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E.E.B.

Professora Maria do Carmo de Souza Assunto: Democracia Ateniense;


R. Maria Leopoldina da Silva, S/N Sofistas: a retórica.
Pacheco, Palhoça - SC, 88135-099
Telefone: (48) 3665-7590 Disciplina: Filosofia
Ensino Médio - 1º Trimestre – 1ª Série
Professor: Marcelo Lopes de Lima
Aluno (a):
Orientações: Leia o texto a seguir e para fixação do conteúdo, e copie no caderno o resumo com as
principais ideias do texto.
Obs.: Será atribuída nota de caderno no retorno das aulas presenciais.

DEMOCRACIA ATENIENSE

O apogeu político, econômico e cultural das cidades gregas, produzido entre os séculos VI e IV a.C.
período clássico da história da Grécia antiga), especialmente de Atenas e de sua democracia.
Até meados do século VIII a.C., Atenas havia vivido sob o regime monárquico, mas o poder do rei
foi passando aos poucos para as mãos dos arcontes, representantes da aristocracia ateniense (os eupátridas),
que comandavam o governo da cidade.
Entre os séculos VII e VI a.C., diversas reformas promovidas, sucessivamente por Drácon, Sólon e
Clístenes, foram criando uma nova forma de governar, que se guiava basicamente pelo princípio da
isonomia, a ideia de que todos os cidadãos têm o mesmo direito perante as leis, nascia, assim, a democracia
ateniense.
A partir do século V a.C., sob a liderança de Péricles (499-429 a.C.), essas reformas políticas
aprofundaram-se e Atenas atingiu grande esplendor, tanto no campo econômico como cultural. Nessa cidade
viveu – ou por ela passou – boa parte dos mais destacados artistas e intelectuais da época, vindos de diversas
partes do mundo grego: dramaturgos, arquitetos, escultores, historiadores e filósofos, entre outros.
É preciso ressaltar, no entanto, que há várias diferenças entre as democracias atuais e a antiga
democracia ateniense. Apenas uma pequena parte da população masculina adulta era reconhecida como
cidadão em Atenas. Os escravos, mulheres, os estrangeiros (os metecos) e jovens menores de 21 anos não
tinham direitos políticos, por isso não podiam participar da vida democrática.
Por outro lado, apesar dessas limitações, a democracia ateniense era uma democracia direta, isto é,
cada cidadão tinha não apenas direito ao voto, mas também à palavra. As discussões se davam na chamada
ágora, principal praça pública da cidade, onde todos os cidadãos se reuniam em assembleia.
Desse modo, propiciando a participação de um número maior de habitantes na discussão sobre temas
práticos e públicos, a instituição democrática ateniense favoreceu também o desenvolvimento de uma
cultura que valorizava o uso da palavra e da razão. As habilidades argumentativas e dialéticas dos
cidadãos tornaram-se um bem cada vez mais apreciado.
O Século de Péricles, V a.C. Constitui o Período áureo da cultura grega, quando a democrática
Atenas desenvolve intensa vida cultural e artística. Os pensadores desse Período Clássico, embora ainda
discutissem questões referentes à natureza, desenvolveram o enfoque antropológico, abrangendo a moral e a
política. Os sofistas vivem nessa época, e alguns deles são interlocutores de Sócrates.

OS SOFISTAS

A palavra sofista vem de sophos, que significa “sábio”, ou melhor, “professor de sabedoria”.
Posteriormente adquirindo sentido pejorativo de “homem que emprega sofisma”, alguém que usa de
raciocínio capcioso, de má fé, com intenção de enganar.
Foram os primeiros a colocar os problemas do homem no centro da reflexão filosófica, passaram a
utilizar a razão com tal desembaraço que mereceram, na posteridade, o epíteto de iluministas gregos.
Os sofistas eram metecos (estrangeiros), em geral pertenciam à periferia do mundo grego, eram
professores viajantes que vendiam seus ensinamentos, empregando a exposição ou o monólogo como
método de ensino.
Obrigados pela sua profissão a deslocar-se de cidade em cidade, contribuíram enormemente para que
a cultura grega não ficasse restrita apenas aos limites das províncias e afirmaram pela primeira vez o
principio do cosmopolitismo.
Os sofistas davam aulas de eloquência e de sagacidade mental ou ensinavam elementos úteis para o
sucesso nas atividades públicas e privadas. Alguns deles diziam-se mestres em qualquer assunto, desde a
arte de fazer sapatos até a ciência política e de como viver bem na pólis grega.
Segundo alguns estudiosos, entre os ensinamentos dos sofistas destacavam-se aqueles que tinham
como principal objetivo o desenvolvimento da habilidade da argumentação, além do domínio de doutrinas
divergentes. De acordo com essa interpretação, eles buscavam transmitir a seus discípulos todo um jogo de
palavras, raciocínios e concepções úteis em um debate para driblar as teses dos adversários e convencer
as pessoas.
O momento histórico vivido pela civilização grega, uma época de lutas políticas e intenso conflito de
opiniões nas assembleias democráticas, favoreceu o desenvolvimento desse tipo de atividade em Atenas. Por
isso, muitos cidadãos sentiam a necessidade de aprender oratória, arte de falar e argumentar e desenvolver
em público, a retórica, falar com eloquência, falar bem.
Para assim, conseguir persuadir as pessoas em assembleias e, muitas vezes, fazer prevalecer seus
interesses individuais e de seu grupo social.
Vale ressaltar, que os sofistas sempre foram mal interpretados devido às críticas que sobre eles
fizeram, principalmente, Sócrates e Platão. Vários motivos levaram a essa visão deturpada dos sofistas os
quais se pode destacar:
a) Há enorme diversidade teórica entre os sofistas.
b) Cobravam pelas aulas.
c) Ensinavam os jovens a defenderam suas ideias, através da arte da retórica, ainda que, através de
discursos vazios, ou que faltasse com a verdade.
É importante ressaltar, porém que os sofistas, geralmente homens da classe média, faziam das aulas
seu ofício. Por não pertencer à nobreza, não gozavam do ócio, como os nobres que possuíam escravos para
executar seus trabalhos manuais, portanto não dispunha de tempo e não eram suficientemente ricos para se
ocuparem apenas com a atividade intelectual descompromissada, ou seja, sem receberem por isso.
Os sofistas contribuíram para a sistematização do ensino, criaram currículo de estudos:
a) Gramática (da qual foram iniciadores).
b) Retórica e dialética.
c) Desenvolveram a aritmética, a geometria, astronomia e a música.
d) Elaboraram o ideal teórico da democracia.
Apesar de os sofistas terem sido acusados de usarem discursos vazios ou com intuito de enganar, eles
buscaram aperfeiçoar os instrumentos da razão, ou seja, a coerência e o rigor da argumentação, pois para
eles não bastava dizer o que se considerava verdadeiro, era preciso demonstrá-lo pelo raciocínio.

Protágoras de Abdera (c. 480-410 a.C.)

Considerado o primeiro e um dos mais importantes sofistas. Ensinou por muito tempo em Atenas,
tendo como princípio básico de sua doutrina a ideia de que “o homem é a medida de todas as coisas”.
Podemos dizer que Protágoras afirmava que o mundo é aquilo que cada indivíduo ou grupo social
consegue perceber que é. A realidade é relativa a cada um, ou seja, depende de suas disposições,
concepções, modos de ser e de viver, não se pode saber se há uma realidade absoluta.
Desse modo, o mundo é como os seres humanos o interpretam. É subjetivo, tal coisa será verdadeira
se para mim parecer verdadeira, mas falsa para outro que a veja como falsa. Assim, qualquer tese poderia ser
encarada como falsa e verdadeira ao mesmo tempo, dependendo da ótica de cada um.
Após ter escrito que não se pode afirmar que os deuses existem nem que não existem, foi acusado de
sacrilégio, condenado e banido de Atenas, e as suas obras foram queimadas na praça da cidade. Morreu em
410 a.C., em um naufrágio, durante a fuga para a Sicília.

Górgias de Leontini (c. 487-380 a.C.)

Um dos grandes oradores da Grécia. Exerceu com grande sucesso a arte da retórica e acumulou uma
vasta fortuna. Ele afirmava que um bom orador é capaz de convencer qualquer pessoa sobre qualquer coisa.
Górgias afirmava que:
a) o ser não existe;
b) se existisse, não poderia ser conhecido;
c) mesmo que fosse conhecido, não poderia ser comunicado a ninguém.
Desse modo, aprofundando o subjetivismo relativista de Protágoras, atingiu um ceticismo absoluto.
REFERÊNCIAS

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia.
6º ed. rev. e atual. São Paulo: Moderna, 2016.
COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna. Fundamentos da Filosofia. 4ª ed. Vol. Único. São Paulo:
Saraiva, 2017.
HEERDT, Mauri Luiz. Pensando para Viver: alguns caminhos para filosofia. Florianópolis:
Sophos, 2000.

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