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@GABINAMEDUFU
Exercícios
Atenção: Os seguintes temas foram retirados do edital no ano de 2020: Pré-socráticos;
silogismo de Aristóteles; Problema dos universais; juízo analítico e sintético de Kant;
Locke (do eixo dos contratualistas); Hegel. Portanto, caso encontre algum exercício que
envolva os temas citados, desconsidere.
Origem da filosofia
1- (UFU 2013)
A atividade intelectual que se instalou na Grécia a partir do séc. VI a.C. está
substancialmente ancorada num exercício especulativo-racional. De fato, “[...]
não é mais uma atividade mítica
(porquanto o mito ainda lhe serve), mas filosófica; e isso quer dizer uma
atividade regrada a partir de um comportamento
epistêmico de tipo próprio: empírico e racional”.
SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-socráticos. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1998,
p. 32.
Sobre a passagem da atividade mítica para a filosófica, na Grécia, assinale a
alternativa correta.
a)A mentalidade pré-filosófica grega é expressão típica de um intelecto
primitivo, próprio de sociedades selvagens.
b) A filosofia racionalizou o mito, mantendo-o como base da sua especulação
teórica, o que na prática significa que a
filosofia não passa também de uma mitologia.
c) Apesar de muitos filósofos terem influência da religião da qual faziam parte, a
filosofia se caracteriza pela importância
do uso da razão e da observação na elaboração de suas teorias, diferindo nesse
sentido do mito.
d) A Ilíada e a Odisseia de Homero que compõem a mitologia grega são
expressões culturais típicas de uma mentalidade
filosófica elaborada, crítica e radical, baseada no logos.
Gabarito:
1-C 2-C
Sócrates
1) UFU 2018- Considere o seguinte trecho “No diálogo Mênon, Platão faz Sócrates
sustentar que a virtude não pode ser ensinada, consistindo-se em algo que
trazemos conosco desde o nascimento, defendendo uma concepção, segundo a
qual temos em nós um conhecimento inato que se encontra obscurecido desde
que a alma encarnou-se. no corpo. O papel da filosofia é fazer-nos recordar deste
conhecimento” MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. p. 31. Nesse trecho, o autor descreve o que
ficou conhecido como
A) A teoria das ideias de Platão.
B) A doutrina da reminiscência de Platão.
C) A ironia socrática.
D) A dialética platônica.
A- II E IV
B- I E II
C- II E III
D- III E IV
Assinale:
a)Se apenas I e II estiverem corretas.
b)Se apenas I e III estiverem corretas.
c)Se apenas II, III e IV estiverem corretas.
d)Se III e IV estiverem corretas.
e)Se I e IV estiverem corretas.
5- (UFU 2020) “Tenho isto em comum com as parteiras: sou estéril em sabedoria; e
aquilo que há anos muitos censuram em mim, que interrogo os outros, mas nunca
respondo por mim porque não tenho pensamentos sábios a expor, é censura justa”.
(Teeteto, 15c).
O trecho acima é do livro Teeteto, de Platão, no qual Sócrates (469 – 399 a.C.) descreve
sua arte chamada de maiêutica, em grego, o parto, sendo que, pelo que se entende pelo
excerto, a principal caracterização da maiêutica é a aporia, que pode ser entendida como
um método de refletir filosoficamente que
GABARITO
Platão
1- UFU 2018 -Considere o seguinte trecho
“No diálogo Mênon, Platão faz Sócrates sustentar que a virtude não pode ser
ensinada, consistindo-se em algo que trazemos conosco desde o nascimento,
defendendo uma concepção, segundo a qual temos em nós um conhecimento
inato que se encontra obscurecido desde que a alma encarnou-se no corpo. O
papel da filosofia é fazer-nos recordar deste conhecimento”
MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Editora, 2000. p. 31.
Nesse trecho, o autor descreve o que ficou conhecido como
A) a teoria das ideias de Platão.
B) a doutrina da reminiscência de Platão.
C) a ironia socrática.
D) a dialética platônica.
Aristóteles
1-“O filósofo natural e o dialético darão definições diferentes para cada uma
dessas afecções. Por exemplo, no caso da pergunta “O que é a raiva? ”, o
dialético dirá que se trata de um desejo de vingança, ou algo deste tipo; o
filósofo natural dirá que se trata de um aquecimento do sangue ou de fluidos
quentes do coração. Um explica segundo a matéria, o outro, segundo a forma e a
definição. A definição é o “o que é” da coisa, mas, para existir, esta precisa da
matéria.”
Aristóteles. Sobre a alma, I,1 403a 25-32. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da
Moeda, 2010.
Considerando-se o trecho acima, extraído da obra Sobre a Alma, de Aristóteles
(384-322 a.C.), assinale a alternativa que nomeia corretamente a doutrina
aristotélica em questão.
A) Teoria das categorias.
B) Teoria do ato-potência.
C) Teoria das causas.
D) Teoria do eudaimonismo.
A) Trata-se de ciência do ser enquanto ser e do que compete ao ser enquanto ser,
isto é, ciência das causas e dos princípios supremos.
B) Trata-se de ciência da percepção sensível e, então, ancorada em constatações
empíricas que buscam no ―o quê‖ as coisas que são a sua razão de ser.
C) O ser tem múltiplos significados, então, a metafísica é ciência das causas e dos
princípios da substância, fundamento de todos os outros significados.
D) A metafísica é ciência teológica ou relativa às coisas divinas, pois se dedica a
uma substância primeira, transfísica ou suprafísica.
5- Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C), apesar de ter sido discípulo de Platão, criou
sua própria filosofia. Uma das diferenças marcantes entre os dois é a
importância dada aos fenômenos naturais do chamado mundo sensível. No
mundo sensível, a mudança é constante, característica que Aristóteles
procura explicar a partir das concepções de matéria, forma, potência e ato.
Com base nos seus conhecimentos e no texto acima, assinale a alternativa
que define corretamente a concepção aristotélica de ato e potência.
A) A potência e o ato são conceitos que não se referem, de fato, às coisas
materiais sujeitas à transformação.
B) A potência é o momento presente, atual da matéria; ato é o que ela poderá
vir a fazer.
C) A potência e o ato não se relacionam com a matéria.
D) A potência é o que a matéria virá a ser, seu devir, o princípio do
movimento; ato é aquilo que ela é no presente.
Descartes
1- Leia o texto e as assertivas abaixo. René Descartes (1596 – 1650) é considerado
por muitos “o pai da filosofia moderna”, pois em obras como O discurso sobre o
método e Meditações metafísicas colocou em xeque conhecimentos
considerados indubitáveis. Em especial, suas reflexões o levam a questionar o
valor epistemológico dos conhecimentos do senso comum, dos argumentos de
autoridade e do testemunho dos sentidos.
I - Descartes foi um dos filósofos da Era Moderna que valorizou o papel do
método no avanço do conhecimento.
II - Descartes colocou em dúvida o valor das informações que se obtêm por
meio da experiência sensível.
III - As teorias de Descartes seguiram o modelo aristotélico de investigação dos
fenômenos naturais.
Assinale a alternativa correta.
A) I e III são verdadeiras. B) II e III são verdadeiras. C) I e II são verdadeiras.
D) I e III são falsas.
3- [...] e noto aqui que o pensamento é um atributo que me pertence. Só ele não
pode ser desprendido de mim. Eu sou, eu existo. Isto é certo; mas por quanto
tempo? A saber, durante o tempo em que penso; pois talvez pudesse ocorrer, se
eu cessasse de pensar, que cessasse ao mesmo tempo de existir‖. DESCARTES,
R. Meditações metafísicas. Tradução de Maria Ermantina Galvão. São Paulo:
Martins Fontes, 2005. p. 46 – grifos do autor.
Assinale a alternativa que justifica o pensamento como a verdade primeira da
filosofia de Descartes.
A) O pensamento depende do corpo e dos sentidos do corpo, pois, sem a
materialidade corporal, o pensamento é impotente e inexpressivo.
B) O pensamento é a certeza indubitável, pois a dúvida e o engano não são
situações capazes de negar a condição inata do pensamento.
C) O pensamento não pode ser intuído, por isso a sua veracidade depende da
subordinação do ser às verdades da fé.
D) O pensamento é algo misterioso e só pode ser admitido como algo
desconhecido, e mesmo assim é o fundamento da verdade.
Hume
1- David Hume (1711-1776) é um dos representantes do empirismo. Sua teoria
sobre as ideias parte do princípio de que não há nada em nossa mente que
não tenha passado antes pelos sentidos, portanto, as ideias vão se formando
ao longo da vida. Dessa forma, Hume afasta-se do princípio da corrente
racionalista ou inatista segundo a qual afirma que há ideias inatas em nossa
mente. De acordo com o pensamento de Hume, é correto afirmar que
A) as percepções dos sentidos geram impressões e ideias.
B) as ideias que podem ser consideradas verdadeiras são as inatas.
C) as ideias fictícias são as que têm mais alto grau de ser.
D) as percepções dos sentidos nos enganam, por isso as ideias daí
decorrentes são falsas
Kant
1- Leia a citação a seguir.
A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma grande parte dos
homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma direção
estranha, continuem no entanto de bom grado menores durante toda a vida.
São também as causas que explicam porque é tão fácil que os outros se
constituam em tutores deles. KANT, I. Resposta à pergunta: que é
“Esclarecimento”? (Aufklarüng). In: ______. Textos seletos. Tradução de
Raimundo Vier. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2005, p. 64.
A menoridade de que fala Kant é a condição daqueles que não fazem o uso
da razão. Essa condição evidencia a ausência
A) do idealismo necessário para a ampliação dos horizontes existenciais.
B) da autonomia para fazer uso próprio da razão sem a tutela de outrem.
C) da religião encarregada de fazer feliz o homem indigente de pensamento.
D) da ignorância, pois quem se deixa guiar pelos outros acerta sempre.
5- Considere as questões que Immanuel Kant lança ao seu leitor nas primeiras
páginas da Estética Transcendental. Que são então o espaço e o tempo? São
entes reais? Serão apenas determinações ou mesmo relações de coisas,
embora relações de espécie tal que não deixariam de subsistir entre as coisas,
mesmo que não fossem intuídas? Ou serão unicamente dependentes da
forma da intuição e, por conseguinte, da constituição subjetiva do nosso
espírito, sem a qual esses predicados não poderiam ser atribuídos a coisa
alguma? KANT. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1994,
p. 64.
Sobre as noções kantianas de tempo e espaço é correto afirmar que essas
noções são as formas
A) da experiência possível, que só podem ser conhecidos a posteriori.
B) da razão, resultantes da participação do homem no Ser de Deus.
C) a priori da razão, a partir das quais os objetos nos são dados na
experiência.
D) de conceber a experiência, aprendidas culturalmente desde a infância e ao
longo da nossa história.
3- A maior parte daqueles que escreveram alguma coisa a propósito das repúblicas
ou supõe, ou nos pede, ou requer que acreditemos que o homem é uma criatura
que nasce apta para a sociedade. HOBBES, T. Do cidadão. Tradução de Renato
Janine Ribeiro. São Paulo: Martins Fontes, 2002 . p. 25.
Hobbes refutava a pretensa sociabilidade natural do homem. Assinale a
alternativa que, segundo Hobbes, justifica a associação dos homens em uma
comunidade política.
A) O sentimento de igualdade garante o convívio humano, portanto, essa certeza
atesta a inexistência do medo no estado de natureza e revela que a camaradagem
é o alicerce da sociedade civil.
B) O pacto social confirma a ideia inatista da sociabilidade humana, os afetos
que estão em cada indivíduo e os impelem à vida em comunidade,
independentemente das vantagens que esse modo de vida acarreta.
C) O amor é o sentimento que une os homens, pois nisso consiste a verdadeira
igualdade entre os homens, e a comunidade política se origina desse laço afetivo
capaz de materializar o pacto social.
D) O homem não é naturalmente levado a viver em sociedade, a ordem civil é
acidental, a união não é movida pela busca de companhia, mas pelo proveito que
essa união poderá proporcionar
Marx
1- O desenvolvimento das ciências naturais trouxe impactos sobre a produção
tecnológica e chegou até os processos de trabalho, modificando antigos sistemas
por máquinas a vapor. Essas mudanças trouxeram resultados também para as
relações sociais, como observa Karl Marx (1818-1883) em sua obra: Miséria da
filosofia: As relações sociais estão intimamente ligadas às forças produtivas.
Apoderando-se de novas forças produtivas, os homens mudam seu modo de
produção e, mudando o modo de produção, a maneira de ganhar a vida, mudam
todas as suas relações sociais. O moinho braçal vos dará a sociedade com o
senhor feudal, e o moinho a vapor a sociedade com o capitalista industrial.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia: do romantismo ao
empiriocriticismo. São Paulo: Paulus, 2005, p. 195, v. 5. (Coleção Filosofia).
Com base no texto acima e no pensamento de Karl Marx, assinale a alternativa
correta.
A) O trabalho é um meio de produção de bens materiais para prover as
necessidades humanas não influenciado pelo progresso tecnológico. Assim, o
trabalho deve ser analisado como parte intrínseca da busca pela sobrevivência,
não como desenvolvimento das potencialidades humanas.
B) A diferença entre sociedades está ligada à diferença entre os meios de
produção que avançaram em tecnologia – que impactam o trabalho –
principalmente devido ao desenvolvimento das ciências naturais, a física, a
química, entre outras.
C) Karl Marx separa a humanidade do homem e o seu trabalho como coisas que
não têm mútua influência, por isso o trabalho na sociedade industrial não pode
ser alienante.
D) O desenvolvimento das ciências naturais e o capitalismo foram forças
antagônicas que se digladiaram durante as revoluções industriais, pois o
desenvolvimento tecnológico – decorrente das ciências – não alterou os
processos de trabalho.
NIETZSCHE
1- Quero ensinar aos homens o sentido do seu ser: o qual é o super-homem
[Übermensch], o raio vindo da negra nuvem homem. NIETZSCHE, F. Assim
falou Zaratustra. Tradução de Paulo César de Sousa. São Paulo: Companhia das
Letras, 2011. p. 21.
No fragmento, o filósofo propõe algo que possa fazer com que as pessoas
ultrapassem as convenções sociais que tornam os homens submissos à moral do
escravo e ao espírito de rebanho.
Assinale a alternativa que expressa a tarefa a ser realizada para a superação da
submissão humana.
A) Ensinar o sentido do ser significa admitir que há uma verdade secreta e
superior ao homem que o torna pequeno e submisso à moral vigente, mas que
lhe promete recompensas em uma vida além deste mundo.
B) Ensinar o sentido do ser equivale ao estabelecimento do critério para a
transvaloração de todos os valores sociais, o que dará ao homem a prerrogativa
para formar os seus próprios valores.
C) Ensinar o sentido do ser significa descobrir o Deus da tradição como o
fundamento que faz de cada indivíduo um escravo que deve se sentir feliz com a
sua situação, pois só assim obterá uma felicidade eterna.
D) Ensinar o sentido do ser significa promover o espírito de rebanho que acolhe
o superhomem e o faz entender que a virtude está na subordinação da vida aos
ditames da moral do escravo que faz da fraqueza a maior virtude.
3- Nietzsche escreveu:
E vede! Apolo não podia viver sem Dionísio! O “titânico” e o “bárbaro” eram no
fim de contas, precisamente uma necessidade tal como o apolíneo!
NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo.
Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 38.
4- (UFU 2020) Leia a descrição dos dois conjuntos de valores morais do filósofo
Friedrich Nietzsche (1844 - 1900).
Uma moral é caracterizada por valorizar a saúde, a vida e não acreditar em
qualquer valoração no além da vida ou ideal ascético. A outra moral tem como
principal característica a valoração da bondade e da virtude.
Assinale a alternativa que apresenta os conceitos que são definidos por esses
dois conjuntos de valores morais.
A) Moral dos padres e moral protestante.
B) Moral do senhor e moral dos nobres.
C) Moral dos escravos e moral religiosa.
D) Moral dos nobres e moral do escravo.
SARTRE
1- Considere o seguinte trecho, extraído da obra A náusea, do escritor e filósofo
francês Jean Paul Sartre (1889-1980).
“O essencial é a contingência. O que quero dizer é que, por definição, a
existência não é a necessidade. Existir é simplesmente estar presente; os entes
aparecem, deixam que os encontremos, mas nunca podemos deduzi-los. Creio
que há pessoas que compreenderam isso. Só que tentaram superar essa
contingência inventando um ser necessário e causa de si próprio. Ora, nenhum
ser necessário pode explicar a existência: a contingência não é uma ilusão, uma
aparência que se pode dissipar; é o absoluto, por conseguinte, a gratuidade
perfeita.” SARTRE, Jean Paul. A Náusea. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1986.
Tradução de Rita Braga, citado por: MARCONDES, Danilo Marcondes. Textos
Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000.
Nesse trecho, vemos uma exemplificação ou uma referência ao existencialismo
sartriano que se apresenta como
A) recusa da noção de que tudo é contingente.
B) fundamentado no conceito de angústia, que deriva da consciência de que tudo
é contingente.
C) denúncia da noção de má fé, que nos leva a admitir a existência de um ser
necessário para aplacar o sentimento de angústia.
D) crítica à metafísica essencialista.
GABARITO:
1- D 2-D 3-C