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LISTA DE BACON E DESCARTES


PROF. PHILLIPE CASTRO

1. (Uft 2023) Francis Bacon (1561-1626): “Só há e só pode haver duas vias para a
investigação e para a descoberta da verdade. Uma, que consiste no saltar-se das sensações e
das coisas particulares aos axiomas mais gerais e, a seguir, descobrirem-se os axiomas
intermediários a partir desses princípios e de sua inamovível verdade. Esta é a que ora se
segue. A outra, que recolhe os axiomas dos dados dos sentidos e particulares, ascendendo
contínua e gradualmente até alcançar, em último lugar, os princípios de máxima generalidade.
Este é o verdadeiro caminho, porém ainda não instaurado.”

(BACON, F. Novum organum ou verdadeiras indicações acerca da interpretação da natureza.


São Paulo: Abril Cultural, 1984, p. 16).

Assinale a alternativa CORRETA em conformidade com o texto:


a) A verdade é dada por iluminação e vontade divinas, tal como descrevia Descartes.
b) O conhecimento da natureza é subjetivo e dependente de uma verdade inamovível.
c) Francis Bacon indica o modelo de conhecimento característico da modernidade.
d) Existem várias vias instauradas para a verdade.

2. (Unesp 2023) Texto 1

Quantas vezes ocorreu-me sonhar, durante a noite, que estava neste lugar, que estava vestido,
que estava junto ao fogo, embora estivesse inteiramente nu dentro de meu leito? […] Pensando
cuidadosamente nisso, lembro-me de ter sido muitas vezes enganado, quando dormia, por
semelhantes ilusões. E, detendo-me neste pensamento, vejo tão manifestamente que não há
quaisquer indícios concludentes, nem marcas assaz certas por onde se possa distinguir
nitidamente a vigília do sono, que me sinto inteiramente pasmado: e meu pasmo é tal que é
quase capaz de me persuadir de que estou dormindo.

(René Descartes. Obra escolhida, 1973.)

Texto 2

O cientista Jeremy Bailenson, diretor-fundador do laboratório que estuda realidade virtual na


Universidade Stanford, nos Estados Unidos, disse, em 2018, que o tempo passado com óculos
de realidade virtual “é psicologicamente muito mais poderoso do que qualquer mídia já
inventada e se prepara para transformar dramaticamente as nossas vidas. Nosso cérebro fica
confuso o suficiente para entender esses sinais como realidade? Eu posso te garantir: a
realidade virtual influência. Para algumas pessoas, a ilusão é tão poderosa que o sistema
límbico [região do cérebro envolvida com emoções e memória] delas entra em um estado de
atividade intensa”.

(Shin Suzuki. “Vida no metaverso: como a realidade virtual poderá afetar a percepção do
mundo ao redor”. www.bbc.com, 28.11.2021. Adaptado.)

Nesses dois textos, observa-se a problematização de uma questão clássica em filosofia, a qual
corresponde à
a) relação entre sensação e razão.
b) evolução das descobertas científicas.
c) estruturação do raciocínio lógico.
d) fundamentação do conhecimento comum.
e) combinação entre progresso e tecnologia.

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3. (Uece 2023) No Discurso do método (1637), o filósofo racionalista René Descartes


(1596-1650) estabelece para si o seguinte critério.

“[...] jamais acolher alguma coisa como verdadeira que eu não conhecesse evidentemente
como tal; isto é, de evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção, e de nada incluir em
meus juízos que não se apresentasse tão clara e tão distintamente a meu espírito, que eu não
tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida”.

DESCARTES, René. Discurso do método, II, 7. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

Em se tratando de um filósofo racionalista, podemos entender que os critérios de evidência,


clareza e distinção
a) devem ocorrer na mente, eliminada qualquer dúvida.
b) significam que os fatos não deixam dúvidas aos sentidos.
c) exigem uma síntese entre as ideias inatas e as sensações.
d) não são possíveis, donde a impossibilidade da ciência.

4. (Uel 2023) Leia o texto a seguir.

Não há, pois, dúvida alguma de que sou, se ele me engana; e, por mais que me engane, não
poderá jamais fazer com que eu nada seja, enquanto eu pensar ser alguma coisa. De sorte
que, após ter pensado bastante nisso e ter examinado cuidadosamente todas as coisas,
cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposição, eu sou, eu existo, é
necessariamente verdadeira todas as vezes que a enuncio ou que a concebo em meu espírito.

DESCARTES, René. Meditações. Tra. de J. Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Nova
Cultural, 1996. p. 267.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de Descartes, assinale a alternativa
correta.
a) O conhecimento é impossível, pois todas as tentativas de justificá-lo levam a um inevitável
regresso ao infinito.
b) A dúvida metódica demonstra a impossibilidade de se atingir conhecimento verdadeiro, pois
a dúvida torna-se generalizada.
c) Os seres humanos são incapazes de obter conhecimento, porque estão sempre sujeitos a
um gênio maligno que tudo faz para confundi-los.
d) A dúvida metódica prova a verdade absoluta do cogito que, por isso, será o fundamento
seguro para todo conhecimento.
e) O conhecimento absolutamente verdadeiro é aquele que tem origem nos sentidos, que são a
fonte mais firme e segura para se alcançar a verdade.

5. (Uece 2023) “Como é que, ao longo dos últimos 2 mil ou 3 mil anos, nós construímos a ideia
de humanidade? Será que ela não está na base de muitas das escolhas erradas que fizemos,
justificando o uso da violência? A ideia de que os brancos europeus podiam sair colonizando o
resto do mundo estava sustentada na premissa de que havia uma humanidade esclarecida que
precisava ir ao encontro da humanidade obscurecida, trazendo-a para essa luz incrível. Esse
chamado para o seio da civilização sempre foi justificado pela noção de que existe um jeito de
estar aqui na Terra, uma certa verdade, ou uma concepção de verdade, que guiou muitas das
escolhas feitas em diferentes períodos da história.”

KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019, p.
7-8.

Uma “ideia de humanidade”, como um conceito capaz de definir a especificidade universal de


todos os homens, manifestou-se logo no início da filosofia moderna. Por exemplo, com a
discussão de René Descartes sobre o que é/são

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a) a alma e sua imortalidade.


b) o corpo e suas paixões.
c) Deus e seus atributos.
d) o mundo sensível e suas leis.

6. (Integrado - Medicina 2022) Até o dia 15 de abril de 2022, a Guerra da Ucrânia (ou invasão
russa na Ucrânia) provocou o movimento migratório de mais de 5 milhões de ucranianos para
fora de seu país. O movimento ucraniano tem se direcionado para países vizinhos, tais como
Polônia, Europa Ocidental e América.

A respeito da questão do movimento, a luz da filosofia, é correto afirmar que:


a) O movimento em Heráclito implica uma relação do Ser que nega a existência do seu oposto,
no princípio da não contradição.
b) Em Heráclito, o movimento é base da mudança e a passagem dos contrários, de modo que
o ser humano não mergulha duas vezes na mesma água de um rio.
c) Na filosofia de Francis Bacon, o movimento atua mediante a ação do homem, que ao ter
conhecimento transforma e modifica a natureza.
d) O movimento é a elemento definitivo na filosofia hegeliana, de modo que o idealista alemão
pontua uma noção de tempo não linear, rompendo com a teleologia do saber absoluto.
e) A condição movimento, em Nietzsche, é a defesa de um ideário da vitória da dimensão
apolínia sobre o aspecto dionísio, sendo um atributo do fati oriundo dos estóicos.

7. (Unesp 2022) Texto 1

É com Descartes que a oposição homem-natureza se tornará mais completa, constituindo-se


no centro do pensamento moderno e contemporâneo. O homem, instrumentalizado pelo
método científico, pode penetrar os mistérios da natureza e, assim, tornar-se “senhor e
possuidor da natureza”.
(Carlos W. P. Gonçalves. Os (des)caminhos do meio ambiente, 1989. Adaptado.)

Texto 2

Quando a gente quis criar uma reserva da biosfera em uma região do Brasil, foi preciso
justificar para a Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura] por que era importante que o planeta não fosse devorado pela mineração. Para essa
instituição, é como se bastasse manter apenas alguns lugares como amostra grátis da Terra.
(Ailton Krenak. Ideias para adiar o fim do mundo, 2019.)

Ailton Krenak constata os princípios da filosofia cartesiana ao reconhecer que


a) a natureza operacionalizada serve aos humanos de forma harmônica e reforça a relevância
de todos os seres vivos.
b) o método cartesiano tem sido utilizado na natureza a partir de medidas ecológicas
estabelecidas pela Unesco.
c) os órgãos oficiais vêm se esforçando pelo equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a
preservação da natureza.
d) as instituições que representam a humanidade negligenciam a integral manutenção do meio
ambiente.
e) a dúvida cartesiana não permite afirmações sobre o desenvolvimento sustentável, por estas
serem inconclusivas.

8. (Uece 2022) . Leia o excerto a seguir, em que René Descartes expressa uma nova
concepção de ciência:

“[...] tão logo adquiri algumas noções gerais relativas à física, e, começando a comprová-las em
diversas dificuldades particulares notei até onde podiam conduzir, e o quanto diferem dos
princípios que foram utilizados até o presente, julguei que não podia mantê-las ocultas sem
pecar grandemente contra a lei que nos obriga a procurar, no que depende de nós, o bem geral
de todos os homens. Pois elas me fizeram ver que é possível chegar a conhecimentos que

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sejam muito úteis à vida, e que, em vez dessa Filosofia especulativa que se ensina nas
escolas, se pode encontrar uma outra prática, pela qual, conhecendo a força e as ações do
fogo, da água, do ar, dos astros, dos céus e de todos os outros corpos que nos cercam, tão
distintamente como conhecemos os diversos misteres de nossos artífices, poderíamos
emprega-los da mesma maneira em todos os usos para os quais são próprios, e assim nos
tornar como que senhores e possuidores da natureza”.

DESCARTES, R. Discurso do método, Parte VI, § 2. Trad. bras. de Jacob Guinsburg e Bento
Prado Jr. São Paulo: Difel - Difusão Europeia do Livro, 1962. (Col. Clássicos Garnier).

Essa nova concepção de ciência, apresentada por Descartes, se aproxima do que Aristóteles
chamara de
a) técnica (tékhne).
b) experiência (empeiria).
c) sensação (aísthēsis).
d) ciência (epistéme).

9. (Ueg 2022) René Descartes (1596-1650), filósofo e matemático francês, é um dos


inauguradores da filosofia moderna. Sua concepção integra o movimento de filósofos que
promovem a emergência do racionalismo. Descartes desenvolve um método de análise que
forneceria os fundamentos do pensamento que prevaleceria na modernidade, que consiste no
ceticismo metódico. Com esse método, Descartes:
a) cria uma nova interpretação da teologia com o objetivo de reforçar o catolicismo.
b) fornece as bases para o desenvolvimento de explicações fundadas no senso comum.
c) vê na dúvida o meio de se chegar à verdade, daí emerge sua máxima “penso, logo existo”.
d) oferece elementos para a retomada da mitologia como forma de explicar a realidade.
e) faz emergir o irracionalismo que se tornou a base do pensamento pós-moderno.

10. (Ufu 2022) No dizer de Descartes, não temos certeza sequer se existimos, pois podemos
estar em um sonho ou ser vítimas de um ser maior do que nós e que nos engana, fazendo-nos
crer que existimos quando, na verdade, não somos mais do que a imaginação desse ser. No
entanto, mesmo quando nos enganamos, precisamos do pensamento, quer dizer, para nos
enganarmos, temos de pensar; e, para pensar, precisamos existir. Ora, se podemos nos
enganar, então pensamos e, se pensamos, então, existimos.

SAVIAN FILHO, Juvenal. Filosofia e filosofias. Belo Horizonte: Autêntica, 2016. p. 67.

A respeito da filosofia de Descartes (1596-1650), considere as afirmações a seguir.

I. Para Descartes, colocar todo conhecimento em dúvida é um método para chegar a um


conhecimento indubitável.
II. O conhecimento obtido por meio dos cinco sentidos é a única garantia do que é verdadeiro.
III. A evidência do pensamento é o fundamento para outras verdades como a existência de
Deus e as verdades matemáticas.

Assinale a alternativa que apresenta afirmação(ões) correta(s).


a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e III.
d) Apenas I.

11. (Pucgo Medicina 2021) A astrologia é uma pseudociência que estuda os corpos celestes e
as prováveis relações que poderiam informar sobre a personalidade, as relações humanas, e
outros assuntos relacionados à vida do ser humano e aos acontecimentos na Terra.
Leia a seguir o fragmento do texto Astrologia 2020: datas importantes e tudo o que você
precisa saber, de Emilly Chan:

Para aqueles que procuram orientação nos horóscopos, o grande evento para a década de

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2020 será quando Plutão e Saturno se alinharem no signo de Capricórnio pela primeira vez em
500 anos. Isso é muito importante: a conjunção de Plutão e Saturno raramente acontece (ela
foi vista pela última vez em 1982). Esse fenômeno já desencadeou alguns dos momentos mais
significativos da história, como o início da Primeira Guerra Mundial, a Segunda Guerra Mundial,
a revolução cultural dos anos 1960 e a recessão econômica dos anos 1980.
[...]
Os mapas astrológicos de 2020 também sugerem um aumento no empoderamento feminino,
aumento que está relacionado ao trânsito de Urano por meio de Touro. “Os astrólogos estão
vendo o ano como o ponto de virada do patriarcado para a era matriarcal”, comenta Juliana
McCarthy, autora de The Stars Within You: A Modern Guide to Astrology (As estrelas dentro
de você:
um guia moderno de astrologia). [...]

(Disponível
em:https://vogue.globo.com/lifestyle/noticia/2020/01/astrologia-2020-datas-importantes-e-tudo-o
-que-voce-precisa-saber.html. Acesso em: 22 jan. 2020.Adaptado.)

As informações apresentadas no texto favorecem a reflexão sobre as verdades dadas e não


questionadas, presentes na sociedade. A respeito dessa temática, marque a única alternativa
correta:
a) Francis Bacon, em seu trabalho, afirma que os conceitos desenvolvidos pela astrologia, na
verdade, possuem aspectos da realidade, portanto Bacon acredita que a astrologia é uma
ciência verdadeira.
b) Francis Bacon, em seu trabalho, denuncia os preconceitos e as noções falsas que dificultam
a apreensão da realidade, criando ídolos. De acordo com Bacon, a astrologia é uma falsa
ciência.
c) John Locke, em seu trabalho, apresenta dados que possibilitam afirmar que os conceitos
desenvolvidos pela astrologia em 2020 possuem aspectos que valorizam a experiência, visto
que o fenômeno de 2020 já ocorreu antes em outros momentos da história.
d) John Locke, em seu trabalho, denuncia a importância de se procurar a ciência em seus
pequenos mundos, ou seja, a ideia de que a astrologia enquanto pseudociência possa
esclarecer as transformações no mundo em 2020, com base na análise astrológica do
trânsito de Urano em Touro.

12. (Uece 2021) “Ciência e poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa
ignorada, frustra-se o efeito. Pois a natureza não se vence, se não quando se lhe obedece. E o
que à contemplação apresenta-se como causa é regra na prática.”
Bacon, F. Novum organum, Livro I, Aforismo I. Trad. brs. José Aluysio Reis de Andrade. São
Paulo: Abril Cultural, 1984.

Nessa passagem, o filósofo Francis Bacon, considerado o fundador do empirismo, defende


a) uma relação contemplativa com a natureza, com foco no conceito de causa.
b) que é possível dominar a natureza, com base no conhecimento das causas.
c) que é preciso saber obedecer à natureza, mas não conhecê-la ou dominá-la.
d) que a causa não é cognoscível, mas apenas objeto de uma prática costumeira.

13. (Unicentro 2021) Leia o texto a seguir.

Logo em seguida, adverti, enquanto eu queria pensar que tudo era falso, cumpria
necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade, eu
penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as demais extravagantes suposições dos
céticos não seriam capazes de abalá-la, julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulos, como o
primeiro princípio da Filosofia que procurava.

(DESCARTES, René. Discurso do método, IV Parte. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 54. Os
Pensadores.)

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Sobre o método de René Descartes, assinale a alternativa correta.


a) Como os céticos, que acreditam na possibilidade de se atingir a verdade, Descartes
duvidava por duvidar.
b) O objetivo de Descartes é encontrar uma primeira verdade que se imponha com absoluta
certeza.
c) Descartes aceita os dados dos sentidos como a fonte primeira das certezas, uma vez que
jamais nos enganam.
d) Descartes acata os conhecimentos tradicionais escolásticos, pois via neles o verossímel e a
certeza.
e) Descartes considera a razão dependente da experiência sensível e das intervenções das
emoções.

14. (Unesp 2021) Mas eu me persuadi de que nada existia no mundo, que não havia nenhum
céu, nenhuma terra, espíritos alguns, nem corpos alguns; me persuadi também, portanto, de
que eu não existia? Certamente não, eu existia, sem dúvida, se é que eu me persuadi ou,
apenas, pensei alguma coisa. Mas há algum, não sei qual, enganador mui poderoso e mui
ardiloso que emprega toda a sua indústria em enganar-me sempre. Não há pois dúvida alguma
de que sou, se ele me engana; e, por mais que me engane, não poderá jamais fazer com que
eu nada seja, enquanto eu pensar ser alguma coisa. De sorte que, após ter pensado bastante
nisto e de ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por
constante que esta proposição, penso, logo sou, é necessariamente verdadeira, todas as vezes
que a enuncio […].

(René Descartes. Meditações, 1973.)

Segundo o texto, um dos pontos iniciais do método de Descartes que o levou ao cogito
(“penso, logo sou”) foi
a) a análise das partes.
b) a síntese das partes analisadas.
c) o prevalecimento da alma sobre o raciocínio.
d) o reconhecimento de um Deus enganador.
e) a arte da persuasão grega.

15. (Enem 2021) A filosofia é como uma árvore, cujas raízes são a metafísica; o tronco, a
física, e os ramos que saem do tronco são todas as outras ciências, que se reduzem a três
principais: a medicina, a mecânica e a moral, entendendo por moral a mais elevada e a mais
perfeita porque pressupõe um saber integral das outras ciências, e é o último grau da
sabedoria.
DESCARTES, R. Princípios da filosofia. Lisboa: Edições 70, 1997 (adaptado).

Essa construção alegórica de Descartes, acerca da condição epistemológica da filosofia, tem


como objetivo
a) sustentar a unidade essencial do conhecimento.
b) refutar o elemento fundamental das crenças.
c) impulsionar o pensamento especulativo.
d) recepcionar o método experimental.
e) incentivar a suspensão dos juízos.

16. (Unichristus - Medicina 2021) A Filosofia à época de Descartes era dominada pelo Método
Escolástico, que se limitava a comparar e contrastar as visões de autoridades reconhecidas e
da Igreja. Descartes rejeitou tal método: ele estava determinado a não acreditar em nada que
não pudesse ser provado. Descartes acreditava que, para se chegar à verdade, era necessário
questionar tudo, até mesmo sua própria existência. Descartes acreditava que uma pessoa não
deveria buscar respostas baseadas na fé, e sim na suspeita.

Disponível em: https://www.educabras.com/. Acesso em: 14 set. 2020.

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Pensando nisso, pode-se afirmar que


a) o verdadeiro conhecimento é obtido por meio da aplicação da razão pura.
b) o verdadeiro conhecimento científico poderia existir somente a partir dos dogmas.
c) os conhecimentos são adquiridos a partir do empirismo, rejeitando os conhecimentos
prévios.
d) o verdadeiro conhecimento é obtido por meio das ideias inatas, ou seja, aquelas
referendadas pelo clero.
e) o verdadeiro conhecimento é adquirido pelo uso do relativismo, visto que as certezas podem
mudar de uma cultura para outra.

17. (Unesp 2021) Texto 1

Nos últimos tempos, reservou-se (e, com isso, popularizou- se) o termo fake news para
designar os relatos pretensamente factuais que inventam ou alteram os fatos que narram e que
são disseminados, em larga escala, nas mídias sociais, por pessoas interessadas nos efeitos
que eles poderiam produzir.
(Wilson S. Gomes e Tatiana Dourado. “Fake news, um fenômeno de comunicação política entre
jornalismo, política e democracia”. Estudos em Jornalismo e Mídia, nº 2, vol. 16, 2019.)

Texto 2

As vacinas foram os principais alvos de fake news entre todas as publicações monitoradas pelo
Ministério da Saúde em 2018. Cerca de 90% dos focos de mentiras identificados pelo órgão
tinham como alvo a vacinação. Reconhecido internacionalmente, o programa de imunização
brasileiro viu doenças como sarampo e poliomielite voltarem a ameaçar o país em 2018 após
os índices de cobertura vacinal caírem em 2017.

(Fabiana Cambricoli. “Ministério da Saúde identifica 185 focos de fake news e reforça
campanhas”. https://saude.estadao.com.br, 20.09.2018. Adaptado.)

Os textos tratam de uma prática que é contrária ao princípio da fundamentação racional


sustentado por Descartes, que propôs a
a) busca por um conhecimento seguro proveniente do ato de duvidar.
b) construção da compreensão a partir da lógica dialética.
c) eliminação da subjetividade na produção do conhecimento.
d) fundamentação das certezas a partir da experiência sensível.
e) percepção da realidade por meio da associação entre fé e razão.

18. (Uece 2020) Atente para o seguinte trecho da obra de Francis Bacon:

“Nosso método, contudo, é tão fácil de ser apresentado quanto difícil de se aplicar. Consiste no
estabelecer os graus de certeza, determinar o alcance exato dos sentidos e rejeitar, na maior
parte dos casos, o labor da mente, calcado muito de perto sobre aqueles, abrindo e
promovendo, assim, a nova e certa via da mente, que, de resto, provém das próprias
percepções sensíveis”.

Bacon, Francis. Novum Organum ou Verdadeiras Indicações Acerca da Interpretação da


Natureza. http://br.egroups.com/group/acropolis.

A passagem acima define a concepção do pensador londrino sobre


a) o método dedutivo de pensamento.
b) o método dialético de apreensão da realidade.
c) o método indutivo e experimental de abordagem do mundo.
d) o método racional puro de análise do mundo objetivo.

19. (Uece 2020) Leia atentamente o trecho a seguir, que é um fragmento do pensamento de
Francis Bacon a respeito do processo de conhecimento e da relação entre conhecimento

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contemplativo e conhecimento prático:

“Efetivamente construímos no intelecto humano um modelo verdadeiro do mundo, tal qual foi
descoberto e não segundo o capricho da razão de fulano ou beltrano. Porém, isso não é
possível levar a efeito, sem uma prévia e diligentíssima dissecção e anatomia do mundo. Por
isso, decidimos correr com todas essas imagens ineptas e simiescas que a fantasia humana
infundiu nos vários sistemas filosóficos. Saibam os homens como já antes dissemos a imensa
distância que separa os ídolos da mente humana das ideias da mente divina. Aqueles, de fato,
nada mais são que abstrações arbitrárias; estas, ao contrário, são as verdadeiras marcas do
Criador sobre as criaturas, gravadas e determinadas sobre a matéria, através de linhas exatas
e delicadas. Por conseguinte, as coisas em si mesmas, neste gênero, são verdade e utilidade,
e as obras devem ser estimadas mais como garantia da verdade que pelas comodidades que
propiciam à vida humana”.

BACON, Francis. Novum Organum ou Verdadeiras Indicações Acerca da Interpretação da


Natureza. Domínio público (http://br.egroups.com/group/acropolis/)

Levando em consideração o trecho acima e o pensamento de Francis Bacon, é correto afirmar


que
a) a concepção baconiana de mundo está ligada à corrente racionalista que associa a ideia
divina revelada ao processo de descoberta da verdade.
b) Bacon defendia um modo de pensar mais atento às coisas, imune aos ídolos construídos
pela mente humana quando destituída de um método de abordagem do real.
c) Francis Bacon defendia um empirismo de caráter essencialmente contemplativo com
submissão parcial da experiência ao pensar especulativo.
d) a filosofia de Francis Bacon reafirmou a importância da metafísica aristotélica como ponto
máximo do conhecimento puramente contemplador da verdade.

20. (Enem PPL 2020) Na primeira meditação, eu exponho as razões pelas quais nós podemos
duvidar de todas as coisas e, particularmente das coisas materiais, pelo menos enquanto não
tivermos outros fundamentos nas ciências além dos que tivemos até o presente. Na segunda
meditação, o espírito reconhece entretanto que é absolutamente impossível que ele mesmo, o
espírito, não exista.
DESCARTES, R. Meditações metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).

O instrumento intelectual empregado por Descartes para analisar os seus próprios


pensamentos tem como objetivo
a) identificar um ponto de partida para a consolidação de um conhecimento seguro.
b) observar os eventos particulares para a formação de um entendimento universal.
c) analisar as necessidades humanas para a construção de um saber empírico.
d) estabelecer uma base cognitiva para assegurar a valorização da memória.
e) investigar totalidades estruturadas para dotá-las de significação.

21. (Ufpr 2020) Nas primeiras linhas das Meditações Metafísicas, Descartes declara que
“recebera muitas falsas opiniões por verdadeiras” e que “aquilo que fundou sobre princípios mal
assegurados devia ser muito duvidoso e incerto”.
(DESCARTES, R. Meditações Metafísicas, In: MARÇAL, J. CABARRÃO, M.; FANTIN, M. E.
(org.) Antologia de textos filosóficos, Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 153.)

A fim de dar bom fundamento ao conhecimento científico, Descartes entende que é preciso:
a) confiar nas próprias opiniões.
b) certificar-se de que os outros pensam como nós.
c) seguir as opiniões dos mais sábios.
d) partir de princípios seguros e proceder com método.
e) aceitar que o conhecimento é duvidoso e incerto.

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22. (Unioeste 2020) “Ao chegar a Londres, um francês encontrará tudo muito mudado em
filosofia, e também no resto. Deixou o mundo cheio, encontrou-o vazio. Em Paris, vê-se o
universo composto de turbilhões de matéria sutil, em Londres, não se vê nada disso. Entre nós,
a pressão da Lua causa o fluxo do mar; entre os ingleses, o mar gravita em direção à Lua (…)”
VOLTAIRE, Cartas Inglesas. Carta XIV: Descartes e Sir Isaac Newton.

Na décima quarta das Cartas inglesas, Voltaire identifica o atraso francês diante da
superioridade inglesa não apenas no campo do conhecimento científico, mas com relação às
instituições que o produzem. Ao fim, Voltaire contrapõe o itinerário tortuoso de Descartes às
estáveis condições produtivas de Newton a fim de aquilatar duas grandes figuras da filosofia
natural na modernidade.

Assinale a alternativa que expressa CORRETAMENTE o contraste entre as filosofias naturais


de Descartes e de Newton.
a) A diferença entre a res cogitans cartesiana e a res extensa newtoniana.
b) A diferença entre a filosofia empirista de Descartes e o racionalismo apriorista da gravitação
de Newton.
c) A diferença entre a metafísica estritamente mecanicista da física cartesiana e a dinâmica
exposta na física newtoniana.
d) A diferença entre a vida na conturbada capital francesa e nos silenciosos arredores da
capital da Grã-Bretanha.
e) A diferença entre o regime das marés em países insulares e países continentais.

23. (Encceja 2020) TEXTO I

Considero apropriado deter-me algum tempo na contemplação deste Deus todo perfeito,
ponderar totalmente à vontade seus maravilhosos atributos, considerar, admirar e adorar a
incomparável beleza dessa imensa luz.
DESCARTES, R. Meditações metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

TEXTO II

Qual será a forma mais razoável de entender como é o mundo? Existirá alguma boa razão para
acreditar que o mundo foi criado por uma divindade todo-poderosa? Não podemos dizer que a
crença em Deus é “apenas” uma questão de fé?
RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.

A comparação entre o primeiro texto, publicado em 1641, e o segundo, em 2005, indica que, no
cotidiano atual, as crenças religiosas
a) passaram a dar mais sentido às ações cotidianas.
b) deixaram de reconhecer o valor das tradições culturais.
c) mantêm um lugar central na organização da sociedade.
d) concorrem com outras formas de explicação da realidade.

24. (Uece 2020) Observe as seguintes citações, que refletem posições divergentes, colocadas
por empiristas e racionalistas, sobre o método que deveria ser usado para o estabelecimento
do correto processo de conhecimento da realidade:

“Primeiramente, considero haver em nós certas noções primitivas, as quais são como originais,
sob cujo padrão formamos todos os nossos outros conhecimentos”.
DESCARTES, R. Carta a Elisabeth. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Col. Os Pensadores.

“De onde a mente apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo
numa palavra, da experiência. Todo o conhecimento está nela fundado, e dela deriva
fundamentalmente o próprio conhecimento”.
LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Col. Os

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pensadores.

Considerando o que propunham o empirismo e o racionalismo, atente para o que se afirma a


seguir e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.

( ) O racionalismo é a forma de compreensão do conhecimento que prioriza a razão e recorre


à indução como método de análise.
( ) O empirismo, ao contrário do racionalismo, parte da experiência para a construção de
afirmações gerais a respeito da realidade.
( ) Para o racionalismo, sobretudo o cartesiano, a verdade deveria ser buscada fora dos
sentidos, visto que eles são enganosos e podem nos equivocar em qualquer experiência
de percepção.
( ) O empirismo, vertente de compreensão da qual Locke fazia parte, aproxima-se do modelo
científico cartesiano, ao negar a existência de ideias inatas.

A sequência correta, de cima para baixo, é:


a) V, F, V, F.
b) V, V, F, V.
c) F, F, F, V.
d) F, V, V, F.

25. (Ufu 2020) René Descartes (1596-1650) pode ser considerado o pai da filosofia moderna,
pois, em vários aspectos, permitiu uma visão crítica da filosofia medieval, especialmente no
que se referia à possibilidade do conhecimento da natureza. Seu livro Discurso do método é
um marco para esse ponto de virada filosófica e coloca, em destaque, a importância da dúvida
metódica para a investigação científica.

Nesse sentido, essa dúvida cartesiana implicava


a) exercitar o método, obter e aceitar apenas ideias claras e distintas.
b) duvidar de tudo, exceto das verdades da fé cristã já estabelecidas.
c) aceitar os conceitos da filosofia tomista como verdades absolutas.
d) só aceitar como indubitáveis as certezas que vierem dos sentidos.

26. (Uece 2020) Leia com atenção a seguinte passagem da obra de Immanuel Kant:

“O idealismo consiste na afirmação de que não existe outro ser senão o pensante; as demais
coisas seriam apenas representações nos seres pensantes, às quais não corresponderia
nenhum objeto. Eu afirmo, ao contrário: são-nos dadas coisas como objetos de nossos
sentidos, existentes fora de nós, só que nada sabemos do que eles possam ser em si mesmos,
conhecemos apenas as representações que produzem em nós ao afetarem nossos sentidos”.

Kant. Immanuel. Prolegómenos a toda a metafísica futura. Lisboa: Edições 70, 1987. p.68.

Estabelecer as condições de possibilidade do conhecimento foi um dos principais desafios ao


qual Kant se propôs a partir de sua filosofia transcendental. Sobre esta filosofia, é correto
afirmar que
a) buscou superar a oposição empirismo/ racionalismo propondo a existência de estruturas a
priori de conhecimento, sem as quais não é possível nenhuma experiência de nenhum
objeto.
b) ocupou-se em consolidar a visão racionalista de tradição cartesiana ao criticar as
concepções empiristas de Locke e Hume, segundo as quais sentidos e experiência são a
base do conhecimento.
c) procurou ultrapassar completamente tanto o racionalismo, como o empirismo, através de seu
criticismo, cuja abordagem da realidade nem é sensível, nem empírica, mas puramente
metafísica.
d) foi muito influenciada pela filosofia hegeliana em sua percepção dialética da realidade: sua
postulação da oposição númeno/fenômeno expressa tal influência.

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27. (Uece 2020) Relacione, corretamente, os pensadores com seus respectivos pensamentos
acerca da forma como o conhecimento da realidade se verifica, numerando os parênteses
abaixo, de acordo com a seguinte indicação:

1. Immanuel Kant
2. Karl Marx
3. Renè Descartes
4. G.W.F Hegel

( ) A reflexão filosófica deve partir de um exame da formação da consciência e a experiência


da consciência não é só uma experiência teórica: é necessariamente histórica.
( ) Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência. É a
ideologia a responsável por produzir uma alienação da consciência humana de sua
situação real.
( ) É sempre possível duvidar de um princípio, questionar as bases de uma teoria. É preciso
colocar em questão todo o conhecimento adquirido.
( ) O conhecer é um ato de autodeterminação do sujeito, é anterior a toda experiência, e trata
não tanto dos objetos, mas dos conceitos a priori sobre os objetos.

A sequência correta, de cima para baixo, é:


a) 1, 3, 2, 4.
b) 3, 1, 4, 2.
c) 4, 2, 3, 1.
d) 2, 4, 1, 3.

28. (Uece 2020) “Toda a obra de Francis bacon se destina a substituir uma cultura do tipo
retórico-literário por uma do tipo técnico-científico. Bacon está perfeitamente consciente de que
a realização deste programa de reforma comporta numa ruptura com a tradição. De que tal
ruptura diz respeito não só ao modo de pensar, mas também ao modo de viver dos homens. O
tipo de discurso filosófico elaborado no mundo clássico pressupõe, segundo Bacon, a
superioridade da contemplação sobre as obras, da resignação diante da natureza sobre a
conquista da natureza, da reflexão acerca da interioridade sobre a pesquisa voltada para os
fatos e as coisas.”

ROSSI, Paolo. Os filósofos e as máquinas:1400-700. São Paulo: Companhia das Letras, 1989,
p.75/adaptado.

A passagem acima expõe a relação entre o pensamento filosófico moderno, representado por
Francis Bacon, e o pensamento filosófico clássico. Sobre essa relação, é correto afirmar que
a) não houve nenhuma mudança substantiva entre a forma como os modernos pensavam o
mundo e a forma como os antigos interpretavam a realidade, a não ser no aspecto da
adoção de um processo metodológico diferenciado do pensamento.
b) a filosofia dos modernos buscava compreender a forma do pensamento e a partir de um
raciocínio dedutivo, ao contrário dos antigos que baseavam o pensamento na forma indutiva
e experimental de abordagem da realidade.
c) a mudança da maneira com que os filósofos da modernidade passaram a pensar a realidade
foi radical em relação aos antigos, representando uma ruptura com um tipo de saber retórico
e a adoção de um pensamento focado na pesquisa sobre os fatos e as coisas.
d) embora ancorada em raciocínio lógico e em um método mais preciso de análise, a filosofia
dos modernos mostrava-se inferior ao pensamento antigo, em decorrência tanto de sua
dependência excessiva da experiência, como do abandono do raciocínio.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


“Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade”
(ARMSTRONG)

A chegada do homem à Lua, com o sucesso da missão Apollo 11, completou 50 anos
em 2019. O aniversário da primeira aterrissagem tripulada ao satélite natural ocorreu em um
momento de crescente interesse em torno do assunto. Atualmente, existem diversos projetos

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para repetir a façanha dos anos 1960, como é o caso do programa Artemis, da NASA, que
pode sair do papel em 2024. Outros países também têm planos de levar astronautas à Lua,
além de corporações interessadas em viabilizar a exploração comercial e turística do satélite no
futuro.

Disponível em:
https://www.dn.pt/ciencia/interior/um-pequeno-passo-para-um-homem-um-salto-gigantesco-par
a-a humanidade-1312455.html. Acesso em: 16 set. 2019. (Parcial e adaptado.)

Nesse sentido, a(s) questão(ões) abordarão o eixo temático “Os 50 anos da chegada do
homem à Lua”.

29. (Ucs 2020) Uma das questões abordadas pelo filósofo Ludwig Wittgenstein, sobre os
limites da linguagem, é que cada ser humano experimenta as sensações do mundo de um
modo peculiar, pois, segundo ele, toda experiência é particular. Nesse contexto, como, e em
que medida, a descrição das experiências e sensações pessoais pode ser compreendida pelos
outros? Essa questão me veio à mente quando eu saí há pouco do trabalho e deparei-me com
uma Lua cheia absurdamente brilhante, vislumbrada ao fundo de uma árvore plantada no
pomar de uma das casas da vizinhança. Parei para observar a luz prateada entre os galhos e
entendi que, por mais que eu me esforce ao escolher as palavras, nunca serei capaz de
descrever, de modo plenamente inteligível, para outras pessoas, toda a profundidade de
sentimentos que me ocorrem ao ver a Lua cheia brilhando em uma noite calma atrás de uma
grande árvore que o inverno desfolhou. Diante de certas sensações, as palavras ficam
pequenas.

Disponível em: http://marcioalmeidajr.blogspot.com/2009/07/filosofia-da-lua-cheia.html. Acesso


em: 15 set. 2019. (Parcial e adaptado.)

A partir da leitura do texto acima e de seus conhecimentos sobre Filosofia, assinale a


alternativa correta.
a) O conhecimento mitológico foi a primeira tentativa de explicação do mundo feita pelo
homem, ainda que de maneira fantasiosa. Nesse sentido, o mito é uma representação
coletiva, transmitida por meio de várias gerações e que relata uma explicação do mundo. Um
exemplo disso é a mitologia grega que atribui uma divindade à Lua.
b) O conhecimento filosófico é essencialmente introspectivo e tem relação com experiências e
sensações particulares. A Filosofia busca a verdade das coisas através da subjetividade e
da sensibilidade, que são fundamentais para a tentativa de explicar, através de palavras, os
sentimentos que ocorrem diante de determinadas situações ou imagens como, por exemplo,
a da Lua cheia.
c) O filósofo São Tomás de Aquino afirmava que existiam certas verdades que a razão humana,
por ser imperfeita, não conseguiria atingir. Para explicitar tais limitações, Aquino desenvolveu
reflexões acerca do intelecto humano, dividindo-o em dois: o supralunar, que receberia
influência da Lua; e o sublunar, que seria influenciado pelos elementos terra, fogo, água e ar.
d) As observações aristotélicas produziram conhecimentos relacionados à natureza.
Considerado o primeiro biólogo, Aristóteles estabeleceu a diferença entre as plantas, que
para ele seriam dotadas de sensações; e os animais, que teriam sensações e vontades. O
homem ocuparia lugar de destaque entre os animais, pois, além de sensações e vontades,
possuiria a razão, mas essa seria insuficiente para explicar certas sensações, como a que
acontece ao observar a Lua cheia.
e) O filósofo Francis Bacon afirmava que o pensamento escolástico valia-se de erros de
linguagem aplicados às experiências empíricas que impediam o conhecimento verdadeiro.
Como o significado das palavras é impreciso, haveria um espaço para afirmações
comprometidas pela própria linguagem, como na tentativa de descrever a Lua cheia
brilhando.

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Gabarito:

Resposta da questão 1:
[C]

A alternativa correta é a [C], pois, Francis Bacon está indicando o modelo de conhecimento e
investigação que será característico da modernidade. Essa defesa de novos métodos para a
investigação da verdade está diretamente relacionada com a sua recusa dos métodos da
escolástica. Dessa forma, a alternativa que está em conformidade com o texto, é a alternativa
[C].

Resposta da questão 2:
[A]

A alternativa correta é a [A], pois, tanto Descartes, como Jeremy, apontam para uma
problematização clássica na filosofia, que é a forte relação entre sensação e razão. Descartes
aponta os sonhos como elemento definidor da relação razão e sensação, enquanto o cientista
aponta para a emergência da realidade virtual como esse elemento. Dessa forma, a alternativa
que aponta corretamente o que é pedido no enunciado, é a alternativa [A].

Resposta da questão 3:
[A]

A alternativa correta é a [A], pois, como sugere o enunciado, em se tratando de um filósofo


racionalista, os critérios de evidência, clareza e distinção, devem ocorrer na mente, eliminado
qualquer dúvida. Descartes é o iniciador do racionalismo, logo, pensa o cogito (a razão) como
elemento crucial de sua filosofia e da possibilidade do conhecimento. Dessa forma, os critérios
que evidenciam, tornam claros e distinguem os fenômenos devem ocorrer na mente, não
deixando espaço para a dúvida e o erro. Desse modo, a alternativa que aponta corretamente
os critérios, a partir de um filósofo racionalista, é a alternativa [A].

Resposta da questão 4:
[D]

A alternativa correta é a [D], pois, na concepção de Descartes, a dúvida metódica prova a


verdade absoluta do cogito que, em virtude dessa prova obtida, será o fundamento seguro para
todo conhecimento. A dúvida metódica consiste, segundo Descartes, em uma dúvida sem
falhas, sem admissão da dúvida pela resposta exata que dela é exigida. Foi a forma que o
filósofo francês encontrou para propor um conhecimento seguro e confiável. Desse modo, a
alternativa que responde corretamente o que é pedido no enunciado, é a alternativa [D].

Resposta da questão 5:
[A]

A alternativa correta é a [A], pois, na busca de encontrar uma suposta especificidade universal
de todos os homens, ou melhor, uma ideia de humanidade que fosse extensiva a todos, René
Descartes discutiu a questão da alma e de sua imortalidade. Dessa forma, a alternativa que
responde corretamente o que é solicitado no enunciado, é a alternativa [A].

Resposta da questão 6:
[C]

Questão com dificuldade de contextualização. O enunciado não oferece elementos suficientes


para uma boa interpretação do que é pedido na questão. A alternativa correta é a [C], pois, na
filosofia de Francis Bacon, o movimento atua mediante a ação do homem que, ao dispor do
conhecimento transforma e modifica a natureza. Importante salientar que, Francis Bacon é
considerado o filósofo que desenvolveu o método fundante da ciência moderna, em sua
concepção de movimento, estava a atuação sistemática da ação humana e a transformação da

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natureza através do conhecimento. Dessa forma, a alternativa que responde corretamente a


questão do movimento à luz da filosofia, é a alternativa [C].

Resposta da questão 7:
[D]

Os textos 1 e 2 apresentam perspectivas opostas quanto à relação homem-natureza, no texto


cartesiano, assim como em muitos autores do mesmo período, a natureza é percebida como
um objeto disponível para uso e exploração, como uma ordem essencialmente inferior à
humanidade e à cultura por ela construída. O texto 2, por sua vez, apresenta não só uma
dimensão distinta, mas uma epistemologia diversa. Para Krenak, assim como para diversas
comunidades tradicionais e para autores que advogam os direitos da natureza, a relação
homem-natureza não pode ser de simples exploração e a natureza não é uma dimensão à
serviço do homem, mas sim uma ordem superior a ele, que inclui a humanidade, entre outros
seres. No encontro entre essas duas perspectivas, a segunda, representada pela fala de Airton
Krenak, esclarece que as instituições negligenciam a manutenção integral do meio ambiente,
insistindo em fazer um uso imediatista dos seus recursos, ainda que tal uso conduza à
destruição do equilíbrio ambiental, à extinção de muitas espécies e ainda à destruição da
própria condição de subsistência da humanidade.

Resposta da questão 8:
[A]

A alternativa correta é a [A], pois, o que Descartes aponta como conhecimentos que podem ser
empregados no domínio da natureza, se aproxima da definição de técnica em Aristóteles, que
passa pela ideia de saber o porquê das coisas, as regras que permitem produzir determinados
resultados. A alternativa que associa corretamente a noção de ciência em Descartes com a
técnica em Aristóteles, é a [A].

Resposta da questão 9:
[C]

A alternativa correta é a [C], pois, René Descartes é um dos inauguradores da filosofia


moderna e um dos filósofos mais importantes do racionalismo. O método de análise de
Descartes, com a sua filosofia, fundamentou boa parte do pensamento que prevaleceu durante
a modernidade. O método de Descartes se notabilizou por enxergar na dúvida um meio de se
chegar à verdade, vindo daí a máxima “Penso, logo existo”. Dessa forma, a alternativa que
responde corretamente o questionamento sobre o método de Descartes, é a alternativa [C].

Resposta da questão 10:


[B]

A alternativa correta é a [B], pois, os itens corretos são, respectivamente, os itens [I] e [III]. O
item [I] está correto, pois, em Descartes, o ato de colocar em dúvida todo o conhecimento é
conhecido como dúvida metódica. Essa dúvida, segundo Descartes, é um caminho confiável
para a obtenção de um conhecimento seguro e indubitável. Já o item [III], por sua vez, está
correto, pois, para Descartes, a evidência de pensarmos e de termos o pensamento é
fundamento para as verdades matemáticas e sobre a existência de Deus. Dessa forma, a
alternativa que responde a questão de forma correta é a [B].

Resposta da questão 11:


[B]

A alternativa correta é a [B], pois, Francis Bacon vai ser um grande crítico de formas de
pensamento e preconceitos que dificultavam a apreensão da realidade, coisa que ele vai
nomear como ídolos da mente. Desse modo, ele identifica na astrologia, um desses
conhecimentos e pensamentos que criam ídolos, mas que não oferece nenhuma forma de
verificação e segurança nas suas assertivas. Para contrapor esses conhecimentos que
dificultam a apreensão da realidade, ele vai propor o raciocínio indutivo, que propõe que a

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realidade é conhecida através da observação dos fatos e pela experimentação daquilo que
poderia ser passível de observação.

Resposta da questão 12:


[B]

Francis Bacon, pai do empirismo, um dos precursores do iluminismo. Baseia seu pensamento
na possibilidade do conhecimento a partir da experiência e da observação. Conhecido pela
frase “conhecimento é poder”, Bacon defende que conhecer as causas dos fenômenos naturais
nos permite dominá-la no sentido de nos adequar a ela. Conhecer a natureza nos da
possibilidade de exercer poder sobre seus fenômenos.

Resposta da questão 13:


[B]

A alternativa correta é a [B], pois, o método de René Descartes tinha como objetivo encontrar
uma primeira verdade que se imponha com absoluta certeza e que não seja passível de erros
ou engano. A máxima que vai representar essa verdade primeira vai ficar conhecida como
“Penso, logo existo”. Desse modo, a alternativa que aponta corretamente o que é solicitado no
enunciado, é a alternativa [B].

Resposta da questão 14:


[D]

No pensamento de Descartes, o problema do conhecimento humano é central. Para esse


pensador racionalista, as percepções oriundas dos sentidos humanos, para a obtenção do
conhecimento, seriam falhas, podendo levar a ilusões, ainda que essa percepção falha derive
de algo real. Partindo dessa perspectiva, Descartes formula, então, a ideia de uma entidade do
mal, um “gênio maligno”, causadora dessas percepções enganadoras. Tal ideia, entretanto,
também admitia a existência de uma “substância” pensante, que só é passível de ser enganada
porque existe: o cogito, que seria a “capacidade de pensar”. Com efeito, a única alternativa
correta é a letra [D].

Resposta da questão 15:


[A]

Na alegoria apresentada na questão, René Descartes sugere pensar a filosofia como uma
árvore, enraizada na metafísica, sustentada pela física e que se ramifica na medicina, na
mecânica e na moral. Essa alegoria, exposta no prefácio da obra “Princípios da Filosofia”,
serve para sustentar a perspectiva racionalista do autor, segundo a qual, existe uma unidade
essencial para o conhecimento, a metafísica, que tem no sujeito a causa originária da verdade.
É importante esclarecer, entretanto, que a metafísica cartesiana é diferente da metafísica
conforme era compreendida anteriormente, que se voltava para compreender o ser, para
defini-lo ou para buscar seu fundamento. No seu lugar, a metafísica em Descartes e, portanto,
a unidade essencial do conhecimento para ele, é a autodeterminação do sujeito que pensa, em
outras palavras, a evidência do ser que existe, uma vez que está pensando.

Resposta da questão 16:


[A]

A alternativa correta é a [A], pois, Descartes se notabiliza por rejeitar o método escolástico e
fundar um novo método, que, se baseava no questionamento de tudo, até mesmo da
autoridade, na rejeição de tudo aquilo que não fosse provado e pela busca fundamentada na
suspeita. O verdadeiro conhecimento, segundo o filósofo francês, se daria por meio da
aplicação da dedução pura: estabelecimento de axiomas simples e, a partir do raciocínio sobre
esses axiomas, chegar a conclusões particulares. A alternativa que responde corretamente
essa questão do conhecimento em Descartes é a [A].

Resposta da questão 17:

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[A]

O pensamento filosófico de Descartes, no que diz respeito à Teoria do conhecimento,


fundamenta-se no princípio metodológico da dúvida sistemática. Para Descartes, o ponto de
partida para se chegar à verdade é colocar em questão todo conhecimento previamente
estabelecido como verdadeiro, obtendo, com isso, um conhecimento mais seguro. Nesse
sentido, o método cartesiano é o oposto do que se observa com o fenômeno das fake news, já
que a disseminação de informações falsas tem como princípio a falta de rigorosidade com o
que é apresentado como verdade, de forma que não há questionamento algum acerca das
informações obtidas.

Resposta da questão 18:


[C]

Francis Bacon é um representante do empirismo britânico, tradição de estudo em que se


compreende que todo conhecimento deve vir da experiência sensorial, ou seja, o conhecimento
deve ser obtido pela experiência, com o auxílio dos sentidos. O método utilizado, por essa
razão, não poderia ser o dedutivo, que parte da reflexão em direção ao caso; não poderia ser o
método dialético, que dá preferência ao discurso e ao diálogo entre sujeitos; por fim, o método
também não poderia ser o racional puro, que em oposição ao método indutivo e experimental,
dá preferência à reflexão e desconfia da experiência.

Resposta da questão 19:


[B]

Bacon faz uma crítica à tradição aristotélica, formulando uma perspectiva do conhecimento
humano mais ligada à crítica aos ídolos e ao empirismo, a partir de um método indutivo mais
adequado para entender a natureza. A apreensão da realidade a partir da experiência e da
observação se dá, para ele, por meio sistematização dos dados coletados e da formulação de
hipóteses.

Resposta da questão 20:


[A]

A filosofia inaugurada por Renè Descartes, no campo da epistemologia, tem como fundamento
metódico o princípio da dúvida sistemática como “caminho” para a obtenção de um
conhecimento verdadeiramente seguro. Para esse pensador, tal princípio implica o
questionamento sistemático de todos os pressupostos até então tidos como verdadeiros, pois
só o processo que coloca em dúvida todo o conhecimento construído até então poderia
produzir uma verdade “sólida”. Tais formulações se relacionam à uma tentativa de identificar as
bases racionais para a obtenção de um conhecido seguro.

Resposta da questão 21:


[D]

Descartes defende que o conhecimento é bem fundamentado quando parte de princípios


seguros e da prática metódica. Ele parte, então, da dúvida metódica, que o leva a questionar
todas as prenoções, duvidando de tudo que até então foi considerado como certo. Junto à
dúvida, é necessário também um ordenamento desse “caminho” investigativo da verdade, que
constitui o que Descartes chama de método. O método seria, então, a organização do processo
da dúvida.

Resposta da questão 22:


[C]

Segundo o pensamento de Descartes, a filosofia natural tem como fundamento central o


conceito de substância. Para esse pensador, as substâncias podem ser do tipo pensante, que
seria relativa ao sujeito pensante, ou do tipo extensa, que seria a matéria com as suas
características, como largura, profundida, altura etc. Assim, a filosofia natural seria relativa ao

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entendimento dos movimentos dos corpos e da variação desses movimentos por meio de uma
perspectiva mecanicista. Essa perspectiva parte do pressuposto de que os fenômenos se
explicam por uma causa mecânica instrumental, como se o universo funcionasse tal qual uma
máquina.

Newton, por sua vez, parte de uma mecânica que valoriza o conhecimento dos aspectos
dimensionais dos fenômenos, centralizando o caráter dinâmico dos movimentos.

Resposta da questão 23:


[D]

A alternativa correta é a [D], pois a comparação entre os textos indica que, no atual estado das
coisas, no cotidiano atual as crenças religiosas não possuem mais a centralidade de outrora.
Hoje, elas convivem e concorrem com outras formas explicativas da realidade. Dessa forma, a
alternativa que responde corretamente o que é pedido no enunciado é a [D].

Resposta da questão 24:


[D]

O racionalismo é a perspectiva epistemológica que reconhece a razão humana, inata aos


indivíduos, como o aspecto central no processo do conhecimento, haja vista que as
experiências sensíveis podem ser ilusórias, incorrendo em erros e afastando o homem do
conhecimento verdadeiro. Os racionalistas se baseiam no método dedutivo, a partir do qual um
conhecimento genérico possibilita a obtenção de um conhecimento específico. A partir dessas
considerações, o aluno deve considerar a primeira afirmação como incorreta, e a terceira
afirmação como correta.

A perspectiva empirista parte da consideração oposta, ou seja, a de que são as experiências


sensíveis a única fonte segura para chegar ao conhecimento verdadeiro, por meio do método
indutivo, que chega a conclusões gerais partindo de conhecimentos particulares. Essa
consideração permite que o aluno identifique a segunda afirmativa como correta.

A quarta afirmativa, por sua vez, deve ser identificada como incorreta, uma vez que a
epistemologia empirista nega o modelo científico cartesiano ao colocar as experiências
sensíveis como principal instrumento para a obtenção do conhecimento e que o racionalismo
cartesiano parte do pressuposto de que o sistema cognitivo humano é inato.

Resposta da questão 25:


[A]

A filosofia cartesiana adota uma abordagem racionalista, o que quer dizer que o conhecimento
valorizado e considerado seguro era aquele obtido através da razão, especificamente da razão
orientada pelo método. Essa perspectiva enfraqueceu o poder da Igreja, já que tendia a não
aceitar seus dogmas, o que também pode ser dito sobre a filosofia tomista, de Tomás de
Aquino, filósofo medieval vinculado à Igreja. Descartes, assim como outros racionalistas, não
aceitava como indubitáveis os conhecimentos adquiridos pelos sentidos, mas duvidava deles, a
ideia geral é que os sentidos podem nos enganar e, portanto, só a racionalidade metódica
poderia nos esclarecer.

Resposta da questão 26:


[A]

Para pensadores empiristas, como Locke e Hume, o único conhecimento existente é aquele a
que se chega através da experiência. Já para os racionalistas, como Descartes, a capacidade
de raciocinar é mais importante do que a experiência na produção de conhecimento. Diante
dessa oposição, Kant não buscou ultrapassar essas perspectivas, como afirma a alternativa
[C], nem se ocupou em consolidar o racionalismo em oposição ao empirismo, como afirma a
alternativa [B]. Kant argumentou que tanto os empiristas quanto os racionalistas estavam
parcialmente corretos e procurou superar a suposta oposição afirmando que tanto a razão
quanto a experiência são necessárias para compreender o mundo. A alternativa [D] inverte a

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ordem de influência, na verdade, foi a filosofia hegeliana que sofreu influência do pensamento
de Kant.

Resposta da questão 27:


[C]

Renè Descartes, em sua filosofia epistemológica, tem como base o princípio da “dúvida
metódica” como “caminho” para a obtenção de um conhecimento verdadeiramente seguro.
Para esse pensador, tal princípio implica o questionamento sistemático de todos os
pressupostos até então tidos como verdadeiros, pois só o processo que coloca em dúvida todo
o conhecimento construído até então poderia produzir uma verdade segura.

A filosofia epistemológica kantiana diferencia o conhecimento das “coisas em si” do das “coisas
para nós” ao introduzir o pressuposto de que a razão humana encontra limites para o conhecer,
de modo que o conhecimento humano se relaciona com os conceitos a priori acerca dos
objetos. Kant também considera que o processo de conhecimento está ligado à autonomia do
sujeito no uso da razão e se dá devido a estruturas cognoscentes que existem anteriormente à
qualquer experiência empírica.

Hegel faz uma crítica à concepção kantiana do sujeito transcendental, uma vez que esta parte
do pressuposto de uma consciência já considerada como posta, originária. A partir dessa
crítica, Hegel levanta o problema filosófico da formação da consciência. Ao analisar esse
processo, Hegel considera central a percepção de que se trata de um processo essencialmente
histórico. A partir de uma consciência crítica acerca da história, portanto, seria possível
entender o sentido e a direção da história, identificando as “leis da história”

Marx, por sua vez, entende a consciência como produto das condições materiais de existência,
considerando sua construção e reprodução, de modo que seria a vida que determina as formas
de consciência, e não o contrário. Nessa perspectiva, Marx também entende a ideologia como
uma forma de interpretação da realidade que a dissocia das condições materiais históricas da
sua formação, resultando, portanto, em uma interpretação distorcida e produtora de alienação.

A partir desses conhecimento, o aluno deve identificar a alternativa [C] como a única que
apresenta a sequência correta.

Resposta da questão 28:


[C]

A filosofia moderna, da qual Francis Bacon é um dos principais representantes, rompe


radicalmente com a epistemologia clássica ao estabelecer novas bases para o processo de
obtenção do conhecimento, inaugurando, portanto, uma nova concepção de ciência que
predomina na modernidade. Essa nova concepção de ciência se baseou na observação e na
experimentação sistemáticas na investigação dos fenômenos como principais elementos para o
entendimento das coisas, o que explica a passagem da cultura do tipo retórico-literário para
uma do tipo técnico-científico mencionada no texto.

Resposta da questão 29:


[A]

[A] Os mitos foram, de fato, uma primeira tentativa de explicar a realidade, transmitidos
majoritariamente de forma oral entre pessoas e gerações. Os mitos eram utilizados não só
para explicar fenômenos naturais como cheias, secas ou fases da lua, mas também para
ordenar a vida social, justificando sua origem e seus costumes.
[B] O conhecimento filosófico não é essencialmente introspectivo ou submetido às
subjetividades. Para muitos filósofos, inclusive, o exercício da filosofia deve se afastar dos
sentidos e das experiências particulares em direção à razão, às experimentações ou ao
conhecimento socialmente compartilhado.
[C] São Tomás de Aquino, vinculado a filosofia medieval, produziu, em sua obra, uma
combinação de filósofos clássicos, principalmente Aristóteles, com o conhecimento

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teológico cristão. Suas explicações não se vinculam à lua ou aos elementos particulares,
como a terra, o ar, o fogo e a água.
[D] O pensamento Aristotélico, de fato, se voltou para a natureza. Ele produziu uma separação
entre seres vivos e não vivos e ainda colecionou espécies da fauna e da flora classificadas
por suas características, montando um sistema hierárquico que forma até hoje a base para
a taxonomia. Nos seus estudos psicológicos, Aristóteles voltou-se para a alma dos seres,
de acordo com ele, todos os seres vivos possuiriam almas, definidas como um princípio de
vida, mas as almas seriam diferentes, as plantas, por exemplo não teriam sensações, o que
as diferia dos animais, que possuiriam sensações mas não razão, essa exclusiva da
humanidade.
[E] O empirista Francis Bacon argumentava em favor do conhecimento científico, metódico e
resultante de experimentação, para ele o cientista deve ultrapassar uma série de barreiras
psicológicas, entre as quais a inclinação humana para impor preconcepções sobre a natureza.

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