guiada pelo pensamento.
B) O espanto causa perplexidade em quem se depara com algo desconhecido
e assim se sente impelido a querer saber; essa atitude é própria do filosofar,
por isso, ―agora como na origem, o que motiva os homens é a libertação da
ignorância.
C) O espanto reforça a ignorância humana, pois tudo que existe possui uma
ordem imutável e eterna, e quem se submeter cegamente aos designíos do
desconhecido, apesar de abdicar de sua liberdade, terá na ignorância o seu
maior bem.
D) O espantoso, para Aristóteles, era constatar, na cultura grega, que os
homens diante da menor dificuldade eram incapazes de pensar que este
mundo é uma ilusão; o mundo verdadeiro está além do sensível e só pode ser
contemplado.

4- Em relação ao silogismo categórico de Aristóteles é INCORRETO afirmar


que
A) o termo médio aparece na conclusão do silogismo e nunca nas premissas.
B) a primeira proposição é chamada premissa maior; a segunda, premissa
menor, e a terceira conclusão.
C) o termo médio é aquele que produz a ligação entre os termos das
premissas, produz a conclusão e, assim, ele se faz presente nas premissas
maior e menor.
D) sendo as premissas verdadeiras, a conclusão também será,
necessariamente, verdadeira.

5- Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C), apesar de ter sido discípulo de Platão, criou
sua própria filosofia. Uma das diferenças marcantes entre os dois é a
importância dada aos fenômenos naturais do chamado mundo sensível. No
mundo sensível, a mudança é constante, característica que Aristóteles
procura explicar a partir das concepções de matéria, forma, potência e ato.
Com base nos seus conhecimentos e no texto acima, assinale a alternativa
que define corretamente a concepção aristotélica de ato e potência.
A) A potência e o ato são conceitos que não se referem, de fato, às coisas
materiais sujeitas à transformação.
B) A potência é o momento presente, atual da matéria; ato é o que ela poderá
vir a fazer.
C) A potência e o ato não se relacionam com a matéria.
D) A potência é o que a matéria virá a ser, seu devir, o princípio do
movimento; ato é aquilo que ela é no presente.

6- Em sua obra Ética a Nicômaco, Aristóteles propôs a ideia de que a virtude é


a disposição para buscar o meio termo ou a justa medida entre o excesso e a
falta em determinada conduta.
Com base nessa afirmação e em seus conhecimentos sobre a obra de
Aristóteles, assinale a alternativa correta.
A) Coragem é o justo meio entre covardia e temeridade.
B) Covardia é o justo meio entre temeridade e coragem.
C) Temeridade é o justo meio entre coragem e covardia.
D) Coragem, covardia e temeridade não são termos que se relacionam à
ética.

Gabarito: 1-C 2-B 3-B 4-A 5-D 6-A

Agostinho e Tomás de Aquino


1- Agostinho, em Confissões, diz: “Mas após a leitura daqueles livros dos
platônicos e de ser levado por eles a buscar a verdade incorpórea, percebi
que ‘as perfeições invisíveis são visíveis em suas obras’ (Carta de Paulo aos
Romanos, 1, 20) ”. Agostinho de Hipona. Confissões, livro VII, cap. 20,
citado por: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. Tradução do autor.
Nesse trecho, podemos perceber como Agostinho
A) se utilizou da Bíblia para conhecer melhor a filosofia platônica.
B) utiliza a filosofia platônica para refutar os textos bíblicos.
C) separa nitidamente os domínios da filosofia e da religião.
D) foi despertado para o conhecimento de Deus a partir da filosofia
platônica.
2- Sobre a compatibilidade ou incompatibilidade entre fé cristã e filosofia
grega, assinale a alternativa INCORRETA.
A) A filosofia grega conhece o princípio de unidade do divino, mas numa
esfera que acolhia grande multiplicidade de entes, forças e níveis
hierárquicos. Portanto, permaneceu sempre aquém de uma concepção
propriamente monoteísta.
B) A propósito do problema da “origem dos seres”, a mensagem cristã
rompe com a filosofia grega na medida em que fala de “criação”. Deus,
segundo tal mensagem, não usou nada preexistente, como o Demiurgo de
Platão, nem se valeu de “sub-motores”, como a divindade aristotélica.
C) na filosofia grega, o homem está sempre inscrito em um horizonte
cosmocêntrico. Ali, o homem não é a realidade mais elevada, mas tão-
somente parte de algo que lhe é superior. No âmbito da fé cristã, o homem é
visto como criatura privilegiada no processo de criação divina.
D) Platão fala de unicidade do Demiurgo (divino ordenador do cosmos) e
Aristóteles trata de um primeiro motor imóvel único, pensamento de si
mesmo: com a Bíblia, tem-se apenas a ratificação de um monoteísmo já
defendido pela Filosofia Antiga.

3- Segundo Chauí (2000), [...] na Idade Média o pensamento estava


subordinado ao princípio da autoridade, isto é, uma ideia é considerada
verdadeira se for baseada nos argumentos de uma autoridade reconhecida
[...] CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000, p. 45.
Sobre a filosofia da Idade Média é INCORRETO afirmar que
A) O tema principal de que se ocupou a filosofia na Idade Média foi o das
relações entre a razão e a fé.
B) A filosofia se tornou serva do cristianismo e, com isso, rejeitou a filosofia
pagã, Platão e Aristóteles.
C) Para essa filosofia, a fé na revelação proporciona o conhecimento mais
elevado, superior àquele da razão.
D) A doutrina da iluminação divina explica como a filosofia pagã provém
das mesmas fontes das verdades cristãs.

4- A filosofia grega se expandiu para além das fronteiras do mundo helênico e


influenciou outros povos e culturas. Com o cristianismo não foi diferente e,
aos poucos, a filosofia foi absorvida. Conforme Chalita, um dos motivos
dessa absorção foi: [...] a necessidade de organizar os ensinamentos cristãos,
de reunir os fatos e conceitos do cristianismo sob a forma de uma doutrina e
elaborar uma teologia rigorosa. (CHALITA, G. Vivendo a Filosofia. São
Paulo: Ática, 2006, p. 94.) Uma das características da patrística é a busca da
conciliação entre a fé e a filosofia, e Agostinho de Hipona, ou Santo
Agostinho (354 d.C. – 430 d.C.), influenciado pelo neoplatonismo, tornou-se
uma referência para a filosofia cristã. Em relação ao desenvolvimento das
ciências naturais, porém, o pensamento de Agostinho não deu grande
impulso uma vez que sua filosofia – tal como a do mestre Platão – não
adotava os fenômenos naturais como objeto de reflexão. Com base nos
textos acima e em seus conhecimentos sobre a obra de Agostinho de Hipona,
assinale a alternativa INCORRETA.
A) Agostinho de Hipona criou a doutrina da iluminação divina baseado na
teoria da reminiscência de Platão, conciliando de modo original a fé cristã e
o pensamento filosófico.
B) A observação, a experimentação e a aplicação dos princípios da
geometria sobre os fenômenos naturais foi uma das principais características
da filosofia de Santo Agostinho.
C) Conforme Agostinho de Hipona, a filosofia grega é um instrumento útil
para a fé cristã.
D) As verdades eternas e imutáveis, que têm sua sede em Deus, só podem
ser alcançadas pela iluminação divina.

5- (UFU 2020) O filósofo e monge dominicano São Tomás de Aquino (1225 –


1274 d.C.) elaborou uma filosofia que estava fundada em dois pilares
principais: a fé cristã e a filosofia de Aristóteles (384 – 322 a.C.).
A respeito da filosofia tomista, é INCORRETO afirmar que Tomás de
Aquino
A) debateu, com outros filósofos, sobre a filosofia de Aristóteles.
B) escreveu sobre várias áreas da filosofia: ética, lógica e outras.
C) admitiu, por fim, a superioridade da filosofia sobre a fé cristã.
D) propôs argumentos racionais para provar a existência de Deus.

Gabarito: 1-D 2-D 3-B 4-B 5-C

Descartes
1- Leia o texto e as assertivas abaixo. René Descartes (1596 – 1650) é considerado
por muitos “o pai da filosofia moderna”, pois em obras como O discurso sobre o
método e Meditações metafísicas colocou em xeque conhecimentos
considerados indubitáveis. Em especial, suas reflexões o levam a questionar o
valor epistemológico dos conhecimentos do senso comum, dos argumentos de
autoridade e do testemunho dos sentidos.
I - Descartes foi um dos filósofos da Era Moderna que valorizou o papel do
método no avanço do conhecimento.
II - Descartes colocou em dúvida o valor das informações que se obtêm por
meio da experiência sensível.
III - As teorias de Descartes seguiram o modelo aristotélico de investigação dos
fenômenos naturais.
Assinale a alternativa correta.
A) I e III são verdadeiras. B) II e III são verdadeiras. C) I e II são verdadeiras.
D) I e III são falsas.

2- Na obra Discurso do método, o filósofo francês Renê Descartes descreve as


quatro regras que, segundo ele, podem levar ao conhecimento de todas as coisas
de que o espírito é capaz de conhecer. Quanto a uma dessas regras, ele diz que se
trata de “dividir cada dificuldade que examinasse em tantas partes quantas
possíveis e necessárias para melhor resolvê-las”. Descartes. Discurso do método,
I-II, citado por: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. Tradução de Marcus Penchel.
Essa regra, transcrita acima, é denominada
A) regra da análise.
B) regra da síntese.
C) regra da evidência.
D) regra da verificação.

3- [...] e noto aqui que o pensamento é um atributo que me pertence. Só ele não
pode ser desprendido de mim. Eu sou, eu existo. Isto é certo; mas por quanto
tempo? A saber, durante o tempo em que penso; pois talvez pudesse ocorrer, se
eu cessasse de pensar, que cessasse ao mesmo tempo de existir‖. DESCARTES,
R. Meditações metafísicas. Tradução de Maria Ermantina Galvão. São Paulo:
Martins Fontes, 2005. p. 46 – grifos do autor.
Assinale a alternativa que justifica o pensamento como a verdade primeira da
filosofia de Descartes.
A) O pensamento depende do corpo e dos sentidos do corpo, pois, sem a
materialidade corporal, o pensamento é impotente e inexpressivo.
B) O pensamento é a certeza indubitável, pois a dúvida e o engano não são
situações capazes de negar a condição inata do pensamento.
C) O pensamento não pode ser intuído, por isso a sua veracidade depende da
subordinação do ser às verdades da fé.
D) O pensamento é algo misterioso e só pode ser admitido como algo
desconhecido, e mesmo assim é o fundamento da verdade.

4- (UFU 2020) René Descartes (1596–1650) pode ser considerado o pai da


filosofia moderna, pois, em vários aspectos, permitiu uma visão crítica da
filosofia medieval, especialmente no que se referia à possibilidade do
conhecimento da natureza. Seu livro O discurso do método é um marco para
esse ponto de virada filosófica e coloca, em destaque, a importância da dúvida
metódica para a investigação científica.
Nesse sentido, essa dúvida cartesiana implicava
A) exercitar o método, obter e aceitar apenas ideias claras e distintas.
B) duvidar de tudo, exceto das verdades da fé cristã já estabelecidas.
C) aceitar os conceitos da filosofia tomista como verdades absolutas.
D) só aceitar como indubitáveis as certezas que vierem dos sentidos.

Gabarito: 1-C 2-A 3-B 4-A

Hume
1- David Hume (1711-1776) é um dos representantes do empirismo. Sua teoria
sobre as ideias parte do princípio de que não há nada em nossa mente que
não tenha passado antes pelos sentidos, portanto, as ideias vão se formando
ao longo da vida. Dessa forma, Hume afasta-se do princípio da corrente
racionalista ou inatista segundo a qual afirma que há ideias inatas em nossa
mente. De acordo com o pensamento de Hume, é correto afirmar que
A) as percepções dos sentidos geram impressões e ideias.
B) as ideias que podem ser consideradas verdadeiras são as inatas.
C) as ideias fictícias são as que têm mais alto grau de ser.
D) as percepções dos sentidos nos enganam, por isso as ideias daí
decorrentes são falsas

2- Segundo David Hume, é correto afirmar que o princípio de causalidade é


A) o resultado da nossa forma habitual de perceber os fenômenos, uns em
conjunção com os outros.
B) o nexo, fixado por Deus na criação, entre os objetos da experiência.
C) o conhecimento a priori da natureza e dos seus fenômenos.
D) o ato de conectar os objetos da experiência a partir dos valores e
interesses utilitários de uma classe social.

3- Hume descreveu a confiança que o entendimento humano deposita na


probabilidade dos resultados dos eventos observados na natureza. Ele
comparou essa convicção ao lançamento de dados, cujas faces são
previamente conhecidas, porém, nas palavras do filósofo: [...] verificando
que maior número de faces aparece mais em um evento do que no outro, o
espírito [o entendimento humano] converge com mais frequência para ele e o
encontra muitas vezes ao considerar as várias possibilidades das quais
depende o resultado definitivo. HUME, D. Investigação acerca do
entendimento humano. Tradução de Anoar Aiex. São Paulo: Nova Cultural,
1989, p. 93. Coleção “Os Pensadores”.
Esse tipo de raciocínio, descrito por Hume, conduz o entendimento humano
a uma situação distinta da certeza racional, uma espécie de “falha”,
representada pelo(a)
A) verdade da fantasia, que é superior à certeza racional.
B) crença, que ocupa o lugar da certeza racional.
C) sentido visual, que é mais verídico que a certeza sensível.
D) ideia inata, que atua como o a priori da razão humana.

4- ―O pensamento mais vivo é sempre inferior à sensação mais embaçada.


HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. Tradução de
Anoar Alex. In: BERKELY, G.; HUME, D. Berkeley, Hume. São Paulo:
Nova Cultural, 1989. p. 55-145. p. 69. Coleção Os Pensadores.
A frase de Hume sintetiza uma tese da sua teoria do conhecimento. A
posição sustentada pelo filósofo
A) somente reafirma o realismo de John Locke, que considera unicamente a
experiência como fundamento da autonomia do entendimento.
B) adere ao cartesianismo, para dizer que as representações da razão sempre
são anteriores à experiência sensível e critério de verdade desta.
C) afirma a precedência da impressão sensível para a produção de ideias,
com as quais o entendimento humano alcança a sua autonomia.
D) defende a noção de causalidade como o fundamento absoluto para o
conhecimento humano nos limites da reta razão.
GABARITO: 1-A 2-A 3-B 4-C

Kant
1- Leia a citação a seguir.

A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma grande parte dos
homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma direção
estranha, continuem no entanto de bom grado menores durante toda a vida.
São também as causas que explicam porque é tão fácil que os outros se
constituam em tutores deles. KANT, I. Resposta à pergunta: que é
“Esclarecimento”? (Aufklarüng). In: ______. Textos seletos. Tradução de
Raimundo Vier. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2005, p. 64.

A menoridade de que fala Kant é a condição daqueles que não fazem o uso
da razão. Essa condição evidencia a ausência
A) do idealismo necessário para a ampliação dos horizontes existenciais.
B) da autonomia para fazer uso próprio da razão sem a tutela de outrem.
C) da religião encarregada de fazer feliz o homem indigente de pensamento.
D) da ignorância, pois quem se deixa guiar pelos outros acerta sempre.

2- De acordo com o pensamento do filósofo Immanuel Kant (1724-1804), os


juízos a priori são todos analíticos e os juízos a posteriori são todos
sintéticos. Assinale a alternativa que define corretamente as noções de juízo
analítico e juízo sintético.
A) O juízo analítico é uma proposição que não pode ser pensada sem ser
simultaneamente acompanhada de sua necessidade, já o juízo sintético não é
uma proposição necessária.
B) No juízo analítico, o sujeito está contido no conceito do predicado, mas,
no juízo sintético, o predicado advém da experiência.
C) No juízo analítico, o predicado pertence ao sujeito como algo que está
contido nele, já no juízo sintético, o predicado está totalmente fora do
conceito do sujeito.
D) O juízo analítico é uma proposição necessária, já no juízo sintético, o
predicado vai além do conceito do sujeito, acrescentando algo a esse.
3- Para Immanuel Kant,
A) transcendental é o conhecimento enquanto tal, na medida em que é
possível a posteriori, ou seja, como objeto de apreensão sensível/material.
B) transcendental é uma forma de conhecimento não dos próprios objetos,
mas dos modos pelos quais podem ser conhecidos, ou seja, as condições da
experiência possível
C) transcendente é o conhecimento que trata dos princípios que não
ultrapassam os limites da experiência, como os teológicos e os
cosmológicos.
D) a distinção transcendental e empírico envolve elementos da metafísica
clássica, de origem platônica.

4- Os princípios práticos se dividem em dois grandes grupos, que Kant chama,


respectivamente, de ‘máximas’ e ‘imperativos’. [...] os imperativos são os
princípios práticos objetivos, isto é, válidos para todos. Os imperativos são
“mandamentos” ou “deveres”, ou seja, regras que expressam uma
necessidade objetiva da ação, o que significa que, “se a razão determinasse
completamente a vontade, a ação ocorreria segundo tal regra” ao passo que a
intervenção de fatores emocionais e empíricos podem desviar esta vontade.
REALE,G., DARIO, A. História da Filosofia, vol. II. São Paulo: Paulus,
1990, p. 903 (adaptado)
Para Kant, é correto afirmar que os imperativos
A) são subjetivos e, dessa forma, não podem ser princípios universais.
B) devem determinar a razão, pois são princípios válidos para todos.
C) determinam a vontade, sem que as emoções interfiram.
D) sendo “máximas”, não expressam a necessidade objetiva da ação

5- Considere as questões que Immanuel Kant lança ao seu leitor nas primeiras
páginas da Estética Transcendental. Que são então o espaço e o tempo? São
entes reais? Serão apenas determinações ou mesmo relações de coisas,
embora relações de espécie tal que não deixariam de subsistir entre as coisas,
mesmo que não fossem intuídas? Ou serão unicamente dependentes da
forma da intuição e, por conseguinte, da constituição subjetiva do nosso
espírito, sem a qual esses predicados não poderiam ser atribuídos a coisa
alguma? KANT. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1994,
p. 64.
Sobre as noções kantianas de tempo e espaço é correto afirmar que essas
noções são as formas
A) da experiência possível, que só podem ser conhecidos a posteriori.
B) da razão, resultantes da participação do homem no Ser de Deus.
C) a priori da razão, a partir das quais os objetos nos são dados na
experiência.
D) de conceber a experiência, aprendidas culturalmente desde a infância e ao
longo da nossa história.

6- Imannuel Kant (1724 – 1804) reconheceu a importância dos avanços das


ciências naturais, em especial da física, que passou de um conhecimento
meramente especulativo para se constituir em ciência. A metafísica, por sua
vez, não obteve o mesmo sucesso, pois, continuando a ser especulativa, por
mais que os sistemas fossem muito bem elaborados, suas verdades não eram
indiscutíveis. Assim, Kant procura dar à metafísica a mesma consistência
que possuíam outros campos do saber, fundamentados em juízos sintéticos a
priori. Com base nas explicações acima e nos seus conhecimentos, assinale a
alternativa que define a concepção kantiana de juízo sintético a priori.
A) São universais, necessários e ampliam o conhecimento.
B) Não são universais e necessários, mas permitem ampliar o conhecimento.
C) São universais e necessários, mas não permitem ampliar o conhecimento.
D) Não são nem universais e nem necessários, portanto não permitem
ampliar o conhecimento.

Gabarito: 1-B 2-C 3-B 4-B 5-C 6-A

Conteúdo programático 4.1 (Maquiavel,


Hobbes e Rousseau)
1- Com relação à noção de estado de natureza, que é o estado em que os seres
humanos se achavam antes da formação da sociedade, podem-se identificar, na
filosofia política moderna, três tendências:
1. Os seres humanos são naturalmente egoístas e, no estado de natureza, se
achavam numa guerra de todos contra todos daí que, por medo uns dos outros,
aceitam renunciar à liberdade e constituir um Soberano, o estado, que garanta a
paz.
2. Não é por medo uns dos outros, e sim para garantir o direito à propriedade e à
segurança que os seres humanos consentem em criar uma autoridade que possa
tornar isso possível.
3. No estado de natureza, os seres humanos eram felizes e foi o advento da
propriedade privada e da sociedade civil que tornou alguns escravos de outros.
Podem-se atribuir essas três concepções, respectivamente, a
A) Hobbes, Rousseau e Maquiavel.
B) Hobbes, Locke e Rousseau.
C) Maquiavel, Hobbes e Locke.
D) Rousseau, Maquiavel e Locke.

2- Em uma situação hipotética da saída dos homens do estado de natureza, o pacto


social, firmado por um grupo de indivíduos, implica a renúncia ao direito
individual absoluto, o qual será transferido para um soberano encarregado de
promover a paz, e que merecerá desse grupo a obediência total – salvo na
situação em que esse soberano se tornar impotente para a manutenção da paz e
da prosperidade. Essas afirmações estão contidas no pensamento político de um
filósofo contratualista moderno. Assinale a alternativa que nomeia o filósofo em
questão.
A) Jean-Jacques Rousseau
B) Jean Bodin
C) John Locke
D) Thomas Hobbes

3- A maior parte daqueles que escreveram alguma coisa a propósito das repúblicas
ou supõe, ou nos pede, ou requer que acreditemos que o homem é uma criatura
que nasce apta para a sociedade. HOBBES, T. Do cidadão. Tradução de Renato
Janine Ribeiro. São Paulo: Martins Fontes, 2002 . p. 25.
Hobbes refutava a pretensa sociabilidade natural do homem. Assinale a
alternativa que, segundo Hobbes, justifica a associação dos homens em uma
comunidade política.
A) O sentimento de igualdade garante o convívio humano, portanto, essa certeza
atesta a inexistência do medo no estado de natureza e revela que a camaradagem
é o alicerce da sociedade civil.
B) O pacto social confirma a ideia inatista da sociabilidade humana, os afetos
que estão em cada indivíduo e os impelem à vida em comunidade,
independentemente das vantagens que esse modo de vida acarreta.
C) O amor é o sentimento que une os homens, pois nisso consiste a verdadeira
igualdade entre os homens, e a comunidade política se origina desse laço afetivo
capaz de materializar o pacto social.
D) O homem não é naturalmente levado a viver em sociedade, a ordem civil é
acidental, a união não é movida pela busca de companhia, mas pelo proveito que
essa união poderá proporcionar

4- Dentre os filósofos do chamado século das luzes, que preconizavam a difusão do


saber como o meio mais eficaz para se pôr fim à superstição, à ignorância, ao
império da opinião e do preconceito, e que acreditavam estar dando uma
contribuição enorme para o progresso do espírito humano, Rousseau,
certamente, ocupa um lugar não muito cômodo. NASCIMENTO, Milton Meira.
Rousseau: da servidão à liberdade. In. WEFFORT, Francisco C. Os Clássicos da
Política, Vol. 1. São Paulo: Ática, 1991, p. 189.
Sobre a filosofia política de Rousseau, é correto afirmar que
A) uma vez instaurado governo como corpo submisso à autoridade soberana,
ulterior esforço de manutenção deste estado torna-se desnecessário.
B) as formas clássicas de governo aristocrático são incompatíveis com a ideia de
um povo soberano.
C) apenas por um pacto legítimo os homens, após terem perdido a sua liberdade
natural, podem receber, em troca, a liberdade civil.
D) a ação política/governamental é boa em si quando leva em consideração a
natureza própria do ser humano, da sua índole natural.

5- O desenvolvimento das ciências naturais na era moderna influenciou a corrente


filosófica denominada empirismo que tem por característica fundamental a
ênfase do papel da experiência sensível no conhecimento. Dentre os
representantes do empirismo inglês podemos destacar, entre outros nomes,
Thomas Hobbes, John Locke e David Hume. Hobbes, apesar de receber também
outras influências filosóficas como o nominalismo, é influenciado pelas ideias
empiristas, tanto que a primeira parte de seu livro O Leviatã ou Forma e matéria
do Estado é composta por uma teoria do conhecimento baseada nas ideias desta
corrente. Um dos resultados desta influência é a concepção de pacto social: para
Hobbes, observando o comportamento dos homens podemos conhecer sua
natureza, assim, conclui: os pactos sem a espada não passam de palavras.
Com base no texto acima e em seus conhecimentos sobre a filosofia
hobbesiana, assinale a alternativa que descreve o significado da expressão: os
pactos sem a espada não passam de palavras.
A) O poder do Estado deriva da natureza humana: uma vez que os homens
concordem em obedecer a lei, cumprirão integralmente a palavra dada.
B) O poder do Estado se consolida com o uso simbólico da espada no poder
legislativo; a expressão palavras representa a lei.
C) A única forma de os homens cumprirem suas promessas é pelo medo da
punição caso fujam do compromisso de manter a palavra dada.
D) A frase de Hobbes aplica-se somente ao estado de natureza, sendo
desnecessário o uso da força no estado civil, depois do Estado constituído.

6- (UFU 2020) Leia o Texto 1, recorte de uma reportagem publicada em Comunica


UFU, e o Texto 2, excerto da obra O Príncipe, de Maquiavel (1469–1527).
Texto 1 “Muitas cidades brasileiras sofrem com problemas de inundação em
períodos de chuvas intensas e no território uberlandense não é diferente. Isso
acontece em decorrência da impermeabilização de grandes áreas, da canalização
de córregos e da retirada de vegetação natural. ” Disponível em:
comunica.ufu.br/notícia. Acesso em: 22. jan. 2020.

Texto 2 “Comparo-a a um desses rios impetuosos que, quando se encolerizam,


alagam as planícies, destroem as árvores, os edifícios, arrastam montes de terra
de um lugar para outro: tudo foge diante dele, tudo cede ao seu ímpeto [...] não é
menos verdade que os homens, quando volta a calma, podem fazer reparos e
barragens, de modo que, em outra cheia, aqueles rios correrão por um canal e o
seu ímpeto não será tão livre nem tão danoso” MAQUIAVEL, Nicolau. O
Príncipe. Coleção Os Pensadores. Trad. Lívio Xavier. São Paulo: Abril Cultural,
1973. p. 107.

Assinale a alternativa que apresenta a temática que correlaciona os dois textos.


A) Falta de sorte dos habitantes, por residirem em cidades construídas em áreas
de vazantes de rios e de riachos.
B) Falta de virtù dos governantes que são incapazes de agir corretamente para
evitar as constantes enchentes.
C) Falta de informações geográficas sobre clima, hidrografia e planejamento
urbano, o que resulta em enchentes.
D) Falta de fortuna, no sentido maquiaveliano, ou seja, falta de recursos
financeiros para prevenir enchentes.

7- (UFU 2020) Leia o excerto do Leviatã de Thomas Hobbes (1588–1679).

“Desta guerra de todos os homens contra todos os homens também isto é


consequência: que nada pode ser injusto. As noções de bem e mal, de justiça e
de injustiça não podem aí ter lugar. Onde não há poder comum não há lei, e
onde não há lei não há injustiça. A justiça e a injustiça não fazem parte das
faculdades do corpo ou do espírito. Se assim fosse, poderiam existir num
homem que estivesse sozinho no mundo, do mesmo modo que seus sentidos e
paixões.” HOBBES, Thomas. Leviatã: ou matéria, forma e poder de um Estado
eclesiástico e civil. Trad. João P. Monteiro e Maria B. N. da Silva. São Paulo:
Nova Cultural, 1988.
Do excerto acima, depreende-se que
I. No estado de natureza, existe moralidade.
II. A noção de que “o homem é o lobo do homem”.
III. O Estado já é tratado como poder político.
IV. O Pacto Social e o do Estado são necessários.
Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas.
A) apenas I e II.
B) apenas I e III.
C) apenas II e IV.
D) apenas III e IV

GABARITO: 1-B 2-D 3-D 4-D 5-C 6-B 7- C

Marx
1- O desenvolvimento das ciências naturais trouxe impactos sobre a produção
tecnológica e chegou até os processos de trabalho, modificando antigos sistemas
por máquinas a vapor. Essas mudanças trouxeram resultados também para as
relações sociais, como observa Karl Marx (1818-1883) em sua obra: Miséria da
filosofia: As relações sociais estão intimamente ligadas às forças produtivas.
Apoderando-se de novas forças produtivas, os homens mudam seu modo de
produção e, mudando o modo de produção, a maneira de ganhar a vida, mudam
todas as suas relações sociais. O moinho braçal vos dará a sociedade com o
senhor feudal, e o moinho a vapor a sociedade com o capitalista industrial.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia: do romantismo ao
empiriocriticismo. São Paulo: Paulus, 2005, p. 195, v. 5. (Coleção Filosofia).
Com base no texto acima e no pensamento de Karl Marx, assinale a alternativa
correta.
A) O trabalho é um meio de produção de bens materiais para prover as
necessidades humanas não influenciado pelo progresso tecnológico. Assim, o
trabalho deve ser analisado como parte intrínseca da busca pela sobrevivência,
não como desenvolvimento das potencialidades humanas.
B) A diferença entre sociedades está ligada à diferença entre os meios de
produção que avançaram em tecnologia – que impactam o trabalho –
principalmente devido ao desenvolvimento das ciências naturais, a física, a
química, entre outras.
C) Karl Marx separa a humanidade do homem e o seu trabalho como coisas que
não têm mútua influência, por isso o trabalho na sociedade industrial não pode
ser alienante.
D) O desenvolvimento das ciências naturais e o capitalismo foram forças
antagônicas que se digladiaram durante as revoluções industriais, pois o
desenvolvimento tecnológico – decorrente das ciências – não alterou os
processos de trabalho.

2- O modo de produção da vida material condiciona o processo em geral de vida


social, político e espiritual. Não é a consciência dos homens que determina o seu
ser, mas, ao contrário, é o seu ser social que determina a sua consciência.
MARX, K. Para a crítica da economia política. Tradução de José Arthur
Giannotti e Edgar Malagodi. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Coleção ―Os
Pensadores‖. p. 30.
Assinale a alternativa que apresenta a definição correta do que é a ―produção
da vida material:
A) É o desenvolvimento das forças produtivas materiais, isto é, a estrutura
econômica da sociedade.
B) é a geração da sociedade civil a partir dos valores espirituais que determinam
a ordem jurídica da sociedade.
C) é a superestrutura jurídica e política que, sob a forma de Estado nacional,
alimenta o tecido social.
D) São os agentes da ordem absoluta e imutável da razão universal que criam a
sociedade civil.

3- Segundo Karl Marx (1818-1883), “não é a consciência dos homens que


determina o seu ser; é o seu ser social que, inversamente, determina a sua
consciência”. Contribuição à crítica da economia política. São Paulo: M. Fontes,
1977. p. 23.
Essa citação sintetiza o pensamento filosófico, político, histórico e econômico
desse pensador, que se convencionou chamar de
A) Liberalismo de esquerda.
B) Idealismo dialético.
C) Atomismo econômico.
D) Materialismo histórico.

4- [...] na produção social da própria vida, os homens contraem relações


determinadas, necessárias e independentes de sua vontade, relações de produção
estas que correspondem a uma etapa determinada de desenvolvimento das suas
forças produtivas materiais. MARX, K. Para a crítica da economia política.
Tradução de José Arthur Giannotti e Edgar Malagodi. In: ______. Marx, volume
1. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 1-157. p. 29. Coleção ―Os Pensadores‖.
Considerando a afirmação apresentada, assinale a alternativa correta acerca da
interpretação do pensamento de Marx.
A) as relações sociais decorrem das relações de produção material estabelecidas
entre os indivíduos; elas são as bases da sociedade civil e equivalem à sua
estrutura econômica, que determina a superestrutura jurídica e política.
B) as relações materiais são subordinadas à cultura de um determinado povo,
que, graças à sua consciência histórica, é capaz de estabelecer os modos de
produção em conformidade com os valores espirituais ditados pela razão
absoluta.
C) A sociedade civil é a expressão jurídica de um povo, cuja realidade é
determinada pelo grau de desenvolvimento espiritual que orienta as ações
humanas e subordina as forças produtivas aos valores culturais contidos na
religião, na arte e na política.
D) O modo de vida espiritual de um povo condiciona o processo geral da vida,
inclusive as relações materiais de produção, por isso a consciência dos homens
determina o ser social, e toda mudança depende exclusivamente da consciência.

GABARITO: 1 -B 2-A 3-D 4-A

NIETZSCHE
1- Quero ensinar aos homens o sentido do seu ser: o qual é o super-homem
[Übermensch], o raio vindo da negra nuvem homem. NIETZSCHE, F. Assim
falou Zaratustra. Tradução de Paulo César de Sousa. São Paulo: Companhia das
Letras, 2011. p. 21.
No fragmento, o filósofo propõe algo que possa fazer com que as pessoas
ultrapassem as convenções sociais que tornam os homens submissos à moral do
escravo e ao espírito de rebanho.
Assinale a alternativa que expressa a tarefa a ser realizada para a superação da
submissão humana.
A) Ensinar o sentido do ser significa admitir que há uma verdade secreta e
superior ao homem que o torna pequeno e submisso à moral vigente, mas que
lhe promete recompensas em uma vida além deste mundo.
B) Ensinar o sentido do ser equivale ao estabelecimento do critério para a
transvaloração de todos os valores sociais, o que dará ao homem a prerrogativa
para formar os seus próprios valores.
C) Ensinar o sentido do ser significa descobrir o Deus da tradição como o
fundamento que faz de cada indivíduo um escravo que deve se sentir feliz com a
sua situação, pois só assim obterá uma felicidade eterna.
D) Ensinar o sentido do ser significa promover o espírito de rebanho que acolhe
o superhomem e o faz entender que a virtude está na subordinação da vida aos
ditames da moral do escravo que faz da fraqueza a maior virtude.

2- Assinale a alternativa que indica a “moral do senhor”, de acordo com Nietzsche.


A) Os princípios metafísicos e morais dos diálogos de Platão.
B) A força, a criatividade, a saúde e o amor à vida.
C) Os princípios éticos e morais, que se encontram na Bíblia.
D) O ódio e o ressentimento dos fracos contra os mais fortes.

3- Nietzsche escreveu:

E vede! Apolo não podia viver sem Dionísio! O “titânico” e o “bárbaro” eram no
fim de contas, precisamente uma necessidade tal como o apolíneo!
NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo.
Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 38.

Assinale a alternativa que descreve corretamente o dionisíaco e o apolíneo.


A) O dionisíaco é a personificação da razão grega; o apolínio equivale ao poder
místico do uno primordial.
B) O dionisíaco é o homem teórico que personifica a sabedoria filosófica; o
apolíneo é a natureza e suas forças demoníacas.
C) O dionisíaco é o instinto, a embriaguez e a força vital; o apolíneo é a
racionalidade, o equilíbrio, a força figurativa.
D) O dionisíaco representa a força figurativa atuante na arte; o apolíneo
representa a música primordial não objetivada.

4- (UFU 2020) Leia a descrição dos dois conjuntos de valores morais do filósofo
Friedrich Nietzsche (1844 - 1900).
Uma moral é caracterizada por valorizar a saúde, a vida e não acreditar em
qualquer valoração no além da vida ou ideal ascético. A outra moral tem como
principal característica a valoração da bondade e da virtude.
Assinale a alternativa que apresenta os conceitos que são definidos por esses
dois conjuntos de valores morais.
A) Moral dos padres e moral protestante.
B) Moral do senhor e moral dos nobres.
C) Moral dos escravos e moral religiosa.
D) Moral dos nobres e moral do escravo.

GABARITO: 1-B 2-B 3-C 4-D

SARTRE
1- Considere o seguinte trecho, extraído da obra A náusea, do escritor e filósofo
francês Jean Paul Sartre (1889-1980).
“O essencial é a contingência. O que quero dizer é que, por definição, a
existência não é a necessidade. Existir é simplesmente estar presente; os entes
aparecem, deixam que os encontremos, mas nunca podemos deduzi-los. Creio
que há pessoas que compreenderam isso. Só que tentaram superar essa
contingência inventando um ser necessário e causa de si próprio. Ora, nenhum
ser necessário pode explicar a existência: a contingência não é uma ilusão, uma
aparência que se pode dissipar; é o absoluto, por conseguinte, a gratuidade
perfeita.” SARTRE, Jean Paul. A Náusea. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1986.
Tradução de Rita Braga, citado por: MARCONDES, Danilo Marcondes. Textos
Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000.
Nesse trecho, vemos uma exemplificação ou uma referência ao existencialismo
sartriano que se apresenta como
A) recusa da noção de que tudo é contingente.
B) fundamentado no conceito de angústia, que deriva da consciência de que tudo
é contingente.
C) denúncia da noção de má fé, que nos leva a admitir a existência de um ser
necessário para aplacar o sentimento de angústia.
D) crítica à metafísica essencialista.

2- Mas se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável


por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo
homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade da sua
existência. E, quando dizemos que o homem é responsável por si próprio, não
queremos dizer que o homem é responsável pela sua restrita individualidade,
mas que é responsável por todos os homens. [...] Assim, a nossa
responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, porque ela envolve
toda a humanidade. SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo.
Trad. Vergílio Ferreira. Lisboa: Presença, 1970. Apud ARANHA, M. L. de
Arruda e MARTINS, M. H. Pires. Filosofando: introdução à filosofia. São
Paulo: Moderna, 2009.
Conforme o texto, é correto afirmar que, para o existencialismo,
A) o homem não é responsável por todos os seus atos, pois a sociedade o
limita.
B) a humanidade é responsável pelo fato de os homens não terem plena
liberdade.
C) a sociedade limita as pessoas, logo não somos responsáveis por nossas
ações. D) a responsabilidade não é restrita ao indivíduo, estende-se a toda
humanidade.

3- A respeito da filosofia existencialista de Jean-Paul Sartre, é correto afirmar que:


A) O homem é o puro agir, e essa liberdade não conhece nenhuma
responsabilidade.
B) O homem é dotado de uma natureza humana imutável que determina o seu
ser.
C) O homem de início não é nada, ele será aquilo que fizer de si mesmo.
D) A vida segue um designo superior que submete o homem ao destino.

GABARITO:
1- D 2-D 3-C

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