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1.

(Uepg-pss 1 2023) No que se refere ao pensamento cartesiano sobre a dúvida metódica e a


primeira certeza, assinale o que for correto.
01) René Descartes compreendia que havia uma certeza de que ele não podia duvidar: a
crença na própria existência.
02) O axioma “Eu sou, eu existo” constitui a primeira certeza de Descartes.
04) A função principal da primeira certeza é fornecer uma base sólida para afirmar o
conhecimento sensível como alicerce para o conhecimento verdadeiro.
08) Conforme Descartes, é metodicamente necessário pôr tudo em dúvida.

2. (Uece 2023) No Discurso do método (1637), o filósofo racionalista René Descartes (1596-
1650) estabelece para si o seguinte critério.

“[...] jamais acolher alguma coisa como verdadeira que eu não conhecesse evidentemente
como tal; isto é, de evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção, e de nada incluir em
meus juízos que não se apresentasse tão clara e tão distintamente a meu espírito, que eu não
tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida”.

DESCARTES, René. Discurso do método, II, 7. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

Em se tratando de um filósofo racionalista, podemos entender que os critérios de evidência,


clareza e distinção
a) devem ocorrer na mente, eliminada qualquer dúvida.
b) significam que os fatos não deixam dúvidas aos sentidos.
c) exigem uma síntese entre as ideias inatas e as sensações.
d) não são possíveis, donde a impossibilidade da ciência.

3. (Unesp 2023) Texto 1

Quantas vezes ocorreu-me sonhar, durante a noite, que estava neste lugar, que estava vestido,
que estava junto ao fogo, embora estivesse inteiramente nu dentro de meu leito? […]
Pensando cuidadosamente nisso, lembro-me de ter sido muitas vezes enganado, quando
dormia, por semelhantes ilusões. E, detendo-me neste pensamento, vejo tão manifestamente
que não há quaisquer indícios concludentes, nem marcas assaz certas por onde se possa
distinguir nitidamente a vigília do sono, que me sinto inteiramente pasmado: e meu pasmo é tal
que é quase capaz de me persuadir de que estou dormindo.

(René Descartes. Obra escolhida, 1973.)

Texto 2

O cientista Jeremy Bailenson, diretor-fundador do laboratório que estuda realidade virtual na


Universidade Stanford, nos Estados Unidos, disse, em 2018, que o tempo passado com óculos
de realidade virtual “é psicologicamente muito mais poderoso do que qualquer mídia já
inventada e se prepara para transformar dramaticamente as nossas vidas. Nosso cérebro fica
confuso o suficiente para entender esses sinais como realidade? Eu posso te garantir: a
realidade virtual influência. Para algumas pessoas, a ilusão é tão poderosa que o sistema
límbico [região do cérebro envolvida com emoções e memória] delas entra em um estado de
atividade intensa”.

(Shin Suzuki. “Vida no metaverso: como a realidade virtual poderá afetar a percepção do
mundo ao redor”. www.bbc.com, 28.11.2021. Adaptado.)

Nesses dois textos, observa-se a problematização de uma questão clássica em filosofia, a qual
corresponde à
a) relação entre sensação e razão.
b) evolução das descobertas científicas.

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c) estruturação do raciocínio lógico.
d) fundamentação do conhecimento comum.
e) combinação entre progresso e tecnologia.

4. (Uel 2023) Leia o texto a seguir.

Não há, pois, dúvida alguma de que sou, se ele me engana; e, por mais que me engane, não
poderá jamais fazer com que eu nada seja, enquanto eu pensar ser alguma coisa. De sorte
que, após ter pensado bastante nisso e ter examinado cuidadosamente todas as coisas,
cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposição, eu sou, eu existo, é
necessariamente verdadeira todas as vezes que a enuncio ou que a concebo em meu espírito.

DESCARTES, René. Meditações. Tra. de J. Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Nova
Cultural, 1996. p. 267.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de Descartes, assinale a alternativa
correta.
a) O conhecimento é impossível, pois todas as tentativas de justificá-lo levam a um inevitável
regresso ao infinito.
b) A dúvida metódica demonstra a impossibilidade de se atingir conhecimento verdadeiro, pois
a dúvida torna-se generalizada.
c) Os seres humanos são incapazes de obter conhecimento, porque estão sempre sujeitos a
um gênio maligno que tudo faz para confundi-los.
d) A dúvida metódica prova a verdade absoluta do cogito que, por isso, será o fundamento
seguro para todo conhecimento.
e) O conhecimento absolutamente verdadeiro é aquele que tem origem nos sentidos, que são a
fonte mais firme e segura para se alcançar a verdade.

5. (Ufu 2022) No dizer de Descartes, não temos certeza sequer se existimos, pois podemos
estar em um sonho ou ser vítimas de um ser maior do que nós e que nos engana, fazendo-nos
crer que existimos quando, na verdade, não somos mais do que a imaginação desse ser. No
entanto, mesmo quando nos enganamos, precisamos do pensamento, quer dizer, para nos
enganarmos, temos de pensar; e, para pensar, precisamos existir. Ora, se podemos nos
enganar, então pensamos e, se pensamos, então, existimos.

SAVIAN FILHO, Juvenal. Filosofia e filosofias. Belo Horizonte: Autêntica, 2016. p. 67.

A respeito da filosofia de Descartes (1596-1650), considere as afirmações a seguir.

I. Para Descartes, colocar todo conhecimento em dúvida é um método para chegar a um


conhecimento indubitável.
II. O conhecimento obtido por meio dos cinco sentidos é a única garantia do que é verdadeiro.
III. A evidência do pensamento é o fundamento para outras verdades como a existência de
Deus e as verdades matemáticas.

Assinale a alternativa que apresenta afirmação(ões) correta(s).


a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e III.
d) Apenas I.

6. (Ueg 2022) René Descartes (1596-1650), filósofo e matemático francês, é um dos


inauguradores da filosofia moderna. Sua concepção integra o movimento de filósofos que
promovem a emergência do racionalismo. Descartes desenvolve um método de análise que
forneceria os fundamentos do pensamento que prevaleceria na modernidade, que consiste no
ceticismo metódico. Com esse método, Descartes:
a) cria uma nova interpretação da teologia com o objetivo de reforçar o catolicismo.
b) fornece as bases para o desenvolvimento de explicações fundadas no senso comum.

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c) vê na dúvida o meio de se chegar à verdade, daí emerge sua máxima “penso, logo existo”.
d) oferece elementos para a retomada da mitologia como forma de explicar a realidade.
e) faz emergir o irracionalismo que se tornou a base do pensamento pós-moderno.

7. (Unesp 2021) Texto 1

Nos últimos tempos, reservou-se (e, com isso, popularizou- se) o termo fake news para
designar os relatos pretensamente factuais que inventam ou alteram os fatos que narram e que
são disseminados, em larga escala, nas mídias sociais, por pessoas interessadas nos efeitos
que eles poderiam produzir.
(Wilson S. Gomes e Tatiana Dourado. “Fake news, um fenômeno de comunicação política
entre jornalismo, política e democracia”. Estudos em Jornalismo e Mídia, nº 2, vol. 16, 2019.)

Texto 2

As vacinas foram os principais alvos de fake news entre todas as publicações monitoradas pelo
Ministério da Saúde em 2018. Cerca de 90% dos focos de mentiras identificados pelo órgão
tinham como alvo a vacinação. Reconhecido internacionalmente, o programa de imunização
brasileiro viu doenças como sarampo e poliomielite voltarem a ameaçar o país em 2018 após
os índices de cobertura vacinal caírem em 2017.

(Fabiana Cambricoli. “Ministério da Saúde identifica 185 focos de fake news e reforça
campanhas”. https://saude.estadao.com.br, 20.09.2018. Adaptado.)

Os textos tratam de uma prática que é contrária ao princípio da fundamentação racional


sustentado por Descartes, que propôs a
a) busca por um conhecimento seguro proveniente do ato de duvidar.
b) construção da compreensão a partir da lógica dialética.
c) eliminação da subjetividade na produção do conhecimento.
d) fundamentação das certezas a partir da experiência sensível.
e) percepção da realidade por meio da associação entre fé e razão.

8. (Enem 2021) A filosofia é como uma árvore, cujas raízes são a metafísica; o tronco, a física,
e os ramos que saem do tronco são todas as outras ciências, que se reduzem a três principais:
a medicina, a mecânica e a moral, entendendo por moral a mais elevada e a mais perfeita
porque pressupõe um saber integral das outras ciências, e é o último grau da sabedoria.
DESCARTES, R. Princípios da filosofia. Lisboa: Edições 70, 1997 (adaptado).

Essa construção alegórica de Descartes, acerca da condição epistemológica da filosofia, tem


como objetivo
a) sustentar a unidade essencial do conhecimento.
b) refutar o elemento fundamental das crenças.
c) impulsionar o pensamento especulativo.
d) recepcionar o método experimental.
e) incentivar a suspensão dos juízos.

9. (Unesp 2021) Mas eu me persuadi de que nada existia no mundo, que não havia nenhum
céu, nenhuma terra, espíritos alguns, nem corpos alguns; me persuadi também, portanto, de
que eu não existia? Certamente não, eu existia, sem dúvida, se é que eu me persuadi ou,
apenas, pensei alguma coisa. Mas há algum, não sei qual, enganador mui poderoso e mui
ardiloso que emprega toda a sua indústria em enganar-me sempre. Não há pois dúvida alguma
de que sou, se ele me engana; e, por mais que me engane, não poderá jamais fazer com que
eu nada seja, enquanto eu pensar ser alguma coisa. De sorte que, após ter pensado bastante
nisto e de ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por
constante que esta proposição, penso, logo sou, é necessariamente verdadeira, todas as vezes
que a enuncio […].

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(René Descartes. Meditações, 1973.)

Segundo o texto, um dos pontos iniciais do método de Descartes que o levou ao cogito
(“penso, logo sou”) foi
a) a análise das partes.
b) a síntese das partes analisadas.
c) o prevalecimento da alma sobre o raciocínio.
d) o reconhecimento de um Deus enganador.
e) a arte da persuasão grega.

10. (Ufu 2020) René Descartes (1596-1650) pode ser considerado o pai da filosofia moderna,
pois, em vários aspectos, permitiu uma visão crítica da filosofia medieval, especialmente no
que se referia à possibilidade do conhecimento da natureza. Seu livro Discurso do método é
um marco para esse ponto de virada filosófica e coloca, em destaque, a importância da dúvida
metódica para a investigação científica.

Nesse sentido, essa dúvida cartesiana implicava


a) exercitar o método, obter e aceitar apenas ideias claras e distintas.
b) duvidar de tudo, exceto das verdades da fé cristã já estabelecidas.
c) aceitar os conceitos da filosofia tomista como verdades absolutas.
d) só aceitar como indubitáveis as certezas que vierem dos sentidos.

Gabarito:

Resposta da questão 1: 01 + 02 + 08 = 11.


Resposta da questão 2: [A]
Resposta da questão 3: [A]
Resposta da questão 4: [D]
Resposta da questão 5: [B]
Resposta da questão 6: [C]
Resposta da questão 7: [A]
Resposta da questão 8: [A]
Resposta da questão 9: [D]
Resposta da questão 10: [A]

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